Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 12
Capítulo 11 - Harper Moore


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.
Nynna Days falando. Aqui está o capítulo novo e sentimos muito por termos demorado. E avisando que estamos chegando na reta final, hein.



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Daniel bufou pela centésima vez pela minha tentativa inútil de tentar me soltar das amarras. Ele não entendia que eu estava fazendo aquilo para pensar e não ter que confrontar a verdade. Iríamos morrer se esperássemos um milagre. Se os anjos quisessem, já estaríamos longe dali. Mas o que era um Guardião e uma Nephilim morta quando se tinha um mundo inteiro para administrar?

“Eu não entendi uma coisa.”, disse arfante pelo esforço e me recostei na cadeira sentindo o suor descendo por minha nuca. “Simon é mais velho do que eu. Como é possível que ele tenha morrido quando minha mãe estava grávida...”, minha voz foi morrendo conforme minha mente voltava a trabalhar diante do olhar altivo de Daniel. “Ah, ele é um Renascido.”

Renascer em um humano é estritamente proibido para os anjos, nem em casos mais urgentes. Porém os Nephilim sempre fugiam a regra, principalmente se fosse em seu próprio benefício. Mas ainda assim era um processo complicado e um pouco doloroso. Você tinha poucos segundos para localizar um corpo receptível para que não recusasse o poder angélico.

O que mais receptível do que uma criança de dois anos?

“Nephilim, Renascido e Quase Anjo.”, enumerei com um sorriso sarcástico iluminando meu rosto. “Agora entendi o motivo de Simon ser tão especial. E eu pensando que era por causa da bunda dele.”

Fiquei em silêncio esperando a repreensão de Daniel e me surpreendendo quando escutei seu riso no local. Encarei-o com os olhos arregalados e o vi lacrimejando. Passei a língua por meus lábios, esquecendo momentaneamente sobre a situação em que estávamos envolvidos e a dores corpóreas.

“Você sabe que Mary está afim de você, não sabe?”, questionei. Seu riso se cessou instantaneamente e suas bochechas coraram. Dessa vez foi a minha vez de rir diante de seu constrangimento. “É uma droga não poder retribuir, certo?”

Daniel pressionou os lábios, desviando os olhos para o outro lado da sala.

“Eu não sou do tipo de anjo que se desvia do caminho, Harper. Não sou como Aliel, Adriel e Caliel. Tenho uma missão importante e objetivo em conquistar um lugar como Arcanjo. Não vou dizer que Mary não me chama a atenção. Ela é bonita e... sofredora.”, ergueu os olhos para mim. “Sei que passou por maus momentos com Jeremy e Aliel, perdendo seu lugar na lista e todas essas coisas. Por isso é melhor não investir nesse assunto. Chegará um momento em que eu terei que ir embora.”.

Desviei o olhar e espremi os lábios juntos. Eu não conseguia me contentar com a ideia de que Mary, mais uma vez, seria quebrada emocionalmente. Desde Jeremy ela não havia se interessado por ninguém com medo de se machucar novamente. Então, foi só colocar os olhos em Daniel que criou esperanças, e tudo aconteceria outra vez, simplesmente porque eu guardei para mim a informação de que Daniel era um Anjo. Eu era mesmo uma ótima amiga.

“Então não a dê esperanças.”, disse, voltando a me concentrar nas correntes. “Ela não merece passar por isso de novo.”.

De soslaio pude ver Daniel assentindo. Tomei uma longa respiração, observando o cadeado que prendia as correntes. Não podia ser tão difícil assim, era só uma porcaria de um cadeado! O Guardião voltou a sua posição anterior, provavelmente rezando. Revirei os olhos, mas mantive meu silêncio. Ele tinha o seu modo de sair dali e eu o meu.

Ouvi o barulho do trinco da porta e meu olhar foi direcionado até lá na velocidade da luz. Cerrei os punhos e tranquei o maxilar, visualizando a figura do Anjo Caído que vinha me atormentando nos últimos dias. Ele descia as escadas rindo.

“Ainda não desistiu disso, Nephilim?”, questionou debochado, apontando para a corrente em minhas mãos. “Você não vai conseguir sair, princesa. Encare os fatos, você só sai quando quisermos.”

“Lembre-se dessa frase quando eu estiver solta, chutando a sua bunda, idiota.”, rosnei e soltei com raiva as correntes no chão.

“Não acho que isso vá acontecer, Harper.”, ouvi uma voz familiar e voltei minha atenção para a escada. “Infelizmente, precisamos de você aqui.”.

Minha boca pendia aberta ao mirar o dono das palavras e quando notei essa falha, fechei-a. Olhei para Daniel e ele tinha a expressão tão surpresa quanto a minha, delatando que não era só eu a perder um pedaço da história. Bem na nossa frente, com um semblante presunçoso e uma roupa absurdamente bem passada estava o Sub Arcanjo que, até então, só serviu para me enfiar no meio de toda aquela bagunça. Um pique de consciência me atingiu e eu só pude balançar a cabeça e olhar para baixo. As coisas estavam começando a fazer sentido, mas eu não estava gostando nem um pouco do rumo que estavam tomando.

“Dariel?”, Daniel chamou, como se tivesse certificando-se que aquilo não era uma alucinação. “Mas o quê?”

“Poupe o sermão e as perguntas aleatórias, irmão. Sim, esse sou eu.”, disse para Daniel e vi seus pés se movendo em minha direção. “E no momento temos coisas mais importantes para descobrir.”, ele se abaixou na minha frente e ergueu meu rosto com as mãos no meu queixo.

Encarei impassível seus penetrantes olhos negros que examinaram toda a extensão do meu rosto. Quando ele parou no local onde antes prevalecia o corte na minha testa, ele suspirou, balançou a cabeça e se distanciou.

“Como o fato de ninguém ter aparecido para buscá-los ainda.”, completou, deixando todas as minhas células se agitarem.

“Te desejo boa sorte tentando descobrir, venho me perguntando o mesmo desde que me enfiaram aqui.”, disse e sorri falsamente.

“Harper!”, Daniel chamou, me repreendendo.

“O que foi, Daniel?”, perguntei exasperada. “Não acha que se fossem mesmo vir nos buscar já teriam aparecido? Não seja tolo, os únicos naquela faculdade que sabiam lidar com os assuntos angelicais éramos nós.”, voltei a encarar Dariel que tinha o cenho franzido, prestando atenção. “E graças a brilhante ideia de vocês em capturar nós dois, ninguém vai ter a capacidade de nos encontrar.”, sorri sarcástica, me esforçando ao máximo para não entregar o meu blefe. “Ao mesmo tempo em que quero dizer obrigada, quero quebrar a face de vocês por serem tão idiotas.”.

Dariel ficou por mais algum tempo me sondando, não sabia exatamente o porquê, talvez procurando os resquícios de mentira ou só pensando no que faria. Por fim, ele estalou a língua e começou a andar em direção as escadas.

“Venham comigo.”, disse aos Caídos, que rapidamente seguiram seu comando.

Joguei minha cabeça no encosto da cadeira e soltei todo o ar preso em meus pulmões no momento em que eles atravessaram a porta e a trancaram. Alívio me preenchendo por pelo menos alguns minutos.

“Você foi bem, Harper.”, Daniel disse admirado quando notou o que eu havia feito. Passei a mão pelo rosto e suspirei.

“Não me dê todo o mérito, sua inocência e lerdeza foram o ponto chave para que ficasse convincente.”, disse.

Daniel deu uma pequena risada enquanto eu me jogava no chão e segurava as correntes, por sabe-se lá qual enésima vez.

Procurei ao meu redor e encontrei a lasca de madeira que antes utilizava para tentar me libertar. Posicionei-a na entrada do cadeado orando – pela primeira vez em muito tempo – para que desse certo enquanto sentia as farpas tomando posse dos meus dedos. Aquilo parecia ser tão fácil nos filmes.

“Harper, para com isso!”, Daniel grasnou, frustrado.

“Não, Guardião. Eu não vou parar a não ser que você sugira uma porra de uma ideia melhor! O que obviamente você não tem já que a única coisa que fez até agora foi rezar e… Adivinha, Daniel! Ainda estamos aqui e é um Sub Arcanjo que nos mantém!” ralhei, depositando mais força ao rodar a lasca no cadeado. Minha raiva e aflição atingindo seus extremos. “Você está amarrado por cordas… Cordas! Então ao invés de rezar, eu sugiro que comece a tentar se libertar. Quanto tempo você acha que vai demorar até eles entenderem a minha mentira, huh?! Você os ouviu. Eu não quero morrer aqui tanto quanto eu não quero que alguém venha nos buscar, porque, caso isso aconteça, as coisas vão ficar bem piores por aq...”, me interrompi ao quando ouvi o tic do cadeado. Olhei para baixo, avistando o cadeado destrancado em minhas mãos.

Daniel estava tão atordoado quanto eu, mas seus olhos brilhavam enquanto visualizava o cadeado. Ele sorriu e manteve o silêncio enquanto eu me libertava. Fui na sua direção, sabendo que não seria tão eficiente quanto eu em se libertar.

“Ok, eles querem Simon aqui, isso já ficou um pouco óbvio.”, desamarrei um de seus tornozelos. “Mas, por que?”, parei de desamarrar o outro e encarei o Guardião com os olhos estreitos de desconfiança. “O que você não me contou?”

Ele desviou os olhos do meu rosto. Levantei-me cruzando os braços.

“Ok, você tem duas opções.”, ergui um dedo. “Ou me conta o motivo real para eu ter ficado aqui presa por um longo tempo sem banho ou se torna o Tom Cruise e se liberta com a ajuda do seu tornozelo.”, levantei outro dedo. “Se eu fosse você, escolheria rapidamente. Eles pareciam bastante interessados em ter uma conversinha com a gente.”

Daniel pressionou os lábios juntos, franzindo o cenho enquanto debatia consigo mesmo qual era a opção menos pior. Fiquei momentaneamente chateada por ele achar que tinha outra escolha, mas não quis aparentar isso. Em contrapartida, bati meu pé no chão, mostrando minha impaciência.

“Tic-tac”, avisei.

Ele soltou o ar.

“Ok, você venceu.”, ele disse e jogou a cabeça para trás, fechando os olhos com força. “Eles querem o Simon, porque Sebastian roubou a Pedra do Silêncio.”

Minha boca pendeu aberta.

“Você está falando da Pedra do Silêncio, tipo, a verdadeira? Ela realmente existe?”, questionei com descrença. “Como isso pode ser possível? Minha mãe disse que um Nephilim roubou e que escondeu em um local que ninguém... Puta merda. A pedra não está com Simon.”

Os olhos azuis de Daniel se arregalaram.

“Você sabe onde está?”

Abri minha boca, pronta para sanar as dúvidas dele quando um estrondo do lado de fora nos alarmou. Joguei-me no chão, com mais sorte do que Daniel que apenas pode virar o rosto. Levantei com rapidez, soltando todas as suas amarras e nos abaixamos.

“O que está acontecendo?”, indaguei preocupada ao escutar brigas do lado de fora. “Parece uma guerra. Espero que seja nossa escapada e não uma outra gangue querendo saber da pedra.”

“Acho que já vamos descobrir.”, ele disse olhando para a porta.

Acompanhei o seu olhar vendo a maçaneta se mexendo, segundos antes da porta se abri. Levantei, ficando na frente de Daniel para defendê-lo e aguardando o pior.


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