The Undercover escrita por Mares on Mars
Notas iniciais do capítulo
Obrigada leitoras lindas
Subúrbio de Omaha, Residência dos Coulson, Quarto principal, 02:22am
May verificou novamente o relógio de cabeceira,e ainda não acreditava que havia passado as últimas horas imóvel, de costas para Coulson, concentrando-se em não deixar um centímetro sequer de sua pele tocar na pele firme do homem ao seu lado, pois ela lembrava-se muito bem do que sentia quando isso acontecia. Revirou os olhos ao pensar na sensação e suspirou irritada. Isso não é hora para pensar nesse tipo de coisa, disse mentalmente, porém, inconscientemente moveu sua perna por baixo das cobertas, apenas o suficiente para sentir na ponta dos dedos, o calor que emanava de Coulson.
Coulson olhou para o relógio digital em sua mesa de cabeceira pela milionésima vez. Estava deitado de costas para a mulher que mais desejava no mundo e nem sequer poderia imaginar tocá-la, pois sabia bem que era impossível parar após o primeiro movimento. Estava com o corpo enrijecido, louco para mudar de posição, mas suas lembranças o impediam.
(Nova York, 1984)
Estava em um bar movimentado, e fazia o que qualquer rapaz fazia ao completar 21 anos: estava finalmente enchendo a cara.
– Mel,me diz, por favor , por que eu nunca fiz isso antes ? – ele perguntou para a amiga e riu em seguida.
– Porque você é cheio de regras Phil – a chinesa respondeu finalizando mais uma cerveja – Aposto que com todas essas regras você deve ser virgem ainda – provocou com um sorriso malicioso e ele riu.
– Na verdade, eu sou – o rapaz declarou sorrindo débilmente.
– Ah Phil, por favor – disse revirando os olhos – Eu to brincando – explicou-se e riu. Rir era a coisa que mais havia feito aquela noite.
– Eu não Melinda – Phil rebateu – Eu nunca transei com ninguém – isso a espantou pra valer.
– Phil, você é gay? – perguntou chocada, porém justificou-se – Por que se for, não tem problema nenhum, você sabe, vários caras por aí são e não tem coragem de assumir, mas eu sou sua amiga, eu aceito você ... – ela começou a discursar, porém ele a interrompeu negando:
– Eu não sou gay, é claro que não. Eu fui educado como cristão, estou esperando alguém que me ame – justificou-se parecendo que havia repentinamente recobrado o juízo – E eu tenho que a amar de volta – May o olhou com os olhos lacrimosos. Phil era tão fofo por esperar, e ao mesmo tempo tão diferente, tão... Único. Ele era o seu Phil, e naquele momento ela soube que o amava. Tão bêbado e tão frágil, tão lindo, com seus cabelos loiros e os olhos azuis gigantes, tão responsável e compreensível.
– Oh Phil – ela suspirou colocando uma mão em seu rosto e ele sorriu – Isso é tão bonito – declarou, e quando ele virou lentamente o rosto em direção a palma de sua mão, e deu-lhe um beijo rápido na região, um formigamento subiu pelo braço esticado da chinesa e ela sorriu. Não tinha dúvidas que o amava – O que você sente por mim Phil? – perguntou olhando-o nos olhos.
– Você é minha melhor amiga Melinda, você já salvou minha bunda tantas vezes durante esses anos, e você sempre me apoiou em tudo. Você é a única que já me viu chorar e graças a você eu tenho todos os cartões colecionáveis do Capitão América – os grandes olhos azuis do rapaz brilhavam encantados, pois ele havia acabado de sentir, com aquela declaração, algo que nunca havia sentido em toda a sua vida – Eu amo você Melinda – aquelas palavras saíram tão simples, que ele não pôde segurar o impulso de dizê-las de novo, dessa vez com ainda mais certeza – Eu amo você – repetiu, e o que aconteceu a seguir ele nunca poderia prever. Melinda May abriu o sorriso mais lindo que ele já havia visto no mundo, e uma lágrima solitária escapou por entre seus cílios grossos.
– Você não sabe como eu gostei de ouvir, porque eu também amo você Phil Coulson, muito – ela respondeu, e sem pestanejar, inclinou-se para frente e selou-lhe os lábios com carinho. Um choque elétrico percorreu os dois corpos, e ao se dar conta do que estava fazendo, Phil tinha os dois braços em volta de May, que agarrava-se ao seu pescoço como se sua vida dependesse disso – Phil – ela sussurrou separando-os.
–Eu com certeza amo você mais ainda agora – ele disse olhando-a nos olhos.
– Phil, eu quero ser a primeira – declarou respirando com dificuldade
– Você... me quer? – ele perguntou, parecendo surpreso.
– Todos os dias a partir de hoje – respondeu e beijou-o novamente, antes de puxá-lo para fora do bar em direção ao carro. Lola estava parada em um beco ao lado do bar, e eles não desgrudaram suas mãos por nem um segundo durante o trajeto
– Não podemos dirigir – o rapaz constatou ao entrar no carro e no segundo seguinte sorriu – Eu estou tendo uma ideia – declarou e começou a se inclinar em direção ao banco do carona. May logo entendeu sua mensagem, porém empurrou-o de volta ao banco, inclinou-o para trás e montou em seu colo, beijando-o com desejo.
– Nós não podemos fazer isso aqui – disse ao parar de beijá-lo subitamente. Coulson a olhou confuso – É sua primeira vez, tem que ser perfeito – explicou e ele riu.
– E já está sendo perfeito, porque é você May – respondeu suavemente e acariciou as coxas que o rodeavam.
– Num carro, no meio de um beco sujo em Nova York – rebateu preocupada. Nada podia dar errado.
– Bem, Lola é o meu carro favorito no mundo, e amo Nova York pra valer – ele argumentou, mas em seguida fez um biquinho e abaixou a cabeça – Mas se você não me quer, não precisa arranjar desculpa – disse dramaticamente, e ela encaixou-o um dedo em baixo de seu queixo, levantando-o até que pudesse olha-lo nos olhos.
– Nunca pense, um dia sequer de sua vida que eu não quero você – e com isso, ela o beijou novamente ...
Omaha, 2014
Um movimento suave por baixo das cobertas o arrancou de sua lembrança e ele suspirou nervosamente ao sentir o toque suave da ponta dos pés de Melinda em sua perna, e agradeceu ao céus por dormir de calças. Não sobreviveria a um contato direto. Mal conseguiu respirar após a massagem que havia feito em seus pés algumas horas atrás. Os dedos dos pés de May desceram por sua perna até o tornozelo, onde enroscou o dedão na barra do tecido e lentamente o puxou para cima. Ela está com frio, constatou, pois no momento seguinte, sentiu a pressão do pequeno pé gelado em sua panturrilha. Ele estava acostumado a esse movimento, havia passado anos submetido a isso todas as noites. Suspirou ao lembrar-se. Apenas uma coisa fazia com que ela voltasse a dormir em paz, sem se incomodar com o frio,e foi isso que ele fez. Movimentou seu corpo para a direita, virando-se completamente, de forma que estava de frente para as costas dela. Ele sabia que ela ainda estava acordada, e fingia dormir para seu movimento passar despercebido, mas sua postura estava tensa e isso a entregava. Pensou por um segundo em fazer uma piada, mas algo em seu interior o obrigou a reprimir esse impulso. Faça o que sempre fez, a voz suave em sua mente sussurrou, e ele tocou-lhe o ombro com a mão esquerda e deu um puxão de leve. Talvez fosse memória motora, o frio que sempre sentia de madrugada ou a vontade única de ser abraçada, mas ela virou-se quase de imediato, lentamente, entrando nos braços tão familiares de Coulson, que a abraçou com força como costumava fazer.
– Boa noite Mel – desejou dando-lhe um beijo na testa. Ela suspirou e afundou-se mais ainda entre os braços dele, enroscando um cacho de seu peito em seu indicador, como sempre fez e em seguida respondeu com um suspiro:
– Boa noite Phil.
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