Passava das três da amanhã e o sono havia abandonado a “família Coulson”. Ou melhor, o sono havia abandonado Melinda e Coulson, pois assim que as luzes de todos os cômodos se apagaram, Skye saiu pela janela de seu quarto e atravessou a rua correndo na direção da casa onde Ward e os rapazes estavam hospedados. Pensava ela que havia sido silenciosa, mas claro, May havia escutado os movimentos, e desde então estava inquieta, rolando de um lado para o outro na cama vazia. Cama vazia, que poderia muito bem estar ocupada se não fosse por sua cabeça dura, pensou consigo mesma e pisou para fora da cama. Caminhou até o banheiro, onde lavou o rosto e olhou-se no espelho. Ainda vestia a folgada calça de moletom e a antiga camiseta do Darth Vader, e só agora percebia as manchas roxas que se formavam em seu pescoço e ombro.

– Maldito seja – praguejou após tocar o local dolorido, porém um arrepio passou por seu corpo. Sentia-se mal porque o autor daquelas marcas encolhia-se desconfortavelmente no sofá porque já não podia mais manter-se afastado. Suspirando, revirou os olhos e com passos lentos e silenciosos, saiu do quarto do casal e desceu a escada, para encontrar Phil Coulson deitado no tapete felpudo da sala, com a televisão ligada em uma comédia romântica qualquer. Sorriu silenciosamente na escuridão, e o mais sutilmente que pôde, caminhou até o mesmo, jogando-se em cima dele como uma criancinha, assustando-o de imediato, antes de perceber o que acontecia.

– Acho que você amassou uma costela minha – reclamou antes de sorrir e acomodá-la ao seu lado.

– Se eu amassei uma ainda tem 23 pra compensar – respondeu com uma risada no tom de voz, e encaixou uma perna por cima da perna esquerda de Phil – Me desculpa por hoje – pediu arrependida e recebeu um aperto no braço e um beijo na testa antes de uma resposta verbal.

– Você não tem que pedir desculpas. Nem você e nem eu – disse apertando os lábios na testa da chinesa, que se encolhia – Nós não estamos errados.

– Eu estou, por continuar me afastando quando tudo o que eu quero é você. – May respondeu surpreendendo-o– E você também tá totalmente errado de estar encolhido aqui no chão ao invés de estar lá em cima, naquela cama de casal gigante – completou, e recebeu um abraço ainda mais apertado. Em seguida, sorrateiramente, Phil passou um braço por baixo das pernas da chinesa e levantou-a no colo – Isso não é legal, já pode parar – chiou, porém não foi obedecida pelo diretor, que a levou pelo colo escada acima.

– Está entregue milady – brincou colocando-a no chão ao fim da escada, e quando ela o olhou, ambos riam.

– Sabia que você fez um belo estrago no meu pescoço? – perguntou mostrando o pedaço de pele machucado e ele assoviou – O que eu digo se alguém perguntar?

– Diga que seu marido foi especialmente atencioso na noite passada – sugeriu e puxou-a para perto e curvou-se para dar selinho em cada machucadinho – As vezes eu me esquece o quanto você é pequena sem salto.

– Phil – chamou em advertência, porém, tinha um sorriso.

– Você disse há um minuto que tudo que você quer sou eu – provocou sorrindo contra o pescoço da chinesa.

– Quero, mas não aqui, e não com a Skye no quarto vizinho – mentiu, porém ele sabia a verdade.

– Nossa garotinha pulou a janela há duas horas atrás e nesse momento desse estar se embolando com o gorila da casa ao lado – relatou e estremeceu ao pensar nas atividades de Skye.

– Você acha que nós deveríamos conversar com ele sobre isso? – a chinesa perguntou distraidamente, enquanto Phil trabalhava em guiá-la até o quarto, concentrando-se em puxar a camiseta do Darth Vader por cima da cabeça da mulher.

– Na verdade eu acho que nós deveríamos falar com ela – Coulson disse dando de ombros e ajoelhando-se para beijar a barriga nua de Melinda.

– E dizer o que? “Oi, nós não somos seus pais de verdade, mas nos preocupamos com você e achamos melhor você tomar cuidado porque essa relação pode dar merda”? – perguntou ironicamente e ambos riram – Phil, não adianta insistir nisso – disse referindo-se ao insistente homem de joelhos a sua frente e ajoelhou-se para ficar no mesmo nível que o mesmo – Nós vamos dormir – declarou com firmeza e deu um beijo rápido em Phil, antes de levantar-se e jogar-se na cama. Foi seguida rapidamente pelo “marido”, que reclamava.

– Agora é desse jeito, me rejeita – resmungou ajeitando-se na sob o edredom – Mas antes não me deixava passar mais de duas horas fora da cama quando estávamos sem missão.

– Como você é baixo Philip – comentou e abraçou-o para dormir – Durma bem.

– Você também – desejou e deu-lhe um beijo rápido na testa.

(Brooklyn, 1991)

A chuva caía torrencialmente, e o vento espantava todos os pedestres. Fazia -2ºC em Nova York, porém no número 1209 da Rogers Avenue, o a temperatura estava no limite. A lareira acesa, e o casal que matava a saudades no tapete em frente a mesma.

– Não me lembrava de uma missão levar tanto tempo – Melinda reclamou, enquanto Phil Coulson desfazia o zíper frontal do macacão de couro que a mesma usava – Foram quatro semanas – suspirou, após sentir o zíper ser puxado até o limite. A próxima coisa que sentiu foi a língua de Phil deslizando de seu umbigo até o vale dos seios, e isso fez com que ambos gemessem.

– Eu realmente senti sua falta – ele declarou antes de capturar um mamilo sensível entre os dentes.

– Phil, nós temos tempo pra isso depois – disse, e em seguida girou-os, fazendo que o noivo ficasse por baixo – Agora, eu preciso de você – pediu com um biquinho e ele esforçou-se para pegá-la no colo e levá-la até a cama. Era uma caminhada curta, porém tropeçou algumas vezes no caminho, pois as malas da viagem estavam espalhadas pelo estúdio que há menos de dois anos havia sido transformado em apartamento. Não haviam portas para o quarto. Na verdade, as únicas portas em todo o apartamento eram a de entrada e a do banheiro, de resto, não haviam divisórias. Ao chegar até a cama, Coulson colocou a pequena chinesa por baixo de seu corpo, e com firmeza, provocou:

– Não vamos com pressa, somos bons agentes, temos que saber esperar – a frase causou um gemido exasperado da parte de Melinda, que puxou-o para um beijo faminto.

– Você é um demônio Phil Coulson – ela suspirou quando o mesmo retirou de vez o pesado macacão de couro que agarrava-se as suas curvas. Ao sentir as pesadas mãos de Phil ao longo de seu corpo, um choque elétrico atingiu-a, excitando-a mais do que já estava.

– Tenho certeza que se há um demônio nesse quarto, com certeza não sou eu – respondeu antes de deslizar um dedo em suas dobras molhadas.

– Phil, por favor – implorou quando o mesmo começou a bombear seus dedos. Logo em seguida, vieram seus lábios, e isso tirou toda a sanidade que lhe restava. Os gemidos tornaram-se altos, e ela agarrava-se com força aos espessos fios de cabelo do homem entre suas pernas. Phil a tinha sob total controle, e quando sentiu-a vindo em sua língua, fez questão de beijá-la.

– Eu amo seu gosto – comentou preguiçosamente,deitando por cima da chinesa, antes que Melinda o libertasse de suas calças e o guiasse para sua abertura. O contato foi longo e profundo, e arrancou suspiros de ambos, que após um momento de adaptação, iniciaram movimentos lentos e combinados.

– Mais rápido Phil – a pequena gemeu, agarrando-se aos ombros do noivo, que obedeceu ao pedido e intensificou o ritmo de suas estocadas. Ambos alcançaram o clímax ao mesmo tempo, com um último grito de prazer.

– Eu amo você – disse ao cair para o lado, respirando com força.

– Eu amo você – ela respondeu com um sorriso, antes de montá-lo para mais uma rodada do divertido jogo apelidado mais tarde de :”4 semanas de distância”