Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 10
Capitulo 10 - Equação Sem Fim


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito, my lovers?
Espero que não! Eu fiz o possível para ser breve, apesar de ter quase entrado numa bad por não ter conseguido escrever em alguns momentos....
Hum... Eu não respondi todos os comentários. Perdoem-me, estava muito ocupada. Mas, acabei de conseguir dez segundos de paz... E vou usa-lo para isso....
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558683/chapter/10

—Agora você entende, avestruz, por que eu falo tanto do Grand Canyon? — questiona Kat dando voltinhas na passarela de vidro.

Olho mais uma vez para baixo me impressionando e surpreendendo novamente, chega a aparecer que cada vez que olho para baixo o canyon aumenta de profundidade. Ele certamente é mais profundo e extenso que eu havia visto em qualquer foto, nós estamos tão alto que os pássaros voam sob nossos pés por baixo da passarela de vidro. Mais de 1.200 metros lá embaixo, na base da parede de pedra, um rio serpentea. Em todas as direções, até onde meus olhos podem alcançar, vejo desfiladeiros vermelhos e cinza cortando o deserto.

Não compreendo como, mas mesmo estando neste lugar, sob uma passarela de vidro que pode se quebrar comigo nela – tá, provavelmente não, ela agüenta até aviões, mas tragédias podem acontecer com pessoas sem sorte. –, eu estou imerso em pensamentos, grande parte lembranças. Eu fiz uma promessa – uma promessa de brincadeira, mas uma promessa. – e a quebrei.

“—Tem uma condição... — aceno com a cabeça para ela continuar — Você tem que prometer que não irá se apaixonar por mim.

As palavras exatas se repetem em minha cabeça, novamente, em uma tortura. Ela me fez prometer que não me apaixonaria. Por apenas diversão, mas me fez prometer.

Saio dos pensamentos ao ver a loira balançando as mãos em minha frente.

—Vamos lá, avestruz, você está aí? — questiona divertida. — Um, dois, testando. Nave mãe para avestruz pensativo. Responda.

—Avestruz pensativo para Nave mãe, estou de volta para a missão, o que faremos agora?

—Estamos no Grand Canyon, merecemos muitas fotos, muitas. — responde entusiasmada, já me puxando para o canto da passarela e pedindo para uma garota tirar fotos nossas.

Tiramos mais fotos do que eu poderia ver em um ano, observamos o canyon e Kat me faz gargalhar diversas vezes, o que é comum para a garota. Almoçamos, passeamos, fazemos de tudo um pouco.

—Vamos seguir para o sul? — pergunto ao voltarmos para meu carro.

—Williams nos espera. — ela pisca para mim, pegando a direção.

—Williams? Serio? Só falta ter um bairro chamado Shakespeare, como uma cidade pode se chamar Williams? — resmungo.

—Ora, chamando. Eu ainda gostaria de conhecer algo que ninguém descobriu para poder nomear. — sorri torto ao volante.

—Tenha um filho e dará o nome que quiser. — opino simplesmente.

—Eu não terei filhos, não posso ter filhos. — fala com uma voz seca, um pouco angustiada.

—Oh, você tem problemas no útero? — questiono pesaroso. — Me desculpe por falar sobre isso.

—Não tenho problemas... — afirma, me confundindo ainda mais. — Você nunca vai entender... Sinto muito!

O que nunca entenderei? A cada segundo que passa essa garota me confunde mais. As confusas equações que aprendi na faculdade são básicas comparadas a ela. A cada coisa sobre si que ela revela para mim, sinto que menos a conheço.

—O que nunca entenderei? O motivo de você não planejar ter filhos?

— A mim... Você nunca vai me entender, eu sou uma incógnita, e isto não pode ser mudado. — encolhe os ombros em um pedido mudo de desculpas. O que me faz duvidar, por que ela está falandoisto agora? Será que está tão na cara que me apaixonei, mesmo não querendo – nem podendo –, me apaixonei? — Eu sou o X de uma equação sem fim. Sou confusa! Eu sinto muito.

Como alguém pode se apaixonar por uma incógnita? Por um mistério, uma duvida... Talvez seja verdade, nunca a conheça verdadeiramente, ou talvez, seja apenas uma forma de dizer. Ela é sempre tão confusa, dizendo palavras simples e adicionando conteúdo infinito, dizendo palavras profundas e deixando-as vazias. Certamente, se pessoas fossem estrelas, ela seria como grande estrela cadente, daquelas que nos promete realizar um desejo, deixando um rastro de curiosidade e mistério por onde passa. E eu, bem, eu seria aquela estrela que, não importa quantas vezes ou noites seja observada, parece sempre estar no mesmo lugar, alguns dias mais brilhante, outros apagada e despercebida.

Passamos um tempo pensando, analisando, refletindo, provavelmente coisas diferentes, certamente coisas diferentes. Como minha vida pode mudar tanto em menos de um mês. Lembro-me dos livros de aventura que lia junto com meus amigos, nos quais existiam lugares mágicos onde o tempo passava diferentemente, que o tempo não podia ser contado. Questiono-me se a Rota 66 é assim, mas tenho certeza que isto é efeito da presença de Kat. Nunca imaginei que me apaixonariaassim, tão rápido e tão profundo por alguém que sequer compreendo, mas também nunca imaginei que Katniss Everdeen, a psicóloga confusa, existisse.

Sou liberto de meus pensamentos conflituosos, quando ela se volta para mim com sua face novamente calma, sorridente, animada e com um mínimo sinal de loucura, uma Katniss normal.

—Quais seus planos para quando chegarmos a Chicago?

Como ela pode mudar assim? Tão rápido, como se há pouco tempo não estivesse falando coisas confusas sobre ser uma incógnita. Quando chegar à Chicago vou consultar meu psicólogo para tentar te compreender. Tenho vontade de dizer. Mas, oh! Ela é minha psicóloga.

—Você é tão confusa! Tão volúvel... — nego com a cabeça, talvez, um pouco assustado. — As vezes não te compreendo.

Você nunca me compreende. Essa é a graça — ela gargalha infantilmente. — Mas, perguntando novamente, quais seus planos para quando voltarmos?

—Planos? O que houve com você? Cadê a minha garota sem planos, apenas viveremos e descobriremos? Resolveu parar para sentar e fazer seus próprios planos? — faço questionamentos sem fim.

—Não sei... — franze os lábios, pensativa. — Apenas sei que não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia. — filosofa, mas mesmo assim me mantenho duvidoso.

—Como assim?

—Passamos a vida inteira perdidos, pensando em como seria legal um dia nos encontrarmos e podermos viver tendo uma direção. — suspira audivelmente, e percebo que mesmo estando aqui, falando comigo, mentalmente está em outro lugar.— Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.

São esses momentos dela que me confunde ainda mais, ela está sempre tão profunda e fala como se estivesse na borda, como se contasse todos seus segredos. Em alguns momentos, sinto tê-la por completo – mesmo não a tendo realmente –, em outros sinto estar dividindo a maior viagem de minha vida com uma estranha.

E o pior é como me sinto em relação a ela. Quando era criança, em um de meus passeios escolar, fui ao aquário e me explicaram a forma que a enguia elétrica envia impulsos elétricos que paralisam a sua presa. Essa é a sensação que sinto toda vez que Katniss me toca ou fala comigo.

—Você anda tão perdido em pensamentos hoje, Peeta!

—Você nem imagina o quanto. — suspiro rendido.

—O que te aflige?

—Tudo, nada... — sou evasivo, é melhor que dizer algo como “Você, você me aflige!”. — Tudo é tão estranho, o mundo é tão confuso e perturbador, as pessoas são confusas e perturbadoras. Elas nos enganam, nos iludem.

—São pessoas de papel, que vivem em cidades de papel. Nada é de verdade, avestruz. Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro. — resmunga enquanto estaciona o carro em uma lanchonete beira estrada. — De perto tudo é mais feio.

—Não você. — retruco antes de colocar minhas mãos em sua nuca, aproximar-me dela e selar nossos lábios.

Eu estou beijando Katniss Everdeen, não acredito, eu realmente estou beijando Katniss. Após a ultima tentativa frustrada, não acredito que isso realmente esteja acontecendo. Seu beijo é doce e ao mesmo tempo tão feroz, diferente de tudo que já imaginei, ela não negou esse beijo, muito pelo contrario, ela o aprofundou. E mesmo esse beijo me deixando sem palavras, com a mente tumultuada, tenho uma certeza. Eu não quero que seja como a ultima vez, que ela finja que nada aconteceu, pois está acontecendo, dessa vez eu quero que as coisas mudem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oq acharam? Gstaram? Espero q sim! Realmente estou preocupada c a opinião de vcs... Comentem, pfvr!

E, entrem no grupo face... https://www.facebook.com/groups/655117534634266/

Bjs!