Iocum escrita por Karollin


Capítulo 4
Capítulo 4 - Nova jogadora


Notas iniciais do capítulo

É, eu sou uma pessoa terrível, eu sei. Desculpem pela demora. Estou completamente desanimada com o Nyah e com a escrita :c Bem, mas fiz um esforço (por livre espontânea pressão cof*Ana*cof) e vim aqui hoje trazer mais um capítulo para vocês *-* Muito obrigada pelo carinho galera, vocês são show de bola ♥

QUATROOOOOOOOOO RECOMENDAÇÕES!!! Galera, vocês são uns amores, sério ♥
- Sue, você sabe que eu te adogo né? Verdade! Segunda fic minha que tem a honra de ser recomendada por você, gata *-* Espero continuar atendendo às suas expectativas ♥
- Sohari Chan... O que dizer dessa leitora que mal conheço mas já considero pakas? Vocês realmente querem me ver infartando! Também tive a honra de receber recomendações suas em duas histórias *--* Fico muito feliz que esteja gostando ♥
- Ana Banana ♥ UHAUASHUASH Primeira recomendação que você faz no Nyah e ela não vai. Sacanagem hein? UASHAU But, obrigada por não desistir de recomendá-la ♥ Sem suas ameaças eu não largaria a preguiça, então os capítulos saem, em uma parte, por sua causa *-*
- Mirele você é uma diva! Amei tanto essa quanto sua outra recomendação na one, gata *-* Você é uma leitora lacradora, isso sim!Fico realmente muito feliz que esteja gostando ♥

Obrigada também a todos que estão lendo a história (mesmo que sejam fantasminhas u-u) Vou responder a todos os comentários ♥ Ah! Muito obrigada por não me abandonarem ♥

Boa leitura, espero que gostem!



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O pior para Isabel não era ver no espelho sua priminha Alice ainda a abraçando. O pior era senti-la, mesmo que a garota já estivesse longe. Isabel deu um passo para trás e seu reflexo, junto com o da menininha, acompanharam o movimento. Da entrada, ela podia ouvir a voz de Alice procurando alguma coisa em seu quarto. Um grito de puro pavor ficou preso em sua garganta e seus olhos arregalados não conseguiam desviar de sua imagem. Tentou gritar, mas o medo era tanto que nada saiu de suas cordais vocais além de um guincho sufocado e baixo.

Alice estava animada, pois havia achado um desenho que tinha feito de sua prima na aula da escolinha e queria mostrá-la, orgulhosa de seu trabalho. Correu para a sala com um enorme sorriso nos lábios, ansiosa para ver a expressão da jovem. Porém, o doce e inocente sorriso logo deu lugar ao mais puro pavor.

– Por que você deixou essa moça entrar? – perguntou Alice dando um passo para trás.

A garotinha estava com medo, nunca antes havia visto algo como a Loira em sua vida e aquilo a apavorava. Ainda mais quando parecia que aquele espírito estava cada vez mais perto de sua amada prima. Como algumas crianças de cinco anos, ela também podia ver um pouco das coisas que a maioria das pessoas não consegue, já que, por ser muito nova, ainda possuía forte ligação com o mundo espiritual. Mas toda aquela aura negra que envolvia sua cuidadora estava preocupando-a. Só a vira anteriormente em pessoas doentes. Ou seja, em pessoas que estavam com os dias contados.

Nos que estariam mortos em breve.

– Que moça, Lice? Só estamos nós duas aqui, acalme-se. – falou Isabel com a voz um pouco trêmula tentando se convencer daquilo.

A Loira agora estava atrás de Isabel e levantou o decrépito dedo indicador pedindo silêncio, mas sabia que a garotinha não iria atender ao seu pedido. Ninguém nunca se calava quando pedia. Parecia até que aquele gesto indicava gritem a vontade e contem tudo o que viram. Porém, mesmo assim aquele era seu gesto preferido. Um sorriso estava em seus lábios ressecados e podres. Aquilo seria muito mais interessante que poderia ter imaginado. Ela simplesmente amava assustar crianças.

– Aquela ali atrás de você. – respondeu apontando o dedo trêmulo para um ponto atrás da jovem.

Isabel virou sua cabeça em um movimento rápido, com a respiração acelerada e os olhos arregalados com a possibilidade de realmente ver algo. Felizmente, para seu coração que batia freneticamente, não viu nada. Desta vez.

– Alice! – ralhou a mais velha com a raiva encobrindo o medo ao mesmo tempo que controlava sua voz para que ela não ficasse trêmula – Você sabe que odeio essas brincadeiras! Vá para seu quarto, está de castigo.

– Ela estava lá, prima! Eu juro! – retrucou a menininha com as bochechas rubras de revolta por aquela injustiça que estava sofrendo.

– Para o quarto, agora! – gritou Isabel.

Batendo os pés com força no piso de cerâmica, Alice dirigiu-se para seu quarto. Ela não conseguia entender o motivo da prima ter ficado tão furiosa, afinal, ela só estava alertando-a.

– Tomara que a moça morta te pegue! – exclamou antes de bater a porta de madeira escura de seu quarto com força.

A Loira assistia a tudo aquilo estava satisfeita. Seu pedido é uma ordem, garotinha. Se o espírito precisasse de alguma permissão para o que tinha em mente, a teria conseguido com aquela simples frase. Porém, aquilo era irrelevante para seus planos. Mas seria muito gratificante para ela ver a pequena Alice remoer-se de culpa enquanto a Loira se divertia com sua prima. A pequena garota acharia que tudo acontecera graças àquelas seis palavras ditas pelo impulso da raiva.

[...]

Cinco dias. Esse era o tempo em que nem Isabel nem Maria tinham sido alvos das brincadeiras da Loira. Ambas já estavam até acreditando que tudo não havia passado de suas imaginações férteis e cruéis. Porém, elas deveriam saber que o espírito nunca abandonaria seus brinquedinhos daquela forma.

A esperança era tanto o ápice quanto o fundo das emoções. Ela levava as pessoas a cometerem atos impensáveis e terem seus sentimentos oscilando em extremos. Do mesmo modo que ela poderia te levar à extrema felicidade, podia ser também sua ruína. E era disso que a Loira aproveitava. Ao dar a falsa impressão de que as garotas não estavam mais assombradas, elas ficariam ainda piores quando voltarem a ser perseguidas pelo espírito.

As três amigas estavam na frente da bilheteria do cinema indecisas quanto a escolha do filme. Enquanto Luiza queria desesperadamente ver Invocação do Mal, Isabel e Maria ficaram de cabelo em pé só de ver o cartaz dele.

Luiza usava uma calça jeans surrada, tênis, uma regata preta com detalhes de renda branca e levava pendurada no ombro uma bolsa de franjinha de cor escura. Seus cabelos lisos estavam soltos, agora batendo no ombro. Maria estava usando um shorts azul turquesa com uma blusa soltinha estampada e sapatilhas brancas; seu cabelo estava ainda molhado do banho que tomara há pouco. Já Isabel trajava roupas quase iguais as de Luiza, com a única diferença de sua regata ser cor samão.

– Nem Deus irá me arrastar para dentro dessa sala, Lu. – anunciou Isabel cruzando os braços diante do corpo.

– Muito menos eu. – concordou Maria.

– Qual é o problema de vocês? Esqueceram que nós amamos filmes de terror? – perguntou Luiza franzindo o cenho.

As meninas não queriam dizer nada e ficaram um pouco apreensivas ao ver a Loira fracamente refletida no vidro em que os pôsteres dos filmes em exibição ficavam. Tão rápido quanto apareceu, o espírito não pôde mais ser visto.

– Já chega! – exclamou Isabel de um modo um pouco estridente – Lu, nós precisamos te contar uma coisa.

– Ela não vai acreditar em nós, Bel. – retrucou Maria.

As duas, ao notarem a mudança uma na outra, tinham conversado sobre o que estava acontecendo. Hesitantes a princípio, porém, ao verem que estavam realmente acreditando no que a outra dizia, um alívio tomou conta de ambas. Como não notaram nenhum indício que Luiza também estava sofrendo o mesmo que elas, não contaram nada a amiga, temendo serem alvo de chacotas.

– Ainda estou aqui, meninas. Falem logo o que é! – pediu Luiza sem paciência.

– Você se lembra de quando invocamos a Loira do Banheiro na escola? – assim que a amiga acenou positivamente com a cabeça, Isabel continuou – Parece que realmente funcionou.

O silêncio reinou entre as três garotos, mas ele logo foi quebrado pela risada de descrença de Luiza. Para ela, uma coisa eras as amigas ficarem apavoradas até com o vento, outra completamente diferente era acreditarem firmemente que realmente uma lenda urbana estava à solta assombrando-as.

– Fala sério, que coisa mais idiota. Vocês estão com medo de uma velha morta? – perguntou retoricamente rindo ainda mais.

Velha?, pensou a Loira arqueando uma sobrancelha. O espírito apreciou a petulância da garota e estudou-a enquanto a menina zombava dele. A animação tomava conta dele, suas vítimas preferidas eram as fortes, as que não temiam quase nada, pois quando uma fraqueza era descoberta geralmente causava a total ruína. Como uma represa com uma pequena rachadura que, devido à pressão da água, vai gradativamente aumentando a fenda e faz a barragem quebrar de uma só vez.

– Se você tivesse a visto ou sido assombrada por ela, não estaria rindo. – retrucou Maria emburrada.

– Meninas, francamente. Ter medo de cobras ou de escuro, tudo bem. – falou séria, citando os medos de Isabel e Maria, respectivamente – Mas temer algo que não existe é demais até para vocês.

– Ela existe! Escute o que eu digo, Luiza, porque quando a Loira for atrás de você não ficará surpresa.

– Vou ao banheiro, quando resolverem parar de gracinha comprem os ingressos antes que eles acabem. – retrucou Luiza dando de costas para as amigas e começando a andar.

O banheiro ficava nos fundos do cinema. As paredes eram brancas e possuíam manchas amareladas e algumas pequenas rachaduras, havia cinco cabines com portas cinzas e uma extensa bancada de mármore marrom com quatro pias brancas. Para grande júbilo da Loira, ele estava completamente vazio. Luiza entrou na primeira cabine e deixou sua bolsa preta pequena no chão, permitindo com que o espírito pudesse pegar uma coisa para poder saudar sua mais nova vítima.

Luiza saiu e lavou as mãos, secando-as logo em seguida com o papel toalha áspero e acinzentado. Arrumou seu cabelo curto, liso e preto penteando os fios com os dedos e analisou sua aparência no espelho, passando o indicador sob os olhos para limpar um pouco do lápis negro. Sua boca estava já sem nenhum resquício do batom vermelho e procurou-o dentro da bolsa. Porém não o encontrou. Com raiva, espalhou todo o conteúdo que levava em cima da pia, mas ao notar que o objeto não estava lá, enfiou tudo novamente sem o menor cuidado.

– Que merda! Cadê o meu batom? – perguntou a ninguém em particular.

De repente, o som de três batidas ecoou pelo banheiro. Luiza levantou a cabeça e olhou ao redor procurando a pessoa que deveria estar tentando chamar sua atenção. Ela ainda estava sozinha. A garota levantou os ombros como se não se importasse com aquilo e abaixou-se para poder ver se o batom não havia caído no chão, mas ele não estava lá.

Três batidas no vidro foram ouvidas.

Irritada, Luiza levantou-se de supetão encarando seu reflexo. Ou o que ela conseguia ver através das letras vermelhas escritas no espelho com seu batom. Bem-vinda ao jogo. Após alguns milésimos de segundos seu cérebro conseguiu processar o que estava acontecendo. Ela esfregou seu dedo no vidro, mas as letras ainda permaneciam inalteradas. Com horror, a verdade atingiu a garota fazendo-a sair correndo do banheiro enquanto as risadas da Loira ecoavam pelo ambiente.

Aquela frase foi escrita dentro do espelho.


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Notas finais do capítulo

Vamos ver como a durona Luiza se sairá com as brincadeiras da Loira ;D Caso alguém queira uma oneshot boa de terror: http://fanfiction.com.br/historia/554758/Concurso_de_Halloween_-_Portais_Espelhados/

Comentem galerinha *-*