It Was Always You escrita por Raura


Capítulo 1
It Was Always You


Notas iniciais do capítulo

well, depois de muito tempo sem escrever, eis aqui eu com uma nova one, a ideia para ela surgiu após eu ouvir It Was Always You do Maroon 5, quem quiser ouvir enquanto lê ~> https://www.youtube.com/watch?v=ubhkguhrYGg
Mari, obrigada! ♥

Boa leitura!



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Faziam poucos dias que eu trabalhava em St Barts, o hospital de Londres, e logo me vi apaixonada pelo homem mais impossível de toda Inglaterra.

Era meu terceiro dia trabalhando ali e estava passando em frente à sala de dissecação quando ouvi um barulho incomum vindo de lá. Já tinha ouvido falar sobre o detetive consultor, suas habilidades e sua arrogância, e quando abri a porta e dei de cara com Sherlock Holmes batendo em um dos cadáveres com um chicote.

Ele era alto, magro, seus olhos eram penetrantes e tinham uma coloração fascinante, ora azul, ora verde - uma mistura perfeita -, seu cabelo escuro era cacheado e vestia-se impecavelmente.

— Você deve ser a nova legista. Molly, certo? – Confirmei com a cabeça. Ele tinha voz de barítono, como um trovão. — Me informe os hematomas que surgiram nesses 20 minutos, estarei no laboratório. – Disse pegando seu casaco e passando por mim.

Sherlock Holmes era como uma tempestade.

Apesar do pouco que eu conhecia dele e pelo que os outros me falavam, tentei ser notada aos seus olhos. Uma vez o convidei para tomar café comigo, claro que ele deu um jeito de fugir do meu convite comentando sobre eu estar usando batom e pediu que eu levasse o café para ele no laboratório. Antes de levar-lhe o café tirei o batom - não tinha adiantado mesmo - e é claro que ele fez questão de mencionar isso, sobre como minha boca ficou menor.

Em vez de me afastar dele, sempre que ele aparecia no St Barts eu tentava me aproximar mesmo com suas eventuais indelicadezas. Eu acabei nutrindo um amor platônico por ele e com suas habilidades dedutivas que tinha era óbvio que ele sabia, aproveitando-se disso sempre que precisava de ajuda com algo.

E eu sempre ajudava.

Independentemente do sentimento que nutria eu saía com outros caras. Uma vez conheci um chamado James e como ele sempre comentava o quanto admirava Sherlock , dizendo que se pudesse queria conhecê-lo, apresentei-os.
Sherlock foi grosseiro chamando-o de gay, mesmo eu tendo dito que estávamos juntos e, claro, provou seu argumento. Fiquei irritada com essa atitude, mas mais ainda ao descobrir que James era Jim Moriarty, o Consultor Criminal, que só se aproximou de mim por causa de Sherlock.

Mesmo depois de saber que a aproximação de Jim foi só por puro interesse eu não fiquei tão magoada assim, até porque ele sempre foi legal comigo. Depois disso não saí com ninguém por um tempo.

Pouco depois da aparição de Moriarty, surgiu outra pessoa na vida de Sherlock. Irene Adler, A Mulher. Eu não cheguei a conhecê-la pessoalmente, mas tinha ouvido falar dela.

O que mais me deixou intrigada foi em como Sherlock ficou encantado com ela. Nunca tinha visto ele assim e, de certo modo, senti um pouco de ciúmes, afinal ela devia ser incrível para ter conseguido causar esse efeito nele.

Logo veio a neve e chegou o natal. Fui convidada a ir para Baker Street na véspera de natal, onde estariam Sra Hudson, John, a namorada de John, Lestrade e Sherlock. Fui bem recebida por todos quando cheguei e pelo que observei de Sherlock, percebi que ele não estava no seu melhor humor. Na hora imaginei se aquela mulher o teria magoado.

Tentei começar uma conversa agradável e falhei terrivelmente, Sherlock conseguiu ser grosso comigo de uma maneira que nunca havia sido antes ao comentar sobre minha roupa, maquiagem e o presente que eu tinha comprado pra ele.

Ele sempre dizia coisas horríveis. O tempo todo. Sempre.

Quando percebeu que tinha ido longe demais, ele desculpou-se. Isso me surpreendeu, nunca tinha visto Sherlock Holmes pedir desculpa a alguém antes. A sala estava no mais puro silêncio observando sua atitude, ele me deu um beijo na bochecha e desejou um 'Feliz Natal, Molly Hooper'. Então seu celular tocou e sua atitude mudou na hora.

Eu tinha certeza que era aquela mulher.

De repente não quis mais estar ali, me despedi rapidamente de todos ali enquanto via Sherlock indo para seu quarto.

Mal coloquei os pés no meu apartamento, me ligaram do St Barts avisando que tinha acabado de chegar um corpo. Rapidamente tirei o vestido, que não sei como a vendedora me convenceu a comprar, e coloquei uma calça e um suéter. Peguei meu jaleco minha bolsa e fui para o hospital.

Me surpreendi quando peguei a ficha em mãos e percebi que aquele corpo era de Irene Adler. Menos de dez minutos depois Sherlock e Mycroft, seu irmão, apareceram ali no necrotério para reconhecer o corpo.

Sherlock parecia estar menos rude que o costume, talvez ainda sentisse culpa pela extrema grosseria. Mostrei o rosto e ele pediu para ver o resto do corpo. Puxei o lençol, ele olhou menos de cinco segundo e simplesmente disse 'É ela', se virou e saiu.

Antes que pudesse me conter, perguntei a Mycroft como ele tinha reconhecido ela pelo corpo e não pelo rosto. Ele simplesmente deu de ombros e saiu. Minha curiosidade levou a melhor e fui até a porta ver se comentavam algo e ouvi sobre se importar não ser uma vantagem. E só quem conhecia a dor de perder alguém dizia esse tipo de coisa.

Nesse momento decidi que não me importava com o fato de Sherlock não me ver com os mesmo olhos que via Irene. Não importava o que acontecesse, eu sempre estaria ao lado dele.

Depois do episódio da Irene raramente eu via Sherlock. Só quando vez ou outra ele aparecia no laboratório do St Barts, ou quando pedia ajuda com alguma análise.

Era um dia comum no hospital e Sherlock apareceu no necrotério, deixou uns resíduos lá pediu que eu analisasse enquanto ele ia atrás de uma outra pista. Voltou de tardezinha com uma caixa de papelão em mãos.

— O que é isso Sherlock? Outra pista? – Tirei as luvas e me aproximei.

— Não, é um gato – Ele abriu a caixa e tirou de dentro um pequeno gatinho todo preto, exceto por sua pata direita, que era branca.

— Onde achou ele? – Passei de leve a mão no seu pelo.

— Abandonado no lugar onde fui procurar mais pistas, não podia deixá-lo lá...

— Posso ficar com ele? – Pedi, tinha me apaixonado por ele.

— Pode. – Então notei sua mão com uma faixa improvisada manchada de sangue.

— O que fez na mão?

— Cortei quando pulava o muro de uma casa.

— Me deixe ver.

— Não foi nada.

— Sherlock, isso pode infeccionar, me dê essa mão aqui agora! – Aumentei pouco a minha voz e ele me olhou com curiosidade, na certa porque nunca tinha usado esse tom com ele.

O corte na sua mão não era tão fundo a ponto de precisar dar pontos, então limpei o corte e faria um curativo reforçado só por garantia.

— Que nome vai dar a ele? – Me perguntou enquanto eu enrolava as ataduras na sua mão.

— Toby.

— Toby? – Ele fez uma careta.

— É, e não faça essa cara. Meu gato, eu escolho o nome. Pronto – Finalizei com o esparadrapo.

— Obrigado, Molly!

— Sempre que precisar!

Fiquei um bom tempo sem ver Sherlock depois disso e novamente a neve voltava a cair. O natal se aproximava, mas eu não estava tão animada, principalmente por me lembrar do episódio do natal anterior.

Meus sentimentos nunca mudaram. Se modificaram. Deixou de ser amor platônico, para ser só amor e admiração.

Novamente fui convidada a ir para Baker Street na véspera de natal. Não estava tão animada como no ano passado, mas também não faria essa desfeita com meus outros amigos.

Desci do táxi e antes que eu batesse na porta, ela abriu. Sherlock saiu de lá.

— Olá Molly!

— Olá Sherlock!

— Podemos conversar antes de você entrar?

— Claro. – Cruzei os braços, estava frio e eu não imaginava o que ele queria.

— Molly, eu nunca me desculpei devidamente pela grosseria do ano passado, e nem pelas outras. Eu sei que isso afasta as pessoas de mim, mas eu percebi que sempre foi você que nunca deixou de estar ao meu lado. – Só reparei na pequena caixa roxa em suas mãos quando ele me entregou. — Eu sinto muito, por favor, me perdoe... – Ele segurou na minha mão e em nenhum momento deixei seu olhar. Havia ali uma imensa sinceridade que não me atrevi a duvidar. Apesar de estarmos ali no frio, senti-me aquecida.

— Sherlock...

— Não diga nada. – Antes que eu pudesse dizer ou agir, ele encostou seus lábios de leve nos meus. — Agora vamos entrar, não quero que pensem que te espantei com minha indelicadeza.

Sorri e entramos, subindo as escadas em silêncio, cada um com seus pensamentos. Quando chegamos à porta eu hesitei e Sherlock segurou minha mão, abrindo a porta. John, Lestrade e Sra Hudson soltaram exclamações de surpresa. Não era só para mim, mas para eles também aquilo era repentino.

— Algum problema por eu ter decidido a partir de hoje, sempre estar ao lado da pessoa que sempre esteve ao meu?

— Oh Sherlock! – Sra. Hudson sorria.

Era como seria dali em diante, sempre.


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Notas finais do capítulo

Esses meus finais...
E então? Como ficou? Perdi o jeito pra escrita sherlolly?
Comentem anyway :3