Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Vi que muita gente gostou da ideia, mas só poucos se manifestaram, tão triste =( ... Bom, acho que dá para ler este cap sem problemas:



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Capítulo um:

–Vão, vão, vão – o som ritmado de gritos e passos ecoava no Olimpo e no Mundo Inferior. No submundo os seguidores de Hades percorriam seus domínios buscando por uma alma juvenil. Ainda lá, havia almas interrogando todas as outras sobre a presença dela. Embora as respostas fossem todas negativas, todos concordavam com um fato: todos se sentiam desconfortáveis, estáveis, como se pudessem desaparecer. No Olimpo a realidade era outra. Nunca antes se havia visto os deuses tão unidos e empenhados: liderados por Atena, todos reviravam livros, buscando informações, qualquer detalhe por menor que fossem que pudesse salvar aquela vida e prevenir outras. Apolo e suas ajudantes tentavam manter a saúde daquele corpo, adormecido no divã, estável.

– Pai, o Acampamento está nervoso. Vamos...? – Dionísio se manifestou em meio à correria.

–Alerte a todos. Ponha as crianças para procurar livros, quero uma solução para isso e quanto mais gente melhor.

Assim sendo, Quíron foi informado as pressas sobre o ocorrido. O centauro reuniu os campistas, especificamente os lideres dos chalés, que saiam apressados destes, passando por uma tempestade fortíssima, e chegando a Casa Grande. Enquanto ele relatava o pouco que sabia, o choque se espalhou rapidamente. Annabeth, antes de pé, agora estava caída, sentada no chão. A palidez se espalhava por seu rosto e uma nova vontade de vomitar surgiu. “Não é verdade. Thalia está bem, ela vai ficar bem”. Muitos fizeram seus esforços para chegar até a filha de Atena, mas o namorado chegou primeiro, enlaçando sua cintura e a apoiando em seu corpo, Percy ergueu-a com ternura. Ele estava tão chocado quanto à loira, mas não se atrevia a mostrar. Thalia era quase como sua irmã, uma prima querida demais e que ele não admitiria perder.

–O que podemos fazer? – Clarisse manifestou sua determinação na voz. Ela admirava muito a filha de Zeus e, eram todos uma família ali, não havia motivos para não se empenhar.

–Zeus quer que encontremos uma solução, um detalhe por menor que seja em livros, em filmes, no material que tivermos a nossa disposição. Procurem em tudo, perguntem para todos. Qualquer detalhe fará diferença.

Assim a busca começou.


Antes de tudo isso:

A paisagem era bela e serena. Era meio da tarde como bem sabem. O sol brilhava em raios dourados e os prados floridos a frente encantavam as caçadoras. Elas corriam de um lado para o outro, o prateado de suas roupas refletindo o dourado do sol. Thalia não estava longe. Ela desfrutava da brisa doce e cálida. Suas roupas, ao contrario das meninas, não eram sinônimo de pureza e inocência: ela trajava um vestido curto e negro, algo simples, mas que, no meio das outras, era ousado, coturnos nos pés e diversas pulseiras lhe escondiam machucados nos pulsos e braços. Nos cabelos, uma tiara a identificava como tenente, o prateado tomava uma linda forma a ser parecido com constelações. A menina poderia ser uma princesa se não fosse o ar rebelde que a acompanhava.

–Venha, Thalia! Corra conosco!

Ela foi. Um sorriso se formou em seu rosto enquanto uma perseguia a outra em uma corrida amigável. Elas tinham todo o tempo do mundo para brincar; as Caçadoras não tinham problemas há um ano e os laços de amizade só aumentaram nesse tempo. A deusa observava suas meninas correrem a sombra de um carvalho grande e velho. Risos ecoavam pelo ar. Em algum momento elas começaram uma “guerra de flores”, uma jogando as pétalas sobre as outras em uma chuva colorida e diferente.

Elas pararam para lanchar. Sentando na grama verdejante e saboreando frutinhas, as meninas descansavam observando o céu enquanto trocavam poucas palavras com a deusa.

A filha de Zeus não foi lanchar. Ela havia se escondido atrás de uma árvore antiga e grande, distante de onde estavam. A alegria que ela sentira minutos atrás havia passado. Ela se afogava em lágrimas enquanto o peito pesava. Thalia controlava os soluços, pois não queria ser ouvida. Ela se sentia estranha desde a manhã, mas agora a desconforto era maior e incontrolável. No decorrer do ano, chorar havia resolvido suas dores, agora não; nem liberando os soluços ela se sentia em paz. Erguendo a mão direita, no dedo anelar cintilava um anel que ela se negava a tirar.

–Thalia.

Seu nome era chamado ao longe. Mais vozes se juntaram ao chamado e logo a menina conseguia diferenciar a voz da deusa até esta se perder em meio aos chamados. Limpou o rosto como pode e colocou de volta a máscara que tanto se acostumara a usar. Atravessava o prado quando a dor paralisou seu corpo. Todas as Caçadoras olhavam para ela em expectativa, esperando que continuasse a andar até elas. Ártemis sentiu o peso do ar se intensificar... Thalia caiu inconsciente enquanto o céu se tornava cinza chumbo e o clima esfriava. As Caçadoras corriam e gritavam, chamando-a pelo nome...


Percy Jackson havia adormecido sobre um livro de mais de mil paginas. O adolescente babava sobre a capa do livro. Ao seu lado a namorada esboçou o menor dos sorrisos até que seus olhos foram comprometidos por lágrimas. Ela voltou a fechar outro livro e o colocou sobre uma pilha altíssima contendo diversos livros já lidos naquele dia. Ela voltou a caminhar pelas estantes analisando títulos e capas, procurando por alguma palavra chave que despertasse seu interesse, mas não conseguiu nada. Voltou a escolher qualquer um por acaso e abriu-o com desanimo. Erguendo os olhos para a janela, Annabeth jurava ter visto Thalia observando-a com tristeza. Era culpa da dislexia e do cansaço.

Do outro lado da biblioteca de NY, Chris Rodriguez carregava nos braços fortes sete livros... Nenhum deles tinha nem qualquer resposta para o problema. Clarisse estava empenhada em não se deixar levar pela dislexia. A morena lia cada frase, cada linha pelo menos nove vezes.

–Como está indo? – Chris beijou o rosto dela com carinho, como que para se certificar de que ela não iria se despedaçar também.

–Mal. Francamente, eu mal consigo ler isso sem ter um acesso violento de dor de cabeça. – ela fechou o livro com força – Como os filhos de Atena conseguem? Isso é horrível!

–Annabeth tinha os olhos vermelhos da última vez que a vi. E não era só por chorar. – ele se sentou ao lado da filha de Ares – Já leu quanto livros hoje.

–Pelo menos nove... – ela parou, o corpo enrijecendo em choque. Clarisse se levantou bruscamente e correu pelas prateleiras, Chris vinha logo atrás. A menina foi encontrar o que procurava quase vinte minutos depois, quase desistindo da busca. Era um livro falando sobre práticas e rituais satânicos. Ela folheou por duas horas até encontrar o que a assombrava. Chris já havia perdido a paciência há muito tempo atrás, voltando às próprias buscas.

Clarisse correu pela biblioteca levando diversas broncas no caminho, mas sem se importar com nada, nem mesmo com as pessoas que derrubou, ela encontrou Annabeth quase seguindo o mesmo caminho que Percy. A loira levantou a cabeça devagar quase sem animo.

–Encontrou algo? – ela disse; a voz rouca pesava para sair da garganta.

–Nove. É o número nove! – Clarisse ofegava da corrida.

–O que?

–O número nove é considerado satânico por diversos motivos que eu não consegui ler... Annie, quantos dias Thalia...?

–Ah deuses! Já faz dois dias. Temos apenas uma semana para trazê-la de volta!

–Temos que ir ao Olimpo.

A informação chegou junto com as meninas meia hora depois. Elas explicavam de forma afobada suas deduções, mas todos os deuses pareceram concordar com a lógica. Isso só intensificou as buscas e os esforços de Apolo. As duas meninas foram convidadas e verificarem as diversas bibliotecas dos templos de Atena, enquanto lá embaixo, na Terra, Caçadoras e meio-sangues se espalhavam pelo país em busca de respostas.

Hades surgiu no Olimpo em uma explosão de fumaça negra. Os trajes formados por rostos de almas finadas condenadas...

–Não há sinal dela, Zeus. Meus esforços foram em vão. – ele abriu os braços indicando sua impotência – Nico interrogou diversas almas e todos negam ter visto a menina, todos afirmam sentir um vazio como se pudessem ser os próximos.

–O que fazemos?

Ninguém ao certo perguntou; ninguém respondeu. Não havia palavras para demonstrar a decepção de todos ali... Tinha que haver um modo... Aquele não podia ser o fim.


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Notas finais do capítulo

Acho bom vocês se apegarem aos detalhes u.u muita coisa pode ser esclarecida se prestarem atenção, rsrsrsrsrsrs.
Gostaram? Mereço coments? Continuo?