Whole Lotta Love escrita por mlleariane


Capítulo 26
Mágoas


Notas iniciais do capítulo

"Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Felizardo é o enganado que cônscio, não ama a sua infiel. Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida." W. Shakespeare

É com essa frase que começo o capítulo de hoje. Acho que todo mundo tem consciência que Castle agiu como agiu por impulso, sem fundamentos, e por isso agora se tortura tanto. Kate está magoada, não só pela desconfiança, mas por Alex ter presenciado a briga e pelas consequências que isso trará. Então nosso casal terá que encontrar um caminho, e isso não será tão fácil assim.

Mas sei que vocês confiam em mim, e já sabem que sofrimento comigo não dura muito ;)

Beijo, Ari ;)




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Alexander teve febre e ficou enjoado o dia todo.

Kate e Castle não estavam se falando, apenas o estritamente necessário, mas tentavam não deixar transparecer para as crianças.

Após o café da manhã, ela pegou o telefone e ligou para a delegacia. Ele ouviu tudo.

Castle: Você não precisa tirar a semana. Eu cuido deles.

Kate: Alexander está muito mal, e já começaram a aparecer as primeiras bolhas em Johanna, eles vão dar trabalho.

Castle: Minha mãe pode ajudar.

Kate: Você não quer minha presença aqui?

Castle não iria discutir. Kate estava mesmo magoada.

Castle: É que você tirou essa semana das suas férias, e nós tínhamos combinado de viajar. Seria nossa primeira viagem com os dois, já que agora eles estão maiores e...

Kate o interrompeu.

Kate: Eu não tenho tanta certeza se vou querer viajar. E eles precisam de mim agora.

Kate o deixou sozinho na cozinha e foi até os filhos. Passou o dia todo com eles, principalmente com Alexander, que estava muito pior, e Kate sabia que tinha culpa nisso.

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Martha e Jack passaram para ver como as crianças estavam, depois de Castle ligar para a mãe contando da catapora. Jim estava viajando a trabalho, e ligou várias vezes preocupado com os netos. Alexis havia dito que viria à noite. Apesar da catapora ser uma doença comum na infância, todos se preocupavam e eram atenciosos.

Alexis chegou bem na hora em que Kate dava banho em Alexander, e ele chorava muito.

Alexis: Eles estão tão mal assim?

Castle: Alex está pior.

Alexis: Tadinhos...

Castle: Obrigada por vir – ele beijou a filha.

Alexis: Você parece triste...

Castle: É toda essa situação.

Alexis: É, eu sei.

Os dois foram até o quarto das crianças. Kate vestia Alexander, e Castle se apressou em vestir Johanna.

Kate: Não esqueça da pomada.

Castle: Aham.

Alexis ficou parada na porta observando.

Quando as crianças já estavam trocadas, chamaram a irmã mais velha para ver um filme com elas.

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Castle: Kate, eu quero conversar.

Ela não respondeu. Continuou colocando as roupas na lavadora.

Castle: Me perdoa.

Kate não olhava para ele, programou a lavagem e se virou para sair, quando sentiu o braço dele a segurando.

Kate: Você acha que é só me pedir perdão?

Castle: Eu esperava que fosse.

Kate: Então agora é assim? Você desconfia, a gente briga, se ataca, e depois pede perdão e está tudo bem?

Castle: Eu fui um idiota.

Kate: Foi mesmo.

Os dois ficaram se olhando e os olhos dela se encheram de lágrimas.

Kate: Você sabe que ele está daquele jeito por nossa causa, não sabe?

Castle: Sei, e eu estou me sentindo tão culpado quanto você.

Ele a abraçou, e ela chorou em seu peito.

Castle: Vai ficar tudo bem.

Kate: Ele está sofrendo demais – ela soluçava.

Castle passou a mão pelos cabelos dela, e ela se afastou.

Kate: Eu nunca vou te perdoar por isso.

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Kate nem precisou dizer que queria dormir com as crianças. Castle foi para outro quarto, e ela dormiu na cama deles com Johanna e Alexander. As crianças dormiram bem, não acordando nenhuma vez durante a noite, e Kate também conseguiu descansar.

Só Castle que não dormia. Sua discussão com Kate havia agravado a doença de Alex e colocado seu casamento em risco. Kate não iria mesmo perdoá-lo, pelo menos não tão fácil.

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No dia seguinte, a rotina foi a mesma. As crianças impacientes e chorosas. Não comiam direito, e só queriam colo. Cada hora era um que estava com uma das crianças.

Mas Alexander ficava mais com a mãe. Talvez porque precisasse de mais cuidados, ou talvez porque ela tinha prometido que não haveriam mais brigas. O fato é que o menino queria o colo dela, e passou praticamente o dia todo assim.

À noite, Alexis apareceu para ver como os irmãos estavam, e eles se animaram um pouco mais.

Na hora de ir embora, Castle a levou até a porta.

Alexis: Pai, está tudo bem?

Castle: Na medida do possível. Catapora não é fácil de lidar, você sabe.

Alexis: Eu quis dizer tudo bem entre você e Kate...

Castle: Deu pra perceber é?

Alexis: Vocês são sempre carinhosos um com o outro, qualquer mudança é perceptível.

Castle: Nós tivemos uma discussão.

Alexis: Séria?

Castle: Séria.

Alexis percebeu que Castle não tocaria no assunto, então devia ser algo muito sério mesmo.

Alexis: Espero que vocês se acertem.

Alexis deu um beijo no pai.

Castle: Obrigado.

Alexis: Ah, e pai, se eu percebo, eles percebem também. Não façam os dois sofrerem, por favor.

Castle fez que sim, vendo a filha sair pelo corredor.

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Naquela noite Alexander acordou chorando e reclamando de dores. Ele tinha bolhas pelo corpo todo e era difícil encontrar uma posição em que ficasse confortável.

Kate então pegou-o no colo e foi até o quarto das crianças. No canto ainda havia a poltrona que nos primeiros meses ela usava para amamentar seus bebês, e que agora servia de apoio para ursos e bonecos super heróis. Kate tirou um por um, sentou-se e encaixou o filho no seu colo, de modo que ele ficasse aconchegado.

Castle acompanhou com os olhos tudo o que ela fazia, e quando viu os dois ali, Kate sentada com o rostinho do filho escondido em seu pescoço, teve certeza que se havia uma mulher que fazia qualquer coisa pelos filhos, essa mulher era ela.

Os dois dormiram ali, e Castle mais uma vez não conseguiu dormir.


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Notas finais do capítulo

"Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce." W. Shakespeare