Será? escrita por Alexis R


Capítulo 8
Kripitonitonita


Notas iniciais do capítulo

Gente estou aqui de novo! Agora sim é emoção.



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Depois de ajudarem o Mestre a organizar as coisas, Cobra e Duca deram a desculpa de ir caminhar na trilha e foram até a Pedra do Índio preparar as coisas para o encontro da Liga da Justiça, como haviam apelidado o grupo. Logo encontraram a lona que Alan havia deixado escondida e armaram uma barraca grande o suficiente para os seis ficarem sentados. Depois de deixarem tudo preparado, eles voltaram para o acampamento.

–--*---

Karina estava lendo um livro em sua barraca, quando Pedro entrou de surpresa.

–Pê, tá tudo bem?

–Tudo ótimo, só vim namorar um pouco com a minha esquentadinha. O Mestre Cruel foi passear com a tia Dandara, então estamos em paz. –disse beijando a namorada. Eles começaram com beijos, mas as coisas foram começando a esquentar. Pedro beijava o pescoço de Karina e pôs a mão em sua bunda.

–Pedro, para! Pedro... –mas, tomado pelo desejo, Pedro não escutou a namorada, que deu uma joelhada no “Dênis”.

–Ai, K, não bate no Dênis!

–Eu mandei você parar! E quem é... Ah, tá, o “Dênis”. –corou.

–K, me desculpa, tá!

–Pedro, me dá um tempo, tá. Eu vou tomar um ar. –os dois saíram da barraca e Karina deu de cara com Vicky. Apesar de ter ficado com raiva da não punição de Bianca, ela havia decidido ficar na Ribalta.

–Oi, Tomboy. Brigou com o Cabeludinho?

–Me erra, ô Vickyranha!

–Cuidado, viu, toda estropiada assim você não consegue me bater e a sua irmã não tá aqui pra te defender. O Cabeludinho logo, logo, vai cansar de você. Nem aguenta ser tocada. –Karina saiu de perto da garota e foi para fogueira ao lado de Fabi e Pri.

–--*---

No dia seguinte, à tarde, Henrique parou o carro na frente da casa de Bianca e Jade, que já o esperavam. E, logo, entraram no carro.

–Então, Bi, a K continua lutando?

–Sim, ela tem muito talento, mas sabe como é o mestre Gael, não quer deixar ela lutar de jeito nenhum. Mas, uma hora vai ser inevitável.

–Acho que sue pai não muda nunca, né? O seu namorado deve sofrer.

–O meu pai adora o Duca, ele não implica com o nosso namoro.

–Fiquei sabendo que querem remontar o Romeu e Julieta da Ribalta. Eu vou fazer o teste pra Romeu e eu sei que você sempre quis o papel de Julieta.

–Eu quero muito, mas, se nós dois ganharmos, saiba que os beijos serão técnicos.

–Ah, Bi, nem um beijinho de verdade?

–Nossa, paulista, você é insistente mesmo! Não vê que a sem sal não te quer mais?! –interferiu Jade, cansada de ouvir as cantadas manjadas de Henrique.

–Obrigada, Jade. Por algum milagre, você falou uma coisa certa.

–Nossa, vocês duas se amam.

Quando os três chegaram ao acampamento, foram ao encontro dos namorados, que fecharam a cara com a presença de Henrique.

–Não precisam agradecer por trazer as namoradas de vocês em segurança. –ironizou. Ambos fizeram menção de ir pra cima de advogado, mas Gael interveio.

–Yo! Não precisa de briga, foi só uma carona. –disse abraçando a filha.

–Isso mesmo, paizinho. Cadê a K? –antes que Gael pudesse responder, Karina se se jogou em cima de Bianca para abraçá-la, quase derrubando a irmã.

–Estava com saudades, Bi.

–Eu também, K. Tomou o seu remédio direito?

–Tomei, sim. Você se preocupa demais, Bi.

–Eu vou na barraca me trocar. Du, nos encontramos daqui a pouco.

As irmãs foram até a barraca.

–Que cara é essa, Bianca?

–Você e o Pedro já dormiram juntos?

–Dormimos ontem, mas a gente só dormiu. Ele estava tão mal, que até o papai deixou. -contou ela o ocorrido.

–Ah, K, você deu o conselho certo, a Delma tem que ouvir isso do Marcelo mesmo. Ele tá melhor?

–Tá, sim. Mas, fala logo por que você tá estranha.

–Nós já tivemos essa conversa antes de você e o Pedro terminarem e você disse que não estava pronta. Mudou alguma coisa?

–Não. Ah, Bi, por que eu não sou uma garota normal? Ontem, o Pedro estava aqui e as coisas esquentaram, eu pedi pra ele parar e ele não escutou...

–O quê? Eu vou ter uma conversa bem séria com aquele moleque!

–Bi, por favor, dar uma de mestre Gael não vai me ajudar em nada.

–Tá, foi mal, é que você é a minha irmãzinha, tá, eu tenho ciúmes também. Olha, K, não tem nada de errado com você, é normal se sentir insegura nessas horas. Essas coisas tem acontecer no seu tempo, não no dos outros.

–Bi, mas se continuar assim, o Pedro vai cansar de mim e cair nos braços da Vicky!

–K, para de ser boba, o Pedro te ama. Ele não deu mole pra essa garota nem quando você estava brigada com ele.

–Mas ele é homem e uma hora ele cansa de esperar!

–Se ele fizer isso, é porque ele é um babaca que não te merece, e eu duvido que o Pedro seja isso. –disse fazendo cafuné na irmã.

–Eu espero que você esteja certa.

–K, você não pode ter a sua primeira vez porque tá com medo de perder o Pedro. Eu já te falei isso e eu repito. Eu não vou fazer que nem o papai e querer que você passe o resto da vida casta, mas eu não quero que ninguém, mesmo sem querer, se aproveite da tua insegurança. Do jeito que você tá, eu tenho medo que isso aconteça.

–Mas, se esse for o único jeito...

–Não, K, até você de fato decidir por você que quer isso, eu vou fazer mais marcação nesse namoro do que o papai e não adianta mentir pra mim, que eu te conheço. Agora, quando de fato você quiser tomar esse passo, eu te levo na ginecologista e até dou um jeito de você ficar sozinha com o Pedro. Mas, antes disso, eu tô de olho. –disse imitando o gesto do pai e se levantando.

–Vai aonde?

–Vou encontrar o Du. Mais tarde eu volto. Nada de visitas aqui. –disse saindo. Ela procurou por alguns minutos até encontrar Pedro junto com o pessoal da banda.

–Sol, eu vou pegar o Pedro emprestado uns minutinhos.

–Eita, Pedrinho, pelo visto deu ruim pra você. Só devolve ele inteiro, tá, Bia?

–Eu não posso prometer nada. –disse ela puxando o cunhado pelo braço até um canto afastado de todos.

–Qual foi, cunhadinha?

–Eu quero ter um papo reto com você. Sem gracinha, que eu não tô de brincadeira.

–Pode falar.

–A K me contou o quê aconteceu ontem a noite. Escuta aqui, eu sempre apoiei o namoro de vocês, até fiz a merda de te pagar pra namorar a minha irmã, mas tudo por achar que você podia fazer ela feliz. Eu até ajudei vocês com o meu pai, mas eu não vou admitir que você se aproveite da minha irmã!

–Auto lá, Bianca, eu amo a Karina, nunca faria isso!

–Ah não? Então por que você não se controlou ontem?

–Poxa, Bianca, eu sou homem, foi sem querer. Eu não escutei ela falando que era pra parar, não foi a minha intenção, nem nunca vai ser forçar a barra com a Karina!

–Desculpa, tá? Eu não acho que seja a sua intenção, mas a presença da Vicky deixa a K insegura. Eu espero que você não queira que a primeira vez de vocês aconteça porque a K tem medo de que você largue ela por essa piranha só porque vocês não transam!

–Não, eu não quero isso mesmo, você sabe que eu amo a sua irmã.

–Eu sei, mas sei também que você tá cheio de hormônios e que você pode não perceber se ela te disse sim pelas razões erradas e não conseguir se controlar. Então, até a Karina estar pronta de fato, eu vou ficar de olho. –disse ela fazendo o gesto.

–Eu entendo.

–E também tem outra coisa. A Vicky com certeza falou alguma coisa pra K ontem. Você que trouxe esse problema pra vida da minha irmã e é bom você resolver, porque até bater nela, eu bati, e não adiantou.

–E o que você quer que eu faça?

–Não sei, se vira. Mas resolve.

–Mas, Bianca...

–Você sabe como a K se machucou?

–Ela se meteu numa briga...

–Não, ela ficou tão transtornada com o que aquela vaca disse pra ela, que foi procurar o Cobra pra lutar. Só que, no caminho, ela encontrou o Lobão e foi com ele pra uma luta ilegal.

–Então a K ficou toda machucada por causa daquela garota?

–Ficou.

–Eu vou dar um jeito, cunhadinha.

–Desculpa se eu fui grossa...

–Eu te desculpo se você ensinar essa sua técnica pra eu usar com os namorados da Tomtom, daqui a uns 15 anos, é claro.

–Eu ensino, mas agora me deixa ir, e lembre-se...

–Que você tá de olho, eu sei.

Duanca e Cobrade se encontraram na fogueira e foram andando até a Pedra do Índio.

–--*---

Depois de um banho de cachoeira, o casal Nalan estava sentado perto da fogueira.

–Amor, nós temos que ir encontrar o Duca e os outros.

–Eu queria ficar aqui com você. Mas, pelo menos, nós vamos ter nossa liberdade. –disse abraçando o noivo.

–Eu sempre quis te trazer nesse lugar, e agora ele é nosso. Foi aqui que eu pedi a mulher da minha vida em casamento.

–Eu nunca achei que ia me casar.

–Muito menos eu. Olha, Léo, eu sei que é a sua família, mas eu não quero ninguém te explorando. Ajudar os seus pais, tudo bem, mas não quero você se matando de trabalhar pra ficar dando dinheiro pra parentada que não trabalha.

–Você tá certo, já tá mais do que na hora de eu dar um basta nisso mesmo. Se eu não ficasse caindo nas chantagens emocionas deles, eu não tinha me envolvido com o Lobão.

–Então. Essa gente não se importa com você, mas nós podemos, sim, ser uma família de verdade. –depois de mais um beijo, eles saíram de encontro ao restante do grupo. Eles chegaram e logo avistaram os demais. Alan correu para abraçar o irmão.

–Alan, você deve se lembrar da Bianca...

–Eu lembro, mas ela ainda era uma pirralha. Escolheu bem, maninho. –disse ele cumprimentando Bianca.

–Eu só tenho cunhado engraçadinho, pelo jeito. –brincou Bianca.

–Cunhado? Quer dizer que a Karina namora? O Mestre deve surtar com isso. –riu ele.

–Não, só que ele e a Bianca marcam em cima também. E essa é a Jade e o Cobra. Ele ficou um tempo na Khan e foi quem nos contou sobre o Lobão e a Karina. –logo, Alan concluiu que o irmão havia seguido o seu conselho e ficado em silêncio sobre isso. Ele cumprimentou o casal.

–Só moças bonitas aqui hoje. Antes da gente começar, eu e a Nat temos uma notícia. Nós vamos nos casar!

–Não acredito que esse dia chegou! Parabéns! –disse abraçando o irmão e depois a cunhada.

–Nossa, lutadora, que anel lindo. –falou Jade.

–É, o Alan caprichou.

–Agora, vamos parar a conversa de comadre, né? A propósito, parabéns ao casal. –disse Cobra.

–O Cobra tá certo. Vamos nos dividir pra achar esse Pen Drive. Eu só posso dar as caras quando isso estiver na mão da polícia.

–Eu levo, é só me emprestar a moto. –se ofereceu Cobra.

–Tá, os demais ficam por aqui. Podem ter seguido algum de nós. Se perceberem algo estranho, avisem.

Depois de algum tempo, eles se dividiram. Cada casal foi para um lado e combinaram voltar para a barraca em 3 horas. Esses encontros e as buscas se estenderam até a sexta-feira. Eles já estavam perdendo as esperanças, quando... Cobra e Jade estavam vasculhando em uma clareira na mata, quando a bailarina viu alguma coisa vermelha entre as folhas.

–Cobra, acho que tem alguma coisa ali... –Ele pegou. Era uma luvinha vermelha que tinha um pen drive dentro.

–Nós encontramos, Dama! –eles se beijaram em comemoração. Voltaram para a barraca e os irmãos Menezes estavam desanimados e Nat e Bianca muito nervosas. Mas, quando viram a luvinha na mão de Cobra, todos vibraram.

–Finalmente eu vou me livrar daquele desgraçado! –disse Nat.

–É, meu amor, agora nós vamos ter a nossa vida.

–E a Karina vai estar segura.

–Acabou todo esse sofrimento. –disse Jade.

–Fim da linha pro Lobão. –disse Cobra.

–É, agora nada mas vai atrapalhar nenhum de nós.

Atrás das arvores, não longe dali, uma figura os observava. Ao ver a comemoração do grupo, o homem pegou o walkie talkie e falou.

–Peguem a menina.

–--*---

Karina estanhou a demora da irmã e saiu da barraca que todos dormiam. De repente, sentiu-se segurada por dois homens que surgiram da escuridão. Ela se sentiu tomada pelo medo, tentou lutar, mas eles eram maiores e mais fortes tentou gritar por ajuda, mas um deles pôs um pano em seu nariz e boca. Logo, um cheiro forte de éter invadiu as suas narinas, seus pulmões começaram a arder e ela sentiu a sua cabeça pesar. Em poucos segundos, ela caiu numa densa escuridão.

Bianca, Jade e Duca caminhavam de volta para o acampamento, quando Bianca parou de repente. Ela foi invadida de súbito por um aperto no peito, sua vista ficou turva. Ela sentia que era tomada por uma sensação de perda. Só podia significar uma coisa. Duca amparava a namorada, com a ajuda de Jade, ambos sem entender o que estava acontecendo.

–A Karina! Aconteceu alguma coisa com a Karina!

–Calma, linda, você só tá estressada. A K tá bem.

–Escuta o seu lutador, a machinho, no máximo, tá na barraca do guitarrista. –Bianca se soltou dos dois começou a correr. Eles foram atrás dela preocupados. Bianca foi até a barraca que dividia com a irmã. Seu coração parou por alguns segundos quando não encontrou Karina, e sim um bilhete. Ela estava paralisada, então Duca pegou o papel e leu em voz alta.

“Acharam que podiam nos derrotar? Vocês até dariam bons heróis, mas até o Super Homem caiu com um pedaço de Kryptonita. Pegamos a Karina, e, se quisermos, nós fazemos o mesmo com os outros.”

Junto com a carta, haviam fotos coladas. A primeira era de Karina desacordada, a segunda de Lucrécia entrando em seu apartamento, a terceira de dona Dalva na Banca, a quarta de uma garotinha num balanço de um parque e a quinta de uma garota morena de cabelos negros, aparentando a mesma idade de Karina. Atrás da colagem, estavam os dizeres: “Nos entreguem o pen drive na Pedra do Índio antes do nascer do Sol. Ou a Karina vai ser a primeira a morrer.”


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Notas finais do capítulo

E agora gente o que será da Karina? Quero sugestões viu! Nossos heróis estão entre a cruz e a espada! Comentem! XOXO



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