A Força dos Desejos escrita por Jodivise


Capítulo 17
Capítulo 17 Duelo Amoroso


Notas iniciais do capítulo

Elizabeth apareceu causando surpresa em toda a tripulação do Black Pearl. Não era para ela estar quietinha esperando Will? Quem não gostou nada foi Alicia, que não suporta ver Will sofrer por Lizzie.
Qual será a reacção do capitão amaldiçoado, quando vir a sua mulher?



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Capítulo 17: Duelo Amoroso

Depois da briga entre Elizabeth e Alicia, o ambiente era tenso entre as três tripulações. Will tinha emergido e Bootstrap apareceu na ilha. Pediu a Elizabeth que o acompanhasse sob os protestos de Alicia e Peter Mackenzie, mas o pai de Will deixou bem claro que o capitão do Holandês só queria falar com Elizabeth.

Os piratas regressaram aos seus navios, menos Peter, que pediu para subir a bordo do Pearl.

- Se continuares a andar de um lado para o outro, vais gastar o chão do navio. – Suspirou Lara, farta de ver Alicia percorrer o navio de proa a popa.

- Eles já lá estão há quase uma hora! – Alicia apontou para o convés do Holandês, onde no seu interior, Will conversava com Elizabeth.

- É sinal que estão vivos. As más notícias correm depressa! – Barbossa tentou acalmar a jovem, mas esta continuava na mesma.

- Não sei porque é que a Lia…

- ELIZABETH! – Gritaram em uníssono os presentes, fazendo com que Peter se cala-se.

- Não sei porque é que mentiu sobre a identidade. – Peter parecia bastante triste e ao mesmo tempo surpreso. – Apanhei-a em Tortuga. Disse-me que se chamava Lia Adams e que tinha fugido de casa para ser pirata.

- Porque é que a mim essa história não me surpreende? – Jack fez ar de pensador.

- Mas a mim surpreende-me! – Peter olhou os presentes. – Pelo que me apercebi, o nome verdadeiro da Lia é Elizabeth e é casada com… - Peter olhou o Holandês com ar assustado.

- Elizabeth Swan Turner. Casada com Will Turner, capitão do Holandês Voador. – Explicou Barbossa. – E é Rainha dos Piratas.

Peter abriu a boca de espanto.

- Ela havia de ser chamada de Elizabeth Swan. Colocou o nome Turner na lama! – Troçou Alicia com olhar feroz.

- Alicia, não sabes porque é que ela fez isso. – Alertou Lara. – Não podemos julgar ninguém sem ter provas. Além do mais ela ia se explicar, mas tu voaste para cima dela!

- E tive pena de não a esmurrar mais! Com certeza ia inventar uma história qualquer. – Alicia encostou-se ao mastro principal e cruzou os braços.

- Há quanto tempo eles se casaram? – Perguntou Lara a Barbossa e Jack.

- Seis meses. – Respondeu Jack.

- Um ano! – Emendou Barbossa.

- De certeza? – Perguntou Jack.

- Foi eu que realizei o casamento, Jack. Não haveria de esquecer. – Disse Barbossa.

- Vês? Sinceramente, não critico quem fica 10 anos sem ver o marido por causa de uma maldição estúpida. – Afirmou Lara. – Imagina casares e não teres o teu marido à beira? É natural que se enchesse passado um ano!

- Há quanto tempo ela ingressou na sua tripulação? – Perguntou Alicia a Peter.

- Quatro meses. – Disse cabisbaixo.

- Na prática não aguentou mais de 8 meses! – Resmungou a jovem. – Por acaso ela não estava grávida pois não?

A pergunta de Alicia deixou os presentes com ar de parvos.

- Que eu saiba não! – Exclamou Peter.

Alicia olhou para Lara e só estas sabiam o porquê da pergunta: os créditos finais do terceiro filme dos Piratas das Caraíbas. Lara levantou-se e aproximou-se da amiga.

- Não podemos ajuizar nada enquanto não ouvirmos a Elizabeth. Ela pareceu-me boa pessoa. E não quer dizer que não goste do Will. Se calhar só quis viver uma aventura enquanto os 10 anos não passam! – Lara olhou para Peter. – E ele não é de se deitar fora!

- Se ela amasse o Will de verdade não o traía. – Os olhos de Alicia começavam a ficar húmidos. – Eu nunca o trairia!

- Gostas mesmo desse pirata, não é? – Lara sentiu pena da amiga. Will era uma paixão impossível. Mas ao olhar para Jack, essa certeza abandonou-a por completo.

- E se eles reatam? Afinal são marido e mulher! – Alicia desatou a chorar. – Eu não quero perder o Will!

Lara abraçou a amiga e olhou para o Holandês. "Será que Will iria mesmo perdoar Elizabeth?", pensou.


Bootstrap conduziu Elizabeth até ao interior da cabine do capitão. O ambiente dentro do navio assombrado era escuro e a humidade entranhava-se nos ossos. Elizabeth sentiu um arrepio. Entrou na cabine e Bootstrap fechou a porta, deixando-a sozinha. Olhou em volta e o seu olhar fixou-se no imponente órgão que se encontrava à sua frente. Aproximou-se e passou o dedo por uma tecla. De imediato, um som tenebroso ecoou pela sala.

- Pessoalmente não gosto desse órgão. Pertencia ao Jones. Infelizmente não o posso tirar daqui. – Will apareceu das sombras e assustou Elizabeth. – Já faz parte do navio!

- Will! – Exclamou Elizabeth, correndo na direcção do jovem capitão. Porém, este afastou-se. O seu olhar mostrava um misto de tristeza e fúria.

- Podes explicar o que fazes a bordo daquele navio? – Perguntou com voz séria e de costas para a mulher.

- Will, eu posso explicar. Não fiz de propósito. Apenas não aguentava mais uma espera que não tem fim! – Elizabeth falava com voz suave.

- Elizabeth, todos os dias eu me culpo por te ter pedido em casamento. Todos os dias me arrependo de não ter morrido em vez de ter apunhalado aquele coração. Ninguém merece uma vida destas e tu não mereces ter um casamento destes. – Will virou-se para Elizabeth.

- Mas eu não me arrependo. Nós amávamo-nos. Tudo o que mais queria era casar contigo e quando isto aconteceu já estávamos casados! Eu jurei guardar aquele coração e esperar por ti até ao fim dos meus dias, só para te ter uma vez em cada 10 anos! – Elizabeth tentou tocar em Will, mas este mais uma vez recuou.

- No entanto, não esperas-te nem um ano! – Will falou num tom reprovador que ecoou por todo o aposento.

- Will, sabes como eu sou. Tu és piratas e eu também o sou. Não conseguia ficar no mesmo sítio eternamente! – Exclamou a jovem.

- Mas eu não te obriguei a ficar na Enseada dos Náufragos eternamente! Pedi para que fosse para Port Royal ou para a corte inglesa! – Explicou Will.

- Mas eu não aguentei! – Elizabeth começou a desesperar. – Não sabes o que é a vida de uma rapariga da corte após se tornar pirata. Aguentei sete meses em Port Royal, sempre com olhares reprovadores em cima de mim e comentários horrendos. Não aguentei e mudei-me para Tortuga na esperança de ter notícias tuas. Mas passado um mês, encontrei o Peter Mackenzie e vi a oportunidade de voltar a navegar à minha frente. O que eu mais queria era encontrar o Black Pearl, mas isso só aconteceu agora.

- Tu acabaste por te envolver com o Mackenzie. – Concluiu Will.

- Não. Quer dizer o Mackenzie apaixonou-se por mim, mas entre nós não aconteceu nada de especial. É a ti que eu amo, Will! – Elizabeth agarrou-se a Will, mas este manteve-se imóvel.

- Disseste exactamente o mesmo quando mandaste o Jack para a morte! – Exclamou Will, fazendo Elizabeth soltá-lo e olhá-lo nos olhos. – Convences-te que era apenas para nos salvar, mas eu soube sempre que tiveste uma atracção por ele. Era normal, afinal eu nunca fui o homem aventureiro, exótico e misterioso que o Jack é!

- Por tudo o que é mais sagrado não digas isso! – Elizabeth começou a chorar, mas um pensamento fez com que ficasse séria. – É ela, não é? A tal da Alicia. Deu para ver que ela está caidinha por ti.

- Não coloques a Alicia no meio disto. – Ordenou Will.

- Não Will. Se o Peter veio à baila, a tua protegida também vem. – Elizabeth sorriu em tom de troça. - Eu ouvi-a dizer que tu apareces quando ela está em perigo.

Will permaneceu calado. De facto, sempre que Alicia corria perigo ou o chamava mesmo que fosse em pensamento, Will sentia-o. Não sabia explicar, até porque nunca lhe tinha acontecido antes da vinda de Alicia.

- Por favor, Will. Vamos esquecer isto. Eu volto para terra, mas perdoa-me! – Elizabeth sorriu nervosamente. Will fitou-a e nada disse. Por fim, dirigiu-se para a porta e abriu-a.

- Acompanha-me. – Disse sem olhar para trás.

Ordenou que um bote descesse para os transportar até ao Pearl.


No navio de velas negras, as atenções centraram-se em Will, Elizabeth e Bootstrap que subiram até ao tombadilho.

- Há alguma maneira de anular um casamento? – Will olhou na direcção de Jack e Barbossa.

- Faz as honras, o entendido em casamentos és tu! – Jack afastou-se com os braços esticados, deixando Barbossa olhá-lo com desdém.

- Teoricamente… - o capitão olhou para Will e Elizabeth. - … vocês estão casados. Na prática, vocês apenas estão casados aos olhos dos piratas e não aos olhos de Deus e dos homens. Por isso, para anular um casamento pirata basta proclamar a separação através de quem vos casou! – Barbossa fez um gesto indicando-se a si próprio.

- Tu não estás a pensar… - Elizabeth olhou para Will com lágrimas nos olhos.

O jovem capitão olhou para a mulher e olhou para Alicia, que se encontrava num misto de ansiedade e angústia. Will fechou os olhos para que não cometesse nenhuma loucura. A sua verdadeira vontade estava dividida: por um lado, queria ter a certeza se Elizabeth ainda gostava de si ou não, por outro lado, estava cada vez mais envolvido com Alicia e vê-la sofrer fazia-o sentir uma dor profunda que não sabia explicar.

- Façamos um acordo do qual todos serão testemunha. Eu não posso escolher entre vocês as duas sem mais nem menos. Por isso, terão de provar que vale a pena aquele coração amaldiçoado num cofre bater por amor. – Virou-se para Elizabeth. – Se realmente me amas terás de o provar. Senão anulámos o casamento agora. – Olhou para Alicia mas não se pronunciou. – Peço-vos, capitães do Black Pearl, que acolham a Elizabeth. Eu quero as duas no mesmo navio.

- O QUÊ? – Perguntaram as duas rivais ao mesmo tempo.

- As condições são essas. – Ordenou Will.

- E como é que vais saber quem te ama de verdade? – Perguntou Elizabeth.

- Eu saberei. Eu sei tudo Elizabeth. – Will endureceu o olhar. – Eu sou o mar.

Will retirou-se e a tripulação do Pearl encolheu os ombros.

- Porque é que os eunucos gostam sempre de complicar as coisas? – Perguntou Jack.

- E qual a minha posição no meio disto tudo? – Perguntou Peter Mackenzie, sentindo-se a mais.

- O teu papel é pegares no teu barquinho, dares meia volta e partires à tua vidinha! – Exclamou Jack.

- E como é que ficam as coisas entre nós? – Peter dirigiu-se a Elizabeth.

- Peter, foste um excelente amigo e nunca vou esquecer o apoio que me deste! Mas agora deves partir. – Elizabeth pediu educadamente, deixando Peter com cara de bobo.

- Mas o que aconteceu entre nós… - Elizabeth fez sinal a Peter para que se calasse e este saiu do navio bastante amuado.

- Falsa. – Sussurrou Alicia entre dentes.

- Acho que agora que vamos ficar juntas, devemos selar um voto de bom comportamento! – Elizabeth estendeu a mão em direcção a Alicia e esta última só retribuiu o gesto porque Lara lhe pediu.

- Muito bem. A crise conjugal acabou e já não há nada para ver. Toca a zarpar! – Ordenou Jack.

- Mexam-se suas abóboras viciadas em rum! – Ordenou Barbossa.


- Já viu a sorte que tem? – Perguntou Jack, encostando-se a Lara como se fosse um gato.

- Porque diz isso? – Questionou a jovem.

- Eu sou muito menos complicado do que o eunuco! Não precisa de se confrontar com uma rival, como a Alicia! – Jack sorriu mostrando os dentes de ouro.

- Claro que não. E sabe porquê? – Lara passou o dedo pelos lábios de Jack, deixando este com uma vontade louca de beber dos lábios da jovem. – Porque não deve haver mulher neste mundo que se queira meter em rivalidades por sua causa. Quem haveria de se interessar por tão pouca coisa? – Lara retirou-se com um sorriso nos lábios.

Jack ficou pensando no assunto como sempre. Havia várias mulheres que quase cometeram loucuras por sua causa. No entanto, fugia sempre na hora H. O seu único amor era o mar. Disso tinha a certeza. Até Lara ter aparecido. E com o passar do tempo era pior. Tinha cada vez mais vontade de…

- Jack? – A voz de Alicia interrompeu os pensamentos do capitão fazendo-o dar um salto.

- O que se passa? – Perguntou desconsolado.

- Quanto tempo falta para chegarmos ao Vértice Temporal? - Perguntou a jovem com voz tremida.

Jack contou pelos dedos: - Pelas minhas contas, há volta de quatro meses, sem contar com os atrasos que advém dos perigos que ainda podem surgir.

- Quatro meses para conquistar o Will. – Disse num sussurro.

- Darling, se precisar de ajuda é só dizer! – Exclamou Jack.

- Como assim? – Desconfiou Alicia.

- Deixe comigo. Assim acabo por matar dois coelhos de uma só vez! – Jack caminhou até ao convés com seu jeito característico e deixou Alicia sem entender nada.

Continua…


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Notas finais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo como prometido. Não postei mais cedo, porque como todos sabem o site esteve inacessível.

Quero agradecer à JaneR pelas reviews e a todos que seguem esta fic.

Espero que gostem!!! Saudações Piratas!!!

JODIVISE



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