Cigaretts and Valentines escrita por Grace


Capítulo 6
I Was Young


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi amores!
Cara, hoje também estou muito feliz, pois recebi mais DUAS RECOMENDAÇÕES LINDÍSSIMAS! E ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA POR ELAS! Muito obrigada aos dois anjos, Maaa2014 e Lizzy Jackson, a quem dedico esse capítulo! Muito obrigada mesmo, de coração!
Muito obrigada também por todos os comentário! Fiquei apaixonada por eles, sério!

Galera, não sei se já contei pra vocês, mas eu presto vestibular para Jornalismo, então, vocês podem imaginar o quanto eu fico feliz quando vocês dizem que eu escrevo bem! hahahaha eu interpreto isso como um sinal de estar indo pro caminho certo!



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_Vocês gostariam de fazer os pedidos? - O garçom perguntou, meio perdido. Ele não sabia se olhava pra mim ou para Tris. Embora claramente ele preferisse conversar com ela, a minha presença o deixava inquieto.

_Hum, eu vou querer dois cookies com gotinhas de chocolate, um pedaço de bolo de chocolate, um donut e um café grande. - Tris disse. Ela estava inquieta e ainda um pouco explosiva. Eu tinha certeza que a falta de cafeína e principalmente a falta de comida a estavam deixando assim.

_Eu vou querer um café grande, um pedaço de bolo de chocolate, um de bolo de cenoura com cobertura e um croissant. - eu disse, e o garçom se retirou.

Tris brincava com uma mecha de seu cabelo. Ela tinha tirado toda a maquiagem, e embora continuasse uma das pessoas mais lindas que eu conhecia, agora eu conseguia ver as olheiras e sua feição de cansaço.

_Faz quanto tempo que você não come direto? - eu perguntei. Ela me olhou e deu um sorriso.

_Hum, desde aquele café da tarde na sua casa, domingo passado.

_O QUÊ? - Eu fiquei surpreendido com a resposta - Beatrice, você ficou louca? Você deve ter perdido uns cinco quilos, só essa semana.

_Bem, essa era a ideia. - ela suspirou - As fotos de biquini foram hoje, pela manhã. Desde que botei meus pés em casa, no domingo, minha dieta rígida começou. Frutas, saladas, legumes, vitaminas, e essas coisas só.

_Por essa eu não esperava. Eu acho muito sacrificante isso. Você não precisa perder cinco quilos pra ficar bonita nas fotos de biquíni. Você está me parecendo um prisioneiro de guerra, de tão magra.

Ela começou a rir.

_Exigências de contrato. - ela suspirou - Nos primeiros dias até que vai, mas depois... fica insuportável comer só essas coisas saudáveis. Café e chocolate nunca mataram ninguém.

Agora fui eu quem ri.

_Chocolate... tá aí, eu não sabia que você gostava.

_Eu? Amo. Melhor coisa do mundo, depois do Starbucks e do Mc Donalds.

_Você está na profissão errada, literalmente.

_Também acho. - ela riu, e eu fiquei na dúvida se ela estava falando sério ou não.

_Por que você decidiu virar modelo? - eu perguntei. O garçom chegou com nossos pedidos nesse mesmo instante. Tris me pareceu feliz de ver comida que continha carboidrato.

_Hum... - ela mordeu um pedaço do cookie - isso está divino. - Eu ri. Ela parecia uma criança em loja de doces. - Acho que porque eu cresci nesse meio, as pessoas à minha volta sempre me incentivaram a investir nessa carreira, e tal, mas também porque... bem, eu era uma pessoa fútil quando mais nova. Durante o ensino médio, sempre amei ter metade da escola aos meus pés, sempre amei ser sinônimo de moda e beleza, sempre amei lançar tendências, sabe? Eu era uma adolescente idiota. Fútil. Perdia horas fazendo compras, fazendo o cabelo, as unhas... perdia horas pensando em qual roupa eu usaria no dia seguinte, e com qual pessoas eu conversaria.

_Você era quase aquela moça do filme Meninas Malvadas, ou coisa assim...

_Regina? - ela riu - Adoro esse filme. Mas eu não era malvada. Era só metida mesmo. Eu não falava mal das pessoas... Bem, eu mal falava com elas, pra falar a verdade. Falava só com quem me interessava.

_Uau. Você era a típica garota de filme mesmo. - Eu cai na risada, e ela me acompanhou - Me falta só você falar que namorou o capitão do time de basquete.

_O capitão do time de basquete não. Na verdade, eu namorei o quarterback do time de futebol. Por dois anos.

_Sério isso? Achei que você nunca tinha se apaixonado antes.

_Eu não gostava dele. Namorei ele porque... bem, porque era o que se esperava da capitã das líderes de torcida e do quarterback/capitão do time de futebol. Hut era até legal, mas era um babaca.

_Líder de torcida? Tris, você deve ser a inspiração desses seriados que lançam por aí. Você era a típica americana que todas as meninas sonham em ser. Linda, bonita, inteligente, influente, popular, líder de torcida e namorada do quarterback.

_Eu disse que eu era meio fútil. - ela deu de ombros, mas continuou sorrindo. - Mas escuta essa, terminei com ele no baile de inverno. O maior barraco que aquela escola já teve. Eu tinha visto ele paquerando uma qualquer, e antes que ele fizesse alguma coisa e eu ficasse de corna na história, me livrei dele.

_No mínimo você pois em dúvida a masculinidade dele. - Eu disse.

_Rá! Acertou na mosca! Eu disse que ele não era homem o bastante pra dar conta de mim. Bem, não com essas palavras, mas o contexto foi esse.

_Eu queria ter te conhecido nesse época.

_Não queria não, sério, eu era um pesadelo. Mimada, metida e dramática.

_Zeke vive te chamando de rainha do drama.

_Eu não esperava outra coisa dele. Ele é um babaca. Vive implicando comigo. Você sabia que ele brigou comigo esses tempos atrás, só porque eu disse que não sabia como alguém como Shauna tinha casado com alguém tão chato como ele? - eu comecei a rir - Implico com ele porque não perdoei o fato deles terem casado escondido e não me contado. Zeke não deixou Shauna me contar.

_Até hoje não entendi o porque deles casarem tão as pressas e escondidos.

_O pai de Shauna queria que ela casasse com um Sheik, das arábias. Ele era um cara rico, influente e todas essas coisas, mas ela amava Zeke e então casou com ele escondida.

_Quem em sã consciência obrigaria a filha a casar com alguém que ela nem gosta? Que cara louco. - Essa era nova pra mim, mas explicava o porque do pai de Shauna não aprovar o casamento deles e não falar com nenhum dos dois até hoje.

_Sim, ele é louco. Digo, se Shauna quisesse se casar, eu não falaria nada, mas cara, obrigar? É demais, não é?

_É sim. - Eu respondi, me perdendo em pensamentos. Se bem que não era tão diferente de nós dois. Nós dois nos casando por herança, nos casando por interesse. Mas pelo menos, nós havíamos decidido nos casar, e nós poderíamos nos separar quando quiséssemos, diferente de quem se casa com um Sheik. Além de não poder se separar, ainda aguentaria não sei quantos mais casamentos do marido.

Nós terminamos de comer enquanto eu contava pra ela minha passagem pelo ensino médio. Eu havia sido um ótimo atleta, mas sem muito interesse. Tinha me juntado e liderado o time apenas porque eu sabia que me ajudaria a entrar onde eu mais queria. Harvard. Eu havia feito parte do grupo de química, de física e de matemática. Além de aprender várias outras línguas.

Tris me contou que também falava outras línguas, como o francês, italiano, espanhol, um pouco do português e um alemão arrastado e básico. Nós até batemos um papo em francês, e também arriscamos no alemão, o que ficou muito engraçado, já que os dois sabiam só o básico.

Eu paguei a conta, e nós fomos para o meu carro, falando de o quanto o dinheiro era traiçoeiro, mas que nos proporcionava muitas coisas. Eu sabia que nunca teria aprendido tantas línguas, estudado numa das melhores escolas e depois em uma das melhores universidades, se eu não viesse de uma família rica. Sabia que não teria viajado para tantos lugares, nem mesmo ter a mentalidade e o tino que eu tinha para os negócios hoje.

_Você quer ir pra algum lugar? - eu perguntei, mas já sabendo a resposta. Tris parecia que ia dormir de pé a qualquer instante.

_Para a casa, de preferência.

_Imaginei mesmo. Você está com cara de quem vai puxar o ronco a qualquer instante.

_Ei, eu não ronco! - ela riu, e me socou de leve.

_Sei... você está dizendo isso pra eu não desistir do casamento.

_Rá! Você tá muito engraçadinho hoje. - ela disse, apertando as minhas bochechas.

_Se você diz - eu disse, e nós dois começamos a rir.

_Posso ligar o rádio? - Ela perguntou.

_Fique a vontade. - Eu disse, e ela ligou, procurando alguma estação que tocasse alguma música que ela gostasse.

_Coloque no CD. Acho que você vai gostar - eu disse, e ela imediatamente colocou o CD para tocar. Ela reconheceu a música de primeira.

_Cara, Basket Case? AMO DEMAIS! - Ela sorriu, e começou a cantarolar a música.

_Música perfeita, da banda perfeita. De acordo?

Totalmente. - ela respondeu.

Fomos cantarolando Green Day até o fim do caminho. A mansão em que Tris morava estava escura, apenas com as luzes do jardim acesas. Não parecia que tinha ninguém em casa. O jardim estava bem diferente do dia do jantar. O deck de madeira, as mesas, os enfeites perfeitos, nada mais estava ali. Só o jardim, imaculado, bem detalhado e bem cuidado. Tris resmungou alguma coisa. Ela parecia chateada com algo.

_Tudo bem? - perguntei, avaliando-a. Quem sabe ela tinha comido demais e estava passando mal.

_É, tudo bem… eu acho. - Ela deu um sorriso fraco. Eu continuei a encarando. Uma leve risada surgiu em seus lábios. - É que… bem, eu não gosto de ficar sozinha de noite.

_Espera aí. A rainha do ensino médio tem medo de ficar sozinha em casa? Beatrice, eu não estou te reconhecendo - eu disse, e ela riu. Bem, pelo menos eu servia para deixa-la mais feliz.

_É… bem, assunto meio antigo isso. Só… não trás boas memórias. - eu fiquei pensando o que poderia ser. Ela não falara e eu não perguntaria. Eu respeitaria a privacidade dela. Se algum dia ela quisesse contar, eu estaria pronto para ouvir. - Mas antes eu e meus fantasmas do passado do que a Nita em casa.

_Você quer companhia? Posso esperar até você dormir. - ela sorriu pra mim, parecendo agradecida.

_Sério? Não vai te atrapalhar, nem nada?

_Não… claro que não, afinal, se minha namorada vai ficar em casa, não tenho nada pra fazer mesmo. - eu dei de ombros.

Nós dois descemos do carro. Ela procurava a chave dentro da bolsa. Eu tranquei o carro e nós fomos em direção a porta de entrada. Ela carregava o buquê que eu tinha lhe dado de presente nas mãos. Ela abriu a porta, e nós entramos na casa silenciosa. Ela acendeu as luzes da sala e esperou que eu passasse pela porta, para poder fecha-la.

_Tobias, fique a vontade. - ela disse, jogando a bolsa em cima do sofá - Bem, a casa é sua…

_Pode deixar, que já estou me sentindo em casa. - eu me joguei no sofá, ligando a televisão e procurado algum canal de esportes. É claro que, se a família estivesse em casa, eu não faria isso, mas como estávamos só nós dois, e ela bem… ela não se importava, eu me joguei lá, deixando o sapato na beirada do sofá.

_Eu vou tomar um banho rápido… se quiser alguma coisa na cozinha, ou precise de alguma coisa, fique a vontade. - ela sorriu, e então subiu as escadas rapidamente.

Eu estava assistindo um jogo não muito interessante de tênis, quando Tris desceu as escadas. Ela estava com shorts de pijama, uma camiseta do Kiss e chinelos. O cabelo estava preso em um coque, e o cheiro de perfume era realmente estonteante.

_Você precisa de alguma coisa? - ela perguntou.

_Eu estou bem, muito obrigada. - Ela se sentou ao meu lado, e observou o jogo por alguns instantes. O jogo não pareceu atrair o interesse dela. Os traços de cansaço continuavam em seu rosto. Ela me parecia perturbada com alguma coisa, e também me parecia prestes a cair no choro, mas provavelmente era cansaço.

_Tris, está tudo bem? - eu perguntei, e exame olhou.

_Hã? Há sim, está sim… eu só estou um pouco cansada. - ela olhou para a TV novamente, e eu podia ver as engrenagens do cérebro dela trabalhando, como se ela pensasse ou se preocupasse com alguma coisa muito importante - Tobias… - ela chamou. Eu a olhei, e ela sustentou meu olhar. Coloquei a televisão no mudo.

_Diga, rainha do colégio. - eu sorri.

_Obrigada - ela sussurrou. - Obrigada por ficar.

Eu sorri pra ela, e abri meus braços. Ela encostou a cabeça em meu peito e também me abraçou. Nós dois ficamos ali, em silêncio, apenas com a luz da televisão iluminando o ambiente. Eu percebi que ela havia adormecido quando sua respiração ficou mais leve. Passei as mãos pelos seus cabelos. O pensamento de leva-la até o quarto passou pela minha cabeça, mas com certeza, ela acordaria, e tudo que eu queria era que ela descansasse. Eu a puxei para o meu colo e depois me aconcheguei no sofá e fechei meus olhos. Dormi sentindo o cheiro de Tris, e a maciez de sua pele contra o meu peito.


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Notas finais do capítulo

Quero comentários!!!! Hahahahaha
Beijos e até mais! Posto em breve!