–Chega! Eu não aguento mais... Você vai para um colégio interno! –disse minha mãe, e com essas palavras eu ergui meus olhos, em choque. Eu devo ter ficado louca e ter um sério problema de entendimento. Colégio Interno?

–O... O que?

–Você escutou. Você já está saindo dos limites, eu não aguento mais. Quando você vai perceber que está jogando a sua vida fora? Só porque o seu irmão morreu, não significa que você tem que jogar sua vida para os ares! –gritou minha mãe e levantou da mesa do jantar. Eu não estava jogando minha vida fora. Será que ela considera jogar a vida pelos ares, sair com amigos, talvez beber demais, e quem sabe ser expulsa? Isso não é jogar a vida fora, certo? Certo!

Me levantei da mesa e fui para meu quarto. Meu irmão, Brandon havia morrido dois meses atrás, e eu, talvez, posso ter mudado um pouco. É considerado mudar ir de uma garota doce, querida, a filha que todos queriam ter, para uma considerada ‘criminosa’ pela própria mãe? Não... Acho que não.

Colégio Interno, o que eu havia feito para merecer isso? Será que foi por que eu fui expulsa da minha escola por brigar, responder aos professores e pichar o muro da escola? Talvez... Deitei na minha cama e encarei o teto. Ah! Eu esqueci de me apresentar né? Bem... Meu nome é Alice, tenho dezesseis anos e.... Bem... Só!

Mas... Voltando ao assunto anterior, ‘colégio interno’, por que eu tenho uma sensação de que não vai ser nada ‘normal’ lá?

Duas Semanas Depois

Desci do carro de minha mãe, e nem me dei o trabalho de dizer “Tchau” para ela. Olhei para e escola, e suspirei fundo, “Olá Inferno” pensei. Entrei no prédio que dava direto na secretária, onde tinha uma mulher já idosa, com cabelos brancos/prateados.

–Olá. –disse eu para ela, que nem ergueu a cabeça. Ótimo, só o que me faltava era ela ser surda. -Olá! - gritei eu novamente, já estava quase cogitando começar a dançar ali no corredor, quando a senhora ergue os olhos para mim.

–A senhorita disse algo? –perguntou ela com uma voz doce... Não eu não disse nada, só gosto de entrar nas escolas e gritar pelos corredores.

–Sim... Eu sou aluna nova aqui, e vim pegar meus horários e chave do quarto. –respondi para ela com um sorrisinho.

–Oh sim! Aqui está, sua folha de horários, ficha de inscrição e chave do quarto. –disse ela, me entregando duas folhas e uma mini chave, com o número “210” agradeci e recomecei a andar, olhei na minha ficha para ver os nomes das minhas colegas de quarto e li: Andressa, Carol e.... OPA! Aquele não era nome de garota nem aqui nem na China! Scott... Corri meus olhos para o topo da folha e li: Quarto Misto. Isso só pode ser brincadeira comigo.

Parei na frente da porta que vai ser meu novo quarto e suspirei, bati de leve na porta e antes que eu pudesse pensar em bater outra vez, a porta se abriu, mostrando uma garota alta, magra, e ruiva... Aposto que ela é a Carol.

–Alice? Certo? A garota nova? –ela me perguntou com um sorriso enorme no rosto, ela parecia tão boa, amigável, que me perguntei o que ela fez para estar aqui.

–Hãã... É.... E você é a Carol? –perguntei quando ela abriu mais a porta para mim entrar.

–Não, Sou a Andressa, Carol é a minha colega, ela não está agora. –olhei ao redor do quarto e vi que de quarto não tinha nada, era quase um apartamento aquilo, logo que entrava havia uma sala e cozinha, e de cada lado desse cômodo havia uma porta, que eu deduzi sendo os quartos, duas pessoas por quarto, e se Carol era a colega de Andressa, significa que eu seria colega...

–Esse é mesmo um quarto misto? –perguntei, torcendo que ela disse-se que não, que ouve um engado e na verdade o nome da garota é Sarah.

–Sim... Mas não se preocupe, Scott quase não fica aqui, só dorme e toma banho... –ela foi interrompida por um garoto entrando na sala, ele era alto, com cabelos negros e olhos azuis (eu poderia me afogar nesses olhos). –Quem é ela? –perguntou ele bruscamente para Andressa, que carinha mal-humorado ele.

–Ela está bem aqui e pode muito bem falar por si mesma! –disse eu balançando os braços no ar, como se quisesse chamar atenção.

–Okay... Então, quem é você? –perguntou ele se virando para mim e me encarando.

–Sou a azarada que vai ter que dividir o quarto com um idiota convencido. –disse eu e ele riu.

–Que nome grande, como você encurta ele? –que engraçadinho ele... Só que não.

–Alice. –disse eu.