Iocum escrita por Karollin


Capítulo 6
Capítulo 6 - Um filme de terror


Notas iniciais do capítulo

HOOOY GEEENTIIII ♥ Que saudade que eu estava de escrever, nossa! Vou explicar a minha imeeensa demora. Eu estou no 3° ano do ensino médio e esse ano tem o ENEM e como eu quero medicina em uma federal (que tem corte aproximadamente 860) estou estudando como uma doida tanto pro vestibular quanto para a escola (que agora tem aula extra todo dia à tarde então saio de casa 7h e só volto 20h). Desculpem-me :/

♥ Broken: Muuuito obrigada por sua recomendação linda! Dei pulos de felicidade ao saber que você também lê A Jogadora ( que pretendo atualizar em breve também) ♥

♥ Haunted/ Anna: Fiquei muito contente por minha fic ser sua exceção de recomendação ♥ Amo também a Loira do Banheiro desde pequena quando convencia minhas amigas a invocarem tremendo de medo de dar certo :v AASHU Tente escrever sim, vale muito a pena ♥

♥ Lua: você é uma leitora maravilhosa, sério. Reli agora sua recomendação e um sorriso bobo quase rasgou minha cara de tão grande que ele foi UAHSUH

Obrigada por todos os comentários e por lerem minha história. Quando estiver com tempo prometo que irei responder todo mundo! ♥

Boa leitura, espero que gostem ♥



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A mulher caminhava com passos hesitantes pela casa com a lanterna do celular acesa a fim de visualizar o caminho, já que a energia fora cortada pouco tempo antes. O assoalho de madeira estralava um pouco sob seu peso fazendo com que todos os seus pelos se arrepiassem de medo. Enquanto ela apontava o feixe de luz para o corredor, algo pingou do teto. Com os olhos arregalados e as mãos trêmulas ela apontou a lanterna para cima.

A mulher mal teve tempo de gritar antes de um ser deformado pulasse nela com um grito brutal e animalesco.

– Que droga! – gritou Isabel fechando os olhos e derrubando metade da pipoca que estava no balde sobre seu colo e no chão.

A garota rapidamente mudou de canal. Não aguentava mais ver filmes de terror, até porque sua vida já havia se tornado em um. Sua antiga paixão por eles a fez ver a primeira meia hora da película, mas com tudo que estava acontecendo, ela não precisava de mais motivos para ficar apreensiva e tendo pesadelos.

Coitada de Isabel. Tão frágil, tão suscetível a influências deste e de outro mundo. Ela era realmente uma ótima marionete. Mesmo contra a vontade, faria sempre o que o titereiro queria sem ter o menor controle de suas ações. Mal sabia ela que ver filmes de terror atraía muita energia negativa e isso era a única coisa que ela não precisava.

Ah! Como seria maravilhoso para a Loira brincar com a mente amedrontada e paranoica da garota!

Isabel olhou o relógio e viu que faltavam apenas cinco minutos para meia noite. Como seus pais decidiram sair juntos para uma festa da empresa do patriarca, a garota ficaria sem companhia por umas boas horas. Do lado de fora da casa, o céu estava repleto de nuvens e um vento frio e constante diminuía cada vez mais a temperatura mesmo dentro da residência. Nem mesmo a calça de pijama azul e o moletom cinza que ela usava amenizavam o frio que a menina sentia.

Aquele frio descomunal que parecia estar seguindo Isabel era obra da Loira, que juntava toda energia possível para ter forças para seu próximo espetáculo. De repente, as luzes da sala começaram a piscar, como se a qualquer momento fossem queimar. Com os olhos arregalados e o coração acelerado, Isabel encarava a lâmpada tentando se convencer que estava tudo bem e que não tinha nada que pudesse lhe fazer mal.

– Porcaria de fiação antiga e vento insuportável. – murmurou enrolando-se ainda mais nas cobertas felpudas enquanto assistia a algum desenho infantil.

Desistindo de passar frio no sofá, Isabel juntou suas cobertas e foi para seu quarto localizado na última porta da direita do corredor. O cômodo era amplo, com um guarda roupa branco, uma cama de solteiro com colcha roxa, um tapete pequeno e colorido e uma mesa com um notebook.

Isabel jogou seu corpo na cama e enrolou-se ainda mais nas cobertas enquanto conversava com Luiza. A garota estava tão envolvia nas mensagens que não havia prestado atenção a sensação de estar sendo observada. A Loira pensava em como aterrorizar a menina e fazer sua marca. Tantas ótimas ideias passavam pela mente do espírito e ele tomou sua decisão.

Luiza – 23:59: Tem algo muito errado acontecendo. Ontem eu sonhei algo muito estranho e acordei assustada com uma marca no meu ombro. Agora ela sumiu sem explicação, mas eu juro que vi a marca em mim!

Isa – 23:59: Tem certeza que não estava grogue de sono e imaginou coisas? Isso não aconteceu comigo, Lu, mas concordo que tem alguma coisa bem estranha acontecendo com a gente.

Luiza – 00:00: Acho que realmente invocamos alguma coisa no banheiro.

Meia noite. Hora do show começar.

Devido à mensagem de Luiza, os pelos de Isabel se arrepiaram e a sensação de ser observada se tornou tão forte que a garota não podia mais ignorá-la. Tampouco conseguia se mover, devido ao extremo terror que se apossou de cada célula de seu ser. Em sua mente, repetia freneticamente que não havia nada errado, mas essa voz era abafada e silenciada pelo intenso pavor.

Isabel apurou os ouvidos e prendeu a respiração tentando detectar qualquer barulho que não fosso do tráfego fora de sua casa, mas tudo que conseguia ouvir eram seus batimentos cardíacos acelerados. Apesar da postura tensa, ela manteve a mesma posição, fingindo prestar atenção ao celular e só movendo os olhos para ver se tinha companhia.

Uma risada baixa, mas histérica inundou o quarto.

A menina deu um pulo de sua cama, tropeçando nas cobertas que a envolviam e saiu do quarto sem olhar para trás a fim de conferir o que havia provocado o barulho. Se ele era real ou não pouco importava, só o que sabia é que, imaginada ou não, aquela risada fez o seu pavor transbordar. Seu instinto de sobrevivência primário a mandou sair correndo e ela não iria desobedecê-lo.

Por onde passava, ela acendia as luzes e só terminou quando toda a casa estava iluminada. Isabel já havia assistido filmes de terror o suficiente para saber que uma busca ou fuga no escuro nunca eram uma boa ideia e se recusava a agir como os personagens que tanto julgava como idiotas.

O que ela não contava era com o grande acúmulo de energia que a Loira conseguiu reunir naquela noite ao sugar várias baterias e energia elétrica.

A garota tentou ligar para algum parente a fim de pedir socorro, mas seu celular dizia estar fora de área. Uma a uma as lâmpadas foram explodindo e os pequenos cacos caíam como chuva no chão. Isabel tentou abrir a porta de entrada, mas ela estava completamente trancada. A cada segundo, o desespero da garota aumentava ainda mais. Seu cérebro era incapaz de pensar em algo que pudesse ajuda-la, a única coisa que ele conseguia era ordenar que ela corresse enquanto despejava na corrente sanguínea da menina a tão necessária adrenalina.

A Loira estava divertindo-se tanto quanto se estivesse assistindo a algum grande espetáculo circense. Seu show estava lembrando-a do tamanho de seus poderes e no quão bom era começar a usá-los novamente agora que estava livre e ficando gradativamente mais forte a medida que suas vítimas ficavam completamente aterrorizadas.

Desistindo de abrir a porta, Isabel correu para a cozinha tentando achar algo, qualquer coisa, que pudesse defende-la daquela ameaça sobrenatural, mesmo sabendo que nada adiantaria. Uma sombra passou correndo por entre as cadeiras da mesa de jantar fazendo a garota quase derrubar a faca que segurava firmemente em suas mãos suadas e trêmulas. Com os olhos arregalados, o suor escorrendo por sua testa e o coração batendo freneticamente em seu peito, Isabel assistiu, boquiaberta, uma figura se aproximar de si usando um vestido florido e sapatilhas brancas.

Alice, sua priminha de quatro anos, estava parada em sua frente sorrindo de modo angelical. Porém, não podia ser ela, pois a criança estava em sua própria casa, bem longe dali. Aquilo só podia ser uma alucinação.

– Por que está fazendo isso?! – Isabel gritou com a voz vacilante.

– Você sempre gostou de filmes de terror, só estou te dando um presente: a oportunidade de presenciar um ao vivo em que você é a protagonista. – respondeu a criança.

– Isso não é real, nada disso está acontecendo. – a garota repetia várias vezes isso tentando se convencer daquilo, mas não funcionava.

Alice caminhava calmamente em direção a mais velha, que recuava a cada avanço da assombração. Quando suas costas bateram na parede, Isabel percebeu que estava sem saída. Por um pequeno instante, o cérebro da garota se acalmou e em um ato calculado, lançou a grande faca na aparição, acertando-a na barriga.

Aquela era uma ferida fatal, mas era como se nada tivesse acontecido, pois a assombração continuava seu lento e torturante caminho em direção a sua vítima.

– Você realmente iria me matar? A mim, sua doce e inocente priminha? – perguntou o espírito.

– Você não é ela! – gritou a mais velha com lágrimas nos olhos.

Alice parou de caminhar. Sua expressão se modificou demonstrando uma grande dor e suas mãos foram automaticamente para o cabo da faca em sua barriga. O sangue era tanto que pingava no chão mais rápido a cada instante. Tossindo sangue, a criança caiu de lado no chão encolhendo-se em tremenda agonia enquanto chorava.

– O que está acontecendo? – perguntou a pequena com a voz fraca.

– Alice? – Isabel jogou-se no chão aproximando-se de sua prima que havia ferido temendo tocá-la e piorar ainda mais seu estado – Desculpe-me! Vou ligar para a ambulância, vai ficar tudo bem. Tudo ficará bem. É um ferimento superficial, você vai melhorar rapidinho. – mentiu.

– Não me deixe sozinha! – pediu a menina chorando – Estou indo para o céu, a luz é bonita e quente como o abraço da mamãe. Mamãe está vindo fazer a dor parar, vai mesmo ficar tudo bem, Bebel.

Com a cabeça da menina em suas pernas, Isabel assistiu-a morrer rapidamente por sua causa e não havia nada que pudesse fazer para impedir aquilo. O grito animalesco e sofrido da mais velha pareceu estremecer a casa e suas lágrimas caíam sem controle. Após alguns instantes, o choro alto e desesperado de Isabel foi se misturando com outra coisa – uma risada baixa e contida.

Quando a menina percebeu isso, abriu seus olhos e deparou-se com Alice encarando-a com divertimento.

– Você é tão estúpida, garota. – falou Alice, porém sua voz não era mais a mesma. Seu timbre parecia ser de alguém bem mais velho e sinistro.

Quem falava agora era a Loira.

Isabel empurrou a pessoa como se sua pele estivesse escorrendo ácido e só parou de se arrastar para trás ao sentir a parede novamente em suas costas. Embasbacada, observou a figura de sua prima se levantar e retirar calmamente a faca da barriga, jogando-a completamente ensanguentada no chão.

Com os olhos arregalados e a boca aberta, a garota observava a assombração vir para cima dela sem hesitação. Com um chute realizado puramente por reflexo, Isabel sentiu as unhas grandes da criatura – que já não parecia ser sua prima – entrarem na carne macia de sua panturrilha com força, rasgando os músculos.

A dor era lancinante e era aumentada com os movimentos da garota ao tentar se soltar do aperto da Loira, que se aproximava cada vez mais. Sentindo o hálito podre e o cheiro de putrefação que o espírito exalava, ela teve a certeza que estava tudo acabado.

– Você é minha favorita, te levarei primeiro. – afirmou a assombração.

Gritando e completamente suada, Isabel despertou ao cair no chão. Ela Olhava ao redor desesperadamente tentando ter alguma noção de onde estava e quase chorou de alívio ao perceber que estava na sala de sua casa com a televisão ainda ligada mostrando um filme infantil de animação. Levantou a cabeça vendo que todas as lâmpadas estavam impecáveis e não havia indícios de cacos no chão.

Analisou sua panturrilha e notou apenas uma leve e quase imperceptível vermelhidão. Passou a mão por seu corpo percebendo que não possuía nenhum ferimento. Levantou-se e foi para a cozinha. Ela soltou o ar que nem percebeu prender ao ver que tudo estava normal, sem nenhuma marca de sangue, de Alice ou de qualquer outra coisa. Imediatamente começou a rezar ainda tremendo de medo. Tudo estava bem.

Por enquanto.


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Notas finais do capítulo

Queria fazer um pedido, mesmo não merecendo. Por favor não desistam de mim e dessa história, porque eu não irei desistir de vocês, leitores maravilhosos ♥ Continuem me incentivando, mandando MP's perguntando se estou viva e a me cobrar capítulos porque, francamente, eu sou muito preguiçosa USHAU

Pergunta do cap: Qual é o filme de terror preferido de vocês?

Até o próximo ( espero que não demore) ♥