Asas Congeladas escrita por Beliel


Capítulo 3
Ferocidade


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse: SEXTA É DIA DE CAPÍTULO NOVO PESSOAL!!
Não é tão grande, mas o próximo eu prometo que vai ser :3
Queria dedicar essa cap as minhas leitoras amadas que favoritaram essa história: Queen e LoveLittle Things, obrigada!



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Beliel não acordou tão cedo, demorou um, dois, três dias para acordar, o soro esgotava suas energias, porém finalmente tomou consciência.

Ela estava no chão frio, uma coberta em cima, macia. Suspirou, devia ter caído no chão enquanto dormia, se espreguiçou, ou melhor, tentou, mas foi detida pela coberta macia. Decidiu abrir os olhos enfim.

Ela não estava em casa, mas sim na base da AA, familiar organização que antes era bondosa, hoje em dia, era horrível.

Sentiu o cheiro de esterilização e olhou para baixo. Uma camada grossa de cola plástica colava ela ao chão, encobrindo quase todo seu corpo, porém haviam marcas em seus braços, marcas de roxos e agulhas, marcas de exames.

Feroz, ela olhou para cima e viu ele, James estava casualmente sentado no chão, tinha um olho roxo e estava dormindo, ressonava baixinho, Beliel se pegou pensando em antigas noites, quando o ressonar dele ajudava ela a dormir, quando eles se conheciam. Decidiu deixa-lo dormir, não podia levantar mas podia tentar se libertar e descobrir o que tinha acontecido.

Quem lhe aprisionara ali era burro, a cola descolou com facilidade ao ser cortada pelas silenciosas asas de Beliel, na ponta dos pés ela saiu da sala pela porta da frente, desacordando dois guardas, correu pelos conhecidos corredores até a sala do principal.

–Que droga está acontecendo aqui?! –Entrou berrando na sala de Nemêssis.

Ele se assustou e estava prestes a acionar o botão de alarme quando ela avança sobre ele.

–Não pense nisso –Seus olhos tinham um lampejo de vermelho. –O que aconteceu? Porque me sequestraram?

–Calma, você não viria de boa vontade, então tivemos que te sequestrar.

–Eu sai daqui por um motivo!! –Gritava ela

–Eu sei, mas o assunto em jogo deve te interessar bastante. Ah, enquanto estava dormindo, tomamos a liberdade de fazer alguns exames em você, sabe, até se acalmar. –Ele sussurrou. Os olhos dela perderam o brilho vermelho e ficaram azuis.

–Tive uma crise não é? É por isso que o olho dele está roxo e seu pescoço também. –Ela puxou seu cabelo, as crises eram frequentes com o soro, o autocontrole ia pelo ralo e seu temperamento de menina de rua aparecia, esquentada, desregulada, excessiva por poder.

–Teve, já está tudo bem.

–Não está!! Eu estou aqui e você me sequestrou, ele está aqui, eu achava que ele estava com a HIDRA! –Ela tremia levemente.

–Eu vim, ele me propôs algo por informações do meu passado, ele disse que você sabia, ele te sequestrou porque a HIDRA esta se reerguendo, queria que acabasse com isso. –A voz de James lhe causou arrepios. Ela se virou para ele, ele trazia a bandana nas mãos, seu rosto ardeu ao lembrar da cicatriz.

–Eu sai porque queria paz, se queria informações era só me procurar, sabia onde eu estava, eu lhe disse, Bucky. E quanto a você Nemêssis, não trabalho mais para você. –Beliel falou e rumou para fora da sala.

–Não, deixe-a, ela vai voltar. –Ouviu Nemêssis sussurrar.

Beliel estava confusa, não queria mais uma missão, mas deixar a HIDRA se reerguer era a prova real que seu arqui-inimigo viria atrás dela, seu ex-amigo. Suspirou cega de mágoa.

Ela tinha que aceitar, não podia deixar a HIDRA destruir mais uma vida.

Andou pelos corredores até a velha ala, que ela ajudou a construir tijolo por tijolo, andou até um escuro e empoeirado corredor, abriu com um tranco a porta de seu antigo quarto.

Ele era branco, muito evoluído em arquitetura, cheio de enfeites que Beliel trazia consigo, cada missão era um enfeite, ela se jogou na cama, observando o pó levantar, ninguém entrara naquele quarto desde ela partira.

Ela estava finalmente só e não impediria as lágrimas que desejavam rolar pelo seu rosto, trilhando um grosso caminho até o colchão empoeirado.

Chorou pelas lembranças perdidas, chorou pela infância da qual não se lembrava, chorou por ser enfim descoberta, chorou sobretudo por James, ele realmente nem se lembrava dela. Em silêncio ela despejou todos os seus medos.

Beliel se sentia acabada, não encontrava razão para continuar, mas o resto das almas inocentes precisavam dela para manter suas inocências. Aos poucos as lagrimas cessaram e ela ficou lá, deitada, com fome, frio e incapacitada de levantar, sem um amigo no mundo, sem ninguém que amasse ela. Fechou os olhos por fim.

...

James vagava pelos corredores confusos da AA se confundindo ainda mais sobre seu estado.

Enquanto a menina estava desmaiada ele tivera conversas importantes com Nemêssis, que lhe prometera que Beliel lhe contaria tudo, mas ele precisava ajudar ela. Bucky concordou imediatamente, sabia como era estar na HIDRA, nunca mais queria ver alguém sofrer assim, apesar de frio, James tinha coração, as pessoas se esqueciam disso.

Achou um banco em um corredor sem luz e sentou. Aparentemente o soro de Beliel era uma modificação de Steve Rogers, um soro antes do seu próprio soro. Bucky se perguntara por que mudaram a forma do soro. Beliel era claramente muito potente, não tinha dúvidas que se o soco que ela lhe deu poderia matar um agente de alto escalão, mas a menina por baixo do soro parecia frágil, instável. Bucky se perguntou novamente se seria isso que o soro fazia com ela ou ela era assim.

A impressão que tinha era que a conhecia mais que o simples flashback que ele tivera, tinha a impressão que ele sabia tudo sobre ela, não sabia porque, mas gostava dela, da reação que provocava nela, do arrepio ao ouvir sua voz.

Balançou os cabelos afim de tirar toda aquela bobagem de sua cabeça, ela era uma missão, várias vezes, mas ainda sim apenas isso! Não era?

Seu coração dizia que não. Ele ainda estava confuso sobre tudo, fazia pouco tempo que tinha saído para o mundo real, não sabia muita coisa, era péssimo em história atual, sempre fora.

Encostou a cabeça nos joelhos e ficou pensando em seu passado, nos flashes de memória que tinha, Steve, Natalia, essa menina com asas. Sentiu vontade de socar algo. Levantou cego pela raiva e socou a parede, fazendo um rombo em um quarto escuro empoeirado. Sentiu curiosidade e foi investigar.

Olhando pelo buraco que fizera observara varias pastas de documentos, em um deles viu seu nome, a parede não tinha portas mas ele decidiu abrir uma passagem, socou tantas vezes que abriu um buraco relativamente grande.

Passou com esmero por ele e sentou no chão empoeirado, pegando sua pasta.

Abriu com as mãos trêmulas e se surpreendeu com o que achou.


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Notas finais do capítulo

SOU CRUEL EU SEI!! Comentem, sem fantasmas!



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