Nafftaly deixou escapar um grito agudo de puro pavor, então o canhão soou. Peter mal tinha caído de joelhos quando a garota carreirista do distrito 2 corria em minha direção segurando dois punhais. Levantei o arco o mais rápido que pude e lancei uma flecha, porém com um giro para a direita, ela se esquivou. Ergo a mão à aljava mas a garota se atira sobre mim. Sinto minhas costas atingindo uma rocha sólida expulsando o ar dos meus pulmões. Eu estava segurando a garota pelos pulsos enquanto rolávamos pela rocha, ela desesperadamente tentando me apunhalar no rosto. Olho para o lado e vejo Nafftaly agachada, segurando Peter já morto nos braços.

– Tally! - Grito. Mas Nafftaly parecia estar em transe total, embalando e abraçando um cadáver. Por de trás dela, Hendryx, o carreirista se aproximava com uma espada longa em punho. Preciso fazer alguma coisa! E rápido!

Junto todas as forças que Deus me deu o direito de ter e impulsiono as pernas para cima, fazendo a garota descer rocha abaixo. Sei que a queda não foi alta, mas irá atrasá-la. Sem hesitar, ergo o arco e lanço uma flecha em Hendryx. Ele gira assustado e a flecha se aloja em seu bíceps. Assim que ele me vê novamente apontando o arco, some correndo entre as árvores.

–Tally! - Corro para ela e tento lhe erguer pelos braços. - Vamos, temos que correr! - Mas ela se nega a se mover.

– Chester! - Ela berra em meio às lágrimas. - Ele está morto!

– Eu sei! Taly! Não vai conseguir vingar ele se também estiver morta! - Digo puxando ela por trás. Aquelas palavras pareceram despertar a fúria de Nafftaly, fúria essa que a despertou do choque.

Uma faca passa silvando por nossas cabeças. Vejo a garota do distrito um se escondendo atrás de uma árvore.

– Vamos logo! - Ela consente com a cabeça e nos viramos para correr. Mas me arrependo logo quando fazemos isso. Ao ver a chance, a garota sai de sua cobertura e nos lança outra faca. - Abaixa! - Tenho tempo de gritar impulsionando Tally para o chão. A faca passou silvando por nossas cabeça. Me viro e lanço outra flecha. A garota retorna para trás das árvores aonde a flecha de aloja. - Agora! Corre! Corre! - Então nos levantamos e corremos sem olhar para trás.

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Estamos correndo a aproximadamente 7 minutos, mas os passos dos carreiristas à nossa cola não param. De vez em outra uma faca silva atrás de nós se alojando em algum lugar próximo.

– Não para! Continua correndo! - Grito para Tally. Foi quando tudo deu terrivelmente errado. Sinto algo se entrelaçar em meu tornozelo, então minha perna é forçada para trás. Meu rosto bate no chão em um barulho nauseante. Então me vejo de cabeça para baixo pendurado por uma perna.

– Chester! - Tally faz menção de voltar.

– Não! Tally, corre!

– Mas você...

– Corre! - Noto que estou berrando com ela. - Vai logo! - Ela hesita, então se vira e some em meio às árvores.

– Droga! - Digo entredentes. Forço meu corpo para cima e agarro a corda . Tiro a faca da cintura e começo a cortar. Então meu braço arde em fogo e sou obrigado a me soltar. Novamente de ponta cabeça, vejo uma faca de arremesso alojada no meu bíceps. - Merda, merda, merda! - Todos os carreiristas agora estão ao meu redor. Hendryx se aproxima de mim e segura meu rosto com as duas mãos.

– Cara, mas que presente! - Ele diz rindo. - Não sabe o quanto isso é bom!

– Vai se ferrar! - Digo despejando todo o meu ódio. Ele solta uma gargalhada, então joga o punho contra minha boca. O sangue já começa a escorrer, entrando no meu nariz.

– Agora me diz. - Ele começa. - Aonde está a ratinha da sua irmã? - A menção à Lucy me encheu de raiva. Junto a maior quantia de sangue e saliva que consigo, então cuspo na cara de Hendryx. Ele recua um pouco, o sorriso sádico de antes se transforma em uma carranca, e ele novamente me atinge na boca.

– Deixa ele comigo. - Diz a carreirista do distrito quatro. - Nautylus está do lado dele, vai ser legal olhar nos olhos de Nautylus e dizer que fui eu quem matei o namorado dele. - Ela abre um sorriso malicioso me fitando. - Vocês podem ir atrás da outra. Ela deve saber algo sobre a garotinha. - Hendryx pensa um pouco e depois concorda.

– Tudo bem. - Ele chama as outras duas carreiristas com um gesto. Assim que ele passa pela garota do 4 ele diz, em auto e bom som para que eu também escute. - Tenta não ser tão rápida com ele.

– Não vou. Pode deixar. - Ela abre outro sorriso malicioso. E então os três carreiristas seguem na direção que Taly correu.

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A garota puxa da cintura uma faca de arremesso e encosta na minha garganta. O metal gelado faz cada pelo do meu corpo ficar em pé.

– Eu vou te sangrar como um porco garoto. - O olhar dela ao dizer isso confirmou minhas suspeitas. Essa garota é louca. Então ela começou lentamente a deslizar a faca. A sensação da pele sendo rasgada era tão agoniante que tive vontade de vomitar. Senti o sangue quente começar a escorrer, então a garota se afasta se contorcendo de dor e largando gritos de frustração.

– Neitiry! - Uma voz familiar grita. - Porque está fazendo isso?!

Giro minha cabeça sentindo pontadas no pescoço, e um alívio arrebatador me atinge quando vejo Nautylus se aproximando. Uma mão preparada para arremessar outra faca se preciso. A expressão no rosto mais mostrava pena do que ódio.

– Neity. Por favor, eu conheço você! E você não é uma assassina!

– Você não me conhece! Não tem a mínima ideia de quem eu sou! - A garota berrava insanamente. - Eles me tiraram tudo! Tudo o que eu tinha!

– A capital tirou! - Nautylus grita.

– Não! - Ela diz entre as lágrimas erguendo a faca em minha direção. - Foi o pai dele! - E então ela arremessa.

Como nos filmes ridículos da capital, inacreditavelmente Nautylus também arremessa a faca. Ambas se chocam no ar levantando fagulhas. Me encolho quando elas passam silvando por mim. Nautylus corre para a garota e se atira sobre ela como um trem em movimento. As mãos fechadas ao redor do pescoço da carreirista, que se esperneava e dava socos em todas as direções. Ela consegue alcançar outra faca.

– Nautylus cuidado! -Grito, porém tarde de mais. Ela empurra a faca no bíceps de Nautylus até o cabo. Ele deixa escapar um grito entredentes e é obrigado a soltá-la. Ele rapidamente levanta e puxa uma espada longa das costas. Enquanto a garota busca dois punhais. Ela avança sobre ele com golpes frenéticos. Mas Nautylus é rápido de mais e consegue se defender de todos eles. Faíscas voam cada vez que metal roça em metal. Então Nautylus desce a espada em um golpe mortal, a garota se defende cruzando as adagas, deixando a parte de baixo vulnerável. Então Nautylus, com a mão livre atinge o estômago da carreirista com um soco. Ela se curva com pavor nos olhos. Sabia que tinha perdido. Com um giro rápido, ele passa a espada no pescoço pálido da garota.