Can't go Back escrita por autumn


Capítulo 2
II. Body in the woods


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente!
Hoje eu estive ocupada o dia inteiro, mas achei um tempinho para postar. Espero que vocês gostem desse capítulo. Eu gostei de escrever, mesmo que fosse um pouco difícil encaixar alguns fatos.
Enfim, é isso. Beijos
Se quiserem, comentem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558533/chapter/2

Grace estacionou o carro ao lado de um jipe azul com parte da tinta descascando. Saiu do carro e o travou, dirigindo-se à entrada da escola, apertando o cardigã cinza contra o corpo, tentando esconder a bandagem em seu abdômen que havia machucado no último mês.

Curiosamente, a mordida da criatura havia curado muito rápido, mas a mãe dela não sabia disso e ela com certeza pensaria que Grace estava morrendo ou algo assim, então resolveu manter as bandagens para que ninguém desconfiasse de nada.

Ela passou pelas portas grandes de metal e entrou no corredor. Ela sentiu alguns olhares curiosos pairando sobre ela, mas nada que já não estivesse acostumada. Tantas mudanças a fizeram mais confiante do que já era normalmente. Ela apenas seguiu o seu caminho até a secretaria, onde alguns outros alunos novos aguardavam.

Ela parou-se na fila de apenas três pessoas que andava mais rapidamente do que a fila ao lado, que era para instruções. Ela entrou na fila de instruções logo após pegar o seu envelope de papel pardo. Ela não precisaria de muitas instruções, só queria saber onde ficava o seu armário, o número 215. Assim que descobriu, se dirigiu para lá e guardou os livros e a bolsa lá dentro, mantendo para si apenas o celular e o livro de economia, a primeira aula do dia.

De acordo com o papel dentro de seu envelope, a sala era bem frente ao seu armário. Era bastante vantajoso, pois não precisaria ficar andando muito na escola até encontrar a primeira sala que teria que entrar naquele dia.

Quando Grace adentrou a sala, ela estava praticamente vazia, mas logo começou a lotar de alunos. Alguns novatos que haviam se enganado entravam sem querer e saíam depressa, envergonhados. Outros alunos que pareciam estar na escola há bastante tempo, mas que definitivamente não tinham importância. Na verdade, nenhum dos alunos que haviam entrado na sala tinham importância para ela. Ela sabia que acabaria se mudando mais cedo ou mais tarde.

Até que um grupo de pessoas entrou. Ela não sabia o porquê, mas manteve o olhar fixo neles. Eles pareciam ter percebido isso e, um dos dois garotos no grupo a olhou também, com o cenho levemente franzido. Ela queria desviar o olhar para que não a achassem totalmente estranha, mas não conseguiu.

Uma das garotas do grupo sentou-se na mesa vaga atrás dela. Era a garota com os cabelos cor-de-caramelo. Grace pôde sentir o olhar penetrante dela fixo em sua nuca. Felizmente, o professor logo entrou na sala e a garota tirou os olhos dela para prestar atenção.

...

As primeiras aulas do dia passaram bem rápido, afinal, eles não haviam feito nenhuma atividade em especial. Apenas se apresentaram e ficaram conversando uns com os outros. Apesar de algumas pessoas terem se oferecido para falar com Grace, ela recusou cordialmente. Se sentia cansada até mesmo para conversar. Além de também não querer realmente conversar com ninguém.

Ela se dirigiu para o refeitório e, apesar de estar totalmente sem fome, pegou um sanduíche natural cortado em dois triângulos e seguiu para uma mesa vazia, passando pela mesa do grupo de pessoas que ela encarou na primeira aula.

O garoto que havia a encarado de volta, o que tinha o queixo torto, voltou a encará-la. Ela virou o rosto disfarçadamente e viu-o conversando em tom quase preocupado com o outro garoto.

De repente, algo muito estranho aconteceu. Ela pôde ouvi-los conversando como se eles estivessem dentro de sua mente. As vozes ampliadas quase que mil vezes.

– ... Precisamos falar com ela, Stiles... - Foi o que ela captou da conversa, pouco antes de o sinal para o fim do horário de almoço bater, também mil vezes mais alto que o normal, fazendo-a se contorcer de dor.

Depois de um tempo tentando recuperar-se do susto, Grace levantou-se da mesa, deixando o refeitório que já estava quase vazio. A sua próxima aula seria cross-country ou algo assim, então dirigiu-se para o vestiário feminino para trocar-se.

Ao chegar lá, encontrou o vestiário completamente vazio. Talvez as meninas do cross-country não houvessem chegado ainda. Ou talvez já tivessem ido para a aula. Ela não se importava. O vestiário era mais refrescante quando não estava apinhado de gente.

Ela tirou o cardigã e o cropped, ficando apenas com o sutiã rosa e o short jeans. Livrou-se rapidamente das meias e das botas e pegou o uniforme vermelho jogado dentro de seu armário. Virou-se de costas para a porta para tirar o short jeans, mas logo ouviu passos. Ela virou-se, mas não tentou esconder que estava seminua, provavelmente era só mais uma garota.

Bem, ela se surpreendeu. Quem havia entrado no banheiro não era uma garota, e sim, o garoto do queixo torto que ficara a encarando a manhã inteira. Ele a olhou, meio envergonhado, e ficou em silêncio, fixando o olhar na bandagem de Grace.

– Esse é o vestiário das meninas. - Ela anunciou. A voz soara mais estranha do que ela gostaria.

– Eu sei. - Ele disse, desviando os olhos da bandagem para o rosto da garota. - Foi recente?

Grace tocou a bandagem, as mãos coçavam de vontade de arrancá-la fora.

– Foi há um mês atrás, mas... - Ela teve que morder a língua para não deixar escapar que o ferimento havia curado muito rapidamente.

– Já está curado? - Ele completou, como se pudesse ler os pensamentos dela. Ela deu um passo leve para trás, os olhos arregalados em uma expressão leve de surpresa. Ela, instintivamente, arrancou a bandagem.

– Como você sabia? - Ela indagou.

– Eu te encontrei na floresta ontem à noite. - Ele disse. - Eu sei o que está acontecendo com você. Eu... posso ajudar.

Ela sacudiu a cabeça, como se estivesse percebendo que estava seminua, em um vestiário vazio com um estranho que estava falando coisas ainda mais estranhas.

– Eu não sei do que você está falando. - Ela disse, sentindo a consciência pesada por causa da mentira. - Não tem nada acontecendo comigo.

– Você lembra o que te atacou? - Ele perguntou, ignorando a mudança repentina de humor da garota.

– Não interessa pra você. - Ela disse. - Interessa a mim, e só.

– Eu posso ajudar você. - Ele repetiu. - Eu sei que você me viu.

Ela comprimiu os lábios e suspirou.

– Não. Eu não saí ontem à noite. E se você não sair daqui, eu vou gritar. - Grace advertiu.

O garoto ficou em silêncio e deu de ombros.

– Meu nome é Scott McCall, caso você mude de ideia. - Ele disse e saiu.

Grace encostou as costas levemente suadas na porta gelada do armário. Ela respirou fundo. Sabia que já deveria estar atrasada para o cross-country, mas sentia que, do jeito que as suas pernas estavam tremendo, não conseguiria nem dar um passo.

Seria ele o dono dos olhos vermelhos que ela vira na floresta?

Ela não sabia porque, mas tinha a sensação de que poderia realmente confiar nele. Ela hesitou um pouco antes de pôr a blusa do cross-country, mas, assim que o fez, pôs a cabeça para fora do vestiário, procurando por Scott. Ou pelo menos um dos amigos dele.

Quando o avistou, sussurrou o nome dele bem baixinho. Ela não sabia como, mas tinha a sensação de que ele ouviria.

E estava certa. Scott virou-se para ela e ela caminhou até ele. O corredor estava quase vazio. Apenas eles dois estavam lá, além alguns novatos ainda perdidos.

– Eu mudei de ideia. - Ela disse, passando confiança para a sua voz. - Eu quero saber como você pode me ajudar. E o que houve ontem à noite. Talvez você possa começar por isso.

– Tudo bem. - Scott disse, observando os novatos se afastarem. - Ontem à noite, eu estava na casa de uma amiga que mora perto de você. É a Lydia, aquela ruiva que estava comigo hoje. Nós estávamos conversando sobre algumas coisas e eu estava me preparando para ir embora, quando ouvi o seu grito na floresta. Quando eu cheguei, você está olhando para as suas mãos, aterrorizada. Então eu percebi... havia um lobo espreitando nas moitas atrás de você. Quando você desmaiou, eu o afugentei. Acho que ele não vai mais vir atrás de você por um bom tempo.

– Os... olhos vermelhos que eu vi... eram seus, não eram? - Ela indagou. - O que você é?

Scott assentiu com a cabeça.

– Eram. - Ele disse. - Eu sou um lobisomem alfa. Você provavelmente também é, mas uma beta. E você ainda não aprendeu a controlar os seus poderes.

A reação que Grace teve a isso, foi totalmente diferente do que ela achou que seria caso alguém dissesse algo assim para ela. Ela não se assustou. Não chamou Scott de louco. Era apenas uma explicação plausível para aquela loucura que a vida dela se tornara.

– Tudo bem? - Scott perguntou, pondo a mão no ombro dela.

– Sim. - Ela assentiu, balançando a cabeça levemente, mas ela sabia que Scott podia sentir que ela estava fraca. E não só por causa das muitas informações. Ela não havia nem chegado perto da comida naquele dia.

– Eu vou te levar para casa, ok? - Ele disse. - Você não me parece bem. Além do mais, você já perdeu metade do cross-country e a aula está quase no fim.

– Tudo bem. - Grace assentiu com a cabeça novamente, indo em direção ao vestiário pegar as suas coisas.

...

– O que está acontecendo? - Scott perguntou, olhando para as viaturas estacionadas em frente à casa de Grace. Ela mal havia visto ou ouvido alguma coisa. Parecia estar dormindo no banco de carona.

Ele estacionou o carro um pouco mais longe da casa e Grace acordou como se tivesse estado em um transe. Ela viu as viaturas e logo associou tudo a outra noite.

– Eles encontraram o corpo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Can't go Back" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.