Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei, sei bem disso e a culpa sempre cai na escola...
Leiam as notas finais, é importante!
Boa leitura:



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Capítulo doze –

Seus cabelos negros como o breu se moviam por vontade própria em um ritmo sedutor. Uma bolha de sabão em suas mãos mostrava um jovem semideus recém saído do mundo dos mortos caindo no Tártaro. A deusa não pode resistir a gargalhar; estava gostando muito daquela Thalia odiosa que sabia espalhar o caos entre os amigos.

–Chegou perto. – a voz gélida, cortante e afiada chegou pelo ar fazendo a deusa estremecer – Perto demais!

–Ele caiu. Não há motivos para... – ela parou de falar vendo a imagem na bolha se aproximar mais, bem mais. Maldito seja o destino!



Luke chorava sem saber; seus ferimentos doíam, embora nada doesse mais do que saber que ela jogara-o de propósito. As lágrimas também eram causadas do atrito decorrente da queda; sem mencionar o poder do titã que o puxava para baixo.

Uma nuvem prateada se aproximava dele com velocidade impressionante, mas o herói não percebia. Ela foi tomando forma humana, mas sua imortalidade era clara. Os cabelos e os olhos eram feitos da mais pura prata, as roupas negras como a noite assim como suas assas... Thanatos segurou nosso semideus e o levou para cima. O choque de Luke era evidente. O deus era conhecido por ter um coração de ferro e entranhas de bronze... Não fazia sentido.

No segundo seguinte estavam os dois sobre a rocha que limitava o Hades e o Tártaro. O demônio de Thalia lutava contra as caçadoras. Priscila tinha uma queimadura feia em sua bochecha. Annabeth lançava facas, mas parecia ser inútil. A própria Thalia lutava contra Percy; o filho de Poseidon estava perdendo e feio.

–Por que...

–Você não tem tempo para perguntas, renascido. – a voz de Thanatos era como um portão enferrujado; parecia ter anos e anos de desuso – Precisa concertar aquela pobre criança.

–Como...?

–Lembre-a de quem é. Ela é a lealdade e não apenas o ódio.

O loiro olhou para Thalia e viu de longe seus olhos faiscarem; não tinham a intensidade que teriam se estivesse inteira, mas ainda...

–Por que você fugiu? – um Luke mais novo perguntava. Thalia, também mais nova, tinha o rosto sujo de terra e alguns cortes nos dedos que se entrelaçavam a todo o instante.

–Minha mãe não se importava... Ela... Eu lembro muito meu pai, entende? Ela não suportava me ver sem explodir em lágrimas.

–Ah Lia...

–Vivia trazendo namorados asquerosos para casa. Cada um pior do que outro. Cada um mais pervertido que o outro... – o menino fechou os punhos irritados com homens que ele nem conhecia. – Eles tentavam tocar em mim o tempo todo... – Thalia tremia – E ela não fazia nada!

A lembrança veio no intervalo de um piscar de olhos. O ódio que ela sentia vinha da mãe, dos homens que tentaram estuprá-la,

As Caçadoras estavam chocadas. A tenente delas nunca havia sido antes atingida por um soco na cara. Zoe cuspiu sangue da boca, mas do nariz ainda se escorria um liquido rubro e espesso. Seu olhar era mortífero, mas Thalia vencia: os lindos azuis elétricos faiscavam loucamente; quando a caçadora tentou tocar na filha de Zeus foi cruelmente castigada por uma onda de choque. Com um grito, Zoe afastou-se com medo.

–Aprenda a se meter apenas onde foi chamada, garota.

Pegou na mão de Luke e na de Annabeth e correram para longe, bem longe dali [...] Sentados na calçada esperavam uma alma bondosa que os levaria para Virgínia. Annabeth estava adormecida no colo do garoto.

–O que aconteceu lá com as... – ela não o deixou pronunciar o nome.

–Me mostraram algo que não deviam.

–Sua mãe todos os seus namorados?

–É. E me mostraram você.

–Eu?

–Disseram que ia me abandonar – ela estava acabada; consumia-a a ideia de vê-lo deixando fosse por qualquer motivo. A pequena Thalia não sabia que o amava, mas sabia da paixão forte que a conduzia até Luke.

–Eu nunca vou abandoná-la, minha Lia – segurou a mão dela como pode.

...Das Caçadoras que lhe mostraram o que não deviam. Seu ódio era por quase tudo, ele sabia. O mundo, ele, até ódio dela própria. Por isso ela não quer voltar a ser inteira, pensou Luke, porque ela odeia a si própria. A morte não bastava; ela queria desaparecer.

–THALIA! – gritou o nome o mais alto que se atreveu. Ela derrubou Jackson e se virou para ele. Ela parecia flutuar enquanto caminhava até ele; a toga se movendo com sua aura de poder, a perna direita tão amostra... A lança faiscando em sua mão.

–Então você se recusa a cair? – ela tentou golpeá-lo; Luke aparou o golpe com sua espada.

–Vou cumprir minha promessa goste você ou não. – sua imagem tremeluziu; ela estava ficando abalada.

–Você cumprir alguma promessa? – ela sorriu com maldade; direita, esquerda, abaixa... – Você é incapaz disso.

–Eu nunca vou te abandonar, Thalia. Nunca a deixei verdadeiramente – Ah, que lindo! A vozinha da inocência ultrapassava o amuleto – Você estava em meus sonhos todas as noites – Luke conseguiu arrancar-lhe a lança das mãos – E eu tenho certeza que também estava nos seus.

A sua frente ele ia dando passos lentos para frente, para mais próximo dela. Thalia/ódio/lealdade seguia dando os mesmos passos para trás.

–Você também me fez promessas, lembra? - ela parecia indefesa, infeliz e machucada aos olhos de Luke; e estava. A moça estava partida, pois o ódio nada mais é do que a revolta de vários machucados deixados ao longo do tempo.

–Vai embora, Castellan! Não percebe que eu quero distância?

–Não, não quer. Você não suporta ser sozinha, ser deixada fosse por quem fosse. – Thalia parou bruscamente a mão no peito, a respiração ofegante. Estava longe demais do seu demônio e inquieta demais para permanecer parada.

–Você não devia ter voltado! Não devia, não devia...

–Voltei por você, para você. – ela segurou-lhe a mão que parecia feita de água – Nada mais pode fazer mal a você. Volte. Volte a ser inteira. Volte a ser a menina leal as suas promessas... Aquela menina que me ensinou tudo e ainda mais... – segurou-lhe a outra mão – Menos como esquecê-la.

Seus olhos azuis se perderam nos outros, nos amigos aos quais ele instantes atrás maltratara. Voltou-se para Luke, soltou uma das mãos e a passou pela queimadura em seu rosto e braços... E diluiu-se em uma fumaça vermelha adentrando no amuleto junto às outras duas. Duas. Faltam apenas duas partes.

[...]

Se antes os outros não aparentavam saúde e bem estar, agora todos pareciam meio mortos. Luke tentava ignorar o calor no peito que provinha da pedra do amuleto e a presença constante daquele imortal intimidador. Nosso herói passava ambrosia pelas queimaduras espalhadas pelo corpo como se fosse uma pasta. O frio que proporcionava era maravilhoso e fazia com que esquecesse as queimaduras e cortes. Fez o mesmo com seus amigos e caçadoras.

–Você não tem tempo, renascido – a voz de Thanatos se fez ouvir grossa e rígida – Precisa encontrar as últimas partes, sozinho.

–Mas eles...

–Não conseguirão ir longe. Siga para o leste.

–Mas...

–Você não tem tempo para sonhos. O local é Virginia, entre vales fluviais e cadeias de montanhas. Agora, vá.

Castellan correu como nunca antes na vida. Sabia que o imortal havia o ajudado sobre influência de outro, também sabia que aquela ajuda teria um preço. Mas apenas Thalia importava. Não tinha tempo, sabia que deveria ter pouco mais do um dia e meio. Conseguiu passagem com Caronte e saiu em LA, de lá gastou o restante de dinheiro que o pai lhe dera em uma passagem de avião para o local recomendado. Óbvio o avião não desceria onde ele queria, então em poucas horas de vôo, ele já havia descido e corria para o local onde ela sabia que ela teria que estar.

O rio era cercado por rochas e quase não se via terra. Estava dentro do que poderia ser um quenio, embora não soubesse; sua geografia não era das melhores, tão pouco isso nos importa que desconsideremos tal fato. Ela estava lá. Tão, pura e inalcançável quanto às outras, mas...

–Olá, Luke.

Estava com a mesma idade que a Thalia anterior, também vestida com uma toga grega e provocativa; diferentemente da outra, aquela era imaculadamente branca.

–Olá – respondeu pasmo, com a ternura em sua voz.

–Veio me buscar, não foi?

–Vim – aproximava-se devagar e com dificuldade devido às pedras soltas no caminho – Onde...?

–Onde se encontra meu demônio? – ela sorriu e um gato saiu de trás de uma rocha indo de encontro a seu colo. A pelagem do animal era deslumbrante em tons de outono, mas ele era o demônio; tinha pequenos chifres e dentes salientes. Os olhos reluziam em dourado e vermelho – Não vai encontrar resistência comigo, sabe disso, não?

–Sei?

Ela sorriu para seu reflexo na água e brincava com os cabelos enquanto seu gato/demônio se movia ao seu redor inquieto sem piscar, os olhos fixos em Luke.

–Sou a Ternura, Luke: o afeto e o carinho. Fui a penúltima a ir embora, lutei para ficar... Você não sabe como acabei assim, não é? Não sabe como a filha de Zeus acabou despedaçada.

–Vai me dizer?

Ela levantou e caminhou na direção do herói.

–Não.

Luke estava mais interessado na mão direita dela. Havia um anel em seu dedo anelar... E ele o conhecia muito bem. Thalia percebeu e sorriu, voltando logo a falar:

– Você precisa se lembrar que não é o único que sofreu com escolhas difíceis. Precisa se lembrar que às vezes palavras não dizem nada e que as sensações dizem muito mais, os olhares entregam e alma trai. – parando bem a sua frente; as palavras dela colidiam com o rosto dele como se fossem suaves carinhos, o gato lutava para não atacá-lo e Luke sabia que isso exigia muito dela – Você tem um tesouro consigo e ainda percebeu. Abra os olhos, Castellan.

Ela diluiu-se como as outras já haviam feito, em uma cintilante poeira amarela e adentrou no amuleto que agora estava carregado com o poder de quatro.

Falta uma... Mas que tesouro é esse ao qual Thalia se referiu?

“O tempo está acabando, idiota!” a inocência ria, embora fosse possível sentir sua inquietação.

“Você só tem até o por do sol para encontrar a última parte de nós.” a Coragem estava a ponto de fraquejar.

“Não ouse me abandonar!” exigiu a Lealdade.

“Encontre o tesouro” sussurrou a Ternura. “Você sabe onde encontrá-lo”

Só mais uma!



No fundo de um abismo uma voz se fez ouvir em sua aspereza “Não vou permitir que a encontre, filhote de Deus. A criança é minha!”. A deusa que o acompanhava gargalhou diante da possibilidade do caos se espalhar.

Luke Castellan se daria conta tarde demais... Como antes.


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Notas finais do capítulo

Enfim, dei uma boa adiantada (vocês perceberam que foram as duas Thalia de uma vez só), também está bem óbvio as duas vozes divinas e acho que a fanfic toda está fazendo sentido agora.
Vou ficar mais de uma semana sem conseguir postar nessa ou em qualquer outra fanfic minha que vocês leitores maravilhosos acompanham: minhas provas vão começar nessa sexta e como eu preciso me sair de forma excelente para não ficar de recuperação (o que implica sair mais cedo de férias e voltar para as minhas histórias mais rápidas); preciso de nota na área de exatas, principalmente física que não me entra na cabeça de jeito algum.
Vou pedir paciência a todas.
Obs: para quem acompanha As Histórias de Thalia, pretendo postar mais um cap até quarta, quinta no máximo.
Obrigada por compreenderem =]
Bjss



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