You're just walking around then suddenly
Everything that you thought that you knew about love is gone
You find out it's all been wrong
Daughtry

Encarava o marido que dormia ao seu lado. A respiração calma e profunda demonstrava que ele tinha um sono tranquilo e, pelo pequeno sorriso em seus lábios, poderia dizer que sonhava com algo agradável.

Espreguiçou-se, ainda sem levantar da cama, e verificou o relógio. Cinco e meia. Em breve Inojin acordaria e o som de seu choro infantil tomaria toda a casa.

Observando a vida que possuía agora, só conseguia sorrir. A guerra trouxe dor, sangue e lágrimas para a vida de todos, além da morte de seu pai. Mas trouxe também amadurecimento e a verdadeira paz, tão almejada e nunca antes conquistada realmente.

Atualmente trabalhava no hospital de Konoha, juntamente com Sakura, além de ser uma kunoichi digna de reconhecimento e admiração. Ainda acompanhava seu time em eventuais missões que surgiam, embora desde o nascimento de Inojin isso tenha se tornado escasso.

Sobre isso, se alguém lhe dissesse que um dia iria se casar com Sai e ter um filho com ele, ela riria na cara da pessoa.

Reparara em Sai em algumas ocasiões, notando que ele tinha uma beleza um tanto quanto estranha, mas ainda assim atraente. Ela gostava de sua palidez e seus cabelos negros, porque fazia com que recordasse de Sasuke, aquele que outrora fora dono de seus pensamentos.

Encarando o moreno ao seu lado ela conseguia perceber que, na realidade, eles nada tinham de parecido. Sai tinha os cílios um pouco maiores e os olhos mais puxados do que os do Uchiha. A pele era excessivamente pálida, porém perfeita. Nenhuma mancha, nenhuma sarda, nem pinta. Os fios negros como ébano era lisos e macios, além de domáveis. Nada os fazia ficar em pé, nem mesmo gel.

Mas o que realmente tornava-os diferentes era a personalidade e o interior. Sasuke era uma boa pessoa, porém marcada por mais traumas do que uma pessoa merece ter, o que influenciou de maneira negativa em diversos aspectos de sua personalidade.

Já Sai tivera experiências ruins e fora moldado de forma a não sentir, não entender e não se apegar. Era uma tela em branco que fora cuidadosa e amorosamente pintada por todos em Konoha. Apesar de ainda ser um pouco inconveniente em algumas situações e totalmente ingênuo em outras, e continuar a ler livros de auto-ajuda, o moreno era uma pessoa tranquila e extremamente carinhosa, pelo menos com ela.

Não se contentava em vê-la sorrir parcialmente, ou falso, como ele costumava dizer. Gostava de ver os dentes perfeitamente alinhados e o som de sua gargalhada.

Era um gentleman que a conquistou com suas pequenas gentilezas, a graça em não entender certos aspectos sociais e com o grande coração que escondia com aquele rosto treinado para não sentir e ser apenas uma ferramenta.

Era comum alguns comentários maldosos sobre como ela casara com alguém parecido com quem gostara anteriormente, mas Ino aprendeu a relevar, já que nem mesmo Sai ligava para eles.

Ele a conhecia e sabia que ela o amava com todo seu coração e que o único homem que poderia competir com o amor que a loira sentia por si era o pequeno loirinho de olhos azuis deitado no berço ao lado da cama do casal.