A Garota Que Me Tornei escrita por Anne


Capítulo 7
VI - E que começe a caçada...


Notas iniciais do capítulo

Bom, este capitulo é onde as coisas começam a acontecer, então nos vemos nas notas finais :*



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A sala estava marcada com sangue, o vidro da mesa de centro estava totalmente estilhaçado e uma bagunça como se alguém tivesse revirado a casa ou travado uma luta estava por toda parte, vou pisando com cuidado sobre os cacos de vidro avançando pela casa como alguém que entra em uma floresta selvagem. Passando pela cozinha chego à cabeça na porta e acendo a luz tentando encontrar algo, tudo parecia normal, PARECIA. Foi quando percebi que a gaveta de facas estava aberta, então entendi que algo estava errado.

Tentando não obedecer ao impulso de sair correndo continuo em meu ritmo lento até o banheiro, abro a porta com certa relutância, mas ali sim, tudo estava intacto. Ainda receosa caminho em direção ao quarto de meu pai, não sei o porquê, mas um sentimento de angústia começou a inundar meu coração. Nesse momento a adrenalina começou a tomar o lugar do medo. Meus dedos tateiam a parede em busca do interruptor, mas não tenho tempo suficiente ouço o barulho de algo cortando o vento e mesmo que no escuro, devo agradecer ao meu reflexo e meu sexto sentido, por conseguir me jogar no chão quase que imediatamente, no momento em que o faço uma fisgada atinge meu braço direito e um barulho de um objeto de metal se chocando contra o chão. Olho para janela a tempo de ver alguém se esgueirando para fora. Por poucos segundos estudei a possibilidade de chegar até a janela, mas o medo de ser surpreendida novamente me dominou.

Saio correndo como o vento, quando alcanço a porta da sala começo a entrar em desespero como se toda aquela situação tivesse tomando verdadeiramente conta de mim e como se a adrenalina tivesse me abandonado.Saio chorando e chamando por Joseph o máximo que posso enquanto corro escada abaixo, pouco me importando se tinha um elevador ou não, minha mente estava cheia demais para pensar com clareza. Como era de se esperar Joseph não estava na portaria assim como no momento em que cheguei, então como se meu instinto de sobrevivência me dominasse sai correndo porta a fora caindo quase que nos braços de Peter.

— Já é a segunda vez que eu evito uma queda sua queridinha... — Ele sorri, mas quando parece perceber a situação seu sorriso se transforma em um olhar de preocupação. — O que houve Sarah?

— Alguém... entrou... no apar...tamento... — Digo soluçando quando as lágrimas irrompem sem pedir permissão por minha face como as comportas de uma represa que foram abertas.

— Shiu... Calma, não fala nada!— Ele me abraça apertado. Em outra situação com certeza teria xingado ele e mantido distância, mas neste momento não me importei. — Você quer que eu suba com você?

Hoje em especial a rua estava mal iluminada, mal posso ver o rosto de Peter, mas sei que ele me fará uma boa companhia, e não acredito que eu esteja em condições de ficar sozinha. Então apenas faço uma leve afirmação com minha cabeça contra seu peito, quase imperceptível, e as lágrimas teimam em cair.

Ele segura minha mão me levando para dentro do prédio. O hall ainda estava vazio. Chamamos o elevador, que por sorte não estava ocupado e chegou rápido. Peter aperta o botão de subida e quando menos espero o elevador para me fazendo saltar, Peter me segura firme e saímos caminhando até meu apartamento totalmente em silêncio, paro, na porta relutante, mas Peter me puxa me incentivando a entrar.

Quando entro, mesmo contra minha vontade, desabo no sofá da sala. Peter anda com cautela de um lado para o outro sobre os cacos de vidro verificando se não havia mais ninguém no apartamento.

— Bom... Apenas você e eu como já éramos de se esperar... — Ele para me fitando por alguns segundos e se aproxima. — Seu braço está sangrando. O que houve?

—Ah isso? — Digo então, finalmente me dando conta do ferimento. — Foi quando eu estava entrando no quarto e...

— Espere! — O garoto me interrompe. — Primeiro me diga onde encontro as coisas para fazer um curativo e enquanto cuido do seu braço você me conta tudo do começo.

— Ok, os curativos estão ali na estante... Segunda porta a direita, primeira gaveta.

— Ele aponta para uma porta. — Não essa não, a do lado dela. — Agora ele aponta para a certa. — É essa!

— Acho que você precisa tirar o casaco. — Ele diz como se sugerisse uma coisa óbvia.

Tiro o casaco e me deparo com um problema, ou pelo menos com algo que eu acho que seja um. A blusa que uso embaixo também é de manga comprida, e está rasgada no lugar do corte e com uma mancha de sangue enorme. Sem muitas cerimônias tiro minha blusa ficando apenas de sutiã.

— Hum... Objetiva. Gosto disso. — Ele sorri malicioso me fazendo revirar os olhos.

— Bom, mas agora pode me contar o que aconteceu aqui? — Diz limpando meu ferimento com a gaze e um líquido amarelado.

— Quando eu saí da escola encontrei com a Keyth e ela me convenceu a sair para lanchar com ela, por conta disso acabei me distraindo e vindo embora mais tarde do que esperava. Quando cheguei não havia ninguém na portaria, então entrei no elevador e subi direto. Enquanto subia procurava minhas chaves e me dei conta de que esqueci meu estojo na escola, então decidi pegar as chaves reservas, mas antes que fizesse isso percebi que a porta estava aberta e até imaginei que meu pai já tivesse chegado... — Conto toda a história para Peter e ele parece me ouvir pacientemente sem me interromper e momento nenhum, vez ou outra eu fazia uma careta de dor enquanto ele fazia o curativo e assentia com a cabeça me incentivando a continuar a contar.

— Isso parece mais história de filme, mas pense pelo lado positivo. Você não precisará levar pontos. — Ele sorri juntando as gazes sujas e indo até o banheiro as jogar no lixo. — O que você disse mesmo? Que você estava no quarto quando foi atingida? — Faço um sinal de afirmação e ele se dirige ao quarto onde tudo aconteceu, demora cerca de um minuto no local e sai de lá ajeitando o bolso do casaco que agora que percebi estava volumoso. — Não tem sinal de nada. Seja lá quem for pode ter voltado para pegar o quê jogou enquanto você descia.

— Em falar nisso... — Digo me levantando e indo até meu quarto, passando por Peter e dando uma rápida espiada no quarto de papai. — O que você estava fazendo lá embaixo, em frente ao meu prédio? — Abro a porta de meu armário e tiro de lá uma camiseta larga e visto cuidadosamente passando por meu braço que ainda doía um pouco. Peter para se recostando na porta do meu quarto.

— Bem... Como você bem disse esqueceu seu estojo na escola, então vim devolvê-lo imaginando que precisaria dele. — Ele retira do bolso que estava volumoso meu estojo. Sorrio agradecida enquanto ele me entrega o mesmo.

— Obrigada, eu realmente ia precisar dele... — Peter sai andando em direção à sala na minha frente, e enquanto o sigo percebo que ele está mancando. — O que aconteceu que você está mancando?

— Acredita que hoje logo depois que eu saí da escola um idiota me atropelou?! Eu não me machuquei demais, foi apenas meu pé mesmo. — Ele diz movimentando o pé esquerdo e contorcendo o rosto em uma leve expressão de dor, o que me fez rir. — Você ri porque não foi com você. — Ele diz sorrindo travesso.

— Ah não se esqueça de que quem teve um braço fratura aqui fui eu.

— Já te disseram que você é muito dramática?

— Sabe... Até que sim viu... — Rio. — Bom, te conheci hoje e você já está dentro da minha casa e já me viu só de sutiã. Será que seria pedir demais algumas informações de você? E será que seria mais ainda pedir que esperasse comigo a chegada de meu pai?

— Tem certeza? — Ele arqueia as sobrancelhas. — Posso sim...

Apenas sorrio agradecida. Sento-me no sofá enquanto ele se senta na poltrona que fica de frente para o mesmo. Peter me observa o tempo todo, às vezes quando o olho ele desvia o olhar, em outras vezes não. Assim ficamos em silêncio por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

Bom lindos e lindas... É isso ai, e só para avisar não dói comentar okay? Okay. Leitores fantasmas apareçam.
Lembram-se: Anne ama vocês :*



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