Rony e Hermione na Terra dos Cangurus escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
Voltando para Casa




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RONY

Sentia o trem tremer à cada solavanco enquanto voltávamos para Londres.

Eu mal conseguia acreditar que tudo havia acabado mesmo. Voldemort havia sido derrotado... milhares de pessoas haviam sido salvas, no fim das contas, algumas que eu nunca saberia sequer o nome. Pensar no fato de que nosso mundo podia respirar outra vez em paz me trazia uma alegria indisfarçável.

Alegria esta que só era anuviada pela morte de meu irmão.

"Não seja bobo, Rony", meu inconsciente ralhou comigo. "Fred sabia o que estava fazendo. sabia dos riscos. E sabia principalmente pelo que estava lutando."

Todos nós, no fim das contas, sabíamos dos riscos. Eu só podia mascarar minha dor tentando me convencer periodicamente que Fred não morrera em vão. Que ele e tantos outros haviam feito o que fizeram para que outros pudessem ter paz e felicidade quando tudo acabasse.

No meu caso, a minha fonte de felicidade era uma garota de cabelos castanhos que estava com a cabeça deitada em meu ombro, respirando suavemente e completamente adormecida.

Toquei os cabelos de Hermione, sentindo a textura macia de seus pequenos cachos nas pontas. Ela ficava tão linda dormindo. Toda a preocupação e a angústia que eu vira horas atrás naquele rosto desapareceram quando ela caiu no sono.

Outro solavanco fez nosso vagão gemer. Hermione levantou a cabeça de um salto, desorientada, com os olhos parecendo dois funis cor de chocolate.

– Ahn... o que aconteceu? - choramingou ela, esfregando os olhos.

– É a merda desse vagão... desculpe - eu disse, corrigindo o palavrão. Para minha surpresa, Hermione riu.

– É - ela sorriu, balançando a cabeça - é a merda do vagão.

Continuamos a rir como dois bobos, até que a porta se abriu e a velha bruxa doceira de sempre pôs a cabeça para dentro.

– Vão querer doces, queridos?

Hermione olhava para a embalagem mais próxima de Feijõezinhos de Todos os Sabores de um jeito cobiçoso, mas não disse nada. Não pensei duas vezes.

– Duas caixinhas de Feijõezinhos.

Ela nos deu as caixinhas, pegou os sicles que eu lhe estendi e foi embora.

– Não precisava, Rony - hHrmione murmurou, corada.

– Claro que precisava, caramba - brinquei, lhe estendendo uma das embalagens. Ela abriu, examinou atentamente os Feijões, pegou um de aparência azulada e o colocou na boca, mastigando em seguida.

– E então? - indaguei, curioso.

Ela fez uma careta.

– Saco - ela resmungou - desinfetante.

Eu ri.

– Pega você, então - murmurou Hermione, petulante como só ela sabia ser.

Peguei o primeiro que eu vi - cor de laranja - e o enfiei na boca.

Devia ter imaginado. Quis cuspir, mas minha masculinidade falou mais alto.

– O que é? - Hermione perguntou, com uma careta que só pretendia ser desdenhosa.

– Eca... - deixei escapar - cera de ouvido. De novo.

– Você é um azarão, garoto - Hermione gargalhou. Eu juro que tentei ficar irritado, mas o riso dela entrava em minhas veias, selando-as como uma cola quente e agradável, impedindo-as de latejar ou correr. Eu quase perdia o fôlego ao observa-la rir.

– Aonde estamos? - olhei para a paisagem, curioso.

– Acho que estamos chegando... - Hermione olhou para fora, apertando minha mão. Até aquele pequeno gesto me fazia tremer de prazer e alegria. Céus, eu realmente estava amando aquela garota...

Se era por aqueles pequenos momentos que todos nós lutamos contra as Trevas, então meu inconsciente tinha razão. Valeu - e ainda ia valer - muito a pena.


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