Os Pequeninos escrita por Meire Degaki


Capítulo 1
Os Becketts


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal,

Nesse dia das crianças, resolvi escrever um conto fantástico. Serão apenas cinco capítulos mas, espero que gostem.

Beijocas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553901/chapter/1

Kate acordara cedo naquela manhã, sabia que assim que o pai retornasse, teriam que se mudar novamente. Por isso, teria que conseguir o máximo de provisões possíveis. Ela adorava o lugar, assim como adorava o lugar anterior e, o anterior antes deste mas, infelizmente, eles não podiam se dar ao luxo de permanecerem em um mesmo local por muito tempo. Afinal, ter apenas quinze centímetros de altura, não ajudava muito.

Kate, seu pai Jim e sua mãe Johanna, eram Minimoys. Eram iguaizinhos aos humanos mas, com a diferença que, suas alturas quase não passavam dos quinze centímetros. Ela era alta, tinha quase dezesseis centímetros, olhos castanhos esverdeados e um corpo esbelto.

O mundo era gigantesco e, muitas das criaturas que, para nós são inofensivas, para eles, eram feras gigantescas e ferozes (que tia Tereza descanse em paz após ser atacada por um rato). Mas, tinha sua beleza também, como escorregar nas folhas ou sentir o perfume das grandes rosas.

Estavam sempre alerta mas, o maior inimigo deles, eram os humanos. Poucos sabiam da existência desses pequenos seres mas, aqueles que tinham conhecimento, os caçavam sem nenhuma piedade. Por esse motivo, tinham que se mudar constantemente. Mas, segundo o seu pai, havia uma lenda que dizia existir uma terra muito, muito distante, onde os Minimoys poderiam viver em paz, sem se preocupar com os perigosos humanos. O lugar era encantado e, apenas aqueles que tiverem seus corações puros, poderiam vê-los. Esse lugar se chamava Arrietty.

E assim, Jim passava os seus dias, procurando esse lugar mágico, tentando proteger a sua família. Já a sua mãe, Johanna, tentava a todo custo, proteger sua filha de todos os perigos do mundo, em vão. Kate adorava passear por aí, inventar aventuras e enfrentar as feras mais perigosas. Quando o pai estava fora, era ela a responsável pela comida e, não era nada fácil obtê-las. Às vezes, sem o consentimento dos seus pais, obviamente, ia até a casa dos humanos. O que podia fazer? Adorava tomar café e, não se acha pó de café em qualquer lugar e, nem açúcar.

Naquela manhã, não foi diferente, furtivamente entrou na casa dos humanos, não ficava muito longe da sua própria casa. Com a possibilidade de mais uma mudança, precisava completar seu estoque e, o melhor lugar para encontrar tudo o que precisava era lá mas, também era o lugar mais perigoso.

Ela entrou bem devagar, olhando em volta, não poderia ser vista. Essa era a primeira regra de exploração. Logo que chegou na cozinha, avistou seu tesouro, o pote de café solúvel ainda estava sobre a mesa. Abriu sua pequena mochila e, tirou umas tiras de fita dupla-face de dentro dela. As prendeu nos pés e nas mãos e, tirando a fita de proteção, começou a subir pela perna da mesa. Foi trabalhoso mas, enfim, chegou ao seu destino. Rapidamente, colocou algumas bolinhas de café em sua mochila e, quando estava quase terminando, ouviu um barulho vindo da sala.

— Ai meu Deus! Será que já voltaram? – fechou rapidamente a mochila e se pôs a correr, tinha que sair dali o mais rápido possível.

Prendeu seu anzol de pesca preso a um pedaço de barbante na beirada da mesa e, segurando firme, saltou em direção ao chão. Pousou suavemente e, com um movimento rápido, soltou o gancho e começou a correr, recolhendo o barbante no caminho. Já estava na saída quando, para sua surpresa, um gato enorme pulou na sua frente.

— Oi gatinho bonitinho. Será que você poderia me dar licença, eu gostaria de sair agora. – no momento que o gato a viu, suas pupilas dilataram e, ela percebeu que a boa educação não resolveria muita coisa.

Sem alternativa, desembainhou o alfinete que sempre trazia consigo e, quando o gato saltou em sua direção, ela o espetou bem no focinho. Dando a distração suficiente para que conseguisse sair. Ao se ver fora da casa, correu. Corria como o vento, sem olhar para trás até chegar em sua toca. Ao bater forte a porta quando entrou, viu dois pares de olhos encarando-a.

— O que aconteceu, Katie? Que tipo de encrenca você se meteu desta vez? – Johanna sabia que para a filha estar assustada assim, provavelmente, era algo perigoso.

— Nada não, eu só fui pegar café e, resolvi correr um pouco. Sabe, fazer exercícios. – ela sabia que ninguém iria acreditar nessa mentira mas, não conseguiu pensar em nada mais inteligente.

— Você foi na casa dos humanos de novo, não foi? – só de olhar para mim, ela sabia a resposta. Como será que ela faz isso? — Já disse para você que é muito perigoso.

— Eu sei mamãe mas, o nosso café acabou e, como o papai disse que vamos nos mudar logo, eu pensei...

— Eles não te viram, né? – fiz sinal em negativa. — Então porque a pressa? – foi quando eu percebi o mapa em cima da mesa. Deve ter sido por isso que papai voltou cedo da viagem.

— Foi só um gato. Isso é o que eu estou pensando? – joguei a mochila no chão e, comecei a analisar o mapa antes que minha mãe brigasse comigo por causa do gato.

— É sim, querida. Eu encontrei, finalmente poderemos viver em paz. Sem humanos ou gatos. – meu pai estava radiante e, se esse mapa fosse verdadeiro, nunca mais precisaríamos nos esconder novamente.

— Isso é fantástico pai. Quando partimos?

— Daqui a dois dias. Será tempo o suficiente para arrumarmos tudo o que precisamos para a viagem. – ele me abraçou bem forte, chamando minha mãe para o abraço também.

— Os Becketts vão pegar a estrada. – meu pai disse isso olhando para o nada, ou melhor, ele estava olhando para o nosso futuro. — Mas, essa será a última vez.

Acho que eu nunca vi meus pais tão felizes assim e, eu estava eufórica com a aventura que teríamos.

~ ¤ ~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Gostaram da ideia?

Comentem, vou gostar de saber o que acham.

Beijocas...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Pequeninos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.