Heimkehr escrita por Rocker


Capítulo 12
Capítulo 11 – Pedindo


Notas iniciais do capítulo

Queria começar pedindo desculpas pelo tempo que demorei até atualizar. Muitos dos meus leitores sabem, mas nem todos, mas a faculdade tá sendo cada vez mais puxada e o tempo que eu uso para escrever está sendo dividida entre as fanfics e um livro que estou planejando. Não vou prometer postar logo, porque não sei nem se vou conseguir escrever mais dessa fic até o próximo período começar, mas saibam que eu desisti dela ♥ Já tenho todos os capítulos planejados, vai dar por volta de mais uns dez capítulos. Espero que continuem acompanhando!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561452/chapter/12

Capítulo 11 – Pedindo

EU ANDAVA O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL, afastando-me de Jamie a cada passo que dava.

Não fique assim, Mely, ele vai acreditar em você, sussurrou Lua em minha mente, mais confiante do que eu mesma estava. Você não está sozinha.

Eu não quero sentir isso, Lua, murmurei de volta, enquanto as lágrimas escorriam como cachoeira pelas minhas bochechas. Por favor, faz isso parar...

Meu coração doía como se tivesse sido esfaqueado, e tudo o que eu queria era encontrar Jeb. Eu precisava ir embora. Não aguentaria ver Jamie no dia a dia e saber que todo o meu esforço fora em vão. De nada adiantaria se ele não confiasse em mim.

Trombei com alguém não muitos metros depois, mas não era Jeb como eu desejava.

— Melody? Está tudo bem?

Não era Jeb, mas a voz de Jared trouxe-me conforto.

— Não. – não havia sentido em mentira àquela altura. – Onde está Jeb? – perguntei, rapidamente limpando o rastro de lágrimas que havia em meu rosto.

Jared não respondeu de imediato, tomando certo tempo para analisar minhas feições e reações. Abriu e fechou a boca diversas vezes e pela primeira vez me perguntei se ele acreditava em mim. Lembrava-me bem como ele havia sido agressivo quando Peg trouxe Melanie para as cavernas, mas depois de tantos anos e tantas Almas que vieram e foram retiradas, eu esperava que ele ao menos acreditasse mais do que Jamie.

Pensar nele era como abrir ainda mais a ferida no peito e depois jogar álcool.

— Olha, Jared, se não for me dizer onde está tio Jeb, eu peço licença para que eu mesma vá procurá-lo.

— Ele está no hospital com Doc. – ele finalmente respondeu, mas dessa vez olhando por sobre meu ombro.

Talvez fosse algum tipo de reação para que não perdesse a cabeça, mas nada daquilo prendeu minha atenção. Eu apenas passei por ele em direção ao meu destino, sendo levada mais pela familiaridade do local que pelo senso de direção. Mal me dei conta quando cheguei ao hospital.

— Melody? – Doc perguntou, a expressão surpresa ao ver meu estado lastimável.

— Tio Jeb... – minha voz saiu arranhada e infantil, mas no momento era o menor dos meus problemas.

— O que aconteceu, garota? – ele veio até mim, segurando meu cotovelo para me guiar até a maca onde eu havia dormido na noite passada.

Mal percebi que eu estava tremendo inteira.

Melody, por favor, fica calma!, a voz de Lua em minha mente parecia distante, apenas um eco do que era há uma hora atrás. Você está a ponto de ter um ataque de pânico!

— Tio Jeb, não posso mais ficar aqui. – praticamente vomitei as palavras para fora da minha boca. – E-Eu não são consigo ficar aqui, Tio Jeb, preciso ir embora.

Percebi uma rápida troca de olhares entre ele e Doc, provavelmente estavam se perguntando o que tinha me feito estar assim.

— Melody, o que aconteceu? – Doc repetiu a pergunta do mais velho, com a voz fria que lhe era comum usar com um paciente.

— Jamie.

Foi o que bastou para que eles deduzissem tudo.

— Melody, eu não tenho ideia do que vocês conversaram, mas você sabe como ele é cabeça dura. – Jeb disse, mas eu comecei a balançar a cabeça, como se fosse o suficiente para impedir que as palavras fossem ditas. – Melody, me escuta! Você não pode desistir agora. Sempre batalhou pelo que acreditava desde que chegou aqui com seu irmão e não posso deixar que vá embora porque meu sobrinho ainda não entende direito o que está acontecendo. Primeiro porque você vai estar arriscando sua vida lá fora e depois porque Jamie ainda pode mudar de ideia.

— Dê tempo a ele, querida. – completou Doc.

Uma ideia surgiu em mente, vinda das conversas que tive com Lua durante o caminho até aqui. Era arriscado e talvez eu me arrependesse no segundo em que fosse concluída.

— E se ela me levasse à célula de resistentes dela? – sugeri.

M-Melody, NÃO!, Lua exclamou em minha, sua voz cortada de nervosismo.

Os homens à minha frente me encararam com desespero.

— De maneira alguma, Melody!

— Não posso me dar ao luxo de te perder de novo. – tio Jeb acariciou meu ombro, como que em um esforço em me convencer do contrário. – E muito menos deixar o garoto perdê-la mais uma vez. Ele vai mudar de ideia, acredite.

Abaixei o rosto, permitindo que as lágrimas caíssem sobre as mãos em meu colo. Vários minutos de silêncio se passaram, enquanto eu revivia os momentos passados naquele corredor com Jamie. Apenas pensar no nome dela já trazia uma nova onda de dor em meu peito.

— Fique aqui por enquanto. – ouvi a voz de Doc, mas não me dei ao trabalho de levantar meu olhar. – Até tudo se resolver. E também decidirmos o que fazer com a Alma.

Isso conseguiu chamar minha atenção. E a de Lua.

O que eles querem fazer comigo?!, reconheci o desespero na voz dela.

— O quê?! – perguntei em voz alta.

— Relaxe, relaxe. – Jeb me empurrou levemente para baixo, o que me fez me dar conta de estava levantando, exasperada.

— Não faremos nada de mal a ela. – garantiu Doc, explicando logo em seguida quando não acreditei por completo. – Não temos mais criotanques, então teremos que esperar alguma incursão em que Peg possa conseguir um para mandarmos Lua de volta à célula dela.

Lua pareceu relaxar um pouco, e eu também.

— Tudo bem... Tudo bem... – repeti, assentindo meio confusa.

— Você tem o dia de hoje de folga. – disse Jeb, levantando-se da maca ao meu lado. – A partir de amanhã você pode trabalhar na cozinha.

— Mas eu revezava e trabalhava nos campos também na época de colheita. – contradisse, pois sabia que já havia começado tal temporada.

— Eu sei, menina. – Jeb falou, e eu reconheci um pouco de tristeza em seus olhos tão claros quanto dos sobrinhos. – Mas Jamie é permanente nas plantações e podemos tentar evitar desconforto tanto entre vocês dois quanto entre aqueles que não vão aceitar bem sua história.

Abaixei novamente a cabeça, sentindo a onda de tristeza substituindo o desespero que sentia antes.

— Descanse. Qualquer coisa chame um de nós dois. – Doc disse, logo antes dos dois deixarem o hospital.

Eu se que não está bem, começou Lua, cada palavra sendo pensada cautelosamente. Mas quer conversar sobre isso?

Acho que não agora. Eu estava completamente exausta. Física e mentalmente. Mas obrigada.

Estarei aqui se precisar de mim.

Abri um sorriso, pois sabia que ela poderia sentir.

Olhei ao meu redor para a caverna que usavam como hospital e acabei, por fim, simplesmente deitando-me na maca onde dormira na noite anterior. Fiquei encarando a parede áspera, o olhar preso num ponto fixo, e eu me sentia como fora de cena, apenas uma expectadora na maluquice que minha vida havia se tornado. Não fiz muito mais que aquilo durante o dia e a noite inteiros. Não havia nem mesmo me levantado para comer. Eu simplesmente não sentia vontade. Não tinha mais vontade de nada.

Eu só queria sumir.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heimkehr" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.