Como Acabar Com Hogwarts escrita por Cat Valdez


Capítulo 26
Aquele Desenho


Notas iniciais do capítulo

Hey!



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CAT

–E... FATALITY! - gritou Sammy.

Luke jogou o controle no sofá.

–Maldita - resmungou.

Peguei o controle.

Nós três estamos passando as férias na casa da Sammy. Como o pai dela é trouxa, ela tem videogame, o que praticamente decidiu na casa de quem nós íamos passar boa parte das nossas férias (minha mãe, mesmo não sendo bruxa e tendo me criado como trouxa até eu receber minha carta sempre disse que videogame era "coisa de menino" e nunca me deixou ter um).

–Minha vez - falei.

–Não - disse Luke.

–Como assim "não"? EU NÃO PASSEI OS ÚLTIMOS CINCO MINUTOS OBSERVANDO VOCÊ SER NOOB E LEVAR FATALITY PRA VOCÊ DIZER QUE NÃO É MINHA VEZ, CRIATURA DA UMBRIDGE.

–É que vocês pediram para eu avisar quando estivesse na hora de começar Aquele Desenho.

–Já tá na hora? - perguntei.

–Na verdade começou faz uns dois minutos...

–COLOCA N'AQUELE DESENHO! - Sammy berrou.

Aquele Desenho é o melhor desenho do universo. Os caras que fizeram ficaram com preguiça de pensar em um nome, então colocaram "Aquele Desenho". O desenho é sobre um cara chamado Barry e seus amigos que vivem se ferrando e entrando em situações extremamente bizarras que não fazem o menor sentido. Tipo a gente, só que eles são ainda mais ferrados e também tem mais graça. Um dos motivos desse desenho é por que ele faz você perceber que não importa o quanto você se ferre sempre tem alguém mais ferrado que você.

Luke colocou no desenho.

–SURPISE, MOTHERFUCKERS!

Nos viramos e vimos o cara da capa roxa atrás de nós.

–Ah, não! Se for sequestrar vai ter que esperar até o fim do desenho!

–Ah, não se preocupem. Estou aqui para assistir isso também.

–Ótimo. Pode sentar aí.

–Claro. Assim que mandar vocês para dentro do desenho.

–Espera... o que?

Ele estalou os dedos. O mundo virou de cabeça para baixo e eu caí de cara no chão.

Obviamente, eu disse algo extremamente inteligente:

–Isso doeu.

Levantei e olhei em volta. Eu estava na frente de uma casa, mas parecia que tinha alguma coisa errada nela. Demorei alguns segundos para perceber que é por que era uma casa de desenho animado.

Ouvi Sammy gritar e quando olhei pra ela quase gritei também. Ela tinha virado um desenho! E o Luke também! E... ai meu santo pudim. Eu virei uma personagem de desenho animado.

–Isso quer dizer que vamos usar as mesmas roupas pro resto da vida? - perguntou Luke.

–Estamos presos dentro de um desenho e sua primeira preocupação é se vamos passar o resto da vida com as mesmas roupas? - perguntou Sammy.

–Estamos presos dentro de um desenho e sua primeira preocupação é a minha falta de prioridades?

–Touché.

–Será que dá pra vocês discutirem isso depois e me ajudarem a achar um jeito de sair daqui? - gritei.

–Sabe fazer magia?

–Sei.

Sammy revirou os olhos.

–Tem mais de 17 e sabe fazer magia sem varinha?

–Não.

–Pois é.

–O que a gente faz então?

–Segue as instruções que ele deixou nesse bilhete? - sugeriu Luke.

–Que bilhete?

–O que o cara da capa mandou, ué.

–Ele mandou um bilhete?

–Aham.

–E você só achou conveniente dizer isso agora?

Luke deu de ombros.

–Vocês não perguntaram antes...

–Filho de uma Umbridge!

Sammy me segurou pelos ombros antes que eu estrangulasse ele.

–Ok, muita calma nesse momento. O que está escrito no bilhete?

Luke leu em voz alta:

–Assumam o papel dos personagens principais e sobrevivam por um dia que eu tiro vocês daí. E que a sorte esteja sempre ao seu favor!

–Sabem o que isso quer dizer? - perguntei.

–Que o cara da capa é a Effie Trinket do Jogos Vorazes? - perguntou Sammy.

–Não, embora essa possa ser uma possibilidade. Mas eu estava me referindo ao fato de estarmos completamente ferrados.

–Ah, claro.

–Não devíamos entrar na casa? - perguntou Luke.

–Boa ideia.

Entramos na casa.

–E agora? - perguntou Sammy.

–Sei lá, tô com fome - respondi.

–Então vamos procurar a cozinha - sugeriu Luke.

Todos concordamos que era de extrema importância saber onde fica a cozinha para sobreviver nessa bagaça.

Saímos da sala e entramos no cômodo ao lado.

–Nossa, fácil assim?

–Considerando que até hoje os únicos cômodos do andar de baixo que já apareceram no desenho são a sala e a cozinha a gente devia ter desconfiado - disse Sammy.

Ela pegou cereal, leite, tigelas e colheres e pois na mesa.

–Cereal? São mais de três da tarde! - Luke reclamou.

Sammy deu de ombros.

–Aqui ainda são sete e quarenta e cinco.

–Ah.

Sentamos na mesa e comemos o cereal.

–O que vocês ainda estão fazendo aqui? Vão chegar atrasados na escola! - gritou uma mulher que eu reconheci sendo a mãe do Barry.

–Hã... desculpe?

–Desculpa o escambau! O ônibus já está aí na frente! Vão logo!

Ela jogou três mochilas pra gente

Nós pegamos as mochilas e corremos para o ônibus.

–Escola? Quer dizer que vamos poder usar magia? - cochichou Luke.

–É uma escola trouxa, esqueceu?

–Então não vamos usar magia? - ele perguntou, horrorizado.

–Não.

–Então vamos ter que enfrentar a orda de patos ou qualquer outra coisa bizarra que for nos atacar sem nada?

–Isso aí - respondi.

–Por que é que você não está preocupada?

–Porque personagens de desenho sempre dão um jeito de se livrar de tudo. E nunca morrem ou passam mais de cinco minutos machucados.

E então um bilhete surgiu no chão. Paramos para pegar o bilhete.

"Me esqueci de mencionar que vocês não tem nenhuma dessas habilidades."

–Merda.


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Notas finais do capítulo

Deixem comentários por que comentários me deixam feliz e me fazem escrever mais rápido. Até semana que vem!