A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 4
Secrets and Threats




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HERMIONE

A preocupação exagerada de Rony com minha intenção de me inscrever no Torneio Tribruxo era completamente infundada, obviamente.

Mas isso também me lembrou desagradavelmente de que uma certa Comensal da Morte, alguns meses atrás, havia sugerido algo sobre uma profecia que supostamente envolvia a mim.

Assim que a aula acabou, me despedi de Rony, alegando que iria analisar as próximas aulas.

Mas meu destino foi outro...

Fui até a estátua que ocultava o escritório do diretor, torcendo as mãos, ansiosa. Andava de um lado para o outro, esperando que a Diretora McGonagall chegasse.

Fui levemente empurrada por algo pequeno e apressado. Me virei, surpresa, até que focalizei Laisa, a primeiranista que havia sido selecionada no dia anterior.

– Ah, olá, Laisa! - cumprimentei a loirinha, que arregalou os olhos ao me reconhecer.

– Hermione! - ela sorriu - desculpa, não vi você... estou indo para a minha primeira aula! Trato das criaturas Mágicas... dizem que o professor é um cara grandalhão que dá medo...

– Hagrid não dá medo - garanti a ela, já imaginando quem fora o aluno ridículo que andara falando mal de Hagrid - ele é grandalhão, sim, mas é muito legal... você vai gostar muito dele... é o meu professor também...

– Legal! - Laisa deu um pulinho de ansiedade - já vou indo, ainda tenho que pegar minha mochila. Até mais!

Dei uma risadinha quando Laisa virou o corredor e desapareceu.

Assim que Laisa foi embora, vi McGonagall finalmente voltar ao escritório.

– Senhorita Granger! - ela franziu a testa, surpresa - o que a traz aqui?

– Diretora... - arfei, constrangida - eu precisava muito falar a sós com a senhora.. É importante....

McGonagall pareceu espantada, mas não questionou.

– Está bem, Granger. Vou entrar no escritório agora... venha comigo...

Acompanhei a diretora enquanto ela abria o caminho da escada até o escritório do diretor.

Após subirmos, ela fechou a porta atrás de mim, ainda aparentando confusão com minha inesperada visita.

– Sente-se - McGonagall falou, se acomodando na escrivaninha que pertencera a Dumbledore, me sentei de frente para ela, insegura - então... o que a incomoda, senhorita Granger?

– Professora... diretora... - suspirei, com o olhar perdido - eu não sei como explicar direito... a senhora já deve saber sobre onde eu e Rony fomos no trimestre passado... e o que aconteceu...

– De fato - ela assentiu - a senhorita e o sr. Weasley foram atrás de seus pais. Teve sorte de não ter sido condenada, Granger. O seu caso foi extremamente peculiar e raro.

– Eu sei...

– Não que eu esteja tirando sua razão de agir por conta própria - para minha surpresa, a diretora sorriu - afinal, além de não ser novidade você e seus amigos quebrarem regras em prol do bem maior, acho que tudo teve uma razão mais pessoal e familiar.

Fiquei agradavelmente grata por McGonagall não ter condenado o que eu havia feito. Nunca havia esperado um elogio tão grande. "Quebrar regras em prol do bem maior"... ela havia resumido tudo que havíamos feito nos últimos sete anos, sem parecer reprovar - muito - nossas pequenas e grandes encrencas dos últimos três anos.

– Mas isso não vem ao caso, senhorita- ela deu de ombros - não deve ser por isso que está aqui...

– Verdade, senhora. Bom, como eu disse, nós fomos à Austrália... e, no fim da viagem, uma Comensal da Morte apareceu e quase nos matou...

– Kristina Carrow, se não me engano - McGonagall completou, franzindo o cenho - tudo que foi registrado sobre o seu processo, incluindo sobre Kristina Carrow, foi eliminado com a anulação, mas já é informação de domínio público do Ministério... mesmo assim... - ela virou a cabeça - não temos nenhuma informação do que se desenrolou antes de Kristina ser morta pelo animago Williams, que acompanhava vocês.

– Ela... conversou comigo... antes de começarmos a duelar - engoli em seco ao relembrar o quão perto eu havia chegado da morte... o quanto Rony havia chegado perto da morte - ela mencionou... sobre eu ser protagonista de uma... profecia...

Quando vi McGonagall arregalar os olhos e corar, meu estômago despencou.

Ah, não, Não, não..

Ela ficou cabisbaixa, e meus medos se confirmaram.

– A senhora já... sabia disso.,,

Senti uma mágoa irritada varrer meu corpo. Eu não acreditava no que estava vendo...

A profecia devia ser real... e a diretora já sabia disso...

Quantos mais deveriam já saber? Quantos talvez já poderiam tê-la ouvido?

Finalmente entendi como Harry se sentiu após ver os pensamentos de Snape na Penseira.

– Senhorita Granger... - McGonagall se levantou, com a expressão perdida - sim, eu e apenas mais alguns membros da Ordem da Fênix temos um conhecimento de uma suposta profecia que envolva a senhorita... e, pelo que vimos, alguns Comensais da Morte e bruxos das trevas que ainda estão foragidos.

– E quando iam me contar? - senti meus olhos arderem de raiva - sobre o que é essa maldita profecia??

McGonagall suspirou e, para meu espanto, a figura intimidante e forte da minha antiga professora de Transfiguração se desmanchou. Por um momento, Minerva McGonagall era apenas uma bruxa sofrida e cansada, com as marcas da velhice finalmente aparecendo em seu rosto.

Me senti arrependida de ter explodido segundos atrás.

– Desculpe, diretora...

– A senhorita tem razão em ficar indignada - ela gesticulou com a mão. Parecia muito constrangida por confessar - nunca levamos tal profecia a sério, por que o protagonista dela não é exato... e ela foi tão fantasiosa em seu conteúdo que, por anos, preferimos ignora-la...

– Não é exato? - ergui a sobrancelha - como assim?

– Ela diz respeito à uma criança nascida nascida de pais trouxas, que carrega a marca de um pentagrama - ela piscou - o que sugere que tal criança, que não se sabe ser um menino ou uma menina, na verdade, seria um novo Wicca.

– Um novo Wica? O que é um Wicca? - indaguei, confusa.

– Vou lecionar uma aula de História da Magia amanhã, e vou abordar sobre isso com todos os alunos - ela disse, categórica -se essa profecia for se realizar mesmo, é bom que o máximo de pessoas na escola tomem conhecimento dela, sem, porém, saberem que ela existe... não, ainda não devemos falar abertamente sobre isso, ainda mais depois dos acontecimentos recentes...

– Mas eu ainda não entendi, professora... por que os Comensais acham que sou eu? Quer dizer... por que eu seria uma Wicca, seja o que for isso?

– Por que. senhorita Granger, essa profecia envolvia uma criança que possibilitaria a sobrevivência de um mestiço nascido para derrotar o Lorde das Trevas.

Saltei na cadeira, assustada. A minha profecia estava atrelada à profecia de Harry??

– E, de fato... - ela me olhou profundamente - se não fosse a senhorita, o sr. Potter provavelmente não teria passado do primeiro ano da escola. É por isso que nós... e os Comensais da Morte... achamos que se refere à você;

– Diretora... - arfei, sentindo minha garganta fechar - o que exatamente essa profecia diz que... essa criança, se for eu... irá fazer?

McGonagall se ergueu da cadeira, apoiando as mãos na mesa.

– Que essa criança decidirá o destino do mundo bruxo como um todo, senhorita Granger. Ela poderá trazer a harmonia e a verdadeira paz ao mundo bruxo, ou garantirá a destruição de tudo que conhecemos. Ela terá nas mãos um poder que poderá usar para o bem ou para o mal. Vai ser o bruxo ou a bruxa mais poderoso desde o último escolhido dessa maldição.

Caí de volta na cadeira, alarmada.

Meu Deus... nada confirmava que essa criança era eu...

Mas se fosse verdade... e se fosse verdade??

– Eu... - murmurei - professora...

McGonagall olhou para mim, parecendo compadecida. Pousou a mão em meu ombro e se aproximou de mim.

– Mas, senhorita Granger, por ora, isso ainda não nos afetou. E, depois, não temos certeza de quem é a verdadeira criança dessa profecia. Há vários nascidos trouxas que poderiam ter salvado Potter durante sua vida.. Líllian, a própria mãe dele, por exemplo... e a senhorita sabe que profecias são muito voláteis ao destino e às decisões dos envolvidos... poderá ou não acontecer... não é decisiva...

– Mas e se for eu, professora... eu nem sei o que faria ou vou fazer... eu ia até me inscrever no Torneio Tribruxo...

– E poderá se inscrever - ela me deu um sorriso tenso - não se desespere, Granger. Vou acompanha-la durante todo o ano... se a profecia for verdadeira, a senhorita não ficará sem amparo. E amanhã darei à vocês mais informações sobre o que a Ordem acha que envolve tal profecia. Poderá contar comigo quando quiser...

Senti um carinho imenso por aquela velha bruxa que tentava me amparar. Por mais que a diretora parecesse imune à emoções, era impossível não ver a amizade e a compreensão em seus olhos.

– Obrigada... professora... - balancei a cabeça - eu.. realmente estou muito perdida...

– Não fique assim - ela me abraçou pelas costas enquanto eu levantava, indo em direção à saída do escritório - vamos conversar muito ainda sobre isso... e, Granger - ela alertou - seria de bom senso que a senhorita dissesse o que ocorreu em nossa conversa apenas à Potter e Weasley... é vital que isso não se espalhe ainda... ou tudo pode acontecer pior do que imaginamos...

Assenti, concordando.

– Obrigada, diretora... professora - arrisquei um sorriso à McGonagall, que deu outro em resposta. Mas nós duas estávamos usando máscaras que não demonstravam o que sentíamos.

Desci a escada, abraçando meu corpo.

Quando cheguei ao corredor, desabei de joelhos.

Foi pior do que eu pensava,,, mil vezes pior...

Eu não conseguiria dormir até que McGonagall explicasse mais sobre os Wiccas.

Se eu fosse a criança dessa profecia, iria ser uma nova "escolhida" para salvar ou destruir o mundo bruxo. Era tudo que eu sabia.

O suficiente para me fazer entrar em pânico.

Eu tinha que contar à Rony e Harry...

Estava andando em direção à Torre da Grifinória, quando dei de cara com Córmaco McLaggen.

– Olha só... se não é a Granger - ele sorriu de um jeito petulante.

– Cai fora, MacLaggen, estou com pressa... - tentei desviar dele, mas Córmaco agarrou meu braço.

– Que isso, gatinha... por quê a pressa? Vamos conversar...

– Me solte, McLaggen! - onde estava minha varinha?

Ele me puxou para perto, enquanto eu me debatia.

– Você ainda vai se arrepender de ter ficado com o Weasley...

– Tire suas patas de mim! - puxei meu braço para fora de sua mão, fuzilando-o com os olhos.

Córmaco continuou sorrindo, com um ar de ameaça que, infelizmente, me deixou preocupada.

– Você é a única que não quer ser minha garota... isso vai mudar...

– Eu nunca ficaria com um idiota como você! - cuspi, voltando meu corpo em direção ao corredor.

Ouvi Córmaco exclamar atrás de mim.

– Você ainda vai ser minha, Granger...! Seu namoradinho não perde por esperar...!

Saí correndo ao longo do corredor, deixando lágrimas de raiva e aflição tomarem conta de meu rosto.


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