Três dias atrás

– Então Dig...o que houve? – Roy perguntou.

– Vamos esperar a Sarah...

Dig estava com uma expressão séria no rosto. Eles estavam numa lanchonete perto da cave.

– Só a Sarah? Oliver e Felicity não?

Dig fez sinal negativo com a cabeça.

– Olá rapazes!

– Oi...

– Oi, Sarah!

– E então? – ela pediu com uma expressão divertida no rosto.

Ela e Roy olhavam para Dig aguardando ele revelar o porque de estarem ali.

– Bom...a situação é a seguinte: eu não aguento mais ver aqueles dois brigando como cão e gato...tá ficando chato...

– Eu concordo – Roy olhava o cardápio – eu acho que é ciúmes...parece briguinha de casal.

– Tá na cara que os dois estão loucos um pelo outro, mas depois de tudo...bom o Oliver tem essa ideia de não se envolver com ninguém seriamente para não colocá-la em perigo...acho que comigo ele só se envolveu porque eu poderia me defender sozinha... – Sarah tinha um pequeno sorriso no rosto – qualquer idiota percebe o que rola entre os dois...

– Menos eles mesmos – Dig completa, ela concorda com a cabeça – o problema é que depois do que Oliver disse a ela na mansão os dois não tocaram mais no assunto...e eu não acho que tenha sido da boca pra fora...Felicity está com o Ray pelo simples fato de que o cara teve mais coragem do que o Oliver...

– Mas temos que ver que Ollie teve que enfrentar muito mais coisas que esse Ray...e se ele ama mesmo a Felicity, e eu acho que ama, ele se afastou por medo de que algo aconteça...dando espaço para outro...

– O fato é que esses dois precisam conversar, mas aqui em Starling e com o Ray no caminho eles não vão fazer isso...

Sarah olhou para o amigo desconfiada:

– O que você tá tramando???

Roy agora prestava atenção.

– Não vai colocar a gente em confusão...

– Escutem...e se a gente der a oportunidade para eles conversarem, se não dermos chance pra nenhum dos dois fugir e terem de uma vez por todas enfrentarem o que sentem?

– Ah!! Só se os mandarmos para uma ilha deserta!! – rindo Roy comentou e parou assim que viu o sorriso de Dig – não!!! Você não tá pensando mesmo nisso??

Dig manteve o sorriso e Sarah gargalhou.

– Isso seria interessante...muito interessante...nos conte mais...

E os três passaram a traçar a estratégia para enviar os dois para uma ilha.

Dig tinha um amigo que tinha uma ilha particular nas Bahamas. Era isolada o suficiente para acharem que estavam perdidos...e como era particular praticamente ninguém ia lá.

– Certo...mas e como vamos levá-los até lá?

– Bom...ai eu vou precisar de suas habilidades de arqueiro, Roy...vamos acertá-los com uma flecha com sonífero e eu alugo um helicóptero e largamos os dois lá...

– Eu ainda acho que isso vai dar problema...

– Deixa de ser pessimista Roy...eu acho o máximo tua ideia Dig...a cidade está calma e eu vou ficar por aqui para ajudar. Mas minha pergunta é: e se os dois brigarem mais ainda? E como vamos saber se os dois se acertaram...

– Meu amigo tem monitoramento na ilha...podemos acessar remotamente e dar uma olhada...e acho impossível os dois brigarem mais do que aqui.

(...)

Na ilha...

– FELICITY!!!

Ela ouviu seu nome e olhou em direção ao som...reconheceria aquela voz em qualquer lugar!

– OLIVER! – e saiu ao seu encontro.

Os dois se encontraram na metade do caminho e se abraçaram...foi um abraço impulsivo...de alívio...

– Você está bem? Não está machucada?

Ela negou com a cabeça.

– E você? – ela passou a mão pelo corpo dele procurando algum machucado. Ele parou e suspirou fundo...

– Não, nada...

– O que estamos fazendo aqui, Oliver? Como viemos para aqui??

– Não faço ideia – ele pegou no braço dela e a guiou até a cabana – seja quem for que o fez não nos feriu...

Entraram na cabana e Oliver observou tudo e mexeu em tudo procurando alguma pista.

Lembrou-se de procurar seu celular no bolso e não encontrou.

– Também procurei o meu...

Feclicity se jogou no sofá, desanimada.

Oliver se aproximou e pegou sua mão.

– Vamos dar um jeito, ok? Vou dar uma olhada ao redor da ilha e ver se acho algum sinal de onde estamos e de nosso anfitrião...

– Ok... – ela suspirou – pelo menos não estou sozinha! Iria enlouquecer se estivesse!

Ele sorriu.

– Bom...estou com fome, vou procurar algo para comermos – ela levantou e o olhou – bom será que podemos confiar nessa comida?

– Sim, se fossem nos matar não ia ser por envenenamento – Oliver deu uma risada sem graça – ok...isso não soou bem...

Felicity sorriu:

– Não muito...Oliver?

– Sim? – ele já estava indo para fora...

– Estou feliz por ser você aqui comigo...

– Eu também! – e saiu...

Oliver foi explorar a ilha e ela ficou na cabana.

Comeu alguns biscoitos que achou num armário na cozinha e depois foi sentar-se na beira do mar.

Lembrou-se da briga com Oliver e tentou recordar o motivo. Não conseguiu, alias não conseguia lembrar-se de nenhum motivo das brigas deles nos últimos dias. Ela achava que estava tudo bem entre eles, ou melhor, queria que estivesse.

Mas claro que o que havia acontecido ainda deixava-a confusa. Aquele “Eu te amo” ainda reverberava em seu coração...mesmo sabendo que foi só um plano...

Mas o que a deixava confusa mesmo não eram as palavras...era o olhar. O olhar dele quando as disse pareceu sincero, pareceu uma súplica para que entendesse algo...e não era relacionado a seringa que ele colocou na sua mão segundos depois.

Nunca negou a si mesma o que sentia por ele, o amava...mas sabia que era algo inimaginável...e na verdade era isso que doía mais.

Não se sentia usada por ele...afinal ela fazia parte da equipe...e tinha a clareza de que ele faria tudo para capturar Slade. Ela mesma tinha incentivado ele a lutar...ela só desejava que as coisas fossem diferentes, quando uma lágrima caiu de seus olhos ela deixou...

Como seria se o seu amor fosse correspondido?

– Hey... – Oliver havia voltado e a viu ali sentada, parecendo tão sozinha, ele sentou do seu lado e viu ela enxugar o rosto – está tudo bem?

– Sim...

– Pensando no namorado? – ele falou isso com dificuldades.

– Ann? Não! – ela estava espantada – Sim! Na verdade não...só estava pensando em como vamos sair dessa – mentiu - Achou algo?

Ele observou a reação dela, e sentiu certa satisfação em ouvir que ela não estava pensando no Ray.

– Nada. Parece que estamos em alguma ilha particular...mas não há outra casa por perto. E nenhum sinal de outros moradores.

– E agora, Oliver?

– Vamos aguardar...em algum momento algum barco deve passar por aqui.

– Quando? Daqui a cinco anos??? – droga! Falei besteira! – Ops! Desculpa!

Ele sorriu, era aquele jeito dela que mais o atraia...

– Seria muito ruim?

– O que???

– Ficar cinco anos aqui nessa Ilha comigo?

(...)