VI – Maioki

“Ainda não acredito que fui atingido por um ninja idiota daqueles!” Pensei eu, desacordado. “Ao menos tinha amigos confiáveis como aqueles, que fariam de tudo para me defender e me ensinar, e falando nisso, tinha sido culpa do BAKA do Nahari, acho até que fez de propósito para me ver se ferrando”.

– Veja no que você me bota Maioki! É sempre eu que carrego seu peso nas costas enquanto você não faz nada por mim. – Pude ouvir ele falando baixinho consigo mesmo. – Sorte sua que nunca te deixaria na mão, e espero que você faça o mesmo na próxima...

Era isso que tornava Nahari um BAKA! Nunca ensinaram a ele a filosofia de vida que diz que você não deve esperar um favor de volta? Ainda mais dos seus amigos? Pelo jeito não, e era isso que me queria fazer tortura-lo todos os dias. Pessoas mal educadas merecem a dor eterna!

– Finalmente. Chegamos a Ame, MAIOKI! Acorda por favor!- Gritou Nahari batendo em minha cara, acho que para me fazer sentir dor mesmo. – Ainda temos que procurar Ojou-san, e se você não cooperar vou te matar!

“Eu to quase que paralisado aqui po! Você acha que é fácil acordar?” Pensei eu enquanto ele me batia. “Eu vou é te matar”.

– Vou ter que ir sozinho mesmo, fique ai parado Maioki! É para o seu bem. – E então saiu ele correndo como se tivesse alguma chance de achar Ojou-san...

Até parecia que ele se importava comigo, ele nunca tinha sido assim, tão legal, acho que deve ter amadurecido com o tempo, se fosse antes aposto que ele estaria nem ai para mim. Mas ele tinha sido legal, talvez não desse uma surra nele... Ou talvez daria. Respirei fundo, e tentei ao máximo levantar, forcei os braços para baixo, e aos poucos fui levantando, até ficar em pé.

– Agora sim, aquele baka vai se dar mal! – Falei eu, meio resmungão. – Respira Maioki, você tem que se recompor.

VII – Kami

Tudo que conseguia sentir era dor, não que eu estivesse desmaiada, eu tinha, e muita, consciência do que acontecia a minha volta.

Porém sentia tanta dor, que mover um musculo se quer era o mesmo que ter mil agulhas furando sua pele.

Depois de um tempo, pude finalmente perceber que chegamos á Ame. Maru parecia preocupada e inquieta, talvez porque estivesse acontecendo tanta confusão no mesmo dia.

Fomos atacados, abandonamos nosso acampamento, perdemos os garotos e detectamos o chacra de um cara morto... tudo em menos de três horas!!!

E o pior, eu estava tão machucada que nem podia dizer que ela estava indo pro lado errado e o hotel ficava para lá! Claro que eu não ficaria em uma ruela qualquer, eu precisava de uma boa cama e um bom banho! Principalmente depois de ter passado dias presa numa barraca revessando entre caçar e fazer a ronda!

Apesar de que todos precisávamos disso, fazia muito tempo que éramos caçados por todos e qualquer um que quisesse uma boa recompensa ou simplesmente proteger a sua vila.

Por que com o tempo, depois de todas as coisas que tivemos que enfrentar, certa fama se espalhou em todos os lugares, tal fama que dizia que éramos perigosos, que éramos pragas, como baratas, e como tal devíamos ser erradicados!

A partir dai, não era só os idiotas que fizeram isso em nós, mas também todos os outros idiotas que viviam por ai, atrás de nós.

Nunca mais tivemos descanso, um dia atrás do outro sendo atacados, arrasados, perdendo as pessoas mais próximas de nós. É horrível ver as pessoas que mais se preocupam com você, lhe virarem as costas por simples boatos.

– Aqui! Vou procurar os meninos, fica ai, parada!- ela me deitou encostada em uma parede qualquer.

– A-aqui não... E-eu vou junto..- doía, só de mexer os lábios.

– Idiota! Você não pode! Está toda quebrada!

Eu não posso continuar assim! Eu sempre, sempre, fui a mais fraca... não só por meu doujutso desgastar meu corpo de mais, mas por alguma razão eu era sempre o alvo. Eu não quero continuar assim!

Talvez, se eu usa-se aquilo... mas eu não poderia lutar com a metamorfose... mas eu tinha que ajudar de alguma forma!

Juntei todas as forças que me restavam , e mesmo que de vagar, realizei o selo do coelho, recebendo ou olhar assustado de maru ao perceber o que eu pretendia.

Senti meus ossos estalarem, quebrarem e mudarem de lugar, toda a dor que sentia se intensificou, minha pele parecia queimar e minha cabeça latejava em dor...

Então, toda a dor cessou, ao abrir os olhos constatei que maru perecia ainda mais baixa que o normal... Olhei para minhas mãos e elas eram maiores e mais calejadas do que antes... havia dado certo.

Com um pouco de esforço me levantei e me direcionei para maru.

– como estou?- sorri, minha voz esta mais grossa agora.

– como um cara...

– mas estou bonito?

– se não considerarmos que você está convertida em um garoto com roupas femininas...

– Ah! Droga! Esqueci disso! Compra algumas roupas pra mim?- lhe olhei carente.

– depois você me paga...

Maru saiu e um tempo depois voltou com algumas sacolas...

– trouce um espelho pra ver como esta...- maru me entregou um espelhinho de bouço, e assim que vi meu reflexo percebi como estava...

–maravilhoso! Estou tão lindo que poderia me apaixonar por mim mesmo!- maru girou os olhos. Eu me encontrava agora, obviamente, um garoto, graças a algo que eu chamava de metamorfose, um kekke genkai que eu amava... eu possuía agora, longas madeixas brancas e grandes olhos azuis (não os abandonaria por nada).

– só se vista logo...- assim que abri a sacola percebi que se tratava de uma blusa negra, calsas de um verde musgo, grandes botas largas e um pedaço de pano negro?

– que negocio é esse?- perguntei levantando o pano.

– uma cueca... nunca ouviu falar?- tudo que fiz foi corar..

– ok... só vira pra lá...- depois de trocada me virei para ela.

– como estou?- sorri com segundas, terceiras e quartas intenções...

– um gato!- riu ela- vamos logo!

E tudo que pude fazer foi segui-la piscando para algumas garotas no caminho...

–Jura Kami? – perguntava Maru de vez em quando me via mexer com as garotas que passavam.

–Que foi? – brinquei. - Eu sou um cara lindo, posso fazer isso!

–Você é uma garota...- disse com um gota na testa.

– Só por dentro! – respondi.

– Gaaaaaaay! –zombou. – Bom, não podemos chamar atenção de qualquer jeito, então pare com isso!

– morra...