Paraíso de Verão escrita por Sorvete de Limão, Risurn


Capítulo 21
A Casa Amarela da Esquina.


Notas iniciais do capítulo

~Risurn: Oiii meus amores s2
Como vocês estão? Todo mundo bem?
Estamos vendo novas carinhas nos acompanhando e favoritando a fic s2
Espero que gostem do capítulo!

~Sorvete: Oi oi tortinhas de limão *--*
Espero que vocês adorem este capítulo porque eu amei ele s2
Boa leitura!



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POV Thalia

Na noite anterior.

A cidade resolveu entrar em um período em que só passa “Cool for the Summer” da Demi Lovato. O povo ficou alucinado com essa música e agora é a única música que passa na cidade inteira. Sério. Nem a Mina ficou fora dessa.

Annabeth saiu e voltou meio abalada, falou que queria ficar em casa, eu discordei, mas ela não cedeu. Então fui até a praia, estava acontecendo uma mini festa ali e um carro estava reproduzindo “Cool for the Summer” em um volume muito alto. Já tinha gente bêbada e jogada no chão.

Sério, a festa começa cedo aqui.

A música acabou e começou de novo e o povo começou a cantar e a se jogar em uma piscina inflável, que armaram ali, e no mar.

O clima estava legal, as meninas dançavam, os garotos bebiam e conversavam, pessoas se pegavam e a Mina estava ali sentada em um tipo de balcão que armaram na praia também – quando se trata de fazer uma festa na praia o povo traz o possível e o impossível pra armar aqui – conversando com algumas pessoas e servindo bebidas.

Mais conversando do que servindo bebidas, mas ok.

A música “Cool for the Summer” acabou e iam colocar de novo quando alguém mudou e colocou alguma música eletrônica chata que nunca acaba o povo gritou e se jogou na piscina.

Parecia que quando o povo bebia as bebidas que a Mina servia eles ficavam mais alucinados, se é isso que é possível. Acho que tá rolando drogas aqui galera.

Me aproximei de Mina ela gritou “E aí Thalia?!” e ela me deu uma bebida.

É, definitivamente tinha alguma coisa nessa bebida. Cheguei mais perto do carro e da piscina, voltou a passar “Cool for the Summer” só pra constar, que é onde tem a maior concentração de gente. O povo gritou “Thalia!” e eu gritei também, aumentaram mais a música. E eu só me lembro de gritar e dançar.

Quando eu finalmente acordei estava escuro já e a música “Cool for the Summer” ainda passava, desta vez mais baixo. Eu estava deitada em uma toalha estendida na praia e tinha uma garota ao meu lado e mais gente deitada na praia e uma pessoa dormindo aos meus pés. A minha cabeça doía um pouco, mas nada que fosse excruciante. Me levantei e vi algumas pessoas se levantando, algumas em pé recolhendo lixo, mas a maioria ainda estava dormindo. Peguei meu casaco que estava jogado há uns dois metros de mim e passei pelo balcão da Mina onde estava cheio de garrafas de bebidas, mas que agora estava cheio de gente dormindo e garrafas e garrafas de bebidas vazias. As luzes da Lanchonete da Mina estão ligadas, mas não há nenhum movimento acho que esse tanto de adolescente jogados na praia afastou a clientela.

Fui caminhando devagar pela praia, ao longe conseguia ouvir alguns barulhos de buzinas. O centro da cidade está especialmente cheio ultimamente. Aqui é um lugar meio afastado então muita gente vem das grandes cidades por aqui.

Entro no carro e vou costurando pela rua para tentar sair do amontoado de carros estacionados displicentemente. O trânsito, como eu disse, decidiu ficar um caos e resolvi pegar alguns caminhos alternativos para chegar ao hotel e um desses caminhos é a rua da casa de Nico. Quando reconheço a casa amarela da esquina percebo onde estou.

– Vamos lá, é só uma rua. – digamos que depois de duas semanas sem nenhum tipo de contato a minha raiva por esses dois aumentou. Mesmo depois de eu e Annie termos invadido a casa deles e depois da festa da conga que todo mundo da cidade ficou sabendo e depois também de termos virado uma espécie de subcelebridade das festas aqui, ainda não temos nada do lado deles. É sério. Silêncio total. Como todo mundo da cidade conheciam os dois, o que não falta aqui é fofoca. Muitas pessoas dizem que eles saíram da cidade há mais ou menos uma semana.

Claro que, mesmo depois de toda essa confusão eu esperava um tipo de amizade, amigos, colegas, conhecidos. Tudo menos a indiferença.

Nunca mais vi Abigail o que é ótimo. Disseram que ela e Nico terminaram o namoro e que deve voltar para a cidade onde ela mora em breve. Com essa aí eu sou indiferente mesmo.

Annabeth não gosta muito de falar sobre Percy, acho que ela ainda tem esperança de que tudo se ajeite ou coisa assim. Deve ser porque ela está apaixonada.

Passo devagar pela rua e olhando atentamente para a casa de Nico que está no completo silêncio. Fico tentada a pegar a chave debaixo do tapete e espiar. Típico de namorada louca, ou melhor, ex-ficante enlouquecida. Mesmo assim estaciono o carro algumas casas a frente. Olho para a rua que está deserta porque o povo desta cidade só fica na praia o dia todo ou fica vegetando o dia todo dentro de casa. Ou fica o dia todo andando de carro para atrapalhar a vida de quem faz alguma coisa.

Saio do carro e caminho a casa.

Subo os pequenos degraus em silêncio e colo meu ouvido na porta, não ouço nada. Me abaixei rapidamente para aproveitar o sentimento súbito de coragem que se apossou de mim e peguei a chave, encaixando logo na fechadura e abrindo e fechando a porta rapidamente e silenciosamente. Deixo a chave na posição certa caso eu decida sair às pressas. O andar de baixo da casa está silencioso. Depois de dar uma olhada geral, subo as escadas cautelosamente.

Eu nem sei ao certo o que estou fazendo aqui e nem sei quais são minhas expectativas. Não sei o que faria se encontrasse Nico ou Percy aqui, mas, no momento, estou tentando não me lembrar disso.

Uma música alta invade meus ouvidos assim que ponho os pés na metade da escadaria. Passo pelos quartos de Annabeth e de Percy e fico frente a frente com a porta de madeira do quarto de Nico, olho para trás e vejo meu antigo quarto. A casa está escura, mas aqui em cima a luz do corredor está acesa.

Não sei ao certo o que eu faria se não tivessem me interrompido de meus devaneios.

A porta do quarto de Nico é subitamente aberta, levo um susto e pulo. Nico está ali parado com fones de ouvido pendurados nos ombros, uma toalha no braço esquerdo, os cabelos bagunçados, vestido com uma blusa e uma calça de moletom.

– Mas o que? – me viro e entro em meu antigo quarto, fechando a porta rapidamente.

Estúpida. Idiota. O que você estava pensando?

É simplesmente ridículo de minha parte voltar aqui. Eu não deveria voltar. Ele que viesse atrás de mim. Por que eu tive a brilhante ideia de visitar esta casa para início de conversa?

– Thalia! Thalia! Abre essa porta.

Ah ótimo. Agora me tranquei aqui, se eu quisesse evitar uma conversa reveladora com Nico eu tenho que dar um jeito de sair daqui. Agora de preferência. Xingo o arquiteto dessa casa que não planejou outra varanda para o outro quarto de hóspedes. Nico continua gritando e esmurrando a porta, ele deu um chute tão forte que, por um momento, pensei que ele iria dar à louca e arrombar a pobre da porta. Abro a janela e pego um lençol que estava guardado dentro da cômoda. Situações desesperadas pedem medidas desesperadas. Amarro o lençol no pé da cômoda e jogo ele no chão, o lençol não é tão grande a ponto de chegar ao chão, mas há uma distância razoável que eu consigo pular.

Comecei a difícil descida e conseguia ouvir os gritos de Nico ainda. Dei uma risada. “Trouxa” cantarolei. Consigo chegar a metade da descida até que paro de ouvir os gritos e batidas. Aposto que desistiu. Não me abalo e continuo a descida. Quando o lençol acaba, me jogo e com um gritinho que não me orgulho muito, caio.

A queda não era algo que eu estava esperando, ganhei alguns arranhões porque a altura do chão até a ponta do lençol era um pouco maior do que eu havia calculado. Limpo a calça e dou uma olhada nos machucados que não estão muito feios.

Me viro e dou de cara com Nico que me encara com um sorriso de canto, levo meu segundo susto em menos de 30 minutos.

Meus olhos se arregalam ao constatar que ele deve ter visto toda a minha incrível performance. Os minutos finais, para ser sincera, e minha constrangedora queda.

– Deus! O que você quer Nico?

– O que eu quero? Você que invadiu a minha casa. O que você queria? – ele dá um passo a frente e eu um para trás.

– Acho que esqueci um par de sapatos aqui. Porque eu não o achei hoje.

– Ah é?

– Sim.

– Onde estão agora?

– Não sei, eu não consegui achar. – mostrei minhas mãos vazias e as abanei na frente dele. – Óbvio não?

– Para de mentir. Fala logo. – mais um passo a frente e outro para trás. Só espero que eu não encontre o cercado da casa e acabe ficando presa em frente a Nico.

– Não estou mentindo.

– Qual é Thalia? Eu sei que você pegou todas as suas coisas quando invadiu a nossa casa, isso já está virando um hábito não?

– Olha só, nem vem me acusar de nada. Onde vocês estavam esse tempo todo hein?

– Como assim?

– Como assim? Como assim? – dou alguns socos em seu peito. – Idiota!

– Oh sua louca! – ele pega meus pulsos. Para com isso! – relaxo minhas mãos e o encaro. Olhos tão negros e brilhantes, às vezes parecia que eu estava encarando o espaço ali. Aposto que teria a mesma tonalidade dos olhos de Nico. Ele parece chegar mais perto e suas mãos saem do meu pulso e seguram minha cintura.

Ótimo momento para sair daqui.

Me solto e vou correndo até o carro. Saio da rua decidida a nunca mais passar pela casa amarela da esquina

POV Annie

De volta ao presente

Eu achei que Percy fosse me levar à algum lugar extremamente romântico, ou que fosse me fazer querer se sentir atraída por ele. Mas não. Ele me levou a uma sorveteria.

Cada vez mais eu me pergunto sobre a lealdade dele à estabelecimentos comerciais.

— Bom, já que você impediu meu lanche, nada mais justo que me acompanhar em um sorvete.

Ele parecia extremamente feliz com uma casquinha com três bolas de Céu Azul.

Dei uma colherada no meu sorvete de mamão. Ok. Mamão e céu azul.

— Na verdade, foi você quem saiu. Eu não impedi nada, estava indo para a livraria numa boa.

— Mas era impossível que eu não fosse atrás.

— Ah é? E porquê?

Acho que pareci meio desesperada agora. Respira Annabeth.

— Porque eu não aguentava mais andar com aquele seu vestido para cima e para baixo.

Rolei os olhos e inclinei meu corpo para frente, a fim de diminuir o espaço entre nós criado por uma mesa.

— E por que não deixava ele em casa?

— Porque se eu deixasse lá, você nunca ia ter ele de volta.

— Sei. – voltei ao meu lugar. – Pra mim, isso é só desculpa para ter o que falar comigo quando me visse novamente.

Ele deu uma risada e comeu mais um pedaço do seu sorvete.

— Iludida. E o que te faz pensar que eu iria querer falar com você? Eu ainda estou muito puto. Lembra?

— Bom, você está falando comigo. E nós estamos em uma sorveteria. Diversas evidencias.

— Que não provam nada.

— Até agora.

— E nem vão provar.

Sorri encarando os olhos divertidos dele enquanto dava mais uma colherada.

— Vou pegar mais sorvete, espera ai. – ele levantou da mesa, me dando as costas.

— Como se eu tivesse algum lugar para fugir mesmo.

— Olha, a porta é bem ali. É só levantar e sair.

— E o meu carro está do outro lado da cidade.

— É pra isso que existem Taxis.

Rolei os olhos, e dei outra colherada, esperando ele voltar. Acho que meu ego não está aceitando muito bem não estar rolando nada demais.

Parei para observar o lugar. Era bem aconchegante. Escolhi uma mesa de canto para sentar, porque sempre quis ficar nesses bancos em L. A janela a minha frente me dava uma vista linda da praia.

Não sei quanto tempo fiquei sentada olhando para o mar, mas quando me dei conta, ele voltava e, ao contrário do que eu esperava, sentou-se do meu lado. Extremamente perto. Extremamente. Não caberia uma agulha entre nós.

— Qual o problema do seu lugar, lá do outro lado da mesa?

— Ah. Não posso me sentar aqui? Você morde? – depois de dois segundos a expressão dele mudou totalmente, me deixando rosa, tenho certeza. – Desculpe. Esqueci que você com certeza morde.

— Hm. É. Uhu. – dei uma colherada em seu sorvete para não precisar falar. Ele riu, passando um braço pelos meus ombros.

— O que tem feito nesses últimos dias?

Comecei a me sentir levemente sufocada pela pressão que estar ao lado dele exercia em mim.

— Bom, como você me mostrou mais cedo parecendo ser um psicopata, você já sabe o que eu andei fazendo.

— Não, quero detalhes, vindos de você.

Franzi o cenho, me desconcentrando levemente quando senti a ponta dos seus dedos acariciando meu ombro.

Pisquei tentando afastar as cosquinhas que isso fazia.

— Eu sai da sua casa...

— Correndo, como uma doida, arrastando malas e ai seu vestido voou pra fora dela.

— Isso. É. E ai, no dia seguinte...

— Você foi pra uma festa, beijou três e saiu liderando a conga.

— É e... – franzi o cenho. – Como sabe disso?

— Eu estava lá.

Abri a boca e fechei algumas vezes.

— E... Como... – virei para ele, tomando o cuidado de não deixar o braço dele cair dos meus ombros. – Porque não foi falar comigo?

— Você parecia bem ocupada. Continua.

Pisquei mais uma vez. Eu não queria que ele achasse que eu era assim.

— Bom, ai a Thalia ficou alucinada. Sei lá. Acho que essa popularidade subiu a cabeça, e ela só queria saber de festar, e ir beber, e sair, e conhecer gente, e beijar muita gente. Mas eu não sou assim. Na verdade, é a primeira vez que faço essas coisas, entende? Ai... Eu só... Não consegui mais. Parei de ir nesses últimos dias com ela nessas festas. Mal nos falamos.

— E não foi atrás de nós porquê? Achei que fossemos amigos.

Eu achei que fossemos mais que amigos. Repreendi meus pensamentos. Foram poucos dias. Não foi nada demais.

— Vocês também não foram atrás de nós.

— Foram vocês que saíram.

— Tá. Tudo bem. Não interessa. Nós não vamos voltar mesmo. Como o Nico está?

— Ah, ele está bem. A Abby deu um fora nele quando soube que ele queria ficar com a Thalia. Agora ele está numa vibe meio “eu não posso ficar consciente por muito tempo e vou continuar assim até entrar em um coma alcoólico”.

— Nossa. Porque disso?

— Sei lá.

— E você não tenta impedir?

— Eu sou amigo dele. Não pai. Eu digo pra ele parar, mas ele faz o que quiser.

Fiquei em silêncio por uns segundos olhando para fora. Até que ponto Thalia e Nico se parecem?

— Ei. – Ele apertou meu corpo contra o dele – Vamos dar um mergulho?

— Agora?

Olhei para fora, o sol estava começando a se pôr, mas ainda demoraria escurecer.

— Agora.

Ele estava sorrindo como se tivesse tido a ideia mais genial de todas.

— Mas eu não trouxe roupa nenhuma.

— Tem um vestido seu lá, lembra?

— E eu vou ficar molhada?

— Te seca com essa roupa ai.

Refleti por alguns segundos. O que eu tenho a perder?

(...)

Percy caminhou – sem a camisa – e passou a primeira onda alta.

— Anda logo Annabeth.

Olhei para os lados, tirei a camiseta e joguei no chão, ao lado da dele, junto com os chinelos. Não vou tirar o short. Não mesmo.

Entrei na água gelada atrás dele, e só o fato de estar na água já tirou todos os receios do meu corpo.

Apressei o passo até estar perto dele.

Estávamos em uma área da praia conhecida como “lagoinha”. Aqui não tem ondas altas e a água é muito calma. Raramente alguma alta pega de surpresa, por isso geralmente as pessoas ficam no fundo.

— Vem cá. – ele me chamou com um braço.

Uma das ondas altas apareceu e cobriu o corpo dele, que foi pego de surpresa. A água cobriu o corpo todo dele e me atingiu, mesmo longe. Não vi Percy.

— Percy? Onde você está?

Girei no meu eixo tentando ver onde ele estava quando uma coisa puxou meu pé, me trazendo pra baixo d’água.

Abri meus olhos e vi um Percy risonho perigosamente perto. Subi até a superfície e respirei, emergindo com ele.

— Idiota. – gritei batendo no seu ombro. – Fiquei preocupada.

— Qual é? Foi só uma brincadeira.

— De muito mal gosto sabe?

— Ai, ai, não achei. – as mãos dele voaram para a minha cintura e me colocaram no alto, bem quando uma onda atingiu minhas costas. Ele deu um pulo para desviar da água. – Você não devia ficar de costas para as ondas, sabe? Não é muito esperto.

— Desde quando você entende de esperteza? – dei uma risada e mergulhei.

Esperava que aquela água apagasse aquele calor inquietante que se apossava de mim. Não era possível.

Até parece que nunca fiquei perto de alguém.

Quando emergi ele estava de costas para mim, um pouco atrás, olhando em direção ao sol.

Fui até ele e pulei em suas costas, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. O corpo dele dobrou para frente pela surpresa.

— Meu Deus, você tá um pouco acima do peso né? Que gorda.

— Isso não é gordura, é excesso de gostosura. Você não sabe de nada.

As mãos dele foram até as minhas pernas, se arrastando lentamente até chegar ao ponto onde daria sustentação e bateu ali.

— Tem razão. Gostosa.

Dei um tapa na cabeça dele, mesmo sem graça.

— Idiota.

— É, acho que você tem razão.

E então, ele se jogou para trás. Tentei sair, desprendendo minhas pernas, mas ele ainda as segurava. Quando caí na água, ele girou o corpo ficando de frente para mim. Contra minha vontade meu rosto sorria, perigosamente perto do rosto dele. Quando os pés dele atingiram o chão, ele colocou as mãos na minha cintura me puxando para fora d’água junto dele.

Olhei para o sol que já estava quase sumindo. Deveria passar das oito horas a essa altura.

— Acho que está ficando tarde.

Ele sorriu e concordou com a cabeça.

— Acho que sim. Quer que eu te leve pra onde?

— Pra onde você me encontrou, meu carro está por lá.

— Não quer que eu te leve pra casa?

— Não precisa.

Saímos da água, e peguei minha camiseta, tentando me secar.

Ele estava de costas para mim, olhando o longe, me dando privacidade. O conjunto de céu e mar estava bonito demais para ser desperdiçado. Abaixei, buscando meu celular.

— Não se mexe.

— O que? – ele perguntou, virando para mim.

— Eu disse pra não mexer, olha pra lá.

Ele virou para frente, obedecendo.

— O que é?

— Vou tirar uma foto disso para o meu pai. Eu prometi que ia começar a bater fotos.

Focalizei a imagem de Percy de costas e o cenário impossível atrás dele.

— Posso ver?

Assenti e estendi o celular para ele.

— Vem cá. – ele murmurou. – Sorria.

Ele fez uma careta enquanto passava um braço pelo meu ombro e bateu uma foto nossa.

— Manda essa para ele também.

Sorri, pegando o celular. Não sei se meu pai vai querer essa foto.

Percy me estendeu sua própria camisa.

— Veste. Eu não preciso.

— Tem certeza?

Ele assentiu e eu a coloquei. Ela atingiu uma altura considerável das minhas coxas, então optei por tirar meu short que estava molhado.

O caminho até o meu carro foi interessante. Ao mesmo tempo que havia um clima calmo entre nós, ele era pesado. Tenso. Espesso. Palpável. Eu poderia, inclusive, cortar com uma faca.

Quando finalmente chegamos e desci do carro, ele me entregou o pacote em que o vestido estava.

— Você ia esquecer.

Rolei os olhos por causa da minha estupidez. Eu vim até o carro só pra pegar o vestido e não iria voltar com ele para casa?

— Hm. – apontei para a camiseta dele no meu corpo – Você quer ela de volta?

— Quero. Mas não precisa ser agora. Você me encontra e me devolve.

— Como eu vou saber onde te achar?

— Tenho certeza que você vai pensar em alguma coisa.

Ele se aproximou de mim, me fazendo dar um meio passo para trás, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e me deu um beijo na bochecha, entrando no carro logo em seguida.

Respirei fundo tentando me controlar. Isso estava certo. É assim que deve ser. Mas, porque eu não quero que seja assim?


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Notas finais do capítulo

~Risurn: Então o que vocês acharam? Deixem suas opiniões e favoritem. Uma recomendação também seria ótimo? Duas? Uma? *risos*
Beijão!
~Sorvete: Espero que tenham gostado!
Percabeth e Thalico feelings....
Sintam isso.
Beijos,
Sorvete de Limão.



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