O Ofício do Dragão - Dramione escrita por Letael


Capítulo 9
Protego


Notas iniciais do capítulo

Um mês de fanfic, e para comemorar, capítulo antecipado para vocês! Boa leitura e espero que gostem. E ah, para os leitores, no natal, tem surpresa pra vocês fiquem ligados, mas precisaremos muito da colaboração de todos! :D



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HARRY

– É realmente inacreditável. - Comentei com Gina, assim que Rony fora levado definitivamente pelos Dementadores. - Rony, envolvido com magia das trevas?

– Mamãe está irada, com toda certeza. Ela ainda não superou a morte de Fred, e agora, tem isso... - Gina disse olhando para os sapatos. - Você ainda parte amanhã?

– Sim, amanhã bem cedo. Aliás, em algumas horas. Já são quase duas da manhã. - A ideia de deixá-la não era fácil, mas ser um Auror era tudo o que eu queria. Assim como Rony, mas tendo em vista os acontecimentos recentes, ele nunca poderia ser um. Mal podia imaginar o desgosto que a senhora Weasley estava sentindo.

– Não acha que deve se despedir de mim apropriadamente, então, Eleito? - Gina sorriu de lado para mim, um tanto vermelha de vergonha, enquanto me chamava até uma parte mais reservada do castelo.

Obviamente, não hesitei.

**

RONALD

Tudo era escuro, frio... Nada me aqueceria novamente, nada me faria viver novamente. Não havia mais pensamentos. Não havia mais sentimentos.

Azkaban era assim. Monótono.

Eu não me mexia, era inútil mover um dedo sequer. Inútil tentar resistir. A morte viria, cedo ou tarde, então por que morrer cansado?

Senti uma pontada em meu coração, como se uma veia externa tivesse sido rompida. Como se um laço tivesse sido desfeito.

Foi então que desisti de tudo.

Foi então, que soube que Hermione Granger havia se entregue completamente, de corpo e alma para Draco Malfoy.

**

BELLATRIX

Paciência. Paciência.

Era tudo o que minha cabeça sussurrava, mal tendo forças para sequer pensar em qualquer outra coisa. Molly Weasley havia me reduzido a uma morta-viva, uma inferi. Mas isso, é claro, era temporário.

Eu, Bellatrix Lestrange, nunca fui leviana. Como braço direito do mestre das trevas, frequentei muito de seus experimentos a favor da vida eterna. Mas ele, não a conseguiu.

Eu, estava a um passo dela.

Com uma única Horcrux criada, escondida e alimentada pela magia mais pura de todo o mundo, eu conseguiria me reerguer.

Eu me reerguerei no coração da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. E desta vez, não terei piedade de ninguém.

**

DRACO

Vi Hermione sair do salão acompanhada de Potter e da Weasley, e não consegui conter minha inquietação. Sabia que ela estava em boas mãos, mas o clima de festa havia acabado para mim, só para mim, pelo o que parecia.

Todos os alunos dançavam e festejavam ao som de Celestina Warbeck, e eu não dava a mínima. Parecia traição. As pessoas pelas quais o baile estava sendo dado, nem estariam presentes para aproveitá-lo.

Me sentei numa poltrona de couro ao canto, enquanto várias novatas se sentavam ao meu redor, me encarando. Sempre soube que era bonito, mas isso agora me irritava muito. Dispensando-as, me levantei, e fui em direção ao meu dormitório dos monitores, já reconstituído.

– Eeeeei, Dragão! - Era Pansy, um pouco bêbada, me interceptando no meio do caminho. Bufei, impaciente, e ela percebeu. - Calma, queridinho! Eu sei que essa festa está um porre, e por isso, compareça amanhã na Sala Precisa. Teremos uma comemoração a la Sonserina. Pode levar sua amada Julieta, oh. - Ela riu descaradamente.

– Granger não é minha amada. - Bufei, de novo.

– Eu nunca disse que era a Granger, mas já que você assumiu... Ahaha! - Sua risada pareceu muito com a da Tia Bellatrix nessa hora, que me deu arrepios.

Antes de ir ao dormitório, passei na Sala Precisa, onde há muito, consertei o Armário Sumidouro, e fiz a magia negra mais uma vez, sem medo de ser detectado. A Marca Negra, há muito apagada, brilhou furiosamente, queimando meus tecidos.

Canalsmordre Narcisa Malfoy! – As palavras saíram sussurradas como ofidioglossia, mais uma vez. Minha mãe apareceu, e estava prestes a me passar um sermão, mas uma voz sussurrada ao seu lado me interrompeu.

– Preciso falar com o garoto, Cissa... - Apesar de parecer uma cobra, já estava mais forte. O canal de comunicação se focou então no rosto ossudo e quase sem vida do cadáver inferi da minha tia Lestrange. - Olá, Dra-c-c-o.

– Oi, tia. O que deseja comigo? Você sabe que construir estes canais é extremamente arriscado, e não farei isso novamente... - Tentei soar firme, mas minha voz estava trêmula. Eu havia sentido o chamado dela como um chamado do Lorde das Trevas enfraquecido. Algo que dava no peito, próximo ao coração, parecido com um berrador. Caso eu não respondesse, minhas artérias explodiriam.

– Hahaha, piadista. - Mesmo morta, sua risada ainda era fina e capaz de estourar os tímpanos. - Eu lhe fiz um favor com sucesssso, agora, quero algo em troca...

– Não sei se posso, tia, estou tentando me redimir de tudo o que fiz no passado. - Minha testa estava molhando.

– Calado! Você fará e ponto final. Preciso que busque o meu colar de caveira de corvo, no fundo do Lago Negro. - Seu esforço para falar era descomunal.

– Pra que você precisa daquele cordão ridículo? E por que ele está no fundo do Lago Negro? - Soei como deboche.

– Não importa pra que preciso. Só preciso. E, digamos que sou mais esperta que meu antigo mestre em termos de vida eterna, magia negra avançada e esconderijos de Horcruxes... - A conexão entre nós se desfez como névoa. Apoiei meus cotovelos sobre meus joelhos e chorei.

Chorei por tudo que havia feito e por tudo o que estava sendo obrigado a fazer. Chorei pelas escolhas certas, e pelas escolhas erradas. Chorei pelo meu passado e pelo meu presente.

Mas o choro, passou. Vesti minha armadura e segui para o meu quarto no final do corredor da sala comunal.

Me despi, como de costume, e me deitei na cama king size, me cobrindo com meus lençóis de veludo verde imediatamente. O silêncio se instalou, e eu podia ouvir o tic-tac de um relógio distante. Podia ouvir os fantasmas passando pelas paredes, conversas de um lugar distante...

Podia ouvir, uma garota chorando. Hermione.

Sem pensar, me levantei imediatamente, abrindo a porta do meu quarto que dava ao nosso banheiro, e em seguida, abrindo a porta de seu quarto, dentro do banheiro, também.

A cena cortou meu coração e fez minha armadura se quebrar mais uma vez. De bruços, e com vestes de baile, ela chorava compulsivamente.

Ela percebeu minha presença e seus olhos me observaram da cabeça aos pés. Congelei.

**

HERMIONE

Sua presença era como fogo. Seu mero olhar, me causava calafrios. Eu podia senti-lo ali, mesmo sem saber. Podia ouvir seus pensamentos, mesmo não podendo. Minhas lágrimas cessaram no exato momento em que meu corpo reagiu as ondas radioativas que emanavam do garoto de cabelos louros-esbranquiçados.

Me virei, e ali estava ele, parado, me encarando. Eu, ainda com roupas de baile. Ele, não vestia nada além da cueca box. Me peguei observando-o da cabeça aos pés, boquiaberta e sem palavras. Seu corpo era escultural, definido, como o de um deus grego.

Seu olhar me transmitia segurança, ao mesmo tempo em que me passava aquela deliciosa sensação de quebrar as regras. Ele era fogo.

Eu, estava brincando com o fogo.

E aprendendo a não me queimar.

Sorri afetuosamente para ele, e depois de uns segundos intermináveis, ele retribuiu. Joguei todos os livros que estavam sobre minha cama para o chão, e me coloquei para de baixo dos lençóis, desabotoando meu corpete lilás.

Me livrei daquela roupa incômoda finalmente. Estávamos empatados neste quesito. Indiquei o lugar livre ao meu lado, na cama.

– Cante para eu dormir? - Pedi mais uma vez, e Draco não hesitou. Logo estávamos abraçados e deitados lado a lado, enquanto ele sussurrava um poema trouxa para mim, em inglês.

so much depends upon

a red wheel barrow

glazed with rain water

beside the white chickens.

Seu sotaque britânico era perfeito, e seus braços rígidos pelos músculos, eram um ótimo travesseiro, que me faziam viajar por todo o universo, me faziam relaxar como nunca.

Me abracei a ele, mais uma vez, fechando meus olhos e sentindo o cheiro forte de sua colônia. Seu antebraço acariciava minha cabeça, aquele com a marca negra. Adormeci desse jeito, olhando para seu rosto frígido, e com novos pensamentos em minha mente.

Se a antiga Hermione ficava amedrontada ou irada com Comensais da Morte, a nova se sentia atraída por eles.

Por um em especial.

Draco Black Malfoy.


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Notas finais do capítulo

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