As Patricinhas de Konoha escrita por CherryBomb91


Capítulo 4
De Repente Princesa


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/559635/chapter/4

SAKURA

Quando cheguei da escola, subi direto para o meu quarto, deixei minha mochila em cima da cama e fui para o banheiro tomar um banho. Havia marcado com as meninas de nos encontrarmos aqui em casa para a transformação de Hinata. Mas só havia um probleminha; eu não conseguia falar com Orochimaru, que é meu cabelereiro pessoal. Superdivertido e escandaloso, mas é muito profissional no que faz. Ele é a peça fundamental para transformar Hinata em uma verdadeira diva.

Saí do banheiro enrolada numa toalha, peguei meu celular que estava em cima da cama e disquei o número de Orochimaru. Depois de ter chamado umas cinco vezes, pude ouvi a voz estridente dele:

— Alô? Espero que seja importante.

Muito educada essa bicha. Só Que Não.

— Orochi, sou eu, a Sakura. - Disse enquanto olhava a janela.

— Eu sei que é você. Seu nome apareceu aqui na tela. — Como ele era um amor.

Apenas revirei os olhos.

— Eu preciso que você venha aqui em casa, tenho um trabalhinho para você.

— O quê? Claro que não. — Disse ele. - Não é assim que a banda toca, minha filha. Estou de folga e aproveitando o meu bofe. Nem morta eu vou à sua casa.

Suspirei, pelo visto iria ser difícil convencer aquela biba doida.

— Por favor, Orochi, eu te imploro. É super-mega-ultra-urgente, é caso de vida ou morte.

Escutei ele bufar do outro lado da linha.

— Posso saber o que é tão urgente? Ai amor, não morde aí não. — Ele falou a última frase para a pessoa que possivelmente estaria com ele.

Eca.

— É que tenho uma amiga, e ela meio que digamos... ela é uma baranga. – Comecei a explicar. - Eu quero que ela chegue amanhã divando na escola, e você é o único que pode fazer esse milagre. Por favor.

— Tudo bem - ele concordou, me fazendo dar pulinhos no meio do quarto. - Mas eu vou cobrar o triplo do que eu costumo cobrar.

— Uhum, dinheiro não é problema. Eu te espero aqui às três da tarde.

— Tá.

Desliguei o telefone e o joguei na cama. Papai só estaria em casa lá para às nove da noite. Eu não podia sair de casa, mas isso não me impedia de continuar o meu projeto.

Arrumei a toalha em meu corpo e segui para o meu closet, mas de repente alguém bateu na minha porta e abriu em seguida.

— O pirralha, hoje eu não vou poder...

Sasuke parou subitamente, assim que me viu parada no meio do quarto, só de toalha. Seu rosto estava surpreso e levemente vermelho, e seus olhos desceram por todo o meu corpo enrolado na toalha. E o infeliz teve a audácia de me olhar de baixo para cima enquanto virava o pescoço para o lado.

Tarado!

— Sai daqui seu idiota! — Gritei extremamente corada.

Peguei o meu sapato que estava jogado no chão e joguei nele, mas antes que o sapato o acertasse, ele fechou a porta rapidamente, fazendo o sapato acertá-la. Eu vou matar aquele Uchiha hoje.

O desgraçado abriu a porta novamente.

— Desculpa. Eu não sabia que estava só de toalha - a cabeça estava entre a porta, com um sorrisinho debochado, o que me fez ficar com mais raiva ainda. - Só quero avisar que hoje não vou poder te ensinar. Ah, belas pernas.

Ele fechou a porta rapidamente fazendo o segundo sapato acertar a porta.

— Você é um idiota, Sasuke Uchiha! - Gritei em plenos pulmões, enquanto escutava a risada nojenta dele pelo corredor. Apesar da raiva que estava sentindo, eu podia sentir o meu rosto quente pelo constrangimento de Sasuke me ver de toalha. Eu tinha vontade de matá-lo.

Entrei em meu closet pisando duro, e logo me vesti com um short jeans curto e uma blusa de algodão rosa-bebê do Mickey Mouse. Entrei no quarto e penteei meus cabelos e os deixei soltos.

Saí do quarto e desci as escadas, caminhei até a sala de jantar onde encontrei Sasuke sentado, enquanto esperava Chiyo terminar de aprontar a mesa. Sentei-me na cadeira de frente para aquele energúmeno, que estava teclando freneticamente o celular. Ele ainda mantinha o sorrisinho debochado nos lábios, e eu sabia que aquele sorriso era direcionado para mim.

Bufei.

Depois que Chiyo terminou de pôr a mesa, ela se retirou, nos deixando a sós, junto com o silêncio. Comecei a me servir e Sasuke colocou o celular ao lado e fez o mesmo. Almoçamos em silêncio, nem um de nós dois ousava puxar assunto com o outro. Sasuke mastigava enquanto olhava para mim e isso estava começando a me incomodar.

Odeio ser encarada.

— O que foi? - Perguntei, totalmente defensiva.

— Nada.

— Como nada? Você fica aí me encarando com essa cara de tapado.

— Agora vai querer mandar aonde eu olho? - Sua voz era calma, levou outro pedaço de batata à boca.

— Eu só não gosto que fique me encarando. - Crispei os lábios, franzindo o cenho.

Ele sorriu levemente enquanto balançava a cabeça para os lados desviando sua atenção para o seu prato.

— Você é muito boba.

Revirei os olhos e voltei a comer. E uma coisa que eu nunca vou deixar de ser, é curiosa. Sasuke havia dito que não poderia me ensinar hoje, por que será? Estava morrendo de curiosidade para saber, até por que, ele havia garantido a papai que iria me ensinar todos os dias. Não que seu estivesse reclamando, longe disso, mas era por curiosidade mesmo.

— Sasuke.

— Hm - e ergueu os olhos para mim enquanto mastigava.

— Por que você não vai poder me ensinar hoje?

— Já está sentindo a minha falta? – E ergueu as sobrancelhas. - Ah, não fica triste não, tem Sasuke para todo mundo.

— Babaca.

— Vou sair.

— Para onde?

— Aí você quer saber de mais.

Revirei os olhos e fiz biquinho.

Terminamos o almoço, não tínhamos mais falado nada depois de nosso pequeno diálogo. Subi para o meu quarto e liguei para Ino confirmando o encontro. Ela disse que passaria na casa de Hinata - que havia lhe passado seu endereço de manhã - e viriam as duas para cá.

* * *

Quando era por volta das duas e quarenta e cinco da tarde Orochimaru chegou vestido daquele jeito extravagante. A calça vermelha, a blusa roxa e colada no corpo com a palavra SEXY em stress estampada no meio e coturnos preto de tachinha era praticamente sua marca registrada. Seu cabelos longos e negros estavam amarrados num rabo de cavalo alto e usava gloss de morango nos lábios. Ele puxava sua mala média de rodinhas na cor prata e seu assistente Kabuto estava ao seu lado.

— Olá, minha diva, como você está? – Sua voz era animada enquanto me saudava com dois beijos de bochecha.

Era óbvio que a sua animação toda era porque iria faturar o triplo do que eu pagava quando eu ia ao seu salão. Bicha interesseira.

— Eu vou bem, e você?

— Ai, eu estou divina - nem parecia o mesmo que dava chilique no telefone. Orochimaru era meio bipolar. - Sabe, hoje o meu bofe me levou a um restaurante chiquérrrrrrrrrimo mona, e depois fomos para a casa dele e fazemos... você me entendeu.

Eca.

Orochimaru suspirou apaixonado enquanto o seu assistente revirava os olhos.

— E aí do nada uma baranga rosa me liga e acaba com o meu momento mágico - agora ele me fuzilava com os olhos.

— Foi mal, não queria ter acabado com seu "momento mágico”.

— É, mais você acabou, sua recalcada. – E sua expressão era totalmente sebosa.

Caminhamos até a sala e nos sentamos no sofá, enquanto esperávamos as meninas. Sasuke havia saído horas antes, fazer sabe-se lá o quê. Resolvi prolongar a conversa, por que conhecendo Orochimaru, ele iria começar a dar chilique por ficar esperando.

Não demorou muito e a campainha tocou, levantei-me e fui atender. Abri a porta e encontrei Ino junto com Hinata, que estava pior de que quando estava no colégio, mas seria hoje que eu iria deixar aquela garota uma diva.

— Olá, meninas - sorri, dando passagem para elas entrarem.

— Oi. - Disse as duas em uníssonos.

— Nossa, Sakura, a sua casa é linda. - Hinata estava deslumbrada com os detalhes da casa.

— Obrigada.

Chegamos à sala onde Orochimaru estava com seu assistente, sentados no sofá.

— Orochi! - Ino correu o abraçou. - Quanto tempo que não te vejo. Andou sumido.

 Sumida, loira, no “A”, no feminino. E é você que anda sumida, bobinha, eu estou sempre no mesmo lugar, foi você que me abandonou - disse ele, fazendo cara de nojo.

— Eu viajei nessas férias com o Gaara. Mas eu vou ao salão para semana, quero fazer uma hidratação no cabelo, sabe, praia é sinônimo de desidratação.

— Eu que eu diga...

— Orochi, essa é Hinata - os interrompi, empurrando Hinata pelos ombros. - Era ela que eu estava falando.

— Oi. - Hinata o cumprimentou, parecia pouco tímida.

— Oh meu Deus! - Orochimaru estava com uma cara de espanto e deu vários passos para trás, com uma mão no peito e a outra apontando para Hinata. - O que é essa coisa na minha frente? Senti o meu útero doer agora com tanta feiura.

— Menos, Orochimaru. - Repreendeu Kabuto revirando os olhos. - A garota não está tão ruim assim.

— Como não, Kabuto? - Se virou para o assistente, incrédulo. - Isso aí é uma obra do satanás!

— Ei! - Repreendeu Hinata, parecia pouco ofendida.

E eu tive que interceder a favor dela, por que Orochimaru era uma bicha muito exagerada.

— Menos, Orochimaru. A Hinata só está um pouco descuidada, nada do que você consiga resolver.

— É, Orochimaru, ela é o seu novo desafio - sorriu Ino. – Todos nós sabemos que você ama desafios.

— Acho que isso não é uma boa ideia. – A voz de Hinata soava com arrependimento, dando uns passos para trás.

— Agora não, Hinata. Não vai dar para trás agora - me virei para a biba. - Orochimaru...

— Tudo bem - falou contragosto, se virou para Hinata e começou a estudá-la. Olhava de cima para baixo, de baixo para cima. - Bom, ela não é feia. Seus olhos são lindos, garota. O seu cabelo é uó! E suas roupas são escrotas...

— Orochimaru! - Repreendi.

— Cala a boca vocês, estou avaliando a garota. - Ele disse e voltou a estudar Hinata. - Menina, por que você fez isso no seu cabelo? Eles estão precisando de hidratação urgentemente.

— Bem...

— Não importa - ele a interrompeu -, você tem concerto, mas temos que começar agora.

— Vamos para o meu quarto - propus, e subimos todos para o meu quarto.

Assim que chegamos, Orochimaru colocou a sua mala em cima da minha cama e a abriu. Tinha muitas coisas ali. Ele disse que iria tirar aquela tinta do cabelo dela e deixá-lo da cor original.

Ele levou a Hinata para o meu banheiro e Kabuto foi junto. Eles passaram um produto na cabeça dela e tiraram toda aquela tinta, e descobrimos que o cabelo dela era preto, num tom azulado. Depois Orochimaru com seu profissionalismo, fez um corte nos cabelos dela, e cismou em fazer uma franja, ele disse que iria ficar perfeita.

— Tem certeza? – Ino perguntou.

— Claro, uma franja vai deixá-la com um ar inocente. Confie em mim.

Então Orochimaru fez a bendita franja, e como o esperado, ficou muito bom. Em seguida ele fez uma hidratação nos cabelos dela, depois os secou e os alisou. Fez as sobrancelhas e hidratação na pele.

Enquanto eles faziam as unhas dos pés e mãos dela, Ino e eu fomos até meu closet. Peguei várias roupas minhas, todas novas, que eu não usaria mais e separei para Hinata, assim com uns dois conjuntos de uniforme da escola. Sabia que ela não tinha dinheiro para comprar um conjunto de uniforme tão cedo e eu tinha cinco conjuntos. E as outras roupas eu não podia ir ao shopping por causa do castigo e o único jeito era esse, fazer uma doação. Eu não precisava mesmo.

Separei um look em especial para a triunfagem dela, uma saia xadrez cor-de-rosa com preto, Ino separou uma blusa branca com uma estampa fofa e meias sete oitavos, e peguei um par de sapatos preto de salto.

Depois que Orochimaru fez as unhas e a maquiagem, Hinata entrou no closet com as roupas que separamos. Alguns minutos depois, ela entrou no quarto e era uma outra pessoa. Nem parecia a mesma Hinata de antes. Os cabelos coloridos e quebradiços amarrados em rabo de cavalo, agora estavam pretos hidratados e soltos. A maquiagem clara em seu rosto dava um ar angelical a ela. As roupas estavam perfeitas. Ela estava simplesmente linda.

— Como eu estou? - Ela perguntou ansiosa.

— Veja você mesma - apontei para o espelho que ficava atrás dela.

Hinata se virou, e seu rosto ficou surpreso com sua imagem refletida neles.

— Caramba, essa sou eu mesma?

— Sim - minha voz saiu risonha, aparecendo atrás dela. - Você está linda.

— Hinata, nem acredito que é você. - Ino estava embasbacada com o resultado.

— Valeu gente. - Hinata se virou para gente. - Eu nem sei o que falar. Obrigada por tudo.

Escutamos um choro, e olhamos em direção a Orochimaru que secava as lágrimas com as costas das mãos, mas sem sucesso.

— O que foi, Orochimaru? - Perguntou Ino.

— Eu não acredito que fui eu quem fez essa criatura. Eu sou um santo.

— Own, Orochi, você é meu herói agora. - Hinata o abraçou. - Muito obrigada por tudo.

— Não precisa agradecer, eu fui mandada a essa terra para não deixar a feiura e a recalquisse dominar o mundo. – Disse ele emocionado. - Sou a única que pode trazer a beleza de volta para aqueles reles mortais.

Rimos com aquele drama todo, Orochimaru era mesmo uma figura.

Depois daquele dramalhão todo, ele olhou para seu relógio rosa-pink, e seus olhos arregalaram.

— Minha nossa senhora das purpurinas, já são quase seis! Eu tenho que ir, marquei com o bofe de irmos para uma balada hoje. – Ele dizia enquanto arrumava as suas coisas dentro da mala.

— Nossa, nem vimos à hora passar. – Comentei, não acreditando como a hora havia passado tão rápido.

Descemos as escadas e levei Orochimaru e Kabuto até a porta, enquanto o primeiro falava para o assistente de como aquela balada que ele iria era divina, e que Kabuto deveria ir também. Despedimo-nos daquelas figuras e fomos para a cozinha procurar alguma coisa para comermos.

— Sakura, eu quero uma coisa light para comer. Você sabe que tenho que manter a forma.

— Eu sei, Ino – revirei os olhos enquanto procurava alguma coisa nos armários. – Tem uns sanduíches naturais aqui.

— Ah, se é natural tudo bem.

— Eu como tudo o que vier. – Comentou Hinata. – Meu pai disse que eu tenho uma lombriga enorme no estômago que eu alimento.

— Eca.

Eu peguei o suco natural de uva, colocando-o na mesa e patê de presunto para fazermos os sanduíches.

— Nossa, Hinata, eu não entendo por que você é tão magra assim, se come tudo que vê pela frente. – Comentou Ino, enquanto preparava seu sanduíche.

— Acho que não engordo de ruim mesmo.

Eu ri, me sentando na cadeira junto com as meninas.

— Hinata, nós vamos comer rapidinho por que ainda vou sair com o Gaara, e tenho que me arrumar – Ino a fitou de relance. – Ainda tenho que ligar para o táxi vir nos buscar.

— Vocês não precisam de táxi, eu posso levar vocês no meu carro.

— Obrigada, Sakura...

— Obrigada nada, Hinata. – Ino franziu o cenho. – Se você quiser ir com ela pode ir, mas eu não. Fiquei com trauma de entrar num carro com essa testuda no volante. Eu amo muito a minha vida.

— Poxa, obrigada, Ino – meu tom saiu irônico.

— De nada, querida. – Ela retrucou, toda abusada.

— Que exagero, Ino. A Sakura não deve ser tão ruim assim.

— Valeu, Hinata – fiz um coração com as mãos para ela.

Ino a fitou.

— Hinatinha, meu amor, você não sabe o que está falando – e deu um gole no seu suco de uva. – Vai por mim, você não vai querer ir no carro dela.

— Ino, eu estou com uma vontade de torcer seu pescoço, sua porca maldita. – Ralhei já irritada com sua má fé em mim.

E nessa hora Sasuke entrou na cozinha de repente com uma cara de paisagem, fazendo nós três pararmos de falar. Ele disse um Oi para as meninas enquanto abria a geladeira.

— Oi, Sasuke, como vai? – Ino o cumprimentou sorrindo toda melosa.

— Bem, e você?

— Melhor agora que você está aqui. – Que oferecida! Dei um chute na canela dela por debaixo da mesa. – Ai!

Sasuke se virou, dando um sorriso de canto com uma garrafa de água na mão, enquanto pegava um copo no armário e derramou um pouco dentro. Ele olhou para Hinata enquanto bebia a água.

— Amiga nova, Sakura?

Revirei os olhos.

— Sim – respondi entediada. – Essa é Hinata Hyuuga, ela é nova na escola. Hinata, esse é Sasuke, um invasor de domicilio que se instalou aqui em casa.

Sasuke arqueou a sobrancelha e me ignorou, fitando Hinata.

— Hyuuga? Você por acaso é parente do Neji Hyuuga?

— Ele é meu irmão. Acho que nós nos conhecemos.

Sasuke sorriu de canto.

— Você está diferente, nem te reconheci.

Ela sorriu tímida

— É que eu mudei de visual, sabe. A Sakura e a Ino meio que me transformaram.

Sasuke olhou para mim, e depois olhou para Hinata.

— Foi bom revê-la de novo, Hinata. – Ele disse, colocou o copo na pia e saiu da cozinha.

Levantei-me da cadeira e fui atrás dele que estava atravessando a sala de jantar.

— Sasuke!

Ele parou e se virou para mim.

— O que foi?

— Desde quando você conhece a Hinata? – Me aproximei mais, ele me olhava com uma cara de bunda.

— Ela é imã de um amigo meu da faculdade. – Ele respondeu entediado. – Aliás, o que você fez com a garota, hein?

— Oras, eu a transformei – disse o óbvio. – Ela é o meu novo projeto.

— Eu tenho pena dessa garota – e balançou a cabeça para os lados e aquilo me irritou.

— Pena por quê? Você tinha que ter pena do estado que ela se encontrava. Eu fiz um favor para ela, a deixando mais apresentável.

Sasuke me olhou em desaprovação.

— Sabe qual é o seu problema? Que tudo tem que está conforme o seu gosto, nada pode estar diferente. Custava deixar a garota ser o que ela é? Isso é ridículo.

— Olha aqui – coloquei o dedo em sua cara -, guarde essa sua opinião de merda para você por que eu não pedi que opinasse. Você não sabe de nada, é só é um intrometido que pensa que sabe de tudo.

Ele sorriu irônico erguendo as sobrancelhas

— É você que não sabe de nada. – Ele retrucou, abaixando o meu dedo. – Você não passa de uma pirralha mimada que ainda tem muito que aprender da vida. Nem tudo são flores e nem tudo é um mar de rosas. Você tem que acordar para vida e sair desse seu mundinho cor-de-rosa.

— Você é um idiota.

— Está aí, a prova do quanto você é imatura. – Seu tom saiu duro e sério, e logo deu as costas para mim e começou a se afastar, mas num ato impensado segurei o seu braço, o impedido.

— Espera!

Ele se virou para mim, ainda sério.

— O que foi agora?

— Eu quero te pedir um favor.

— Diga.

Eu olhava para aqueles olhos negros e profundos. Sasuke era um chato que achava que eu era uma mimada patética. Eu odiava quando ele tentava me dar lição de moral, á não bastasse papai com aquele discurso todo de "a vida lá fora é dura", agora ele vem para cima de mim fazer o mesmo? Isso eu nunca iria admitir. Mas deixando isso de lado, eu tinha que admitir que o infeliz era lindo. Não que eu fosse me interessar por ele, isso nunca. Eu preferia comer cocô do que ter algum interesse amoroso por aquela criatura, mas isso não vem ao caso agora.

— Você pode levar as meninas para casa? A Ino precisa sair ainda e a Hinata mora longe. Não quero que elas saiam sozinhas. Está escuro.

Sasuke continuava me olhando, observando atentamente cada detalhe de meu rosto e aquilo estava me incomodando. Não gostava se ser encarada, muito menos por Sasuke, ele sempre me encarava de um jeito que fazia eu me sentir estranha.

Ele soltou um suspiro em seguida, desviando os olhos de mim.

— Tudo bem, mas você vai ficar me devendo uma.

Senti meus olhos arregalarem, incrédulos.

— O quê?

— É o preço – disse ele. – Me chame quando elas forem embora.

Ele saiu em direção ao seu quarto, me deixando parada olhando para suas costas até sumir de minhas vistas.

Voltei para a cozinha e comuniquei para as meninas que Sasuke iria levá-las para casa e elas adoraram - principalmente Ino - por que não iria no meu carro, comigo dirigindo.

Depois que comemos, fomos ao meu quarto pegar as roupas que eu dei para Hinata. Ela relutava em aceitar dizendo que não precisava, que eu tinha feito muito por ela, mas no final ela aceitou. Juntamos tudo em sacolas e elas desceram enquanto eu fui chamar Sasuke em seu quarto.

Bati na sua porta e escutei um entre abafado. Quando entrei em seu quarto, encontrei-o sentado na cama com um livro sobre as penas e um caderno ao lado.

— As meninas já estão indo embora. – Falei enquanto entrava um pouco no seu quarto, ainda estava ressentida com que ele tinha falado para mim

— Ok. – Me preparei para sair, mas sua voz soou, me chamando: – Sakura.

— Oi.

Virei-me a tempo de vê-lo pulando para fora da cama e parando a minha frente.

— Me desculpa por ter dito aquelas coisas para você. Eu não deveria ter se intrometido em sua vida – ele parecia sincero.

Apenas assenti timidamente, eu havia sido pega de surpresa. Nunca pensei que Sasuke me pediria desculpas, mesmo que no fundo, no fundo mesmo, eu sabia que estava errada e ele certo. Deu-me vontade de chorar agora. Só que não.

— Deixa para lá – fingi desinteresse.

Ele sorriu de canto.

— Você é uma figura, pirralha.

— E você é um espantalho – rebati, mas não estava zangada.

— Não adianta você negar, Sakurinha, eu sei que você é louca por mim. – Ele passou um braço pelo meu ombro, enquanto saíamos de seu quarto.

— Sai para lá – me afastei dele. – Eu nunca iria me interessar por você.

— Nunca cuspa para cima, porque ele pode cair na sua cara e você pode acabar pagando a língua. – E novamente ele estava com aquele sorriso zombeteiro no rosto.

Virei-me, e fiquei de frente para ele e cutuquei seu peito com meu dedo indicador.

— Escreve isso no seu dicionário, eu nunca vou meu interessar por você.

— Vou gravar essas palavras para jogá-las na sua cara, quando você cair de amores por mim. – E piscou para mim, afastando meu dedo para o lado.

Revirei os olhos, e fiz biquinho.

— Vai sonhando, Uchiha, vai sonhando.

Descemos as escadas aonde encontramos as meninas o esperando. Despedi-me delas, prometendo nos encontrarmos amanhã na escola. Elas entraram no carro de Sasuke e partiram, eu apenas voltei para dentro de casa e fiquei pensando nas palavras de Sasuke. E uma coisa eu tinha certeza, eu nunca iria me interessar por aquela cacatua, e isso era uma promessa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?
Quero saber suas opiniões.
Até.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Patricinhas de Konoha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.