Fim de semana havia chegado, como sempre Matt tinha que trabalhar, então Ted ficava responsável de cuidar e fazer companhia à Kayla, não que ele se importasse, ele até gostava! Chegou à casa entrando sem bater, como de costume, encontrou a garota deitada no sofá acariciando a gata pesadelo e olhando televisão com um expressão muito entediada:

–-Ei Kayla! Cheguei! –ele diz sorrindo.

Ela vira preguiçosamente a cabeça em sua direção e a gata lhe mostra as unhas:

–-Olá, vai embora, está irritando minha Nightmare. –Kayla diz com voz robótica.

Ted solta uma risadinha nervosa:

–-Sabe que não é uma boa ideia deixá-la sozinha em casa...

Ela suspira:

–-Tentativa válida...

Kayla senta-se no sofá para dar lugar ao seu Nerd de estimação:

–-Espero que tenha tomado banho!

–-Meio ofensivo você pensar que não tomo...

Ela dá de ombros e continua brincando com sua gatinha, quando Ted senta no sofá alguém bate à porta:

–-Atende. –ordena Kayla.

–-Mas eu...

–-Atende.

–-Tá bom...

Ele abre a porta e quase grita com o que encontra: dois seres de gêneros não identificáveis e um garoto, um dos seres carregava um engradado de cerveja e duas garrafas de vinho:

–-Residência de Kayla? –pergunta um dos seres com voz rouca.

Ao ouvir a voz, a garota no sofá sorri e se dirige à porta:

–-Joseph! Elizabeth! Joe! –diz ela animada.

–-Conhece... isso? –pergunta Ted surpreso.

Os mencionados riem da reação do garoto surpreso e Kay suspira:

–-Desculpe aí, é um cachorrinho não muito bem adestrado...

–-Já arrumou um escravo? –indaga Joe com a sobrancelha arqueada.

Kay revira os olhos:

–-Não, apenas um cachorro...

Os três entram, Joseph e Elizabeth quase atropelam o pobre Ted que os observa espantado se perguntado o tipo de amizade que ela conseguiu enquanto estava fora... A resposta o assustava!

–-Viemos fazer companhia e uma festinha! –diz Joseph sorrindo e indicando as bebidas.

–-Não! Sem bebidas! –diz Ted desesperado: --Ela é menor de idade!

Kayla dá uns tapinhas no ombro do Nerd:

–-Relaxa, não sou fã de bebidas...

–-Mas... –os olhos do garoto parecem que irão cair de tão arregalados.

Kayla ignora e se junta ao grupinho, que já estava catando copos nos armários da cozinha:

–-Festa é sempre legal, mas não tem música não? –reclama Joe.

–-Entendi o recado... –diz Kay subindo para seu quarto e procurando um Cd que lhe chamasse atenção, até que resolveu fazer sua playlist mesmo, começando com Murder (Within Temptation), When you’re Evil (Voltaire), Freak Like me (Halestorm) entre outras, colocou no volume máximo e ouviu celebrações no andar de baixo:

–-A festa vai começar! –anuncia.

Joseph e Elizabeth se provaram bem resistente à bebida, haviam tomado grande porcentagem do engradado sozinho, Kayla se contentou com uma lata, apena porque o Cachorrinho havia tentado impedi-la, Joe era moderado, ele e Kay davam risadas da cantoria desafinada dos dois e Ted corria por todos os lados tentando evitar manchas de bebida, que algo quebrasse e que nenhum dos dois beberrões tirassem a roupa, finalmente percebendo quem era homem e quem era a mulher, num determinado momento da festa ele pergunta para Joseph:

–-Por que está usando saia? Você é o homem, não?

Joseph se vira para ele meio bêbado:

–-Voxê, voxê é um manimpulado da xoxiedade! Voxê não vê que homensss tem o direito de usar o que querem tambémm! Mulherex podem usar calxas, então homens, podem usar saia! Direitos de liguardade, não, não, expera, de liberguade! –ele se enrolava cada vez mais nas palavras, Kayla e Joe riram: --Joe, meu querido amigo! Xabe que voxê é muito expexial, né? Então me ajuda aqui amigo, como é aquela palavra mexmo?

–-Igualdade? Liberdade? Você parece estar misturando ambas...

–-Exas mexmo! Obrigado amigo!

Joseph continuou com seu discurso, pois Ted sentiu medo de interrompê-lo e talvez acabar apanhando.

Kayla que observava a cena ao lado de Joe se escora na cadeira que estava e pergunta:

–-Esses dois são sempre assim?

–-Não costumam virar bêbados strippers muito seguido, se é isso que pergunta...

–-Seria traumatizante, imagino... –diz Kay fazendo careta.

–-Seu cachorrinho é sempre assim?

–-É. Certinho, bobinho e tenta controlar tudo.

–-Como você convive com ele?!

–-Ele pode ser útil às vezes...

–-Então, imagino que ele está na categoria: Não brincar demais.

–-Exato, de certa forma, está sob minha proteção, pode brincar, mas mantenha-o inteiro.

–-Pode deixar! –diz ele retirando o isqueiro que estava perto de algumas velas e fica brincando de acender e apagar.

Kay sorri travessa:

–-Quer ver algo legal?

–-Claro!

Ela “pega” a chama do isqueiro e faz uma bola com ela, faz malabarismos e a rola trocando de mãos, depois a faz girar em torno de uma mão apenas, para enfim juntar as mãos apagando-a, Joe a olha espantado:

–-Como fez isso?

–-Uma mágica nunca revela seus truques!