Wordless escrita por Brenda


Capítulo 1
To continue, they just needed to be together




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Seus olhos vasculharam o grande pátio da prisão em busca dele. Carol franziu o cenho ao constatar que ele também não estava lá; a mulher já estava procurando por Daryl á horas, ele simplesmente desaparecera.

Suspirou aturdida ao voltar a passos largos para os corredores mal iluminados da prisão. Sua audição apurada captava todo e qualquer som que se fizesse por aquele ambiente.

Carol, naquele momento, sentia-se irritada; a sensação incomoda de não saber onde Daryl estava dominava-a. Ele nunca sumira por tanto tempo assim, todos já haviam sentido a falta do caipira. Rick mandara algumas pessoas procurarem por ele, mas elas sempre voltavam sem notícias.

Então, Carol oferecera-se para procura-lo, mas até agora, não obteve sucesso algum.

– Ele não pode ter sumido assim... – Ela sussurrou chegando ao bloco C. Ali o ambiente estava vazio, todos deviam estar ocupados com suas respectivas tarefas daquele dia.

A noite ainda demoraria algumas horas para chegar e isso dava mais tempo para Carol ocupar-se em achar aquele maldito caipira. Ela estava cansada de andar pela prisão; precisava descansar por um momento antes de continuar sua busca.

Subiu as escadas rapidamente, talvez pudesse tirar um cochilo e esquecer um pouco de toda essa dor de cabeça que Daryl Dixon havia lhe dado. Mas ao chegar á entrada de sua cela, uma surpresa esperava-a lá dentro.

Daryl estava sentado em sua cama; os olhos fixos nela. Ele parecia estar esperando-a. Por um momento Carol não soube o que dizer, estava completamente surpresa. Procurara-o pela prisão inteira e ele estava ali, em sua cela.

– D-Daryl? – Indagou gaguejante, mesmo sabendo perfeitamente que era ele. – O que está fazendo aqui? Todos estão preocupados, estamos há horas te procurando.

– Eu estava aqui o tempo todo. – O caipira sussurrou, seu tom era como de quem dá de ombros. – Estava te esperando.

– Me esperando? – Riu nervosa. Carol não fazia ideia do que Daryl queria ali, e a aproximação dele á desconcertava por completo. – Do que precisa? – Ela implorava mentalmente para que ele apenas quisesse algum favor. Algo em seu intimo lhe dizia que pela primeira vez em semanas ficaria cara a cara com aquele sentimento que a atormentava desde que se aproximara de Daryl.

Ele levantou-se da cama, aproximando-se da mulher, que ainda estava parada na porta da cela. Com a delicadeza que não era nem um pouco comum em Daryl Dixon, ele pegou a mão dela, apenas um leve toque e a puxou para dentro.

Levou a mão livre até as grades e a puxou, fechando a cela. Ali dentro, não era completamente escuro; a claridade ainda chegava até aquela parte.

– Daryl – Carol começou, sem saber realmente o que dizer. Não entendia as atitudes dele, estava mais do que confusa no momento. – O que foi?

Ele puxou-a mais alguns passos, até que estivessem no centro da cela. Seu olhar faiscou no dela por alguns instantes, antes que a mulher desviasse sua atenção para sua cama, um tanto quanto desarrumada pela estadia repentina de Daryl nela.

Carol sentiu os dedos quentes de Daryl em seu queixo, obrigando-a a olhar para ele. Tentou não manter seus olhos fixos nos dele, mas foi impossível. Aquela imensidão azul era a perdição dela, por isso, Carol insistia em fugir daquele olhar.

Como não pode fazer nada a não ser encara-lo, ela notou quase que instantaneamente uma mudança nele. Nos olhos. Ele sempre tinha uma fina camada de frieza e reclusão no olhar; agora não. Era como se aquela barreira tivesse sumido. Havia um brilho em seus olhos que Carol não compreendia.

Ele a olhava de uma forma nova, com certo toque de devoção. Daryl não entendia completamente o que acontecia dentro de si, sabia apenas que queria Carol ao seu lado. Sempre.

Já estava na hora dele encarar aquele sentimento persistente que tentava esconder todos os dias. Era amor. Algo novo para ele, mas que o deixava nas nuvens.

Estar tão perto de Carol era alivio para toda a dor psicológica que ele sentia diariamente. Aquele mundo não era nada fácil, mas era suportável com ela.

– Carol, eu... – Ele muito menos sabia o que dizer. Estava ali para mostrar á ela tudo o que sentia, mas era como se todas as palavras que ensaiara por horas, ali, na cela dela, tivessem desaparecido, sido esquecidas na sua mente. – Eu... – Tentou novamente, sem sucesso.

– Sim? – Encorajou-o. Ela podia sentir os sintomas do nervosismo apossando-se de seu corpo. Suas mãos suavam e seu coração estava disparado. O contato de sua pele contra a de Daryl a extasiava.

Ele não acharia mais as tais palavras perfeitas para explicar o que ocorria em seu coração; só restava mostrar a ela.

Com uma calma que não lhe pertencia, Daryl aproximou seu rosto do de Carol. Lenta e decididamente, seus lábios se tocaram. As mãos do caipira foram levadas quase que inconscientemente para a cintura dela, puxando-a para mais perto.

Daryl sentiu o corpo dela tenso sob suas mãos, fazendo-o pensar em recuar. Mas mais do que rapidamente, a mulher levou suas mãos á nuca dele, mostrando que queria manter o contato.

Os dedos finos da mulher acariciavam a pele maltratada dele, fazendo-o se arrepiar. Ele a segurava com firmeza, temendo que aquilo fosse um sonho e ela lhe escapasse ao acordar.

O caipira sentia cada terminal nervoso de seu corpo sobrecarregado, mas era como estar flutuando. Calmo, sereno e bom. Extremamente bom.

Ele não fazia ideia se deveria ir além daquele beijo, porém, não sentia-se capaz de parar agora. Não queria parar. Seu corpo implorava por mais á cada novo segundo.

As mãos audaciosas de Carol novamente deram a certeza que ele precisava para prosseguir quando ela pousou-as sob o peito dele, abrindo o primeiro botão de sua camisa.

O homem sorriu contra os lábios dela, deliciando-se com o momento tão esperado. Ele já não importava-se com mais nada; Carol era tudo o que ele precisava.

Nada lá fora seria capaz de impedi-lo de tomar aquela mulher para si; nenhum perigo a tiraria dele. Ela sempre seria sua.

E para ela também não era diferente – o amava mais do que tudo. E agora, queria mostrar não só a ele isso, mas ao resto do seu grupo. Escondera por tempo demais aquele sentimento que irradiava por todos os seus poros naquele momento.

Para continuar, eles só precisavam estar juntos.

Ninguém poderia mudar o que estava prestes a ser consumado ali, naquela cela mal iluminada; eles pertenceriam um ao outro, de corpo e alma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem e me deixem saber o que acharam; até a próxima, beijos.



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