Narração Dylan

Voltei ao hotel às duas da tarde, já estava quase tudo pronto, Caroline era muito eficaz no que fazia. Quando entrei no salão os olhares de todos pararam em mim, agradeci por Bianca não está mais lá, na verdade, nem entendi o motivo dela está lá pela manhã, mas isso acabou resultando em eu pedindo o divorcio, eu a amava, por isso resolvi libertá-la de vez daquele maldito acordo.

_Dylan... O que faz aqui? – Caroline perguntou surpresa.

_ Eu sou o seu assistente lembra? – Falei descontraído.

_ Pensei que não pisaria mais hoje aqui.

_ O uísque estava quente, então não deu de ficar bêbado. – Falei com um leve sorriso e tomei a prancheta de suas mãos.

_ Vejo que já está quase tudo pronto...

_ Quase... – Ela disse tomando a prancheta de mim de forma bruta – Dylan essa historia de divorcio...

Ela começaria falar a respeito do assunto que eu resolvia fugir.

_ Falta terminar de montar o palco? Vai ter banda ao vivo, que legal. – Falei mudando de assunto.

_ É sim, pode ajudar Felipe com isso se quiser. – ela disse abraçando a prancheta e me encarando cuidadosamente.

_ Beleza! – Falei caminhando até Felipe que sorriu animado ao me ver, ele era o único de todo o salão que não ficava me sobressaltando com olhares curiosos.

***

Fazia o nó na gravata em frente ao espelho e Daniel não tirava os olhos de mim enquanto isso.

_ Olha eu sei que estou bonito, mas todo esse olhar está me deixando envergonhado. – Disse sorrindo.

_ Você está estranho... Tipo, você pediu o divorcio ao amor da sua vida hoje de manhã, mas passou a tarde obedecendo às ordens de Caroline e está aqui se arrumando para festa, tranquilo como se nada de relevante estivesse acontecido.

_Eu estou cumprindo com a parte do acordo, você vai ter que pular de paraquedas comigo. – Disse e ele riu nervoso.

_ Dylan, você pode se abrir comigo.

_Daniel... – Falei pegando em seu ombro – Eu estou bem, eu a libertei do meu acordo, agora ela pode fazer as escolhas dela sem as objeções ridículas do meu pai que nem eu mesmo aguento.

_ Eu sei, mas você poderia fazer isso de outro jeito... – Daniel tentava argumentar.

_ Se você ama alguma coisa tem que deixá-la ir... – Falei com um sorriso no rosto e segurando o terno de Daniel

_ ah vai se foder com essas frases de consolação. – Daniel falou irritando e soltei uma risada.

_ Dylan... Dylan... – Ouvi a voz da loirinha vindo da sala e Daniel e eu saímos ao seu encontro.

_ Preciso da lista de convidados. – Caroline falou.

Daniel e eu não conseguimos falar muita coisa, realmente a Barbie tinha conseguido ficar deslumbrante em um vestido vermelho.

_ Esta aqui. – Falei entregando um tablet pra ela.

_ Você está linda... – Daniel falou paralisado seu olhar sobre a loira e soltei uma risada.

_Vamos descer, antes que Daniel arranque seu vestido. – Falei apertando o botão do elevador e a loira riu.

Assim que a porta do elevador se abriu e caminhamos para a festa ainda com poucos convidados, eu a vi se destacar de longe, estava com um vestido preto acompanhada de Lucas tinha um sorriso lindo nos lábios pintados de vermelhos, ela conseguia ser mais lindas de todas ali só com aquele sorriso.

_ Bianca veio? – Pensei alto esquecendo Caroline ao meu lado.

_ Você acha que eu ia deixar ela em casa chorando ou se lamentando por você? –A loira disse afiada.

_ Não.. Eu não pensei isso... – Falei ainda não desgrudando os olhos dela – É só que... Ela está linda.

_ É claro que está e você se separou da top model mais requisitada do pais, o que tem a falar sobre isso? – Caroline disse me provocando.

_ Ah cala boca. – Falei irritado e a loira riu.

Caminhei um pouco para o centro do salão com Caroline ainda verificando os detalhes, mas tudo estava perfeito a música era ótima, e todos ali já se divertiam com jogos e apostas.

_ Ah não o que aquela loira oxigenada faz aqui? – Caroline falou olhando em direção à entrada.

_ Ísis... Quem a convidou? – Falei insatisfeito.

_ É uma festa livre, lembra? Qualquer um pode comprar convites. – Caroline falou também insatisfeita.

_ Ela veio aqui arrumar confusão, temos que ficar de olho nela. – Falei advertindo Caroline que assentiu.

_ Que vestido ridículo, ninguém falou pra ela que era uma festa glamourosa? – Caroline falou a observando e sorri de seu comentário – Sem falar nesse loiro pintado...

_ Na verdade, o loiro dela é natural. – Falei e Caroline revirou os olhos.

_ Isso é o que você pensa, querido. – Ela falou me fazendo rir de novo. – E ela está vindo na nossa direção, que surpresa. –Caroline ironizou.

_ Boa noite. - Ísis falou educada com o tom angelical e se colocou em minha frente, ignorando Caroline ao meu lado. – Que festa maravilhosa, Daniel sempre supera as expectativas. – Ela disse e Caroline revirou os olhos e simulava provocar, sorri disso.

_ Seu sorriso é tão lindo, Dy. – Isis disse e dessa vez bufei.

_ O que faz aqui, garota? – falei irritado.

_ Vim te perguntar se gostaria de dançar? – Ela disse apontando pra pista que tinha poucas pessoas lá dançando.

_Claro, eu adoraria. – Disse animado e Ísis sorriu me estendendo a mão.

_ Quer dançar comigo, Caroline? – Falei desviando de Ísis e estendendo a mão para Caroline que soltou uma risada.

_ Ah Dylan, claro que sim. – Ela disse simulando uma empolgação para zoar mais com a cara de Ísis que saiu de lá irritada.

Narração Bianca

A festa estava lotada e não era por menos, era festa do hotel de Daniel Belmonte e isso chamava muito atenção e despertava muita a curiosidade das pessoas, já que ele sempre produzia as melhores festas da cidade. E Caroline tinha superado todas as expectativas das pessoas, pois ela tinha trazido Vegas para a festa.

_Peguei essa caipirinha pra gente, você tem que experimentar está dos deuses. – Lucas falou com dois copos nas mãos, ele estava animado, mal podia eu ouvi-lo devido ao som do DJ internacional que badalava a festa.

_Lucas... – Falei revirando os olhos pra ele.

_ Ah esqueci, grávidas não podem beber bebida alcoólicas. – Ele disse coçando a cabeça sem graça – Então você deveria ir para o salão dos cassinos, às vezes grávidas possuem mais sorte. – Ele disse me fazendo rir, desde que Lucas soube que seria tio não conseguia conter a empolgação.

_ Ta tudo bem. Juízo. – Falei e ele virou os dois copos em sua mãos de uma vez – Quer saber deixa pra lá...

Passei por toda aquela pista de dança barulhenta, até chegar o próximo ambiente, era mais calmo, tinha apenas uma banda ao vivo tocando uma musica mais lenta e várias mesas de jogos de baralhos e dados, algumas pessoas dançavam, entre elas Caroline e Dylan.

_ você viu o Lucas? – Julia disse se esbarrando em mim animada me assustando.

_ Ah... – Arfei segurando em meu peito e ela riu sem graça – Ele está no segundo ambiente da festa - disse e a garota sorriu animada.

_ Obrigada, Bia. – Ela disse beijando o meu rosto e seguindo o rumo atrás de mim.

Depois da pequena distração já pude ver Caroline vindo em minha direção e Dylan em uma mesa de aposta com Daniel, eles apostavam e bebiam animados, nem parecia muito que ele estava enfrentando um divorcio.

_Ei, você está linda. – Caroline disse me abraçando.

_ Eu a produzi. É claro que ela está linda. – Isabelle disse chegando ao meu lado, me fazendo soluçar de susto novamente.

_ Carol, você me garantiu que Dylan não estaria aqui hoje. – Falei a olhando irritada e depois para Dylan que brindava alguma vitoria com Daniel na mesa do outro lado do salão.

_ Eu menti. – Ela disse sorrindo.

_ Sério? – perguntei ironicamente.

_ E eu sou cúmplice da mentira porque acho que você não pode fugir de Dylan agora. – Isabelle disse se colocando ao lado de Carol.

_ Por que não? Estamos nos divorciando mesmo, ou será que vou ter que te recontar a historia que ele pediu a separação hoje de manhã novamente? – Falei encarando Isa que negou com a cabeça.

_ Mas isso porque você é lerda e não contou que está grávida. - Caroline disse me enchendo a paciência outra vez.

_ Eu não vou usar o meu filho para impedir o divorcio, porque agora quem quer a separação sou eu. – Falei irritada e as duas reviraram os olhos.

_Não é a respeito do divorcio, é a respeito da criança que está na sua barriga que é filho dele também. – Isabelle disse irritada.

_Espera aquela é Ísis? – Falei olhando para ponta do salão, ela bebia uma bebida em uma taça e lançava olhares diretamente para Dylan.

_ É a bruxa veio. – Caroline disse olhando na mesma direção.

_ Ótimo, a festa está muito bem frequentada. – Disse sarcástica- E isso é o meu sinal de recolher. – Disse ameaçando ir embora e Isa me segurou me mantendo parada onde eu estava.

_Não mesmo, até você levar Dylan para o escritório e conversar não vai sair daqui. – Isa disse autoritária.

_Não temos nada pra conversar, o advogado dele procurou o meu hoje a tarde, até a audiência não temos nada pra falar. – Falei magoada e irritada.

_ que tal vocês começarem por um assunto mais descontraído e leve, tipo eu estou grávida de você, Dylan. –Caroline falou soprando as palavras irritadas e suspirei olhando para Loirinha que já estava vermelha de raiva.

_ Quem está grávida do Dylan? Ou eu ouvi errado? – Alfredo Sherman disse parando ao nosso lado, deixando nós três boquiabertas e nervosas.

_ Vou ter que repetir a pergunta ou vou para a opção mais obvia? – Ele disse me olhando seriamente.

...

Estava nós três no escritório de Daniel com Alfredo Sherman nos encarando.

_ Bianca porque escondeu isso de todos nós e de Dylan é claro? – Alfredo perguntou paciente, mas ainda com o olhar sério de sempre.

_ porque ela é uma tonta teimosa. – Caroline sussurrou, mas alto suficiente para todos ouvirem e a encarei.

_ Eu iria contar hoje de manhã, mas ele me interrompeu pedindo o divórcio. – Disse suspirando e Alfredo me olhou compreensivo.

_ E ainda pretende contar? – Alfredo perguntou.

_ Agora pelo visto eu não tenho como fugir não é? – Disse me sentando na cadeira.

_ O acordo acabou, não vou dar mais ordens pra você e no seu relacionamento com o meu filho, acho que essa noticia é importante, fico feliz em saber que vou ser avô. – ele disse me surpreendendo. – Porém também acho que não pode esconder isso de Dylan. – ele completou.

_ Esconder o que de mim? – Dylan disse entrando no escritório.

Um silêncio constrangedor se formou na sala, até Caroline encarar Isa e sussurrar:

_ Vamos dá uma volta lá embaixo, preciso vigiar minha festa. – Ela disse se retirando e deixando nós três sozinhos, Alfredo, Dylan e eu.

Dylan caminhou mais até o centro do escritório e colocou o copo de uísque que tinha nas mãos em cima da mesa e nos encarou:

_ Vou repetir... Esconder o que de mim? – Dylan falou sério e Alfredo levantou indo para o seu lado.

_ Eu tenho algo pra ti contar... – Falei levantando e recolhendo coragem, olhei em seus olhos concentrados em mim – Eu estou grávida... – falei nervosa – Estou grávida de você. – Falei com os olhos marejados.

Alfredo estava com os olhos concentrados em Dylan que até então não esboçava nenhuma reação apenas continuava paralisado ali me olhando.

_ Você ouviu Dylan? – Alfredo o olhava preocupado – Bianca está esperando um filho seu. – Alfredo disse sorrindo e Dylan pegou o copo que estava sobre a mesa bebendo todo o liquido cor âmbar de dentro.

_ Não vai falar nada? – Alfredo perguntou.

Ele estava olhando para o copo vazio, queria saber o que ele estava pensando, se estava feliz, ou se estava com raiva, ou se estava tão assustado quanto eu.

_Grávida? – Dylan falou baixinho – Isso é... – Ele disse formando um pequeno sorriso no rosto era um sorriso novo, eu adorei vê-lo sorrir daquele jeito.

Ele me olhou de volta e depois olhou para minha barriga, acho que ele já estava caçando alguns vestígios de prova daquilo, mas a minha barriga não tinha muito sinal ainda.

_ Isso é a melhor coisa que ouvi nessas ultimas semanas. – Ele disse sorrindo e me senti aliviada.

Segurava a barra do meu vestido nervosa, corada ainda com o olhar em que ele me dava até ele se aproxima e me abraçar. Como era bom sentir seu cheiro, eu estava com saudade de seus braços fortes em minha volta, da sensação de proteção que eu sempre tinha quando ele me abraçava...

Ele se separou e me olhava ainda um pouco confuso e assustado e passou as mãos nos cabelos os bagunçando e fazendo os fios caírem sobre sua testa.

_ finalmente vou ter um netinho. – Alfredo disse animado e Dylan logo mudou a feição que tinha.

_ O que você disse? – Dylan perguntou com a voz embargada.

_ O quê? – Alfredo perguntou confuso.

_ Dylan, o que há com você? – perguntei confusa com sua mudança de humor repentina.

_Nossa que hipocrisia de sua parte. – Dylan falou mirando o pai com os olhos cerrados- Espero que fique bem longe dessa criança dessa vez. –Dylan gritou.

_ O quê? – perguntei confusa.

_ Se fizer alguma coisa... Eu juro.. – Dylan disse furioso.

_ Dylan é claro que não faria nada. – Alfredo disse firme e ao mesmo tempo preocupado.

_ Você enlouqueceu, ele é seu pai, o nosso filho é neto dele, quero dizer, porque ele faria algo? – tentava falar com Dylan que não me ouvia, ele tinha os olhos marejados e olhava o pai com medo, não sei... queria entender.

_ Você nunca me perdoou não é? – Alfredo falou com a voz embargada.

_ Por matá-lo? É claro que não. – Dylan gritou e senti minhas pernas ficarem bambas ao ouvir o que ele pronunciava. – Porque um aborto é isso, você o matou, ou pior, você tirou a chance dele viver, e você não tinha esse direito.

_ A criança não poderia nascer, porque era errado e... Vocês eram...

_ Primos, eu e Ísis somos primos, mas o que o bebê tinha a ver com a nossa irresponsabilidade? E que droga de hipocrisia é essa pai? Não somos primos de verdade, Ísis é adotada. Você só estava preocupado com o que a sociedade iria pensar. – Dylan gritou novamente.

Eu estava soando frio tentei me encostar à parede mais próxima, era muita informação pra ser absorvida. Eu estava confusa, mas o que tinha dado a entender que Ísis tinha sofrido um aborto e o filho era de Dylan.. Será que era essa dor que Dylan carregava do relacionamento dos dois, porque ele não me contou nada antes?

_ Porque vocês não primos. – Alfredo falou sério e com semblante culpado – Na verdade, vocês são irmãos. – Ele disse se sentando.

Queria ver a reação de Dylan, mas eu estava desnorteada demais com minha reação, me apoiei na parede e senti tudo rodar e ficar escuro, até sentir os braços de Dylan me segurando antes de encontrar o chão.

...

Abri os olhos devagar e vi uma luminária no teto, desvie o olhar da luminosidade e logo encontrei Dylan sentado ao meu lado na cama, ele segurava minha mão e ainda não percebia que eu estava acordada.

_ Dylan... – sussurrei.

_ Finalmente, acordou. – Ele disse se ajeitando e me olhando atento. – a médica disse que foi só uma queda de pressão, ta tudo bem com você e nosso filho.

Olhei melhor o local e vi que estava em um hospital.

_Eu me sinto meio tonta ainda. – Falei sentando e apoiando minhas costas no travesseiro da cama.

_ Vai passar, precisa ficar de repouso. – ele disse acariciando minhas mãos.

_ Precisamos conversar. – Falei olhando sério pra ele.

_ Eu sei, mas agora precisa dormir e ... – Ele disse e revirei os olhos.

_ Quero conversar agora. – Disse e ele assentiu. - Que história era aquela de aborto?

_ Eu escondi algumas coisas sobre o meu relacionamento com Ísis em Londres. – Ele começou a falar – Sei lá o porquê eu não quis te contar, só não queria relembrar.

Ele se ajeitou na cama e parou em uma posição em minha frente:

_ Na época, eu e Isis não estávamos muito bem, o nosso namoro já estava por um fio, ela estava me sufocando e sem contar toda a pressão do meu pai para gente terminar, só que aí... – Ele disse passando a mão nos fios de cabelos que ele tinha na nuca.

_E aí ela ficou grávida? – perguntei adivinhando e ele assentiu.

_ Sim, eu era muito novo fiquei com medo, mas decidi que teríamos o filho, apesar de tudo eu adorava a ideia de ter uma criança. – Ele falou sorrindo – Fomos conduzindo isso, mas no terceiro mês de gravidez ela me contou sobre o aborto proposital que ela tinha feito por pressão do meu pai.

_ Ele a obrigou a fazer isso? – perguntei incrédulo.

_ Ele a induziu, mas ela não foi obrigada, ela só estava assustada demais e acabou aceitando ou sei lá.. Nenhuma mãe de verdade aceitaria perder o filho nem mesmo a obrigando. Ela só fez isso porque ela é uma egoísta, estava com medo do parto e de tudo. – Dylan explicava e eu podia ver a magoa que ele ainda tinha disso.

_ Então foi aí que o relacionamento de vocês acabou de vez. – Falei adivinhando de novo.

_ Sim, mas passaram alguns meses, eu não queria vê-la e nem o meu pai, acabei me envolvendo em muita coisa errada como já te falaram. Eu já tinha terminado minha especialização e queria voltar ao Brasil quando descobri que ela estava internada, Ísis estava com depressão, o arrependimento que ela tinha estava tão grande que ela tentou suicídio uma vez.

_ ah meu Deus, isso é horrível! – Exclamei ainda anestesiada com a historia.

_Fui atrás dela, resolvi tentar ajudá-la, foi quando voltei ao Brasil e você viu no inicio voltando a ser amigos. – Ele disse terminando de explicar.

_ Mas seu pai com medo de vocês voltarem a ter um relacionamento casou você comigo.

_ Sim, isso tudo porque parece que somos irmãos. – Ele disse com semblante desnorteado e cansado.

_ Como isso é possível? – perguntei confusa.

_Não sei, meu pai ainda não contou isso direito, mas isso explica muita coisa, explica a proibição do nosso namoro no período em Londres.

_ Essa historia é pesada, nossa. Quando ouvi a historia do aborto fiquei... – disse respirando fundo – Eu morro de medo só de imaginar em perder esse bebê- falei acariciando minha barriga e Dylan sorriu.

_ Sabe só faz uma semana que descobri que estou grávida, mas eu nem sei o que faria se algo acontecesse com ele. – Disse respirando fundo novamente e ficando nervosa só de imaginar.

_ Uma semana? – Dylan me olhou confusa – E por que só fiquei sabendo disso hoje?– Ele falou me olhando reprovador.

_ Eu estava assustada, nós não estávamos em um bom momento, estava com medo da sua reação.

_ que droga, Bia! – Ele disse irritado.

_ Mas não tem mais importância, agora você já sabe.

_ E algo me diz que se eu não entrasse naquela sala ainda não saberia.

_ Desculpa. – Falei baixinho e suspirando.

_ Ta tudo bem, descansa um pouco. – Ele falou ajeitando o meu travesseiro e me ajudando a deitar.

_ Quando eu vou ter alta? – perguntei ansiosa.

_ Amanhã de manhã, tenta dormir. – Ele beijou minha testa - Vou está aqui quando acordar. – Ele disse tirando o smoking e levantando as mangas da camisa branca até o cotovelo, depois sentou na poltrona ao lado me observando, e foi vendo seus olhos atentos em mim que eu fui derrubada pelo sono.

***