Josh

Depois que John me disse que Alex ficaria conosco no apê só para cuidar da Isa, eu quase dei um deslize, por pouco não estorei como sempre e acabei contando tudo. Okay, beleza ele vir pra cá, mas ficar de apelidinhos carinhosos com a MINHA LOIRA? Pô mew, assim eu não aguento. Certo que eles são amigos e tal, mas ela é minha e não dele. Ciúmes, sim eu sinto e sou homem o bastante para assumi-los. Fiquei de cara fechada para ele e para ela, talvez assim ela note que eu exista. Passei á tarde toda cuidando de vários casos de crianças com câncer e me doeu muito saber que uma paciente minha havia falecido nesta manhã, ela tinha apenas 5 anos. Chegando em casa recebo uma mensagem da Vick dizendo que precisava muito de mim e que ela estaria vindo para me encontrar em casa. Estranhei o fato dela dizer que precisa muito de mim. Chegando em casa Vick já estava me esperando no meu quarto, seus olhos estavam com lágrimas e ela correu e me abraçou forte.

– Eii pequena, calma. – disse fazendo carinho nos cabelos dela.

– To desesperada.

– Calma, vem vamos conversar. – disse a puxando para sentar na cama.

– Josh eu fiz a maior burrada do mundo. – ela falava em meio a um choro.

– O que aconteceu? Brigou com o Thomas?

– Não, foi pior.

– E o que foi pior?

– Eu to grávida. – ela disse quase num sussurro.

– O que?? – disse ainda não acreditando no que tinha ouvido.

– Foi isso que você ouviu.

– Você ta de brincadeira comigo mew. – ela me olhou pela primeira vez e balançou a cabeça em sentido negativo.

– Caraaaa você não sabe o que significa camisinha?

– Eu usei só que sei lá o que aconteceu.

– Velho, nem sei o que dizer. – disse ainda abismado, a Vick se cuidava tanto, como ela foi dar um deslize desse.

– Pelo menos eu sei quem é o pai. – disse ela de cabeça baixa.

– Vick...- levantei sua cabeça.

– Meu pai vai me matar Josh, ela já me odeia por causa da minha mãe, agora vai ser pior. Fora que o Thomas não quer assumir. – disse ela ainda em choro.

– Eu vou dar um jeito pequena calma. – disse a puxando para um abraço.

– Eu to com medo, acho que vou tirar.

– Nãooo. – gritei. – não faz isso, eu posso dizer que o seu filho é meu só por um tempo.

– Mas isso não é certo, você tem a sua vida.

– Só não faz isso Vick, por favor. – disse desesperado. – vai esfriar a cabeça, toma um banho, vamos dar um mergulho na piscina, assim você esquece um pouco isso, depois veremos o que vamos fazer, mas só te peço uma coisa, pelo bem da nossa amizade, quero que prometa pra mim que não vai abortar esse bebe. Promete?

– Prometo. – ela disse num sussurro.

– Agora vai tomar um banho pequena. – dei um beijo no topo de sua cabeça.

– Obrigado pela sua amizade, você pra mim é tudo, você sabe. – Vick me abraçou e me deu um beijo no rosto.

Vick e eu tínhamos uma amizade muito forte, uma espécie de ligação de irmão, e se fosse preciso eu assumir esse bebe e dizer que sou eu o pai eu faria, ela é uma irmã pra mim. Sei que se isso fosse acontecer eu diria Adeus a Isabella, ela nunca mais olharia em minha cara, e eu a perderia para sempre. Espero que achemos um jeito de resolver isso sem que haja decepções.

Fomos para piscina, mas Vick estava tão tristinha, tentei anima-la á enchendo de beijos e abraços, brinquei de jogar água nela e até que ela se animou um pouco. Estava abraçado com a Vick quando olho para lado e vejo a loira mais gata do universo passando por nós, juro que se estivéssemos juntos eu não deixaria ela sair com um short tão curto como aquele, os caras ficaram babando nela que me deixou furioso. Fiquei a observando de longe, enquanto Vick e Peter estavam brincando um com o outro. Vick percebendo a minha cara de tacho olhando para ela veio ao meu encontro.

– Quer um babador?

– Quero até três gata. – disse sorrindo maliciosamente.

– Não sei como vocês não estão juntos.

– É complicado. – disse coçando a cabeça.

–Complicado é você ver os caras dando em cima dela como esta acontecendo agora e ficar ai só olhando. – disse ela apontando para Isa.

Uma raiva me subiu, queria sair correndo e bater em todos neles, mas Vick me segurou em um abraço e ficou me travando. Isa pulou na piscina chamando mais atenção ainda e ficou boiando por um tempo. Não tirava os olhos dela, mas ela estava nem ai pra mim, parecia que eu nem existia. Depois de um tempo Isa sai da piscina e um garoto vem ao encontro dela, nesse momento Vick me apertou mais ainda e disse.

– Fica na tua, sem brigas por hoje. – fiquei me segurando para não tirar ela de perto daquele moleque. Então tive uma ideia.

– Eii Peter, faz um favor pra mim?

– Fla brother.

– Vai ali na Isa e interrompe a conversa dela com aquele moleque, finge que é o namorado dela e diz que quer conversar com ela.

– O que deu em ti mew? Porque esta pedindo para eu fazer isso? – Peter me olhou surpreso.

– Faz logo mew. – disse sem paciência.

– Okay.

De longe vi Peter se aproximar e os interromper, Peter levou Isa para um lugar e fiquei muito curioso para saber o que estava acontecendo. Minutos depois ele apareceu e pulou na piscina, logo depois vejo Isa vir em minha direção, me levanto e fico de frente para ela.

– Quem você pensa que é pra ficar mandando na minha vida? Dela cuido eu - ela me empurrou e eu cai com tudo na piscina. A loira estava realmente muito brava, saiu de lá batendo o pé.

....

Mais á noite voltamos para casa e Megh estava andando de um lado para o outro agoniada, a olhei e ela veio ao meu encontro.

– Josh por favor me ajuda, a Isa não voltou pra casa ainda, to desesperada, ela não atende o telefone e não falou para onde ia, me ajuda a procurar ela?

– Claro. – disse calmo, sabia que ela não iria muito longe.

Procurei por toda a extensão do prédio, mas não a achei. Rodei as ruas perto da rua, mas não a achei. Procurei pela praça que costumávamos correr, mas nem sinal dela. Estava começando a me preocupar, quando recebo uma mensagem de Megh dizendo que ligou para a amiga dela Shopie e a Isa tinha feito umas perguntas estranhas para ela e mencionou algum treinamento do Asher. Quando ela terminou de falar eu senti uma fisgada forte no coração e uma sensação muito estranha de desespero me bateu. Desliguei o telefone e comecei a rodar as ruas desesperado a procura dela. Passei por todos os lugares possíveis que ela poderia ir, mas não a achei. Lembrei que perto da sua escolha tinha um parque e dirigi rapidamente até lá, estacionei o carro e fui andando a procurada dela. Quando bato meus olhos em um banco vejo uma cena nada agradável. A minha loira estava de cabeça baixa, e de longe pude ver seus braços cortados e quando fui me aproximando vi que seu vestido estava completamente rasgado. Um desespero me bateu e eu corri rapidamente até ela.

– Isa.- ela levantou a cabeça e me olhou, seus olhos estavam inchados, seu cabelo estava bagunçado e seu braços estavam sangrando.

– O que aconteceu com você? Porque esta assim? – disse desesperado. – ela não dizia nada apenas ouvia seu choro baixinho.

– Isa você esta me assustado, por favor, me diz o que aconteceu?

– Euuu... preciso de você. – ela disse em um sussurro e eu a abracei forte.

Ficamos um tempo abraçados até que decidimos ir para um hotel, ela não queria voltar para casa, então só fiz o que ela pediu. Chegando no hotel pedi que ela tomasse um banho e lavasse os cortes do braço dela.

Estava muito desesperado, milhões de coisas passavam em minha mente, mas não poderia acreditar que alguém poderia ter feito mal á ela. Fazia um tempo que ela estava no banho, então gritei seu nome até ouvir a sua doce voz. Ela saiu do banheiro enrolada em um roupão e eu pedi a ela que me esperasse deitada. Tomei o banho mais rápido da minha vida, e fui para o quarto, me sentei ao seu lado e pedi a ela que me contasse o porque ela estava daquele jeito. Juro que senti muito medo da sua resposta, mas me mantive o tempo todo firme. Quando Isa terminou de me contar a história toda eu juro que senti tanto ódio daquele cara que queria sair dali correndo e quebrar a cara dele tanto que ele nunca mais iria acordar no dia seguinte. Senti tanto ódio dele, que juro que isso não ficaria em pune, porque ele mexeu com a garota erra, a MINHA garota. Vou fazer ele sentir na pele o que a minha pequena passou. Um sentimento de culpa me rodeava, eu queria a ter protegido, eu deveria a ter protegido. Isso martelava o tempo inteiro em minha mente, me deixando completamente frustrado. Tentei manter a pose de forte em frente a Isa, mas quando ela adormeceu em meus braços a colei delicadamente na cama e me afastei um pouco para chorar. Eu me sentia tão inútil de não ter a salvado, eu estava destruído por dentro. E sabia que isso iria me corroer cada vez mais, limpei minhas lágrimas, e voltei para o quarto. Isa estava sentada na cama ela me olhou e deu um sorriso fraco, me aproximei dela e ela me abraçou.

– Pensei que tinha ido embora.

– Eu só sai para dar um volta, precisava pensar. – disse triste.

– Porque estava chorando? – ela disse me fitando.

– Eu não estava chorando.

– Não mente pra mim, eu vi você la na varanda chorando.

– Euu... – um nó se formou em minha garganta e lágrimas insistiam em se formar. – eu estou me sentindo um inútil, se o Asher tivesse feito algo a você eu nunca me perdoaria.

– Mas não foi você o culpado.

– Sei que não sou, mas como você se sentiria se um idiota machucasse alguém que é importante pra você? – Isa me abraçou forte me deu um beijo no rosto.

– Não se preocupe, eu to bem. Obrigado pela preocupação. – disse Isa se ajeitando na cama.

– Dorme bem pequena. – disse a abraçando.

– Obrigado. – ela disse baixinho fechando os olhos e se aconchegando no meu peito.

......

Isabelle

No dia seguinte acordei com dores em todo o meu corpo, parecia que tinha apanhado muito. Tentei o Maximo não me movimentar, mas era impossível pois a luz do sol batia em meu rosto me despertando do sono. Olhei para os lados e não vi Josh, juro que quase entrei em desespero. Dei um pulo da cama ainda com muita dor no corpo, olhei em todo o quarto mas não o vi, eu estava com medo, medo de que Asher descobrisse onde eu estava, medo de que Josh estivesse com Vick, medo de ficar sozinha, pois meu irmão estava tão longe que se caso eu morresse ele nem chegaria para meu enterro. Me sentei na cama e peguei meu celular,que marcava 10:45, ainda estava muito cedo e eu não ligaria para Meg uma hora dessas. Comecei a procurar algum contato na agenda do meu celular para me ajudar quando Josh aparece na porta. Ele me olha e da o meu sorriso preferido, eu queria ir correndo até ele e o abraçar forte, mas nós não éramos nada, ainda.

– Bom dia minha loira. – disse animado.

– Oi.

– Fui até a loja ali de baixo para comprar uma roupa para você, já que seu vestido foi pro lixo. – disse ele me dando uma sacola. Abri a sacola e vi um vestido simples, mas lindo.

– Obrigado. – sorri.

– Também fui no Starbucks para comprar seu café. Sei que é apaixonada pelo café de lá.

– Obrigado novamente. – disse tímida.

– Um favor retribui o outro. – piscou.

Tomamos o nosso café na companhia de um programa de música que passava na televisão. Josh estava muito animado, sorria para tudo e fazia mil e uma brincadeiras. Pegamos nossas coisas e fomos para casa, afinal a parte mais agonizante começaria por agora.

– Isa, ontem liguei para o seu irmão e contei por cima o que tinha acontecido.

– E ele? – disse colocando o cinto.

– Ele ficou muito bravo, vem para cá hoje.

– Ah não eu não queria ter causado tudo isso. – disse olhando para minhas mãos.

– Não foi você que causou isso. – disse ele baixinho. – Josh pegou minha mão e a acariciou por alguns instantes. – Precisamos ir. – ele deu partida no carro e saímos.

Ficamos quase meia hora no trânsito, acho que havia algum acidente na pista fazendo com que o transito se tornasse lento. Durante o caminho não trocamos nenhuma palavra, apenas o barulho da música do rádio circulava sobre o ambiente. Colbie Caillat - Midnight bottle. Sua voz suave embalava os meus pensamentos que apesar de estar longes, estavam dirigidos apenas a uma pessoa. Olhei para ao lado e encostei minha cabeça no banco fechando meus olhos e curtindo a música.

Josh

Estacionei o carro e em frente ao prédio vi um carro que eu já conhecia, meu sangue ferveu só de pensar no que ele pensou em fazer com a Isa. Respirei fundo, mas não deixei transparecer para ela ver. Minhas mãos apertaram o volante quando finalmente estacionei, não queria sair do carro, mas eu deveria. Abri a porta do carro, e rapidamente caminhei até Isa. Seus olhos se encontraram com os meus e entrelacei as nossas mãos. Um sorriso brotou no meu rosto quando olhei em seus olhos, mas logo ele se desfez ao me deparar com aquele covarde.

– Isa eu preciso falar com você, por favor me escuta. – disse ele se aproximando dela.

– Não chega perto dela Asher. – disse serio. – um sentimento estranho tomou conta de mim, uma sensação de adrenalina diferente.

– Eu estou falando com ela e não com você. – disse ele se impondo.

– Eu não quero falar com você, some daqui. – disse Isa. – ela estava trêmula, sua voz saiu meio falhada e ao olhar em seus olhos pude ver lágrimas caindo.

– Some daqui Asher, agora. – coloquei Isa para trás de mim e o encarei. Meu sangue estava fervendo para quebrar a cara dele, mas não queria fazer isso em frente a ela.

– Porque? Se eu não sair vai fazer o que? – disse me provocando.

– Você sabe que sou mais forte que você, não bastou o campeonato de luta pra te mostrar isso? – Asher me olhou com fúria nos olhos e veio em minha direção.

Pedi a Isa que se afastasse que ele teria o que ele merece. Não era minha intenção no momento quebrar ele, mas eu precisava descontar tudo o que ela passou naquela noite. Asher veio me dar um soco mais ganhou um em cheio em seu nariz, ele se afastou um pouco, colocou a mão no local machucado e me olhou, veio em minha direção e me acertou em cheio no estômago, queria dizer que não doeu, mas doeu pra caramba, coloquei a mão no lugar quase não respirando, mas aprendi nos treinos de luta que nunca devo dar as costas para o adversário. Ele tentou me chutar e aplicar alguns golpes em mim, mas não conseguiu, pois sou mais ágil que ele. O mestre sempre me disse que as minhas principais características eram agilidade e força. Enquanto ele tentava me socar eu apliquei uma técnica que aprendi, joguei-o no chão e comecei a soca-lo. Ele tentava rebater, mas usava toda a minha força contra ele. Soquei o seu rosto, e quanto eu fazia isso, pensava como ele seria tão covarde em querer abusar dela. Um ódio me subiu pela cabeça e o soquei mais, seu rosto estava sangrando, mas eu nem me importava mais. Só parei de soca-lo quando Isa gritou.

– Para Josh. – disse ela em meio á lágrimas. – Por favor, já chega. – a olhei.

– Se você chegar mais uma vez perto dela seu imbecil, eu te mato. – Asher me olhou e depois de alguns segundos tentou se levantar, mas não conseguia.

– Vem Isa, vamos pra casa. – disse puxando delicadamente seu braço.

A cada passo que eu dava uma dor me consumia. Ele acertou em cheio meu ponto fraco, e ele sabia bem onde era. Minha respiração estava acelerada, me causando mais dor. Isa me ajudou a caminhar até o elevador que rapidamente subiu no nosso andar.

– Calma, só respira devagar. – disse ela calmamente.

Isa bateu na porta do apartamento e Alex abriu, ele nos olhou com espanto, mas rapidamente nos ajudou. Eles me sentaram no sofá enquanto isso Isa foi até a cozinha e voltou com uma bolsa de gelo. Ergueu minha camisa com cuidado, poderia dizer com receio, olhei para seu rosto e vi suas bochechas corarem. Ela se sentou ao meu lado e ficou apoiando sua mão contra a bolsa de gelo.

– Vai passar. – disse ela baixinho.

– O que aconteceu com ele?

– Longa história mano. – disse num grunhido.

– Quero saber depois.

– Okay. – disse ainda com muita dor.

Estava encostado no sofá com a cabeça para trás, apenas esperando que a dor passasse, pois estava insuportável aguentar. Enquanto meus olhos estavam fechados senti um carinho em meus cabelos, tão suave que se não estivesse acordado diria que seria um sonho, que constantemente esta me companhando. Abro meus olhos lentamente e vejo dois pares de olhos azuis me encarando.

– Ta passando? – ela disse me olhando com compaixão.

– Esta sim. – forcei um sorriso.

Ficamos por mais alguns minutos até que a dor amenizou e me levantei devagar. Alex tinha saído e Meghan foi embora pela manhã, segundo Isa. Fui até meu quarto devagar ainda acompanhado por ela e peguei um calção e uma cueca para tomar banho.

– Tem certeza que esta melhor? – disse ela preocupada.

– Sim, estou melhor.

– Se precisar promete que me chama? – fiz uma cara de que iria pensar e ela me deu um tapa no braço.

– Não pensaria em mais ninguém. – disse sorrindo. Me aproximei dela e a dei um beijo no topo de sua cabeça.

Isabella

Depois de toda aquela confusão jurei a mim mesma que nunca mais trocaria uma palavra com Asher. Depois de me certificar que Josh estaria bem e que não precisava de nada fui para meu quarto descansar, já que não tinha descansado quase nada. Acordei sentindo um carinho gostoso, algo que me fazia lembrar de minha mãe, apesar de não lembrar do seu rosto. Abri meus olhos e vi que John estava sentado ao meu lado me fazendo carinho.

– Oi minha linda, como você esta?

– Estou bem, melhor agora. – disse o abraçando.

– Eu vim assim que pude eu juro.

– Eu sei, me desculpa por estragar a sua viagem. – disse baixinho.

– Você nunca estraga maninha, vem vamos comer alguma coisa. – disse me tirando da cama. – olhei em meu criado mudo e vi que eram quase 21:00 horas, eu avia dormido muito, por causa do antibiótico que Josh tinha me dado para não infeccionar os cortes.

Troquei de roupa e escovei os dentes, John estava parado encostado na porta. Ele me tirou do quarto e fomos para cozinha. Vi Josh sentando ao lado de Vick e eles conversavam animados sobre algo, quando ele me viu seu sorriso morreu e se transformou em uma espécie de preocupação.

– Vick você poderia nos deixar a SOS, temos que ter uma conversa em família. – disse John serio.

– Claro, mais tarde eu volto super herói.- diz ela sorridente para Josh.

Vick me olhou e sorriu fechando a porta. John se sentou no sofá e pela sua expressão a corversa seria tensa. Engoli a seco um nó que se formava em minha garganta e me sentei ao seu lado.

– Quero saber dos dois o que aconteceu. – disse ele nos encarando.

– Eu não quero falar disso. – disse tímida. – não queria lembrar de todas aquelas cenas horríveis.

– Deixa que eu falo Isa. – disse Josh. – aconteceu que o ex namorado da Isa quase abusou dela a força.

– O queee? – ele disse indignado.

– Você não contou a ele? –olhei para Josh.

– Não tudo assim tão claro. – ele disse me encarando.

– Isso é verdade Isa? – John me encarou com seus olhos azuis.

– Sim, mas ele não conseguiu o que queria. – disse ainda muito envergonhada.

– Eu vou matar aquele vagabundo. – disse John furioso.

– Não se preocupa irmão eu já dei o meu jeito nele, acertei as contas de um tempo atrás.

– Você bateu nele?

– Quase o deixei inconsciente, mas só isso não basta, vamos denuncia-lo por tentativa de estupro se você aceitar loira. – ele disse me olhando com um olhar doce.

– Por mim. – dei os ombros e fixei meus olhos nos meus pés.

– Vamos fazer isso agora, quanto antes melhor.

– Você esta melhor para ir até la? – diz Josh.

– Acho que sim, só preciso trocar de roupa. – me levantei e fui até meu quarto.

– Vou ir na frente para falar com um amigo advogado, quero que ele pague caro pelo que fez a você. – diz John.

Segui andando até meu quarto e vesti uma calça e um moletom, prendi meus cabelos e deixei minha franja caída. Minutos depois escuto duas batidas na porta e deixo entrar. Josh entra e vejo seus olhos se encontrarem com os meus.

– Esta pronta? – assenti.

– E você como esta, ainda esta doendo aqui. – digo colocando a mão em sua barriga, mas rapidamente tirei. Eu não era tão ousa assim, não sei o que me deu para fazer isso.

– Melhorando, ainda sinto um pouco de dor, mas esta melhor. – ele levantou a blusa e me mostrou um roxo, vi que ele tinha uma tatuagem e fiquei mega curiosa para saber o que era.

– Você tem tatuagem? – disse sem olhar em seus olhos.

– Tenho duas, mas pretendo fazer outras. Quer ver? – quando ele disse aquilo meu rosto ficou vermelho, e agora o que responder? Se dizer não serei grossa, mas se dizer sim serei oferecida. – ele tirou a camisa por cima e se virou de costas.

– Esta fiz há dois anos e a outra fiz quando tinha 18 anos. Estava bêbado e acabei fazendo ela. – passei a mão em cima da âncora que estava tão desenhada e perfeita que não tive como resistir. Quando o toquei senti que ele meio que se esquivou me fazendo sentir insegura.

– Porque uma âncora? – perguntei para quebrar o clima

– A âncora é considerada um símbolo de firmeza, força, tranquilidade, e esperança. Ela representa a parte estável do nosso ser, ou seja, aquela que, em meio às tempestades, é capaz de manter a estabilidade.

– Interessante. – disse ainda pensando.

– Eu quero fazer outra, mas preciso ter certeza de algo primeiro. – disse ele me despertando dos meus pensamentos.

– Certeza de que? – disse ainda aérea.

– De que tudo que estou sentindo vá valer a pena. – disse ele se aproximando.

– Você precisa pensar muito antes de fazer, não podemos voltar atrás.

– Eu não pretendo voltar a nenhum lugar se não for com você ao meu lado. – disse ele tão perto de mim que pude sentir sua respiração acelerada. Meu coração esta batendo tão rápido e acelerado que penso que vou desmaiar, meu corpo parece não querer responder quando estou tão próxima aos seus lábios. Ele acaricia minhas bochechas e com a outra mão coloca uma mecha de cabelo para trás da orelha. Seus olhos estão fixos nos meus, minhas mãos vão parar em sua cintura e por segundos não quero pensar em nada, só quero estar com ele. Josh roça seus lábios nos meus me fazendo desejar cada vez mais ele. O beijo é iniciado, não com pressa ou com desejo ardente, mas com carinho, delicadeza, é como se apenas com um beijo agente se conectasse, é algo difícil de se esclarecer. Seu beijo era como um imã me atraia tão profundamente que quase perdia a noção do que estava fazendo. Seus lábios tocavam os meus tão delicadamente, sentia que ele fazia um esforço tremendo para não passar dos limites. O terminamos com um selinho carinhoso. Abri meus olhos e senti uma enorme vergonha me consumir. Nossas testas ainda estavam coladas e nossas respiração ofegantes.

– Isso é uma resposta? – disse ele baixinho.

– Ainda não, eu tenho medo de me machucar outra vez.

– Eu não vou te machucar, confia em mim? – disse ele juntando nossas mãos.

– Eu queria dizer que confio, eu queria dizer que não tenho medo de você, medo de entregar meu coração novamente e você o machucar, medo de me envolver com alguém com um passado como o seu, mas eu tenho, não posso simplesmente apagar isso.

– Gostaria de ouvir uma resposta positiva, mas tenho que aprender que com você é diferente. Você não é como as outras garotas.

– Entende por favor, eu...

– Eu te entendo, já tive medo e sei que precisamos enfrenta-los, mas isso exige tempo. – Josh me abraçou forte. – o dia que estiver pronta para me entregar isso aqui. – ele disse direcionando a minha mão ao seu coração que batia acelerado. – eu vou estar te esperando, só não demora muito, por favor? – disse ele sorrindo.

– Não quero que se prive por mim. – disse por impulso.

– Como não me privarei se simplesmente aconteceu. Eu juro que tentei não gostar de você, mas foi impossível. – ele sorri.

– É que sou incrivelmente cativamente. – disse entrando na brincadeira.

– Cativante, teimosa, doce, insistente e incrivelmente linda. – disse ele me fitando com aquelas esferas azuis perfeitas.

– Teimosa? – sorrio. - ele ri e me da um beijo na bochecha.

– Vamos temos que acabar logo com isso. – peguei minha bolsa e partimos.

Minha tarde seria longa, mas não me importo, eu queria era ver o Asher pagar pelo que ele fez. Não sou vingativa, mas se eu não fizesse algo quantas meninas ele ainda abusaria? Isso tem que ter um fim, seja por bem ou por mal.