De Botão á Flor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 8
Oitavo mês - Taquicardia




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Assim que Hermione completou oito meses, foi aquela algazarra para o chá de bebê. Não participei muito da festinha que Gina fizera: fiquei meio que só assistindo, hipnotizado, a montanha de fraldas, paninhos e roupinhas que crescia cava vez mais ao lado do sofá.

Minha esposa estava definitivamente linda. Sempre que imaginava mulheres grávidas, eu dava risada ao pensar em mulheres descabeladas e gordas, reclamando da vida. Hermione estava definitivamente fora desse quadro; Continuava estonteante... só que com uma lombada maravilhosa em sua barriga.

Alguns dias depois, encontrei-a de frente para o espelho, avaliando o corpo. Ela passava as mãos no ventre, abraçando-o. Do nada, ela resolveu apoiar o busto nas mãos, e fez uma careta de desagrado.

– O que foi, Hermione?

– Estão doendo - ela disse numa vozinha envergonhada. Tive até medo de confirmar os "sujeitos" da frase; eu sabia, mas não perguntaria isso nem se fosse amaldiçoado por uma Maldição Cruciatus.

– Não parecem... hã, diferentes.

– Como assim?? - Hermione se virou para mim - tá brincando! A curandeira falou que iam ficar inchados... mas não assim! Estou parecendo uma atriz de filme pornô!

Não segurei a risada com sua expressão ansiosa e seu comentário bobo.

Abracei-a pelas costas e apoiei meu rosto em seu ombro.

– Se for um filme pornô só com nós dois, então não seria ruim...

Hermione socou meu peito com a força de um passarinho, parecendo ao mesmo tempo zangada e divertida.

– Rony, seu canalha pervertido...

– Segura o coco, amor... - eu disse, indicando sua barriga - tem criança no meio da conversa... olha o linguajar...

Hermione gargalhou.

– Mas é um hipócrita mesmo... - ela sacudiu a cabeça, rindo.

Durante as noites seguintes, Hermione parecia uma minhoca fritada lentamente numa frigideira: ela rolava de um lado para o outro na cama, procurando uma posição boa para dormir. Rosa, de acordo com Hermione, não parava mais quieta dentro dela, e agora também estava complicando a disposição de Hermione dormir. Por mais que eu colocasse almofadas no continente que era a barriga Hermione, minha esposa andava dormindo mal.

– Só por mais um mês... - bocejou ela em uma das noites, sorrindo fracamente.

Coitada. Não sabia de nada, inocente como era. Aquilo era só o começo de um ano de noites em claro para nós dois.

Durante o dia, Hermione também andava mudando a rotina. Comia como um camundongo de manhã, mastigava como uma abelha de tarde e quase sempre passava jejuns durante a noite. Gina me explicara que Rosa já estava tão grande dentro de Hermione que estava prensando alguns órgãos, incluindo o estômago e a bexiga. Isso explicava o por que Hermione andava com falta de apetite e vontade corriqueira de ir ao banheiro.

Ao mesmo tempo, nós dois estávamos ficando bizarramente ansiosos. Hermione parecia tão preocupada e animada quanto eu. Qualquer bufada, arfada ou barulho de água que eu ouvia me deixava em pânico. Mal podia esperar que Rosa estivesse pronta para vir ao mundo.

Houve um momento em que eu me peguei olhando tudo que havíamos ganhado no chá de bebê. Entre roupinhas cor-de-rosa e sapatinhos do tamanho de um escaravelho, estava a camisetinha do Chudley Cannons que Hermione me dera para contar sobre a gravidez;

Fiquei alisando o tecido nas mãos, sorrindo, imaginando o quanto minha vida mudara em apenas dois anos.

Algum tempo atrás, meu mundo e minha vida eram Hermione. E, do nada, um satélite novo entrou no meu sistema, satélite este que me atraía e me guiava tanto quanto minha esposa. Era como se meu coração tivesse dobrado de tamanho para amar aquelas duas pessoas ao mesmo tempo. Aquilo chegava a doer. Mas era a dor mais deliciosa do mundo.

E, naquela noite, antes de dormir, fiquei observando Hermione adormecida, aparando a barriga saliente com uma das mãos, dando graças aos céus por ter vivido tempo o bastante para sentir e viver aqueles momentos, e fazendo uma pequena prece para que nossa pequena Rosa logo visse seus pais pela primeira vez.


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