Who We Are escrita por Everlak


Capítulo 2
Come again


Notas iniciais do capítulo

OIII
cá está a segunda parte!! Beijos fofos!



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Ao contrário do que meu pai propôs, eu não convido Glimmer e Clove para ir às compras. Eu me dirijo à escola, até à secretaria.

– Bom dia Katniss – A mulher atrás do balcão sorri para mim – Você não deveria estar em casa descansando?

– Yeah, mas… Peeta Mellark me salvou e eu queria agradecer ele por isso. O problema é que não sei onde ele vive e eu gostaria de saber se poderia me dar essa informação…

– Bem, essa informação é confidencial … - A mulher faz uma careta – Mas considerando a situação, eu farei uma excepção.

– Muito obrigada.

Com a morada já introduzida no gps, eu dirijo até sua casa. Sua casa não é de luxo, como eu já sabia, mas pelo lado de fora, parecia bem arranjada e limpa. Bati na sua porta e quem me atendeu foi a pequena Prim.

– Oi Prim! – Seus olhos brilharam ao me ver.

– Katniss! – Ela guinchou feliz.

– Prim, quem está aí? – Peeta perguntou ao aparecer no meu campo de visão. – Everdeen?

– Não é a Everdeen, é a Katniss – Ela corrigiu o irmão e que não deixou de ter graça.

– Oi Peeta.

– Katniss, o que está fazendo aqui? – Ele arqueou uma sobrancelha, ainda curioso pela minha visita.

– Eu vou levar a almoçar. – Coloco meu sorriso mais radiante no rosto mas pelos vistos não afeta Peeta.

– Olha Katniss, isso realmente não é necessário. – Ele tenta recusar.

– Claro que é! – Retruco. – Você me salvou, isto é o mínimo que posso fazer por você e sua irmã.

– Vamos Peeta – Prim implora – Ela é uma menina bonita!

Claramente Prim não sabe que nem todas as pessoas bonitas são bondosas ou tem bom carater ou não teria dito aquilo como se fosse algo óbvio. Peeta olha para sua irmã e percebo que ele não gosta de recusar nada a ela. Achei isso super amoroso.

– Tudo bem… - Ele cede com um suspiro.

Eu me inclino para ficar no nível da pequena.

– Onde você quer comer linda? – Pergunto. – Você que escolhe.

– Hummm – Sua testinha enruga enquanto ela pensa – MacDonalds!

O MacDonalds mais próximo fica no shopping que eu costumo frequentar então fomos lá mesmo. Prim saltitava por todo o lugar, animada.

– Sabe, Foi muito legal da sua parte – Peeta fala – Não tinha ideia que a Everdeen podia ter um coração, afinal.

– Muito engraçado – Reviro os olhos. – Bem, eu acho que não tinha realmente coração.

– O que mudou?

– Perceber que as pessoas não se importam realmente comigo. Que minha vida é uma farsa ridícula e que sou uma vadia oportunista e manipuladora.

Ele assentiu mostrando que sabia o que eu queria dizer.

– Você ainda está a tempo de mudar. – Ele explica. – Você ainda pode conseguir amigos verdadeiros. Se deixar sua arrogância de lado, sua prepotência, seu…

– Tá, eu já percebi, não precisa de enumerar todos os meus defeitos. – Eu o interrompo e ele ri da minha expressão.

– Peeta, está ali o MacDonalds! – A maninha dele puxa sua mão.

– Então vamos lá – Ele mexe em seus cabelos loiros o que faz Prim soltar um resmungo.

Após comermos, Prim estava ainda mais enérgica. Eu acho que foi do refrigerante todo que bebeu. Começamos a passear pelo shopping descontraidamente. Passamos por uma loja de roupa de criança. Eu peguei a mão de Prim e entrei com ela na loja, apesar dos protestos de Peeta. Saímos da loja repletas de sacos de roupa para ela. Ela estava eufórica com as novas roupas então a levei para comprar acessórios, bijuteria e calçado. Mesmo com um braço ao peito, Peeta levou algumas sacolas na mão boa, tal era a quantidade. Ao passar numa loja de adolescentes, GlamourGlam, eu vi um vestido lindo tomara que cai, em um vermelho ideal. Pedi a Peeta para me esperar 5 minutos e fui comprar ele.

Após nossa exaustiva jornada de compras, na qual ainda comprei umas roupas para Peeta, deixei os irmãos em casa. Para variar, meus pais não tinham chegado em casa ainda. Larguei minha bolsa no sofá e corri para a cozinha com o vestido numa sacola.

– Annie! – Eu chamei ao me deparar com uma cozinha vazia. Encontro ela fazendo seus trabalhos de casa na sala dos funcionários. – Eu estava procurando você.

– Oh, me desculpa. Precisas de alguma coisa? – Ela se levantou imediatamente.

– Não, só queria dar isso a você. Meu presente de aniversário atrasado – Empurrei a sacola para ela que a pegou hesitante, como se eu estivesse pregando uma peça a ela.

Ela ficou sem cor ao pegar o vestido.

– Eu vi o vestido e achei que essa é sua cor. – Expliquei – Não gostou?

– N-não, e-eu adorei! – Ela exclama mas depois torce o nariz – Desde quando você me oferece presentes?

– Desde que estou tentando não ser uma idiota com todo mundo. – Confessei.

– Bem, eu posso dizer que gosto mais da nova versão.

Fiquei um tempo conversando com ela antes de ir para meu quarto. Sem nada para fazer, eu fui dar uma olhada nas minhas contas nas redes sociais. Mais e mais condolências pela morte de Marvel na minha página. Engraçado como algumas centenas de pessoas de dizem para ser forte e blá blá blá mas nenhuma se dá ao trabalho de ver realmente como você está indo. Eu realmente precisava mudar minha vida. Cansada daquilo, desliguei o PC e me concentrei nas matérias do colégio, algo que já nem lembro a ultima vez que fiz. Acabei por adormecer no meio dos livros.

No dia seguinte acordei já um pouco em cima da hora e comecei a arrumar-me à velocidade da luz. Uns jeans azuis, top cropped florido e uma jacketa curta verde. Nos pés calcei umas sandálias Gripsole pretas. Fiz uma trança em meus cabelos, olhar esfumado e lábios adornados em rosa a condizer com o esmalte. Coloquei uns brincos de prata, uma pulseira original preta e peguei minha mala Cambridge vermelha. Cheguei à cozinha e bebi meu café com creme.

– WHOA! Mais devagar Katniss! – Annie apareceu na cozinha, já sem o uniforme e pronta para a escola. – Ainda te engasgas.

– Estou com pressa – Explico.

– Sim, também eu. Tenho que apanhar o autocarro. Mas não é desculpa para agir como um homem das cavernas.

– O quê? – Não percebi a comparação com o homem das cavernas – Mas bem, eu te dou carona.

Ela estava saindo da cozinha quando parou e girou sobre seus calcanhares.

– O que você disse?

– Eu dou uma carona a você.

– Nossa… E pensar que uns dias atrás você queria despedir-me…

– Ei, em minha defesa, eu acreditava realmente que você roubara meus louboutins.

– E em minha defesa – Ela salientou – Eu nunca roubei nada de você. E seus sapatos foram “pescados” pela sua mãe.

– Aff é sério? Ela me paga! – Bufo. – É melhor irmos.

Entramos no carro e nos pusemos a caminho. Meus pais achavam que era cedo para voltar à escola mas esses últimos dias percebi que não devo ligar ao que eles dizem. Chegamos na escola pouco tempo depois e entramos no prédio.

– Hey, eu vou até ao bar, você quer vir? – Annie perguntou um pouco em dúvida.

– Claro, porque não? – Eu sorri para ela. Afinal, eu não sabia onde Glimmer e Clove estavam.

– Você fez os trabalhos de álgebra? – Eu questionei. – Eu fiquei louca com tanta matemática! Eu acho que estou um pouco enferrujada.

– Acha? – Ela faz uma falsa expressão de choque – Eu nunca pensaria uma coisa dessas. Afinal você foi pelo menos a quatro ou cinco aulas da matéria!

– Eu sei, eu sei, mas matemática nunca foi a minha praia. – Confesso.

– Talvez se você continuar se comportando assim, eu te dou umas aulas.

– Isso seria legal de você – Falo agradecida, um pouco antes de ver Glimmer e Clove.

– Me disseram que Katniss tem saído com Peeta ultimamente. – Clove fala com cara de nojo e eu petrifico no lugar, deixando Annie continuando e falando sozinha.

– Pois é, eu ouvi também! Será que eles andavam juntos antes de Marvel ter morrido? – Glimmer pergunta horrorizada.

– Você quer dizer como amantes? – Clove para refletir em algo – Oh meu Deus, deve ser isso mesmo! Marvel deve ter descoberto e ela matou ele! Ele estava perto do café onde ELA combinou com a gente. E ela foi atropelada porque estava fugindo!

– Oh Meu Deus! – Glimmer deu pulinhos meio que excitados, meio aterradores. – Como ela pode?

– Katniss? Você está bem? – Annie voltou para trás mas eu só conseguia ver minha melhores amigas me traindo pelas costas. Sem responder a Annie eu me dirigi às garotas.

– Vocês realmente acham que eu matei Marvel? Vocês não acreditam na minha inocência? – Eu percebo que estou meio guinchando.

– Você não é quem nós achávamos que você era – Glimmer responde e dá de ombros. – Cai fora que eu não quero ser vista a falar com uma assassina.

– Vocês não podem fazer isso! – Chorei – Eu não matei ninguém!

– Katniss. – Sinto Peeta colocar as mãos nos meus ombros – Vem.

– Não! Vocês não podem fazer isso! – Eu repito consternada.

Peeta e Annie me puxam na direção contrária.

– Acho que hoje é um bom dia para matar aula – Sugere Annie.

– Não, eu não vou matar aula – Falo monotonamente.

– Tudo bem então. Vamos lá.

Eu acho que nunca na vida estive tão atenta em toda minha vida escolar. Eu até coloquei questões e respondi a preguntas. Acho que até os professores ficaram surpreendidos, mas pela primeira vez, eles se surpreenderam pela positiva. No fim das aulas, eu dei as chaves do meu carro a Annie para ela voltar para casa, já que eu tinha o treino da torcida. Ela ficou meia apreensiva mas sempre pegou meu carro. Ela me prometeu que me viria pegar na hora que o treino termina. Quando cheguei ao pavilhão, já arrumada para o treino, encontrei as garotas cochichando.

– Ah, Katniss – Clove falou com voz enjoada e apeteceu-me estragar aquele narizinho que ela conseguiu com plásticas.

– Nós estivemos falando, e como equipe, nós decidimos tirar você da liderança. – Glimmer fala chegando-se à frente e fazendo esvoaçar seus cabelos loiros.

– Não podem estar falando sério! – Disse exasperada. – Vocês não podem fazer isso sem uma boa razão.

– Oh mas nós temos. Você poderia manchar a reputação da torcida com essa sua… situação e não podemos arriscar nosso campeonato. – Clove fala, cruzando os braços numa pose autoritária.

– Ahh sim? E quem vai liderar?

– Nós iremos ser co-capitãs! – Elas sorriem uma para a outra. – A equipa achou uma excelente ideia.

– É realmente uma boa ideia se vocês querem levar a equipa para o fundo. – Vociferei – Eu fiz vocês ganharem 3 anos seguidos e apenas por uns rumores que não são verdade vocês me cortam da liderança?

– Oh não querida, você entendeu errado. – Glimmer falou.

– Nós estamos cortando você da equipa. Estamos expulsando você.

– Eu não acredito que isto está acontecendo. – Choramingo. – Qual o vosso problema?

– Você ainda não entendeu? – Glimmer dá um passo em frente – O nosso problema é você, sua vagabunda assassina!

Para mim aquilo foi a gota de água e sinto a raiva e a adrenalina invadir meu sistema. Como alguém que consideramos nossa amiga a vida inteira pode nos virar assim as costas? A resposta óbvia é que elas nunca foram minhas amigas, só me usaram na sua “escalada social”. Sem pensar, eu dou um tapa na cara de Glimmer. Eu tento sair dali no segundo seguinte mas meu erro foi dar as costas para ela. Ela é forte se atira sobre mim, me fazendo bater de cara nas bancadas. Ela vem até mim e puxa meus cabelos até me fazer fitar ela.

– Acho que você irá pensar melhor antes de me provocar de novo – Ela ronrona.

Eu saio dali com lágrimas a teimarem em cair. Isso não vai ficar assim. Elas não podem simplesmente tomar tudo o que é meu. Atravesso o balneário e saio em direção aos corredores da escola, batendo contra alguém. Ah não… Peeta.

– Ei Katniss, eu pensei que você estivesse no seu treino de torcida. – Ele diz distraído procurando alguma coisa em sua mochila. Quando ergue seu olhar, ele fica tenso. – O que aconteceu com você?

– Fui expulsa da minha própria equipa de torcida – Dou de ombros querendo esconder a frustração – E as coisas ficaram um pouco feias lá dentro.

– Você brigou? – Ele dá uma subtil gargalhada enquanto corre seu dedo pelo meu lábio inferior, limpando o pouco sangue que corria. – Você subiu um ponto na minha consideração.

– Por brigar e apanhar da minha suposta melhor amiga? – Arqueei a sobrancelha.

– Por lutar por aquilo que você quer. – Ele explica.

– Ah entendi. Normalmente eu tenho tudo de mão beijada e não preciso me esforçar – Eu entendo sua insinuação. Peeta abre os seus braços.

– Bem vinda ao mundo real onde pessoas têm que lutar pelo que querem. – Não foi uma acusação, foi mais uma forma de me tranquilizar, como se eu não estivesse sozinha nessa.

– Sim, obrigada. Ei, você é tutor não é? – Ele assente. – Já que eu tenho essa hora livre e Annie não virá tão cedo pegar-me, você me podia ajudar com matemática?

– Claro, é o mínimo que posso fazer, depois do que você fez por Prim.

– Ora, não foi nada. Alias eu acho que nunca me diverti tanto. Ela me lembrou de como eu era antes dessa bagunça no colegial. Acredite ou não, eu era legal antes de toda essa história de garotos, popularidade, dinheiro, tomarem conta de mim.

– Eu não duvido – Ele afirma seguro. – A questão é se você quer ou não voltar a ser aquela garota.

– Eu não sei, de verdade. Eu era legal mas também ingénua. Eu não quero voltar a ser pisada e renegada de novo.

– Sabe, ser simpático com as pessoas não significa que elas irão se aproveitar de você. É só você tomar controlo. – Ele sorri enquanto me abre a porta do centro de estudos do colégio.

– Eu não quero ser hipócrita nem nada mas não é como você fosse a pessoa mais simpática e sociável que conheço.

– Você está errada. Eu sou sociável, mas não com todo o mundo. – Ele diz e se senta em frente a uma das várias mesas e eu me sento na sua frente.

– Estou confusa.

– Eu mostro o que quero mostrar e você vê o que eu quero que você veja. – Explica.

– Então, é como se você tivesse múltiplas personalidades?

– Não exatamente. Eu simplesmente não vou ser amável com pessoas que odeio ou ser todos sorrisos. Isso é chamado de hipocrisia. Eu tenho amigos e eles sim, vem meu verdadeiro eu, porque apenas eles importam. Eu não dou como você que se importa com o que todo o mundo acha sobre você.

– Entendo. Só não consigo perceber como você não se importa com os outros.

– É só você desligar essa parte do seu cérebro. – Ele dá um sorriso – Por falar em cérebro, vamos começar?

Pela hora seguinte, nos focamos em números, cálculos, raízes quadradas…. Peeta era excelente e fazia tudo parecer tão simples. Achei bonitinho o facto de que ele, quando se concentrava, mordia a ponta do lápis e enrugava a testa. Ele era bem mais bonito do que vários caras do colégio. Para falar verdade, acho que ele é super gato. Com seu ar descontraído, sua maneira de ser misteriosa, seus olhos azuis brilhantes…..

– Você está me encarando? – Ele interroga olhando –me pelo canto do olho.

– N-não. Eu só estava pensando o que farei agora sem a torcida…

– Ah vamos lá, não é o fim do mundo Katniss.

– É para mim. – Suspiro – Nunca disse isso a ninguém mas eu recebi algumas propostas de universidades.

– Para entrar nas equipas deles? Uma bolsa? – Eu assinto.

– Mas agora com a expulsão da equipa e as suspeitas que recaem sobre mim, eles irão retirar as propostas. E eu nunca irei entrar numa universidade dependendo unicamente das minhas notas.

– Você não pode, sei lá, arranjar uma nova equipe ou formar uma nova? – Ele tenta.

– Não funciona assim… é

– É permitida apenas uma equipa por colégio.

– É realmente importante para você entrar na faculdade? – Ele pergunta meio abalado.

– É como um meio para mostrar aos meus pais que eu posso ser alguém, sem depender deles entende?

– Então melhor começar a colocar mãos à obra.

– Hein?

– Você precisa das notas, eu vou ajudar você a tê-las.

– Você está falando sério? Me ajudará? – Pergunto estupefacta.

– Claro, e tenho certeza que Annie dará uma mãozinha também.

– Você conhece Annie quão bem?

– Muito bem, na verdade. Ela é minha amiga desde sempre.

– Disso eu não sabia. – Confesso.

– Porque passava demasiado tempo a pensar em você em apenas.

Antes que eu pudesse responder, o celular de Peeta começa tocando e ele apressa-se a atender, me pedindo desculpa.

– Oi Greasy, está tudo bem? – Seu rosto perfeito toma uma feição preocupada. – Como assim? Sua irmã está doente, eu entendo. Sim. Tudo bem, eu ligo para o trabalho e digo que não poderei fazer o turno da noite.

– Ei Peeta, - Eu me intrometo e ele me olha. – Eu posso fica com sua irmã, sem problema algum.

– Não Katniss – Ele nega – Meu turno hoje é das sete da noite às três da manhã.

– Ela dorme em minha casa. Como uma noite de garotas. – Eu falo.

– Você tem certeza que não tem problema?

– Óbvio que não. Pelo menos terei alguma companhia. – Eu sorrio.

– Sim Greasy estou aqui – Ele comunica – E não tem problema, eu já arranjei solução. A que horas parte? Às cinco?

Eu olho para o meu próprio celular e percebo que são quatro e meia.

– Katniss, você se importava de ficar com ela esta tarde também? Eu tenho que terminar um relatório antes de ir para o trabalho e…

– E maninhas lindas podem ser uma distração – Completo sorrindo. – Sem problema. – Mal Annie chegue, vamos diretas a sua casa.

– Obrigada – Ele agradece – Greasy, Annie e Katniss irão aí em pouco tempo pegar Prim. Sim, a morena do hospital.

Percebo que está a falar de mim e inexplicavelmente coro de vergonha. Peeta desliga a chamada finalmente.

– Obrigada pela ajuda com a matéria Peeta. – Digo com sinceridade. – Agora vou indo, Annie deve estar chegando.

– Eu que agradeço pela ajuda com Prim.

– Ah, não é nada. Eu adoro aquela pequena. – Afirmo, me despedindo.

Dirijo-me à entrada da escola onde Annie me espera no meu carro.

– Oi Katniss, deu muitos saltos mortais hoje?

– Claro, só não da forma como esperava – Bufo. Ela olha para mim sem entender – Te explico no caminho. E vamos fazer uma paragem na casa de Peeta.

– Peeta?

– Sim, Eu ficarei tomando conta de Prim hoje à noite então pensei fazer uma festa de garotas. Eu você e Prim.

– Eu não sei… - Ela delibera.

– Ah vá lá! Amanha é sábado! – Eu faço beicinho e ela ri.

– Tá bom, eu topo.

Enquanto ela dirige, eu conto minha tarde.

– Aquelas vagabundas sem cérebro expulsaram você? - Ela guincha. – Não que eu me interesse por torcida mas acho que elas estão sendo irracionais.

– Não há nada que eu possa fazer – Suspiro saindo do carro.

Prim estava sentada nas escadas do alpendre à nossa espera com sua mochila ao lado. Quando ela nos vê, seus olhos brilham. Reconheço as peças que ela está vestindo. São aquelas que compramos no outro dia.

– Uau Prim, você está muito linda! – Annie a elogia.

– Você gosta? – A pequena dá uma voltinha para admirarmos melhor. – Katniss me ofereceu.

Annie olha para mim surpresa e eu dou de ombros, não fazendo muito caso.

– Katniss é um anjo às vezes não é?

– Não, ela é sempre um anjo. Meu irmão sempre fala dela – Prim saltita à nossa volta.

– Fala? – Eu e Annie perguntamos ao mesmo tempo.

– Siimmm! Ele gosta muito de você! Pena que você tem namorado. Eu gostava que fosse minha irmã emprestada. Você foi a única amiga de meu irmão que me deu presentes.

– Ohhh – É a única coisa que eu digo.

– Ei, eu dou presentes a você pestinha!

– Você não conta, você é da família! – Resmunga a loirinha.

– Eu vou despedir-me de Greasy. Katniss, pode arrumar a mochila de Prim e colocar ela no carro?

Eu assinto e ofereço minha mão à loirinha. Abro o carro e a sento na cadeirinha própria para crianças e a mochila no chão ao lado dela.

– Prontinha. – Falo fazendo coceirinhas na sua barriga.

– Obaaa!!!! – Ela grita entre os risos.

Nossa festinha foi demais! Annie pediu à sua mãe, que trabalha como cozinheira para preparar algumas guloseimas. Eu acho que Peeta me vai matar por ter enchido Prim de doces. Vimos uma dezena de filmes meus de criança que Prim queria ver, brincamos com ela às casinhas, às barbies. Ela adorou tanto meus brinquedos, que eu estava pensando em enviar alguns para sua casa mais tarde. Eu já era velha para brincar com eles mesmo… Por fim acabamos por adormecer em frente à TV, Eu recostada no sofá e Prim enrolada numa manta, no meu colo. Annie estava roncando no outro sofá. Quando Peeta chegou, de manha, por volta das oito, foi Annie que abriu a porta. Peeta se abaixou a meu lado e fez carinhos em Prim.

– Você chegou.

– Cheguei. Como correu?

– Muito bem na verdade, acho que podemos repetir um dia. – Gracejo.

Peeta pega na menina com cuidado para não acordar ela e segue para seu carro. Eu vou atrás deles e vejo Peeta deitando Prim no banco traseiro.

– Obrigada Katniss.

– Chega de agradecer – Eu falo sorrindo e ele fica sem jeito. Chego mais perto suavemente e roço nossos lábios. O apanho de surpresa mas ele não recua. Ele junta nossas tetas e sorri maravilhado. No entanto, no segundo seguinte, sua expressão é assombrada e ele afasta-se bruscamente entrando no carro.


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Notas finais do capítulo

E então?? U.U
O que acham que vai na cabecinha de Peeta??
Beijos fofos!



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