No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 8
Dia 3 - Uma atitude suspeita




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Pov. Cristal Hale

Eu me levantei da minha cama. Estava no meu quarto outra vez, no meu apartamento em NY. O sol brilhava lá fora.

Eu caminhei até a sala. Charles e James jogavam Resident Evil no x-box one do Charlie, e meu maninho tava mandando muito bem.

– 245 ... 246 .... 247... - Jimmy contava seu número de zumbis mortos.

– 313 ... 314 ... 315 ... - Charlie humilhou.

Eu me aproximei deles, e sentei no sofá. Se Jimmy está aqui, é sinal de que hoje é sábado, dia do video-game. Bem, parece que vou ter que aturar sangue de zumbi na televisão o dia inteiro.

– Eu fiz pipoca! - Jamie apareceu, de pijama, na porta da cozinha.

Charlie parou de jogar na hora, analisando as pernas da minha melhor amiga, e seu avatar foi morto por uns cinco zumbis famintos. Jimmy deu um belo tapa na nuca do amigo, acordando-o do transe.

– Vou buscar coca-cola. - Charlie foi até a cozinha.

Quando voltou, olhou denovo para as pernas de Jamie, tropeçou e jogou refrigerante em todo mundo.

– Meu sofá branquinho, seu retardado! - eu berrei, furiosa.

– Calma, Christy! - Jamie levantou-se, rindo - Eu aprendi um truque pra limpar isso aí rapidinho!

– Eu vou com você! - eu falei, seguindo-a.

Ela atravessou a porta da cozinha, e entramos em uma rua muito movimentada. Jasmine correu até metade da rua, e parou, sorrindo, me chamando para segui-la. Eu ouvi a buzina do caminhão.

"Não é quem você é, Christy." Eu ouvi a voz do meu pai. "É o que você faz."

Eu tentei gritar, mas minha voz não saía. Jasmine olhou para mim, assustada. Estendi minha mão, e ela segurou meu pulso. E então eu puxei. "É o que você faz."

Abri meus olhos. Lúcia segurava meu pulso, e movia minha mão para cima e para baixo.

– Só pra constar... - eu falei - Ainda dói.

– Desculpe. Só queria saber como está. - ela soltou minha mão.

– Bom, - eu me sentei na cama - Não foi um estrago muito grande. Acho que em algumas horas já poderei me mover normalmente.

– Então, - ela pegou uma faixa na gaveta do criado mudo - ele vai ficar em repouso até você poder movê-lo normalmente.

Ela enfaixou meu pulso e minha mão, e com o resto da gaze fez uma tipóia para o meu braço. Depois, ela me ajudou a trocar de roupa, e eu vesti um vestido lilás, com desenhos bordados em roxo no corpete.

– Nossa.... - ela disse, me olhando - Tão.... Susana....

– Quem? - eu perguntei, me olhando no espelho.

– Esquece.

Lúcia parecia uma mãe super-protetora. A cada passo, cada porta, cada degrau, ela me fazia ir mais devagar, me segurava, dizia "cuidado, Cristal, cuidado" o tempo todo. Aquilo estava me irritando. Poxa, eu machuquei o braço, não as pernas, muito menos a coluna! Pare de me tratar como bebezinho!

Finalmente (!!!!!!!!!!!!!!!) chegamos à copa real. Já não aguentava mais esse drama todo. Mas, como tudo nessa vida vem com um toque de ironia...

– Como se sente? - Tirian me perguntou.

– Não achei que estava tão feio assim! - Rilian deu o maior "apoio moral".

– Minha nossa! - resumiu-se a reação de Edmundo.

Caspian deu um belo tapa na nuca de Pedro, como quem diz "imbecil!".

– Eu vou voltar pro meu quarto. - me virei para sair.

– Não vai, não! - Lúcia me segurou.

Por livre e espontânea PRESSÃO, sentei-me ao lado de Lúcia na mesa. Permaneci de cabeça baixa o tempo todo, não sei bem se era vergonha, ou preguiça de encarar os outros, que com certeza estavam me olhando.

– Quer ajuda? - Pedro ne perguntou, preocupado.

– Só tem um muffin e suco de laranja. - eu olhei para o meu prato - Quer me ajudar a quê? Mastigar?

Pude ouvir todos na mesa rirem, com ênfase especial em Caspian.

– Eu ajudo! - Rilian ofereceu-se tão "cavalheiro".

Ele tentou pegar o muffin do meu prato, mas eu espetei a mão dele de leve com o garfo.

– Nem vem que não tem, vovô! - eu repreendi - Por que não pega uns da travessa?

– É mais gostoso do prato... - ele choramingou - Tá, eu pego da bandeja mesmo...

– Como será que está Aurora? - Tirian perguntou inocentemente - Ela estava tão triste ontem...

– O que aconteceu? - eu perguntei, e vi Lúcia dar uma bela cotovelada em Tirian.

– Pergunte a ele. - Caspian resmungou, desgostoso.

– A mim?! - Rilian arqueou a sombracelha.

– Ela não caiu na fonte, foi derrubada! - Caspian esbravejou.

– E desde quando a culpa é minha? - Rilian ignorava o pai completamente.

– Foi você quem jogou ela, não negue, eu vi! - Caspian berrou.

– Ora, faça-me o favor! - Rilian desdenhou - Não quero ter essa discussão ridícula denovo.

– Você a magoou! Só por que não aceita meu casamento não quer dizer que deva tornar a vida de minha esposa um inferno! - Caspian retrucou.

– Parem com isso! Os dois! - Edmundo gritou - Que ridículo, dois sobreanos de Nárnia brigando feito cão e gato! Nem os calormanos são tão ridículos!

– Eu não brigaria, majestade, se ele me escutasse! - Rilian resmungou.

– Eu é que sou o pai nessa relação! - exaltou-se Caspian - Eu não preciso ouvir você, e nem ninguém!

– Nem ninguém. - Edmundo repetiu.

Caspian olhou para ele, atônito. Agora se tocara da burrada que fizera.

– Você pode até ter ido até o fim do mundo, mas ainda somos Os Soberanos. - Edmundo ficou de pé, fazendo Lúcia e Pedro levantarem também.

– Eu achei que você já tivesse aprendido isso. - Pedro falou.

Eu olhava para todos eles. Agora é que vai rolar porrada pra tudo que é lado. Caspian tá ferrado mesmo.

Rilian também olhava para eles. Ele pensava a mesma coisa que eu. Ao olhar para ele, ouvi na minha mente a voz da Srta. McIntosh, PhD em Psicologia Familiar: nunca, jamais, em hipótese alguma, corrija o pai na frente do filho. Isso quebra a autoridade.

– Olha, Lúcia, - eu me levantei, caminhando em direção à saída - vou voltar pro meu quarto porque eu não gosto de ver briga e ...

Logo estava indo de encontro ao chão outra vez. Não foi de propósito, eu juro, mas fucionou.

– Estou começando a achar que você não consegue se cuidar sozinha, sereia! - ouvi a voz de Rilian.

Ele correu me acudir, e me segurou, ajudando-me a levantar. Eu vi Pedro tentar sair do lugar, mas Lúcia o segurou.

– Não. - ela sussurrou - Pode falar com ela depois.

Eu saí da copa, sendo ajudada por Rilian. E Pedro me seguia com o olhar, o que me cortou o coração um pouquinho.

– Eu sei o que você fez. - Rilian disse, de repente.

– Credo, vovô! Que frase horrível! - eu falei - Parece o nome de um filme de terror que eu assisti uma vez "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado".

– O que é filme de terror? - ele perguntou - Esquece, o que importa é que eu sei o que você fez.

– Eu sei que você sabe o que eu fiz, - eu provoquei - mas o que eu quero saber é o que você sabe que eu sei que você sabe que eu fiz!

– Você sabe que.... - ele ficou um tempo pensando - que eu já não entendi mais nada, né?

– Claro! - eu sorri.

– Certo, só conferindo mesmo... - ele falou, me fazendo rir.

Caminhamos até o estábulo, onde Pluma e seus filhos nos esperavam para ir ao jardim. Rilian caminhou confiante até Pétrio, mas eu o segurei. Tem algo errado.

– O que foi? - ele perguntou, me olhando.

– Tem alguém vindo.

Rilian voltou, relutante. Nós ficamos do lado de dentro, observando. Não era um soldado, era Valentiny. Mas ela não parecia querer ser vista.

– Muito bem, Guaia. - ela se aproximou da égua parda - Eu preciso que me leve para além das montanhas.

– Não senhora. - a égua respondeu - Fui treinada para ser apenas da Rainha Lúcia.

– Tá, tá, eu já ouvi essa história. - ela retrucou - Eu preciso que me leve e bem depressa.

– Não, a senhora não entendeu! - a égua retrucou - Eu não posso...

– Eu tenho permissão, tá bem? - Valentiny sussurrou - Eu tenho permissão da Lú... da Rainha Lúcia, para você me levar.

– Tem mesmo? - a égua perguntou, desconfiada.

– Tenho, agora vamos logo. - Valentiny montou - E silêncio.

Guaia ergueu voo.

– Rápido, temos que segui-la! - eu saí, correndo até Pétrio.

– Calminha aí, sereia! - ele me segurou - Por que quer seguir ela?

– Olha, vovô, eu não sei se você notou, mas a atitude dela era muito suspeita! - eu retruquei - E ela mentiu pra Guaia!

– Como você sabe? - ele cruzou os braços.

– Estive com Lúcia a manhã toda, e em nenhum momento vi Valentiny pedir nada para ela! - eu pus a mão na cintura - E sabe de uma coisa? Sou estudante de Psicologia! Sei muito bem quando uma pessoa está mentindo!

– Pscico.... o quê? - ele perguntou.

– Esquece. - eu montei em Pétrio - Você acredita em mim, não é, Pétrio?

– Com minha vida, minha senhora! - ele respondeu.

– Tá bom, tá bom! - Rilian montou, sentando atrás de mim - Mas eu ainda não concordo.


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Notas finais do capítulo

E aí, para onde será que ela vai?



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