Show Me Who You Are escrita por Jess Jackson


Capítulo 5
Antes de ir, eu gostaria de ter uma conversinha com você, minha querida aluna.


Notas iniciais do capítulo

Demorei??? Tomara que não. rsrs'. Eu demorei mesmo foi para escrever esse capítulo. To tendo que pesquisar mais sobre faculdades de musica para conseguir fazer uma coisa bem realista aqui na fic. ;)
E agora... OMG!!! EU RECEBI MINHA PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO?! É ISSO MESMO, PRODUÇÃO? MUITO, MUITO OBRIGADA KA!!! SÉRIO, EU AMEI SUAS PALAVRAS!!! MINHA DIVA!!! ;D
Bom, vocês sabem mesmo como deixar uma autora feliz. Eu amo os comentários de vocês!!! Ainda não tive tempo de responder, mas assim que der, vou responder com muito carinho cada um



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Ally Dawson

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A madrugada foi feita, basicamente, para você sentir fome, se sentir sozinho e pensar em todas as merdas que você já fez.

O quão desastroso está sendo a minha vida aqui em Miami? Porque acredite, ela não está nem um pouquinho parecida com a vida que eu imaginei que teria.

Bom, ser quase atropelada pelo queridíssimo Moon não é uma coisa que acontece todo dia.

Fico pensando como vão ser minhas aulas com ele. Eu não vou conseguir nem falar direito – até porque, convenhamos, minhas duas últimas experiências de ter uma conversa normal com ele foram meio desastrosas.

Decidi afastar esses pensamentos e ir logo dormir. Um dia cheio me espera e, por favor, que a vida não me venha com nenhuma gracinha nesse dia.

[...]

Mas será possível que esse ônibus não chega, não?

Caramba, já faz pelo menos uns vinte minutos que eu estou aqui no ponto esperando. Os ônibus aqui em Miami costumam atrasar, hein - minha experiência de hoje e de ontem comprovam isso.

Se ontem eu cheguei atrasada, hoje queria chegar adiantada. Não poderia me dar o luxo de chegar atrasada novamente, então saí do apartamento bem mais cedo dessa vez. Mas será que o ônibus quebrou ou alguma coisa do tipo?

Sou surpreendida quando uma buzina soa pelos meus ouvidos. Olho e percebo que ela vem de um carro cinza que estava encostado no meio fio, bem na minha frente.

Alerta.

Meu Deus, e se for algum maníaco querendo me sequestrar?! Eles estão espalhados por aí e nunca se sabe quando vão aparecer! Ele pode muito bem ser um serial killer! Peraí, existem casos de serial killers aqui em Miami? Não me lembro de ter visto nenhuma notícia assim ou coisa parecida, se bem que hoje em dia não podemos confiar em ninguém. É como dizem, um psicopata nunca tem cara de psicopata e...

– Hey, Ally!

Começo a afastar aqueles pensamentos que não tinham lógica nenhuma ao perceber que conhecia aquela voz. Era Katherine.

– Hum, oi - nossa, você tá melhorando hein, Ally.

– Quer carona? - perguntou a ruiva, sorrindo. Já mencionei o fato de que ela sorri demais?

Comecei a avaliar minhas opções. Eu poderia ficar aqui no ponto por sei lá mais quanto tempo até o bendito ônibus aparecer e correr o risco de chegar atrasada novamente na McKinley - o que está totalmente fora de cogitação. Ou, eu poderia chegar até mais cedo se eu entrar no carro com Katherine, uma garota que eu mal conheço que pode muito bem ser uma serial killer. Okay, acho que agora estou viajando. Porém, é como eu disse, um psicopata nunca tem cara de psicopata e...

Por que eu estou cismada com esse negócio hoje?! Eu, hein!

– E então?

Olhei para ela novamente e notei que ela ainda esperava minha resposta. Bom, acho que vou escolher a segunda opção e arriscar ir com a Katherine mesmo.

– Claro. - respondi, dando um sorriso fraco.

– Opa, então partiu! - falou alegremente a ruiva. Toda essa animação apenas porque eu aceitei a carona dela?

Parei para pensar.

Mas é claro! Ela só pode estar com essa animação toda porque eu caí direitinho no seu plano! Com certeza ela já deve ter feito contato com outras pessoas da pesada, onde todos se encontrariam em uma cabana no meio do nada, e lá, veriam graça e prazer em me torturar até que eu implore pela minha morte! Mas como não pensei nisso antes?

Okay, Ally, você com certeza esqueceu seu cérebro em casa, afinal, esse meu pensamento não faz o menor sentido.

Mas só por precaução, assim que entrei no carro, comecei a procurar minha tesoura disfarçadamente dentro da minha mochila.

Bom, nunca se sabe.

[...]

Agora já eram 09:45am. Graças a Deus não cheguei atrasada e, melhor ainda, cheguei 07:50am, dez minutos adiantada. Ah, e boa notícia: a Katherine não é nenhuma maníaca serial killer. Bom, se ela é, não foi hoje que ela tentou me matar.

Já tive duas aulas, uma de Percepção Musical, com a Srª Dixon e outra de Rítmica, com o Sr. Hussain. Os dois pareciam ter mais de trinta anos –bem perto dos quarenta- e eram bem rigorosos. Por enquanto, as aulas não estão muito difíceis. Ou talvez eu só seja mesmo muito boa naquilo que faço.

Agora, eu estava na aula de prática instrumental, com Emma. Tenho que dizer que de todos os professores que já vi por aqui, ela é de longe a mais legal e mais querida. Emma também era ruiva, assim como Katherine, mas os cabelos dela eram mais curtos, em um corte chanel. Ela era bem bonita e não parecia ter filhos. Ela era muito talentosa e no momento, estava no piano nos mostrando uma linda adaptação da música I Don’t Want To Miss A Thing, do Aerosmith. A música em si já é linda, agora imagina ela só tocada no piano, sem uma voz, apenas a melodia. Eu poderia escutar aquele som o dia inteiro. Assim que ela terminou de tocar, todos os alunos da sala aplaudiram, incluindo eu.

– Obrigada. Bom, queridos, por hoje é só. Não se esqueçam que na próxima aula começaremos a ver qual grau de dificuldade vocês tem ao manusear certos instrumentos musicais. Então, até logo. – falou Emma, enquanto abria a porta e os alunos saíam.

– A música ficou linda nessa versão, Emma. –falei sincera, caminhando até onde ela estava, que era sentada no banquinho do piano. Todos os alunos já haviam saído da sala, sobrando somente ela e eu.

Ainda é difícil pra mim conseguir falar com as pessoas, mas com Emma era diferente. Dela, vinha uma sensação de calmaria, de ternura. Queria ter a facilidade de falar com todo mundo como tenho quando converso com ela.

– Fico feliz que tenho gostado, Allycia. – falou, enquanto sorria. De novo, aquela sensação de calmaria me invadiu. – Eu estou mesmo é ansiosa para ouvir você tocando. Ouvi por aí que a senhorita arrasa quando está no piano – é, a sensação de calmaria acabou de passar.

– Estão falando de mim por aí? – perguntei no automático, enquanto por dentro eu tremia. Que eu saiba, a única coisa que falavam de mim era sobre o acontecimento fatídico onde eu caí em cima de uma celebridade. Agora também falavam das minhas habilidades pianísticas?

– Não se preocupe, não é nada de ruim. Mas conheço um prodígio quando vejo, Allycia, e lhe garanto, você é um. – apenas sorri verdadeiramente quando ela disse isso. Não coloco muita fé em mim mesma, mas concordo que é muito bom receber um elogio desses.

Eu já estava saindo dali quando a ouço me chamar novamente.

– Allycia, se precisar de qualquer coisa, não hesite e pode vir falar comigo, okay? Sei que sou só sua professora e que nos conhecemos ontem, mas tenho um bom pressentimento sobre você, garota.– senti sinceridade em suas palavras.

– Okay. – respondi, dando um meio sorriso e saindo dali. O estranho é que eu sentia que podia mesmo falar de qualquer coisa com ela, mesmo com tão pouco tempo.

Resolvi ir logo para a próxima aula.

Enquanto isso, comecei a pensar quando que o famoso Austin começará a dar suas aulas – ou sei lá o que ele vai fazer. Bom, quanto mais tarde, melhor. Ainda não sei como vou agir na frente dele e tenho medo de fazer outra besteira que nem das últimas vezes.

Finalmente cheguei a minha última aula antes de termos um pequeno intervalo de trinta minutos.

Eu já estava na frente da porta da sala quando me lembrei do que era essa aula.

Voz.

Já achei a matéria que vai ser, sem dúvidas, a mais complicada pra mim. Mostrar minha voz, cantar para outras pessoas... mesmo eles sendo os professores. Isso vai ser muito difícil.

Tentei me acalmar, dizendo pra mim mesma que eu conseguiria e que nessa matéria, eu seria uma das melhores. Eu só espero que o professor dessa aula seja alguém tipo Emma. Seria muito mais fácil se ela fosse minha professora em todas as matérias.

Respirei fundo e entrei na sala.

Droga.

Agora sim posso afirmar com toda a certeza de que essa vai ser a matéria mais complicada pra mim.

– Acho que a senhorita está um pouco atrasada, não é? – um Austin Moon com um tom bem sarcástico disse enquanto eu entrava na sala.

Merda.

Não gagueje! Não gagueje!

– E-h... –desisti de tentar falar alguma coisa, antes que eu piorasse tudo mais. Apenas abaixei minha cabeça e segui até uma carteira vazia, que por sorte era no fundo, encostada na parede. Enquanto ia até lá, pude sentir que todos os alunos na sala –inclusive meu novo professor- observavam cada passo que eu dava. Não dava para definir o tamanho da vergonha que eu sentia no momento. Por favor, que o dia de hoje não seja pior do que o de ontem!

Olhei no meu relógio. Eu havia chegado dez minutos atrasada nessa aula. No momento, tudo o que eu mais quero é que ela acabe o mais rápido possível.

– Como eu estava dizendo, sou Austin Moon e esse ano ajudarei vocês aqui na McKinley. Não estarei em todas as aulas, só em algumas simultaneamente. Antes de tudo, eu quero que lembrem que eu preciso da minha privacidade e estou aqui por um motivo sério, okay? – ele falava tudo aquilo com um tom sério, mas também parecia entediado, como se não quisesse estar aqui. Eu sei de mais um pessoa que não queria estar aqui nesse momento: eu.

Já ia ser um sacrifício eu conseguir cantar para um professor, agora imagina cantar pra ele?! Meu Deus, não consigo formar nem duas palavras quando – acidentalmente - tenho que falar com ele!

Resolvi prestar um pouco de atenção no que ele falava, afinal, se estava aqui na McKinley, uma das melhores faculdades dos Estados Unidos, é porque ele tinha pelo menos alguma coisa para nos ensinar. Falando assim, até parece que eu não gosto dele. Bom, da pessoa não muito, mas admito que gosto muito de suas músicas. Acho que a única coisa ruim é que não é ele que compõe. Não sei, mas para mim, a música vem com muito mais força, muito mais sentimento quando foi você mesmo que a fez, que a escreveu.

Componho minhas próprias músicas, apesar de não acha-las tão boas assim. Claro que nunca mostrei pra ninguém e nem pretendo mostrar. Comecei a compor com meus catorze anos. Ainda me lembro da primeira música que fiz. Meu avô tinha acabado de falecer, e eu estava completamente acabada, sem chão. Meu avô era muito mais do que apenas meu avô. Bruce, meu avô, era meu melhor amigo, aquele que sempre estava lá quando eu precisava, aquele que me aconselhava. Não tem como definir o buraco que eu senti formando dentro de mim assim que soube que ele teve um infarto e que não aguentou. Depois de muito tempo chorando, decidi tentar colocar meus pensamentos por escrito em uma folha de papel. Conforme ia escrevendo, notava que às vezes as palavras rimavam. De início, tentei formar uma poesia, mas logo notei que aquela letra ficaria perfeita sendo acompanhada por algum som, alguma melodia. Não posso negar que na primeira vez em que toquei a música, não me aguentei e chorei muito. Ela foi escrita em homenagem ao meu avô e sentia que quando a tocava, eu ficava mais perto dele, mesmo ele estando tão longe agora. O nome da música é Tomorrow e sempre que aquela saudade esmagadora bate, eu pego meu violão e toco. "And I wanna believe you; When you tell me that it'll be okay; Yeah, I try to believe you; Not today, today, today, today, today; Tomorrow it may change…", cantarolei baixinho um pedaço da música.

– [...] ...a voz pode alcançar diferentes tons, você só precisa saber em qual quer chegar. – estava perdida em meus pensamentos e não prestei atenção nenhuma no que o Sr. Moon – devo chamá-lo assim,agora? - explicou. Bom, consegui pegar o finalzinho da explicação e pelo que entendi, ele estava falando dos diferentes tons que nossas cordas vocais possuem e dicas para obtermos êxito quando tentarmos alcançar alguma delas. – Por hoje é isso. Não sei quando teremos aulas juntos novamente, então até breve. – assim que terminou de falar, escutei algumas alunas suspirarem alto e sorrirem todas bobas. Apenas revirei os olhos. Ás vezes, me pergunto se elas realmente já são mulheres adultas, ou se ainda acham que estão na adolescência. Bom, não vamos negar, Austin Moon é realmente muito bonito, e arrisco dizer que também é um mestre na área da sedução.

Ele é lindo. Realmente muito lindo – e extremamente sexy.

Notei que todos já haviam saído da sala, menos meu querido professor e eu. Ele estava sentado em cima da mesa do professor, enquanto olhava alguma coisa em seu celular. Bom, é melhor eu ir embora antes de fazer alguma besteira e acabar passando vergonha novamente na frente dele.

Quando já estava levantando e pronta para ir até a porta à caminho do meu intervalo, ouço uma voz. E gelo na hora.

Nervosismo, vergonha, insegurança... uma mistura de sentimentos desse tipo invadiu meu corpo.

Não exatamente a voz me assustou, mas sim a frase.

– Antes de ir, eu gostaria de ter uma conversinha com você, minha querida aluna.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiu? ;) Gente, eu AMO ser malvada, por isso paro os capítulos logo quando a coisa vai ficar boa, kkkkk' A Emma daqui da fic é a Emma Stone, okay? Gosto muito dela e decidi colocá-la na fic. E uma dica: fiquem de olho na Emma, hein! Digamos que ela será bem importante para a Ally ;) Falo mais nada, agora XD
E ah, próximo capítulo é Pov Austin, hein? E como eu já falei, fazer pov dele é muito difícil, então talvez eu só poste na semana que vem.
E será que mereço comentários? ;D
Muitchos beijos, Jéh ;3