Será? escrita por Alexis R


Capítulo 5
A Arte da Guerra


Notas iniciais do capítulo

Ahá! Consegui! Aqui estou eu, postando um capítulo fresquinho pra vocês às 14:10 do último dia do ano!! Uhul!



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–Porque eu sou um babaca, imbecil, orgulhoso, que precisava inventar uma desculpa pra mim mesmo pra poder lutar pela garota que eu amo. Quando você me bateu, eu fiquei magoado de verdade, eu gostava de você, mas estava cansado de apanhar, achava que você não gostava de mim. Quando a Bianca falou que você gostava, eu não quis dar o braço a torcer. Como eu estava nervoso com o lance da demo, falei do dinheiro, mas não era sério. Quando a sua irmã veio me procurar pra dizer que ia me dar a grana, eu vi a chance de realizar o meu sonho, e isso, como eu disse, foi a desculpa perfeita pra eu parar de fugir do que eu sentia. Eu comecei a gostar de você no dia em que você entrou no Perfeitão pela primeira vez. E no dia que eu te vi sorrir pela primeira vez naquele ônibus, eu me apaixonei perdidamente. Mas depois daquele chute, eu quis negar o que eu sentia. Eu sei que é difícil pra você acreditar no que eu tô falando, mas me dá uma chance de provar que eu te amo.

Karina ficou sem ação diante das palavras de Pedro. Ela via em seus olhos que ele estava sendo sincero. Karina fechou os olhos e suspirou.

–Eu vou te dar uma chance, Pedro. Você me magoou muito, mas quando a gente estava junto... Eu nunca fui tão feliz e eu quero essa felicidade de volta. Eu te amo, mas, se você me magoar de novo, não vai ter volta. Eu não quero que você minta pra mim ou que faça falsas promessas. Se eu ouvir da sua boca qualquer coisa que seja diferente da verdade, acabou pra sempre, entendeu?

–Entendi, esquentadinha. Posso te dar um beijo? –Karina assentiu. Os dois se aproximaram e se beijaram. Um beijo cheio de amor, paixão e, sobretudo, cheio de saudade.

Do outro lado da praça, Vicky observava a cena.

–Eu vou acabar com a felicidade desses dois. –ela jurou.

–--*---

Gael entrou abalado em casa, junto com Dandara.

–João, vem na área de serviço me ajudar com a roupa, que a Bianca e o Gael precisam conversar, e nós também. –eles saíram da sala.

Gael sentou-se na poltrona e virou-se para a filha.

–Bianca, com que direito você foi fazer essa maldito exame?! Você acha que pode fazer o quê quer e manipular a vida dos outros?! Você passou de todos os limites! De novo!

–Quem passou de todos os limites foi você! A Karina chegou aqui arrasada porque você a escorraçou da academia! Ela me perguntou se você a culpava pela morte da mamãe e disse que devia ter alguma coisa de errado com ela, porque você sempre olhou pra ela diferente! Você que não tinha o direito de magoá-la!

–Isso não teria acontecido se você não tivesse feito esse exame!

–Pai, você acha que eu nunca percebi esse seu modo de olhar a K? Quando eu ouvi a tua conversa com a Dandara, achei que isso era coisa da tua cabeça, eu achei que se eu fizesse esse exame, ia dar positivo, e isso ia tirar essa história da sua cabeça. Eu nunca achei que a mamãe iria te trair, e, muito menos, que você ia descontar essa história na K. Não é possível que essa história mude o seu amor por ela.

–Não muda! É claro que não muda! –exclamou, exasperado.

–Pai, você puniu a K a vida inteira por causa dessa história. Ela sempre se sentiu menos amada por você e agora que você sabe que tudo isso é verdade. Você a fez se sentir odiada! Eu sei que toda essa história te magoa. Poxa, me magoa também saber que a minha mãe, a mulher que sempre me inspirou, não passa de uma vadia que traía o marido enquanto ele cuidava sozinho da filha; mas a K, pai, ela não tem a mínima culpa. Ela já sofre demais achando que a mamãe morreu por culpa dela, sofre porque não pode ter nunca um amor de mãe. Você pode achar que ela é durona, igual o senhor, mas ela é frágil. Ela não pode sofrer por causa dessa história. –Gael respirou fundo.

–Eu nunca quis fazer a K se sentir assim, filha, eu amo vocês duas igualmente, independente do que aquele exame diz...

–Pai, não adianta você falar um coisa, e mostrar outra com as suas atitudes. Eu errei mais uma vez em fazer esse exame, mas eu vou fazer de tudo pra proteger a K dessa história. Eu só espero nunca ter que proteger ela de você. –disse ela voltando para o fogão.

Gael ficou sem palavras e foi para o quarto.

Logo depois, Karina chegou toda sorridente, mas o seu sorriso se desfez ao ver que Bianca chorava.

–Bi, o que foi? –ela perguntou preocupada, se aproximando da irmã.

–Não é nada. –disse Bianca, secando as lágrimas rapidamente.

–Bi, ninguém chora por nada, muito menos você. Já sei, brigou com o pai por minha causa.

–K, não se preocupa comigo. Agora, me conta, por que estava sorrindo daquele jeito quando chegou? –perguntou, desconversando.

–Eu vi o Pedro falando com a Vicky. Ele a dispensou e falou um monte de coisas lindas sobre mim, aí eu decidi ouvir o lado dele da história. E a vou dar outra chance pra ele. –Bianca abraçou a irmã.

–Que bom, K, o Pê te faz muito bem.

–--*---

Na manhã seguinte, Bianca acordou bem cedo, na verdade, nem dormira. Apesar do fim do namoro com Duca, a garota ainda era próxima de dona Dalva. Como o ex estaria na Aquazen, decidiu falar com ela sobre o que havia descoberto; ela conhecia o passado da mãe e poderia ter alguma pista sobre quem é o pai biológico de Karina. Ela bateu na porta, foi atendida pela senhora, e entrou.

–Bom dia, minha filha. Aconteceu alguma coisa? Que tal irmos pra banca? –sugeriu a senhora. A velha temia que Bianca avistasse Nat e pensasse besteira. Antes que a morena respondesse, Nat desceu.

–Então, você já tá até dormindo aqui.

–Não é nada do que você tá pensando... –dona Dalva tentou explicar.

–Até a senhora, dona Dalva? Vai me dizer que esses dois são só amigos?!

–Só amigos, não, Bianca, eu e o Duca somos cunhados.

–Eu não vou cair nesse papinho de ex do Alan. Ele tá morto, não irá impedir...

–O Alan, meu neto, está vivo. –disse dona Dalva.

–É por isso que eu estava atrás do Duca. O Alan fugiu pra se proteger, ele descobriu provas contra o Lobão. –Bianca ficou chocada com a revelação.

–Ele só terminou com você porque essa história toda é muito perigosa, ele queria te proteger. Ele ainda é louco por você. E comigo, você não precisa se preocupar, eu amo o Alan. –afirmou Nat.

–E por que você tá me contando tudo isso? –perguntou desconfiada.

–Eu tô longe do Alan por não ter escolha. Acho ridículo um casal que se ama ficar separado à toa. E nós vamos ser da mesma família, começamos com o pé esquerdo, só tô tentando consertar isso. –Bianca sorriu.

–Bom, então eu te devo desculpas, eu agi que nem uma louca.

Duca havia esquecido sua carteira em casa e voltou pra pegar. Quando entrou, quase caiu duro ao ver a avó, a cunhada e a ex-namorada conversando animadamente.

–Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

–Dona Dalva, acho melhor deixarmos esse dois sozinhos... –sugeriu Nat.

–Eu não posso subir as escadas, vão os dois pro quarto. –mandou a senhora.

Eles subiram e foram pro quarto de Duca.

–A Nat me contou tudo sobre o Alan. Você me magoou muito, Duca.

–Eu só queria te proteger! –argumentou.

–Eu não te pedi proteção! –retrucou Bianca, irritada.

–Mas o seu pai pediu! Ele me pediu pra me afastar de você quando eu decidi ir atrás do meu irmão.

–E você obedeceu! –indignou-se.

–Aquele dia que a gente voltou, aqueles caras que estavam seguindo a gente eram capangas do Lobão, eles podiam ter te machucado! Bia, eu te amo, eu não podia deixar isso acontecer.

–Era só você ter me contado a verdade. Eu não vou te julgar por querer ajudar o seu irmão.

–Eu só quero que você fique fora disso, por favor. –pediu Duca.

–Eu fico, só não quero ficar fora da tua vida.

–Nem eu, eu não aguento mais ficar sem você. –disse ele beijando-a. O beijo foi ficando cada vez mais quente. Logo, Duca estava em cima de Bianca, que conseguia sentir o quanto o rapaz estava “animado”. Ela tirou camisa dele com rapidez. Tinham tanta saudade do corpo um do outro, que pularam as preliminares e logo consumaram o seu amor; se entregaram um ao outro de corpo e alma.

Depois de dois rounds, Bianca estava deitada no peito do namorado.

–E agora, Du?

–Eu vou conversar com o seu pai.

–Eu não tô nem aí pro que ele diz. –disse, fechando a cara.

–O quê aconteceu?

–Tivemos um briga feia, mais tarde eu te conto, preciso ir para a academia.

–--*---

Bianca entrou na academia e viu a irmã treinando com Zé. O pai estava do outro lado, ela o ignorou e entrou no escritório. De repente, Jade entra.

–O quê você quer aqui? Veio se matricular?

–Não, eu preciso falar com você sobre a machinho. Mas não pode ser aqui.

–Tá, vamos subir para Ribalta. –elas foram até a sala de canto e Jade trancou a porta por dentro.

–É melhor você sentar. –Bianca fez cara de confusa, mas sentou. –O Cobra saiu da Khan...

–E eu com isso? –perguntou rudemente.

–Ô sua sonsa, antes dele sair, ele descobriu uma coisa sobre a sua irmã.

–Eu juro que se a Karina estiver indo naquela academia, eu...

–Respira, ô sem sal, não é isso.

–O quê é, então?

–O Lobão falou pro Cobra que teve um caso com a sua mãe, que pode ser pai da Karina e que quer levar ela pra lá. –depois de ouvir a notícia, Bianca ficou pálida, sua respiração começou a acelerar, seu coração batia forte e ela tremia.

–Sonsa, não vai morrer aqui! A gente se odeia, vão querer pôr a culpa em mim.

–Jade, para de graça. Você tem ideia do quanto isso é serio?! Do quanto esse cara é perigoso?!

–Eu tenho sim. Como eu te falei, a sua irmã me ajudou e eu me importo com ela. Esse cara deu uma surra no Cobra por ter saído da Khan, eu sei que ele é perigoso, eu só estou te contando isso porque até eu sei que, apesar der ser uma sonsa insuportável, você é a melhor pessoa pra proteger a Karina.

–Muito obrigada por estar me ajudando a fazer isso, Jade. Eu sei que nós temos nossas diferenças, mas a K é tudo pra mim. Eu já tinha prometido pra ela que ia falar com o meu pai sobre o Cobra. E eu vou fazer isso. Você deveria conversar com a Dandara, ela é amiga da sua mãe, pode convencê-la a pegar mais leve com o namoro de vocês.

–Até que você é esperta. Acho que vou seguir o teu conselho. E obrigada também por estar disposta a ajudar o Cobra. –disse ela saindo.

–--*---

Pedro não tinha aula, então, decidiu mandar uma mensagem para Karina encontra-lo na praça.

–K, tá tudo bem? –perguntou vendo a carinha tristinha.

–Ah, Pê, eu tive uma briga com o meu pai, ele me falou um monte por nada, e hoje ele me ignorou o dia todo. Pior que eu acho que a Bia também brigou com ele, ela estava chorando ontem quando eu cheguei e a Bi não é de chorar. Eu acho que tem alguma coisa que eu não sei acontecendo naquela casa.

–K, vai ver eles tão com algum problema e não querem te preocupar.

–Eu não sei, meu pai nunca tinha falado daquele jeito comigo. E ele e a Bia quase nunca brigam. Às vezes eu acho que só trago dor de cabeça pra eles.

–Não fala isso, esquentadinha, aqueles dois te adoram.

–Pê, o meu pai sempre nos tratou diferente, sabe. Ele sempre foi mais carinhoso com ela, apoiou o namoro dela com o Duca desde o começo e tentou proibir o nosso ele; a deixou estudar na Ribalta, mas não me deixa lutar. Antes eu meio que culpava a Bia por isso, mas hoje eu vejo que era muito injusta com ela. Ela sempre tentou suprir a ausência da nossa mãe, até essa falta de carinho do meu pai. Eu acho que dou trabalho demais pra ela. Às vezes acho que meu pai me culpa pela morte da minha mãe, a Bi diz que não, ela me deu uma foto deles comigo quando eu nasci. E é verdade, o meu pai parece feliz com a minha chegada, me olha com tanto amor... Mas, ontem, ele me olhou com raiva, sabe. Eu realmente acho que tem alguma coisa em mim que meu pai tem raiva, e a Bi fica mentindo pra me proteger, eu acho que ela sabe o que é e por isso brigou com ele.

–Meu amor, eu queria tanto saber o que te dizer pra fazer você se sentir melhor, mas eu acho que você tem que conversar com o teu pai, falar que essa atitude dele tá te machucando. –disse ele, abraçando a garota. Karina se sentia segura e amada em seus braços.

–Eu não entendo por que a vida foi tão injusta com a gente, sabe. Minha mãe teve que morrer pra eu nascer, por mais que eles tentem esconder, é normal que isso afete eles dois. –sem saber mais o que dizer, ele simplesmente abraçou a namorada. Vicky ouvia toda a conversa, era com isso mesmo que ela iria atacar a adversária.

–K, vamos comigo até a Ribalta? –os dois subiram. Vicky foi logo atrás.

–Perdeu alguma coisa na cara do meu namorado? –perguntou Karina, grossamente.

–Nossa! Além de se vestir que nem um menino, não tem educação! Parece a até que não tem mãe... –disse ácida, sabendo que atingiria a menina.

–Cala a boca, garota, a mãe dela morreu! –disse Pedro, irritado.

–Você quer dizer que a sua namoradinha matou a mãe dela. Tenho dó da irmã e do pai dela de terem que olhar pra cara dela todos os dias. O pai dela deve ter tido dó de mandar pra um orfanato sabendo que ninguém ia querer. –depois de ouvir isso, Karina saiu correndo e se trancou no cubículo do banheiro.

Bianca viu a irmã sair correndo e Vicky sorrindo.

–Eu falo com a machinho, dá um jeito nessazinha. –disse Jade, olhando Vicky de cima a baixo.

–O que você disse pra minha irmã? –perguntou parecendo uma leoa defendendo seus filhotes.

–O que vocês sempre sonhou em dizer. –disse com desdém. –Como deve ser difícil ter que aturar a assassina da sua mãe! –Bianca deu um tapa, digno de doer até em quem ouvia o estalado, no rosto da menina, que caiu no chão. Em seguida, ela levantou a garota pelo pescoço. Bianca não era lutadora, quase do mesmo tamanho e peso da menina, mas a raiva lhe deu uma força acima do normal.

–Escuta aqui, sua piranha: Você nunca mais ouse falar uma coisa dessas, porque, se isso se repetir, eu juro que eu vou bater tanto nessa sua cara, que nem a sua mamãezinha vai te reconhecer. Decorou? –disse jogando a garota no chão.

–--*---

–Machinho, sai daí. –disse Jade. Ela estava parada na porta de um box do banheiro em que Karina havia se enfiado, depois de sair correndo da cena. –Não liga pro que aquela aprendiz que piriguete diz.

–Vai embora, Jade. –respondeu Karina, com a voz embargada.

–Essa menina só quer te atingir. É obvio que a sonsa da sua irmã te ama, ela estava agora dando uns tapas naquela piranha. E o seu pai, duvido ele ter falado coisa pior que a minha mãe me fala sempre. Eu passei muito tempo achando que o problema estava comigo e você foi quem me disse que estava com ela. Você sabe que não tem culpa de nada, então, sai daí e vem me ajudar com a sem sal, antes que ela seja presa por homicídio. –Karina abriu uma fresta da porta e Jade a puxou para fora, revirando os olhos.

Assim que o fez, Bianca entrou no banheiro, viu a irmã, e a abraçou forte. Karina se sentiu aliviada com o gesto.

–Pedro, leva a K pra casa. –pediu Bianca.

–Vamos, esquentadinha. –disse segurando a mão da garota.

–Olha, Bianca, acho que encontramos alguém que odiamos mais do que uma a outra. Essa garota, além de ficar implicando com a machinho, acha que é dona da Ribalta; já me desafiou várias vezes.

–É, já faz tempo que eu tô querendo colocar essa vaca no seu devido lugar.

–Se temos uma inimiga em comum, temos que nos unir contra ela. Não tô falando pra sermos amiguinhas, mas...

–Isso é a Arte da Guerra, Jade, eu sei. Vamos acabar com essa garota. Mas isso vai ser fichinha. O inimigo de verdade é outro.

–Como assim? –Jade ficou confusa.

–Você acha que o Lobão vai aceitar a saída do Cobra?! Aquela surra foi só um aviso.

–Você tá certa, mas só a gente conta esse cara...

–Vem comigo mais tarde na casa do Duca e você vai entender. Leva o seu lutador.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Quem aí viu o beijo muito fofo do Rafa na bochecha da Bela na música de Ano Novo da Globo? o/ Quero desejar pra vocês um Feliz Ano Novo, boas férias e tudo de bom pra vocês! E também quero deixar avisado que, provavelmente, só volto com as fics no final de Janeiro, pois vou viajar o mês inteiro. *o*
Beijos e até breve!



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