Megavi - Cenas excluídas escrita por MarjorieJustine


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Música desse capítulo
https://www.youtube.com/watch?v=RB-RcX5DS5A



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/560260/chapter/8

Megan olhava Davi preocupada. Será que ele não notara o que quase fizera? Se ela não tivesse enjoado e vomitado nele, teriam sido flagrados e a noite teria sido uma desgraça. Não que ela não fosse gostar de ver a cara da Nerdestina no chão, sendo a corna para variar. Mas e depois? Ele ia atrás daquela uma, e colocariam a culpa em Megan. Ela nao teria nem mesmo Arthur do seu lado, logo ele deduziria que o pai poderia ser Davi, e poderia perder até mesmo seu filho.

Para Davi era muito fácil jogar tudo para o ar e se deixar levar, todos tinham certeza da sua ombridade e amor a Manuégua. Era homem e com certeza a visão que todos sempre tiveram de Megan, sendo inconsequente e louca por ele, prevaleceria. Ela seria a mulher sem escrúpulos que novamente tentaria roubar o companheiro da outra. Ela sempre sairia perdendo.

Mesmo se contasse que ele foi atrás dela na Taquara, que ela descobrira sobre a traição em Curitiba, Megan sempre seria a mimada egoísta que estava atrapalhando Davi e seu par de reality. No final abraçariam Davi, diriam como ele era humano e algumas vezes cedia, que era normal e olhariam para Megan como alguém que deveria ter agido com toda a perfeição do mundo, pois não lhe era dado o direito de errar!

– Megan, você escutou o que eu te disse antes de você vomitar em mim? - Davi disse isso se aproximando de Megan, com um olhar de expectativa e emoção.

– Sorry, Davi. Quando se tem um enjoo escutar nao é nossa prioridade. - Megan disse se afastando e procurando puxar a coberta da cama para se tampar.

– Bom - ele disse sorrindo nervoso - acho que vou ter que repetir.

– Na verdade, nao vai.

– Como assim? - ele parou.

– Davi, é minha festa de recepção, com meu ...companheiro.É uma noite importante e não posso estragar tudo por causa de uma vontade sua...

– Não, Megan, você não está entendendo, não é só vontade ou porque ...

– Não quero saber Davi. Eu estou aqui com Arthur, você está com Manuela. Quem definiu essa ordem das coisas foi você, e não acredito que vá mudar ela agora.

– Mas Megan,é isso mes...

– Stop, Davi!- Megan disse em tom de voz mais alto, não queria continuar a discussão e ele voltara a tentar se aproximar.

– Não, eu não vou parar - ele colocou as mãos na cintura e olhou para o chão - eu vim aqui só para resolver isso. Estou quase louco. - ele levantou a cabeça determinado, olhando para ela com fogo nos olhos - eu preciso de você, não dá mais para ficar fingindo. Eu quero deixar - ele se aproximou mais um passo. Megan deu outro para trás, notando que estava encurralada pela cama - isso claro de uma vez - ele então alcançou ela e levou os braços para segura-la - o que aconteceu aquela noite...

E então veio o tapa. Forte. Megan nem acreditava que tinha feito isso. Puxava a mão direita para o peito, segurando ela com a esquerda, olhando para Davi, assustada.

Ele ficou parado um instante com o rosto virado para a direita, no movimento do tapa. Olhou então para ela sem crer e com olhar marejado. Passou a mão no rosto, onde formigava o tapa dela. Ele franziu o cenho como se perguntando o porquê do tapa. Ela fez um leve sinal de não com a cabeça. Ela mal sabia a razão, mas não teria outro modo de para-lo, teria?

– Megan - ele deu um passo para trás, fungando - eu acho que me alterei.

Ela respirou fundo. Relaxou os braços, e baixando as mãos pegando de volta a coberta, assentiu com a cabeça.

– Eu só... queria dizer o que sinto, agora, como eu me arrependo daquela noite, de ter deixado você ir ...- a voz dele estava mais fraca, mansa.

– Pois não precisa, Davi - ela disse isso levantando o queixo, firme - eu mesma nem penso mais nisso. No momento estou começando uma nova vida. Eu peço que você respeite isso. Você vai entender logo, espero.

Ela manteve a cabeça erguida mas sem olhar diretamente nos olhos dele. O fato é que Megan teria de contar um dia para ele que é o pai do seu filho. Mas ela queria se estabelecer primeiro. Precisava estar forte o suficiente para enfrentar estar o resto da vida presa a visão de Manuela com seu filho, e o homem que amava.

– Certo - ele passou as costas da mão no nariz, baixando a cabeça novamente - só me responde uma coisa, Megan, olhando nos meus olhos - ele levantou a cabeça, olhando firme e suplicante para ela - você não me ama mais?

Ela o mirou. E dentro da frieza que podia, foi sincera com ele.

– Não é que eu não te ame mais, é que não te amo como antes. E ...tenho alguém na minha vida, que eu ame mais.

Ele parecia inquieto por dentro, e estagnado por fora. Comprimindo os lábios, fez que sim com a cabeça tentando aceitar a sua resposta. Olhou para ela novamente, triste, pedindo mais alguma resposta. Ela desviou o olhar e sentou na cama. Davi então se agitou, olhou para trás, foi até a porta aberta do roupeiro dela, parado, com as mãos no bolso do terno. Megan ficou ali, observando a porta, esperando alguém chegar. Então sua mãe apareceu toda feliz com um vestido vermelho, de corte simples, mas sofisticado.

– Uau, o clima aqui está muito down, crianças. Se animem, é dia de festa. Não se preocupem com os imprevistos, ok?

–Ok, Mom. Vou colocar o vestido, no banheiro.

– Te acompanho, sweetie.

Pamela olhou para Davi intrigada.

– Você está bem, dear?

Ele não respondeu. Megan a puxou para o banheiro.

Jonas então entrou no quarto com três calças no braço. Parou e olhou ao redor procurando mais alguém. Foi até Davi, ainda parado em frente a porta do roupeiro aberta.

– Filho, está tudo bem?

Davi não respondeu. Jonas insistiu.

– O que houve agora? Brigou de novo com Megan?

– Não - Davi respondeu depois de uns segundos - ela só me atualizou dos fatos - ele então se virou para o pai, lábios comprimidos e ar triste - disse que não me ama mais, que ama Arthur.

Jonas não sabia o que dizer. Olhou para o filho e deu tapinhas nos ombros.

– Vamos, filho. Melhor você chegar na festa antes da Megan, para não parecer estranho. Pega uma calça.

Ele então pegou a primeira das que Jonas segurava e foi colocando automaticamente. Quando estava fechando o zíper, ele olhou então para Jonas com certa inquietação.

– Eu só não entendo, como ela pode não me amar mais, e ainda guardar a selfie do nosso primeiro encontro!

Dizendo isso Davi saiu, sem nem olhar o pai, ou esperá-lo.

Jonas então olhou para dentro do roupeiro, que tinham os cabides mexidos, na procura de roupas para Davi, e dava para ver no canto, uma foto tirada por Megan, com Davi. A do primeiro encontro deles.

Davi chegou na sala com cabeça baixa e mãos no bolsa da calça do...Brian? Só agora Davi notou a cor diferente e exótica da calça. Ela era de um tom marrom, mas que, agora, com luz caindo sobre ela, se notava a variação mais dourada e algumas sombras que imitavam o desenho da pele de uma onça. Como seu pai escolheu essa calça para ele?

Ele levantou a cabeça e notou a festa quase inteira o notando, e a sua calça. Davi encarou eles, levantou as palmas da mão para cima e os ombros, dizendo:

– Que é?

Alguns pararam de olhar. Dorothy observava a calça atenta, e depois de um tempo fez cara de reconhecimento e sorriu. Manuela apenas olhou Davi, e voltou ao papo com Arthur e uns amigos. Ernesto correu até o amigo, preocupado.

– E aí Davi? Algum problema lá dentro?

– Não...- ele disse andando rápido no meio dos convidados, sem pedir licença ou desculpa – cadê as bebidas?

– Ai meu Deus. Não, aqui você não vai fazer escândalo.

– Calma Ernesto, só estou com sede.

Davi disse já irritado com o amigo. Chegou então em um mesa cheia de drinques.

– O que são isso? – ele perguntou a um barman, atrás de um balcão, que por sua vez ficava atrás da mesa de bebidas cheia de copos com líquidos de cores diferentes.

– Aqui estão os drinques de bebidas puras, senhor. Whisque, conhaque, licores, tequila, vodka,...

– Ok, não tem chope, cerveja?

– Desculpe, senhor, mas a empresa não foi comunicada desta preferência comum dos convidados.

Davi olhou sério para o barman, sentindo o desdém na frase deste.

– Que pena vocês não conhecerem tão bem os convidados! Tem champanhe? – era a única bebida pura, fora cerveja, que Davi sabia beber.

– Tínhamos...mas algumas convidadas já pegaram nossas primeiras trinta taças – uma risada da avó e da tia de Davi, fez ele entender quais as pessoas que podiam ter acabado com o champanhe tão rápido – o coordenador da festa achou melhor controlar essa bebida para a hora do brinde.

– Oba, teremos brinde – disse Davi sarcástico, tirando de seu ombro esquerdo a mão de Ernesto, que tentava impedi-lo de seguir – E não tem mais nenhum tipo de bebida além desses?

– Bom, se o senhor tiver preferência por algum coquetel, eu posso preparar...

– Legal, caipirinha, por favor. E já faz duas!

Ernesto respirou fundo. O barman preparou o drinque enquanto os amigos discutiam se o Davi podia ou não fazer isso, e o perigo do mesmo.

– Você disse que era só sede, bebe uma coca cola!

– Calma Ernesto, são só duas caipirinhas!

– Agora. Depois só Deus sabe onde isso vai parar.

O barman entregou os copos a Davi, que pegou estes em cada mão e saiu de perto de Ernesto, que o seguiu pela festa. Davi deu um volta inteira pela festa fugindo de Ernesto, nem mesmo parava para conversar com convidados, a cena era curiosa para todos. Um pega-pega entre os sócios, onde Ernesto sorria para todos enquanto seguia um Davi que só parava para tomar uns goles, ou deixar os copos em uma mesa.

– Amigo, acabaram, prepara mais duas – disse Davi voltando a mesa de bebidas.

– O que ta acontecendo? – disse Manuela chegando perto da mesa, por trás de Ernesto, dando um susto neste.

– Credo Manuela, avisa quando chega, quase matou o Ernesto de susto – disse Davi olhando inquieto para o barman.

– Davi, o que você está fazendo?

– O que se faz em festas comemorativas, Manuela? Beber! E eu estou bebendo. Credo, que chatos vocês.

Ele pegou os dois copos que o barman oferecia, e saiu de perto dos dois.

– Manuela, me ajuda...

–Não, Ernesto, ele quer e ninguém vai parar ele. Se quiser tente você, eu vou me manter a distancia e ver como ele estraga a noite da Mega...a festa toda.

Ernesto podia jurar que viu um sorriso dela quando saía. Ele suspirou. Mas notou que já tinha perdido o amigo de vista e foi procurar. Ele estava rindo com a avó e tios em um canto da festa.

– E como desentope a pia da cozinha? Eu venho tentan...

– DAVI! – Ernesto chegou bem a tempo de evitar que o amigo contasse que estava na casa antiga do Jonas – tá contando lorota para a sua família agora?

– ERNESTO! – Davi disse alto, com raiva pelo susto que levara – me deixa ter um pouco de diversão!

Ernesto fingiu rir do que ele fingiu ser uma piada, e pegou o amigo pelo braço, arrastando para varanda de uma janela que dava para o jardim, escondido dos outros.

– Porra cara, você derrubou a bebida do meu copo!

– Ou foi você quem bebeu ela toda?

– Faz sentido – disse Davi virando o copo para baixo, triste. Mas então pareceu notar copo na outra mão e começou a tomar.

– Ai meu Deus. Davi, para enquanto é tempo. Olha para você já está bêbado.

O amigo o olhou sério.

– Nem comecei a ficar bêbado, Ernesto, só estou tentando ficar alegre, fingir que não...aconteceu o que acabou de acontecer.

– Certo – Ernesto respirou fundo, com certo alívio. Mas viu a cara triste do amigo e voltou a se preocupar – me conta, qual o drama dessa vez? Megan disse algo sobre o celular?

Davi olhou feio para o amigo e bebeu de uma vez o resto da bebida no copo.

– Siim... mas ela disse que não queria mais falar sobre isso... – Davi olhou para os copos vazios, e fungou, baixando eles – que estávamos onde eu quis que estivéssemos, basicamente, eu com Manuela, e ela com Arthur...- Davi olhou para o jardim, viu se não tinha ninguém olhando e tacou um dos copos o mais longe que conseguiu, sorrindo depois.

– Poxa – Ernesto começou a dizer olhando o amigo observar o outro copo, meditando, talvez, se jogava ele também – mas Davi, ela disse o que você já sabia, certo? Isso nem é tão ruim. Deixa a festa de hoje passar, talvez ela ainda esteja com raiva daquele dia...

– Ela disse que não me ama mais...- Davi voltou a falar, olhando para o amigo, quase fazendo um bico – que ama alguém mais que eu..

– Arthur? – disse Ernesto surpreso, enquanto assistia Davi tacar outro copo, sorrindo ao ver que foi mais longe.

– Quem mais? – ele colocou a mão nos bolsos, abaixando a cabeça – não tem mais volta. Quando finalmente assumo para mim que amo ela, vem isso! Sou muito fudido mesmo. E ela ainda guarda a selfie do nosso primeiro encontro! Se não me ama mais, para que guardar?

– Nossa, Davi...- Ernesto ia tentar confortar o amigo, mas esse continuou se lamentando.

– Eu nunca me senti tão inseguro e para baixo, desde que perdi a chance de produzir o Junior por causa do ataque ao Jonas. Nunca me senti tão mal, sem esperança..

– Nem quando terminou com Manuela?

– Qual das vezes?

– A que você achou mais impactante!

Ernesto olhou o amigo curioso. Ele nem mesmo sabia qual vez doeu mais terminar com Manuela?

– Bom, assim eu nunca me senti. É que estou puto comigo – Davi se virou para o jardim pensativo – nas brigas com Manuela fiquei puto com ela. Ou porque achei que tinha me usado, ou porque não entendia o término, ou a desconfiança de mim. Sei lá, não era algo que me fizesse mal, entende? Só deixava com raiva de ter sido burro, mas ...acho que a diferença é a esperança. Perder a Manuela não fazia eu ficar sem esperança para o dia seguinte. Eu ainda tinha uma vida, sei lá, a minha família ainda estava lá para me alegrar. Eu sabia que se tivesse uma roda de samba, eu ia conseguir me distrair e esquecer, ser feliz. Mas com a Megan, agora...o que vou fazer? Não é algo que eu possa só levar adiante e esquecer, é algo que está em mim. Eu sei que vou levar isso sempre, e com ela aqui perto, nem tentar esquecer vou conseguir. Terei de ver ela com o Arthur, enquanto eu amo ela e não posso ficar com ela...

– Que dureza amigo – Ernesto colocou a mão no ombro de Davi.

– Cara – ele suspirou – eu tinha dito que amava ela, mas nem se importou. – ele balançava a cabeça de um lado para o outro, baixando então a cabeça e fungando – sequer quis me ouvir falar de nós, o que sinto por ela. Disse que ainda me amava, mas amava mais o Arthur. Foi pior que o tapa que ela me deu..

– Ela te deu um tapa? – Ernesto falou alto, se assustando logo em seguida com a possibilidade de alguém ter ouvido. – Mas...como isso?

– Foi quando tentei beijar ela de novo...na primeira vez ela até cedeu, mas daí me rejeitou, e na segunda nem perto consegui chegar..

– Aa então teve um lance ali, antes de chegarmos...-Ernesto disse passando o braço por sobre o ombro do amigo, tentando confortá-lo.

– Sim, e tentei algo depois que saíram.

– Hmmmm, foi daí que ela disse que não te amava mais.

– É.

– Que triste amigo, que triste... – Ernesto falou depois de um tempinho de silencio. – Davi, você acha que era assim que Megan ficava quando você rejeitava ela dizendo que amava a Manuela?

Davi não respondeu, apenas colocou as mãos no rosto e abaixou este. Então cruzou os braços e se afastou de Ernesto, olhando irritado para este.

–Não, até agora essa ideia nem tinha vindo na minha cabeça.

–É amigo, mundo dá voltas. - Então Ernesto pareceu ter uma lembrança importante - E se você for considerar que deu vários pés na bunda dela, antes de dizer que daria chance para tentar amar ela, por causa do término com Manu, e que ela saiu de casa e brigou com o pai defendendo que você amava ela, o que você retribuiu investigando o pai dela pelas costas, apoiando a mulher que ela odiava por ter separado os pais dela, e ainda beijou Manuela quando estava junto da Megan, sem qualquer tempo. Prendeu o pai dela, que na verdade é o seu, disse que a Manuela era a mãe do Junior mesmo depois de tudo que a Megan fez por ele, deu um tempo mas foi para Curitiba com Manuela, e depois enrolou ela todo o tempo da cegueira fazendo ela pensar que voce a amava, e então chutou ela porque ficou inseguro por saber quem era seu verdadeiro pai...e só então a Megan é quem te deu um pé...Nossa, ela sofreu bem mais na sua mão, Davi. Agora você pode saber mais ou men...

Ernesto parou quando viu a cara de Davi. Ele estava com os braços cruzados, testa franzida, boca um pouco aberta e olhar irritado para Ernesto.

– Eu vou parar de contar as coisas pra você.

Davi disse isso jogando os braços para frente e bufando. Se virando de novo para o jardim. Ernesto então se tocou do que disse.

– Que isso Davi, você...você tem que tirar coisas boas disso.

– Sim, Megan está melhor longe de mim. Vai saber o que mais posso fazer a ela?

– Nããão cara. Pensa, ela passou por tudo isso, e ainda assim naquela noite na Taquara, ela ainda te amava. Ela nunca desistiu de você... até agora, e é porque acredita de uma vez por todas que você não a ama, certo? - Davi escutava o amigo o observando com o rabo de olho, enquanto este se aproximava e colocava o braço por sobre o seu ombro - Já você nunca deu chance para ela, porque achava que ela não te amava mesmo. Viu? As coisas se inverteram!

– Nossa, ótimo, agora eu vou sofrer o mesmo que fiz ela sofrer. Realmente, muito bom isso.

– Exato! Agora é a sua hora de mostrar para a Megan o quanto ama ela. A causa não está perdida Davi, você só tem que lutar. Tenha fé amigo. De certa forma, é só uma ironia do destino que quando você para de se negar que ama ela, a Megan passou a se negar que te ama. Fazendo você sofrer o que ela passou. Talvez até, seja justiça divina.

Ernesto disse essa ultima frase olhando para o céu, com ar filosófico. Davi respirou fundo.

– Então...eu vou ter que esperar, sofrendo, até que ela acredite no meu amor?

– Ela fez isso por você.

– Bom - Davi deu um meio sorriso - é uma esperança...

– Oh, aí estão vocês! Ernesto, dear, Megan já vai chegar, é ho...- Pamela que entrava na varanda olhou os dois amigos abraçados e falando um perto do outro, de forma estranha - interrompo algo?

– Nã não, que isso Pamela - Ernesto disse largando o amigo de forma brusca - só estavamos...falando do Júnior.

– Oh, venham logo.

– Já estamos indo. - Disse Ernesto se despedindo da esposa e se virando para Davi - então? Agora que tem alguma esperança, acha que pode passar essa noite sem precisar se alegrar com bebida?

Davi o olhou contrariado.

– Bom, depois de saber como fui ruim para Megan, ao menos um champanhe eu dever..

– Não, Davi - Ernesto puxou o amigo pelo ombro e trouxe para a festa - você não vai precisar disso. Vai passar por essa noite, e amanhã começar a resolver seus problemas com ela. Sem bebida.

Eles chegaram mais próximos a Pamela, que estava perto do corredor de onde vinha Megan e Jonas. Ela parecia tão feliz ao lado de Jonas. Davi sorriu. Vê-la assim o deixava bem, afinal, ela estava feliz. Então Arthur a pegou dos braços de Jonas, e Davi sentiu um baque. Virou o rosto procurando o champanhe que estavam distribuindo. Pegou um, mas antes de beber, Ernesto tirou da mão dele.

– Eu cuido disso. Essa noite você não bebe mais nenhuma gota de alcool.

E Ernesto ficou ali, do lado do amigo, segurando a sua taça e a de Davi.

– Bom, familiares e amigos - disse Arthur enquanto pegava sua taça de champanhe - hoje é realmente uma noite muito especial e nós queremos dividir ela com vocês.

Davi mirava Megan, que evitava olhar na sua direção. Ela ficara ainda mais linda nesse vestido vermelho, corte simples, meio menina, indo até o joelho. O cabelo solto e a maquiagem leve fez ela radiante. Ele suspirou. Ernesto olhou o amigo com pena.

– Por isso, eu e minha querida companheira - Arthur abraçou Megan pela cintura trazendo-a para si, fazendo Davi procurar novamente a bandeja de champanhe e Ernesto pedir calma a ele - queriamos brindar ...espera, cadê o seu copo, Megan? Garçon, o suco de morango com laranja dela? Ela adora - Arthur se dirigia aos convidados - só consegue tomar esse suco. Não pode nem sentir o cheiro dos outros.

Enquanto o suco era trazido até Megan, o desconforto passava entre os convidados. Davi mordia o lábio. A menção a morango com laranja o deixou extasiado, mas também doído. Era a combinação deles.

Ernesto quando ouviu o nome do suco soltou um sonoro "aaaa" e depois um baixo "agora entendi", olhando para Davi, ficando com mais pena ainda. E Davi notara que Manuela havia virado a cabeça na direção dele, de certo o fuzilando com o olhar. Paciência, nem juntos estavam mais. Megan por sua vez, passou o braço direito por trás de Arthur e segurou sua taça de suco, não conseguindo evitar olhar Davi, encontrando ele a mirando, triste. Então ela suspirou, pois agora vinha a bomba.

– Bom, agora, como dizia, essa reunião é para celebrar muitas coisas. Nosso retorno ao Brasil, por pelo menos um ou dois anos - Davi abriu um largo sorriso, pensando quanto tempo isso dava para ele se aproximar de Megan - nossa casa nova, generosamente cedida por Jonas. E... - Arthur olhou para Megan, que estava nervosa e bebia seu suco, já. Ela não esperava Davi na plateia. Isso dava até um certo remorso, ver o Arthur anunciar a vinda do filho de Davi - nosso primeiro herdeiro. Megan e eu estamos esperando nosso primeiro filho.

Arthur disse isso parecendo até emocionado. Megan quase se sensibilizou. Todos levantaram as taças para brindar com eles e os fotógrafos se agitavam tirando fotos enquanto os jornalistas anotavam tudo, já que não puderam trazer celular ou gravador.

Enquanto todos pareciam maravilhados, alguns faziam cara de que já desconfiavam...Ernesto estendia os dois copos de champanhe para Davi. Que os pegou e bebeu rapidamente!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Megavi - Cenas excluídas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.