Minhas Férias De Verão escrita por Liz Mar


Capítulo 4
A Corrida e o Caipira.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Leitores como vocês estão?
Fiquei feliz pelos comentários :)
Eu gostei desse capitulo e nele - finalmente- o caipira vai aparecer. Eu sou um pouco detalhista e me perdoem os erros.
Deixem suas opiniões sobre esse capitulo é muito importante para mim saber o que vocês estão achando. Principalmente desse. Espero que não decepcione ninguém nesse primeiro encontro da Maria Carolina com o subtitulado "ser". Preciso da opinião de vocês,
Bom, estou falando demais.
Boa leitura :*



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O ódio é o prazer mais duradouro; os homens amam com pressa, mas odeiam com calma.

George Lord Byron

O caminho do aeroporto até a fazenda de vovó era longo. Eram mais quatro horas de viagem. Passamos por muitas cidades até chegar ao interior.

Clarita, Julia , Fernanda e eu sentamos apertadas no banco de trás da caminhonete de vovó.

Se fossem comparar nós quatro como primas, não havia nada de igual.

Nanda era como toda garota bonita na sociedade devia ser:

Loira, branca, com um corpo de dar inveja e um belo par de olhos verdes. Ou seja a Barbie em tamanho real. Mas ela se importava com isso? Não. Ela se importava de ser a garota mais bonita de sua escola? Não! A única coisa que ela se importava era tirar notas altas e ser responsável por qualquer evento escolar. Nanda com certeza era um exemplo de responsabilidade. Sair com ela era quase a mesma coisa que sair com uma mãe de 17 anos.

Havia Clarita, com seus um metro e sessenta e cinco centímetros de pura malicia. Cabelos curtos e negros no estilo Chanel, olhos castanhos claros e o rostinho de boneca de porcelana. Mas, não se deixe enganar por sua carinha de boba, Clarita tinha a mente mais perversa de nós quatro. Ela era bem avançada para a idade na verdade, às vezes eu tinha medo de sair com Clarita. Ela podia arranjar um namorado num estalar de dedos e adorava ser uma Heartbreaker*. Até, ter seu coração partido.

Claro que também tinha Julia, estilo “eu sou rebelde e não ligo para sua opinião”, cabelos castanhos quase negros repicados na altura de seus ombros, um par de olhos castanhos escuros eletrizantes, uma vontade enorme de fazer tattos e seu all star inseparável desde os 12 anos. Julia, era a mais rebelde, sempre com vontade de fazer alguma rebelião e ser a nova “Katniss”. Porém, ao contrario da heroína de Jogos Vorazes, ela era fácil de lidar e na maioria das vezes bem humorada. Sempre disposta a ajudar e com uma boca suja que daria orgulho a Dercy Gonçalves *

Então tinha eu. Com meus um metro e sessenta. Cabelos ondulados e normalmente alisados por chapinha. Mamãe gostava de dizer que eu tinha um belo par de pernas, mas o que mais chamava atenção em mim era os meus olhos. Não que eu chamasse muita atenção na verdade. Eu não era nenhuma Fernanda, Barbie em tamanho real e nenhuma Clarita que sabia o que dizer para os garotos na hora certa, muito menos uma Julia que tinha uma facilidade incrível para arrumar amigos e namorados (Acho que ela e Clarita tinham isso em comum) Eu gostava de ler e gostava de sapatos. Era muito mais fácil do que lidar com formas orgânicas de vida.* (Vulgo pessoas- vulgo meninos)

A viagem de 4 horas passou rápida pelo fato de que toda musica que cantava na radio, eu e minhas primas repetíamos aos berros. Quando cantou Ainda é Cedo do Legião Urbana*, parecia que vovó estava levando o hospício dentro da caminhonete. Nós quatro riamos umas das outras, enquanto vovó sorria para a gente. Ela parecia feliz demais, com as quatro netas mais loucas dela ali atrás.

E assim a viagem passou igual a um furacão.

E agora estávamos paradas onde vovó havia nos deixado dizendo com todas as letras que era para ter cuidado.

Estávamos paradas em frente a arvore assustadora que era em frente à casa mal assombrada. Apelido de infância.

–Ok, quando eu contar até três, nós vamos ta? - Julia perguntou, e todas acenaram. Estávamos preparadas, atrás de uma linha imaginaria criadas pela nossa imaginação- jura?

Respiramos fundo, eu ainda mais. Eu pedia obrigado a Deus, por te colocado tênis all stars. Nossos cabelos estavam devidamente presos e nossos celulares - que não pegavam aqui - e óculos escuros estavam no carro de vovó.

–Do jeito que a Maria Carolina ta viajando hoje, vai comer poeira. - Clarita deu aquele sorrisinho sarcástico que só ela sabia dar.

–Ela vai comer poeira como sempre. - Nanda me zuou olhando pra mim por cima do ombro de Clarita. Apenas rolei os olhos com aquela demonstração de amor das minhas adoráveis primas.

–Olha só, quem chegar por ultimo, alem de comer poeira, vai ser a ultima a tomar banho e a ultima a jantar.

Olhei para Julia dona daquelas palavras.

–Julia é meio obvio que a ultima que chegar vai ser a ultima a tomar banho não?

Julia balançou os ombros.

–É sei lá, eu só queria mandar em alguma coisa.

Clarita bateu no ombro dela como se para reconfortá-la.

–Desiste Ju, esse posto já ta ocupado.

Rimos em conjunto e voltamos à concentração da pré-corrida.

–Vai logo Julia, to cansada de ficar aqui parada. - A dona da frase inimaginável que vez todas nós explodirmos em gargalhadas é Fernanda.

–Onde já se viu! Uma pessoa ficar cansada de ficar parada.

–Ei, dá sim ta. Eu to cansada de ficar em pé.- Nanda bufou.- Quero ir logo, já sei que vou ganhar essa joça mesmo.

Olhamos todas para Fernanda.

–Ta pensando o que Nanda, que só porque é a mais alta vai ganhar?- Julia diz, pingando sarcasmo. - Há-há. Você vai comer é poeira dos meus lindos pesinhos.

–Foi mau ai Julia, mais seu pé não tem nada de lindo.

–Concordo com a Clarita. -levantei minhas como se concordasse. E Nanda riu assim como Clarita.

Então paramos e nós preparamos. Julia olhou para cada uma de nós, como se sua vida dependesse disso. Tipo naqueles filmes de corrida em que tudo fica em câmera lenta? Então foi assim.

–um, dois, tr...

Eu não ouvi o resto.

Parecíamos quatro crianças correndo naquela rua de chão em plena quatro da tarde.

E eu devo dizer, eu realmente comi poeira.

Era de se esperar, como sempre. Fernanda estava na frente quando eu comecei a perder meu fôlego e ficar para trás.

Eu não aguentava. Essa era a verdade.

Cheguei à fazenda da minha avó, provavelmente 30 minutos depois que minhas primas.

Estava suada e descabelada. Acho que meu cabelo nunca esteve tão sujo antes.

Parei no portão para descansar.Se não parasse provavelmente morreria com falha nos rins.

Encoste minha cabeça na placa “Fazenda da vó Betina” que havia sido pintada por eu e minhas primas quando tínhamos sete anos. Fiquei parada ali, uns 5 minutos respirando fundo.

Mas quando eu estava me preparando para me levantar, foi que eu senti algo me molhando.

Apertei os olhos com força, pensando “Senhor, chuva não, chuva não”.

Fiquei pensando que aquilo era um pesadelo, e logo eu iria acordar dormindo no meu quarto rosa na minha casa, e sentir o cheiro de cidade grande aquele cheiro de queimado, de poluição e não o ar limpo que eu estou respirando...

Mais quando eu ouvi um relinchar e um risinho eu percebi que era tudo real.

–Foi mal, o carniça não te viu ai.

Olhei para cima, e pela pose do sol, pude ver alguns traços do garoto a minha frente. Tinha cabelos negros e vestia uma camisa azul marinho xadrez, estilo “eu sou um caipira”. E ele estava rindo. De mim.

Isso ai, não foi chuva não. Foi água de cavalo.

De alguma forma, ele fez o cavalo dele cuspir em mim. Como eu sabia disso? A boca do cavalo estava molhada. E eu também sei ligar os pontos.

Dei um risinho de escárnio, contendo a vontade de voar naquele imbecil. Aham e com certeza eu tenho 54 dentes na minha boca.

–Jura?- faço minha melhor cara de “Não acredito em você” - Eu acho que você fez de propósito.

O garoto desceu do cavalo e parou na minha frente cruzando os braços.

Ele era bonito. Bem bonito na verdade. Forte e devia ser uns 15 centímetros mais alto que eu. Tinha um cabelo escuro, e um rosto que parecia marcado pelo sol abaixo de seus olhos. Olhos que eu não consegui ver as cores. Parecia ser mais ou menos da minha idade. Um ano mais velho talvez.

Ele fazia bem o estilo caipira, com aquela blusa, sotaque do interior e claro com aquele jeitão imbecil.

Poderia deixar uma garota no chinelo se não fosse um completo idiota.

–Eu estou pedindo desculpas e você esta sendo sarcástica?

Apesar de seu sotaque fraco realçar sua “beleza” rolo os olhos.

–Sim, porque tenho quase certeza que você fez de propósito. - cruzo os braços, quase morrendo de ódio por causa da minha blusa. - E suas desculpas não me parecem sinceras. – Ergui uma sobrancelha para ele.

Foi à vez de ele rolar os olhos.

–Quase não é ter certeza. - ele argumenta, mas eu sei que o imbecil está sorrindo- E olha só, você não sabia que é falto de educação sentar no portão dos outros?

Não quis retrucar o fato de que ali era portão da minha avó e disse uma resposta muito mas inteligente.

–Olha só sua mãe não te deu educação que não se deve molhar uma menina cansada sentada no chão?

Ele riu.

–Ela me deu sim – Ele diz totalmente diplomático, como se estivesse ofendido, então muda sua expressão para puro escárnio- Mas simplesmente não resisti em deixar a carniça te molhar, você esta tão suada e nojenta, parecendo uma mendiga miserável que achei que iria ajudar.

Fiquei de boca aberta, de verdade. Quem era aquele garoto?

–E depois diz que não fez de propósito!

–Não posso mais negar uma coisa tão obvia- ele da uma pausa- mendiga.

Como ele tinha a ousadia de falar isso para mim?! Ele deu um sorrisinho de lado sínico. Mais que Filho. De. Uma. Puta.

–Você é um imbecil!- o empurrei que deu dois passos para trás, mas ainda continuava rindo. -Idiota!

Fui pisando fundo até dentro da fazenda.

O garoto cujo nome eu não sabia e nunca gostaria de saber me chamou e eu não olhei para trás, mandando um dedo feio para aquele nojento que apenas riu e falou em alto e bom som:

–Rosa cai bem em você.

Fiquei vermelha de raiva e me segurei para não voltar lá e dar boas bofetadas na cara daquele idiota.

Só pra constar, rosa é a cor do meu sutiã.

Maldito imbecil. Maldito caipira.


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Notas finais do capítulo

*Heartbreaker : Destruidora de Corações ..
*Dercy Gonçalves : a mulher com a boca mais suja do pais. ( Que já morreu faz tempo)
*Formas Orgânicas de Vida : Roubei esta frase do meu marido, Léo Valdez, da série Os Heróis do Olimpo.
* Ainda é Cedo: Uma canção perfeita do Legião Urbana, que eu amo demais e que ainda irá ter uma participação especial nessa fic.
Espero que tenham gostado. E desculpe se decepcionei alguém :/
Desculpem pelos erros.
Até quarta :*
ps: Eu fiz umas montagens para os capítulos, porém não está aparecendo, Se alguém quiser ver me diga nos comentários que eu deixo os links aqui no próximo capitulo.



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