History Assignment... escrita por Daughter of Athena


Capítulo 25
De volta pra casa...


Notas iniciais do capítulo

pov percy



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–Mas Percy... -Reyna lamentou-se depois de ouvir, calada, toda a história.

–Olha, eu realmente não espero que entenda ou aceite que seu namorado queira atravessar o país atrás da ex de colegial que o traiu. -Levei as minhas mãos até seu rosto. Continuei depois de ter meu toque rejeitado: -Mas preciso fazer isso, amor.

–Não me chame assim! -Ela levantou-se do sofá e caminhou até a sacada do apartamento litorâneo. Apoiou-se no parapeito: -Meu Deus, Perseu!

Ela havia acabado de chegar do escritório renomado em que trabalhava, por isso ainda estava usando a saia risca giz preta e a camisa social estava com três dos botões desabotoados e as mangas arregaçadas. Os óculos de armação quadriculada e o coque que deixava alguns dos fios do cabelo escuro escaparem não ajudavam á aliviar o clima tenso.

–Eu sinto muito, 'tá legal? -Bufei.

–Jura? Sente mesmo? Não parece! Não entende? Fazem cinco anos que você morreu pra ela! E fazem cinco anos que está aqui, comigo, agora! Cinco. Incríveis. Anos! -Ela voltou, exasperada, á sala em que eu me encontrava. -Por favor, Perseu! Eu te amo!

Eu não conseguia dizer que também a amava. Por que eu simplesmente não amava. Eu amava a garota que estava há centenas de quilômetros agora, que estava com outro cara e que provavelmente já tinha superado e esquecido tudo aquilo que eu representei pra ela um dia.

Reyna me fitava, com as lágrimas escorrendo pelas maçãs do rosto como cachoeiras. Esperava minha resposta e eu não sabia o que fazer. Já havia terminado vários relacionamentos antes e sabia que era impossível não haverem ressentimentos da parte de quem estava sendo abandonado. E ser abandonado por outra pessoa? Nunca seria compreensível.

Lembro-me dos dois passos largos que dei em direção á ela e do beijo calmo que depositei nos lábios trêmulos de nervosismo. Lembro-me de ter acolhido-a no abraço caloroso em consolo. Lembro-me das lágrimas dela terem manchado a polo azul que eu usava. E ela entendeu que aquele seria o último beijo que ela receberia de mim.

–Eu também te amo. -Sussurrei. -Mas não posso continuar com isso. Sinto muito.

Ficamos por mais dois minutos ali, abraçados como se aquele toque fosse o último. O marco do fim de algo bom. Ela soluçou mais uma vez, tirou os óculos e limpou os olhos foscos ao se afastar de mim:

–Só me prometa que não vai se meter em encrenca. -Sorriu amarelo.

–Prometo tentar.

Ela riu e se afastou, indo em direção á sacada novamente.

–Rey? -Chamei.

–Sim?

–Obrigado. -Eu sorri. -Sabe, por ter aceitado numa boa.

–"Se ama uma coisa, deixe-a ir." -Ela deu de ombros e baixou os olhos. Previ que ia voltar a chorar quando eu saísse.

–"Se realmente ama você, ela vai voltar." -Continuei a citação e ela levantou a cabeça. -Desculpe-me se não a amo como esperava. Mas eu vou voltar.

–Queria poder sentir raiva de você. –Ela sorriu, balançando a cabeça. –Não consigo.

–Você é uma garota incrível. Merece mais que um babaca apegado ao passado. –Falei caminhando até a porta da frente. –Mando buscar minhas coisas. Até logo.

Ela concordou com a cabeça em um gesto sutil. Peguei o minhas sandálias na soleira da porta e fui caminhar na praia.

Eu queria poder dizer que estava mal pelo fim do lance com Reyna. Mas eu não estava. Gosto de ser sincero comigo mesmo. Annabeth é a garota da minha vida desde a quarta série: Eu só precisei de uma forcinha da parte dela para perceber isso.

O vento forte do litoral batia contra minha bermuda clara e ressoava com um ruído confortador. Mil coisas passavam pela minha cabeça e todas tinham um propósito em comum: Chegar o mais rápido possível até Annie. Eu tinha medo de que o que Rey dissera se concretizasse e Annabeth tivesse mesmo se esquecido. Que esses cinco anos que se passaram desde que nos separamos no primeiro ano de faculdade tivessem um peso maior pra ela do que pra mim.

Eu pensava em Charles, o cara que ela namorava antes de perdemos totalmente o contato. Pensava mil coisas relacionadas ao lance dos dois, imaginava como seria a vida confortável dos dois arquitetos em Manhattan, ou se ainda viviam em Manhattan. E eu ficava com raiva ao imaginar se ele teria sido o primeiro cara a tomá-la para si, a fazê-la mulher.

No mesmo dia liguei para minha mãe e contei tudo o que tinha acontecido. Ela ficou feliz em saber que eu estava voltando e mais feliz ainda por eu estar voltando em busca do amor da minha vida. Sally sempre adorara Annabeth e disse que vigiava de perto sua vida. Fiquei feliz em saber que ainda vivia em Manhattan e que ainda vivia na casa dos pais. Ainda com Charles, mas me senti aliviado ao saber da notícia.

...

Nunca gostei de voar, mas um dos únicos aviões que peguei foi o responsável pela minha volta pra casa e me fez pensar que talvez não fossem tão ruins assim.

Minha mãe me esperava, junto á Paul, no aeroporto quando cheguei. Ela estava com marcas da idade evidentes no rosto, mas ainda com sua beleza notável e ele, que á abraçava protetor, parecia um senhor de meia idade feliz. Ambos pareciam, aliás.

–Percy! –Ela exclamou ao me abraçar pela primeira vez em anos. –Como cresceu!

–Também estava com saudades, mãe... –Falei com a voz abafada pelos cabelos dela.

–E aí, campeão? –Paul falou depois que Sally finalmente me soltou. –Vejo que cortou o cabelo! Finalmente um homem, hein?

–Combina com o meu físico, não acha? –Brinquei e apertei a mão dele.

O caminho pra antiga casa que eu morava foi repleto de risadas e nostalgia. E novidades também. Minha mãe me quis saber de tudo da faculdade e Paul elogiara bastante meu trabalho na Califórnia.

–E o que o trouxe de volta, filho? –Ele perguntou servindo-me um copo de uísque quando chegamos.

–Ah... –Dei um gole na bebida que desceu queimando. –Um certo par de olhos cinzentos...


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