The Writer escrita por StardustWink


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

ALGUÉM PODE ME DIZER PORQ EU ESCREVI DRAMA PRA GEKKAN/??? ISSO SEQUER É ///POSSÍVEL///???

...Não sei. Eu só pensei nessa ideia e não consegui parar de pensar nela até ter escrito tudo isso. ;v; Eu até cheguei a esperar p/ postá-la (eu to meio q enchendo a tag com fics, ops) porque queria que coincidisse com o último episódio do anime... E, depois de ter visto o final, eu só fiquei ainda mais animada para vir postar. Hehe.

Eu baseei o título, sinopse e algumas situações da fic na música "The Writer" da Elie Goulding. Até falaria para vocês lerem ouvindo a música, mas... O ritmo dela é muito animado para a fic, então... ówò Por favor, esperem até o fim da fic para me matar lasjdslfjdskl

Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547686/chapter/1

- Eu estava pensando em terminar o mangá.

A declaração vem de repente, num dia de inverno enquanto os três estão numa pausa da edição de páginas.

Chiyo quase engasga no chocolate quente que está tomando, ao mesmo tempo em que Mikorin bate seu copo na mesa com mais força que necessário. No lado oposto, Nozaki está com sua expressão usual, olhos fixos no próprio copo.

- C-como assim terminar, Nozaki? – O ruivo ao seu lado é mais rápido que ela; perguntando com a voz um pouco mais alta que o normal.

- Acho que já estiquei ele por tempo demais. – O mais alto responde, dando de ombros e tomando um gole de sua bebida. – Talvez fazer um arco final e fazer uma pausa até que eu tenha me acertado na faculdade seja melhor, agora.

Chiyo, que ainda tinha a mente parada nas palavras acabar e mangá, finalmente sai de seu transe, piscando e virando-se para ele.

- M-mas, e então...?

- É. – Nozaki parece adivinhar o que ela estava prestes a dizer, seu olhar levemente triste. – Parece que eu não vou precisar da ajuda de vocês por mais muito tempo.

...Não vai precisar mais. É o que permanece na mente dela até horas depois, enquanto ela deita em sua cama, observando os flocos de neve caírem levemente pela janela. Tinha trazido o infeliz autógrafo que ganhara dele durante sua confissão há mais de um ano atrás consigo – o que tratava como um de seus tesouros pessoais – e aperta-o mais contra seu corpo.

Não era como se ela nunca havia pensado em se separar dele, no futuro. É um dos pensamentos que surgem na sua cabeça quando você está no último ano da escola, afinal; mas não esperava que fosse ser tão cedo, tão de repente.

Porque Nozaki e Mikorin são amigos de algum tempo,então definitivamente vão continuar se falando depois disso. Mas será que ela vai conseguir vê-lo tanto quanto antes depois que aquilo tudo acabasse? Será que ele ia querer vê-la?

Chiyo não sabe a resposta para aquela pergunta, e é isso que a entristece mais. De repente, a decepção de não ter agido quanto aos seus sentimentos durante todo o tempo que teve a atingira com força total.

Eu preciso fazer algo quanto a isso... Preciso contar para ele. É o que fala a si mesma, olhos perdidos observando a paisagem lá fora.

Mas, será que surtirá algum efeito agora?

Ela também não sabe a resposta para essa pergunta. E, em uma parte profunda de seu ser, sente-se quebrar por causa disso.

xxx

Olhar para ele depois daquele dia se torna uma tarefa difícil – principalmente porque todas as vezes em que o fazia, lembrava-se da declaração, e Chiyo não sabia ainda como lidar com o peso novo e sufocante em seu peito.

É por isso que ela evita passar na frente de sua sala durante o intervalo, arranja uma desculpa para ficar até tarde no clube de arte e aceita o convite de Kashima para ir comer parfáits antes que ele possa encontrá-la.

Ela sabe que está sendo covarde. Sabe que suas responsabilidades, por mais que estejam no fim, ainda não tinham acabado. Mas Chiyo continua pensando e pensando que se ela não fizer algo agora, nunca mais irá conseguir – e, no final, não tivera a coragem suficiente nem para falar nada, nem para vê-lo.

E a mesma consegue sobreviver a isso por um tempo, até que isso não se torna mais possível.

A sombra dele paira por cima de si mesma alguns dias depois, quando ela para um pouco no corredor. Chiyo não precisa virar para confirmar suas suspeitas; pudera ouvi-lo a chamando alguns segundos antes.

Isso não a impede de ficar parada por alguns segundos sem saber como prosseguir, porém.

- Ah... Olá, Nozaki-kun, Mikoshiba-kun! – Ela vira-se por fim, encarando ambos com um sorriso. O ruivo tem uma expressão um tanto preocupada no rosto – ele provavelmente notara o motivo de seu sumiço – mas permanece em silêncio.

- Sakura, eu sei que anda um pouco ocupada, mas... – O garoto mais alto começa, com o rosto levemente aflito; e ela permite-se pensar por um segundo, que talvez fosse por ela estar sumida, e porque ele sentiu falta dela...

- Você poderia ir ajudar hoje?

...Mas, claro, não é esse o caso.

Ela sente a vontade de suspirar; punindo-se internamente por ainda esperar coisas como aquela.

-... Claro, eu estou livre hoje. – Chiyo força-se a manter seu tom de voz alegre em seguida, no entanto – não podia preocupar aqueles dois agora. – Vou aparecer por lá no horário normal, tudo bem?

- Hm.

A resposta demora um pouco, mas vem. Ela assente novamente, desviando os olhos para o chão, antes de continuar.

- Então... Vejo vocês depois.

Ela dá alguns passos antes de seu nome ser chamado novamente; dessa vez por Mikorin. Chiyo vira-se para o mesmo, que continua com o olhar de antes, e sorri outra vez – ele realmente não devia se preocupar com essas coisas agora; era ela a que normalmente tinha de cuidar dele, não o contrário.

- O que foi, Mikorin?

-... Não, nada.

Ele admite por fim, e essa é sua deixa para sair. Ambos os garotos encaram a ruiva enquanto ela se apressa até o fim do corredor, desaparecendo entre outros alunos.

Mikorin suspira. Do jeito como agira ali, sabia que aquela notícia tinha sido um impacto difícil para ela. E Nozaki realmente não estava ajudando; ele tinha de ser um pouco mais perceptivo, pelo menos uma última vez antes que fosse tarde demais...

- Bom, é melhor irmos, Nozaki. – Ele fala por último, virando-se de costas e continuando a andar.

O próprio permanece parado, encarando o corredor por mais algum tempo antes de finalmente se virar.

xxx

Como esperado, agir normalmente perto dele era impossível; então Chiyo continua a concentrar-se somente em pintar, como sempre faz. As horas passam mais facilmente assim, e ela pode afastar para o canto de sua mente os pensamentos de que essa seria uma das últimas vezes e que ela poderia ter feito algo de diferente.

Pensar neles num momento como aquele era inútil; e a garota tinha decidido pelos menos ajudá-lo no máximo que podia agora que tinha voltado.

É engraçado como, um ano atrás, ela pensou que dar o seu melhor fosse fazer Nozaki finalmente perceber sua existência.

...Agora, porém, Chiyo não cairia mais nessa pequena esperança.

As semanas seguintes são repletas de pinturas e mais pinturas; dela tentando sair com Yuzuki para se sentir melhor, assegurando Mikorin de que estava tudo bem, e evitando ficar perto do garoto que fazia seu coração bater mais forte quando o assunto não era seu mangá.

E ela consegue, pela maior parte. Apesar de que, por não ter conseguido falar seus sentimentos pelo medo de ser tarde demais, ela acabou por não falar nada no final.

Talvez seja melhor assim. Chiyo suspira para si mesma, encarando o papel que terminava. Talvez eu nunca tenha conseguido falar nada porque, simplesmente, não era para ser.

Apesar de tentar se convencer disso, seus olhos ainda queimam e sua garganta se restringe assim que as palavras se fixam em sua mente. Porque não é justo – ela o ama tanto, há tanto tempo, que pensar que todos aqueles anos de nervosismo e olhares prolongados para ele foram em vão é doloroso demais para aguentar.

Então ela concentra-se ainda mais em terminar o que está fazendo e, sem demorar muito, vê-se tendo terminado de editar as páginas.

Pela última vez.

Ah. Ela coloca o pincel novamente no pode de tinta, encarando seu trabalho concluído com o rosto surpreso. Não percebera o que estava fazendo antes, então o peso disso só a atingira quando havia terminado. E agora, não poderia mais voltar atrás para tentar apreciar aqueles últimos momentos melhor...

Dessa vez, seus olhos marejam, e ela pode sentir o início de uma lágrima formando-se pelo canto dos olhos. Mas a enxuga antes que Nozaki ou outra pessoa possa ver; e anuncia com um sorriso que tinha acabado sua parte.

O resto da noite passa como um suspiro; eles comem algo preparado pelo dono da casa, relendo o último capítulo uma última vez – de Mamiko e Suzuki andando de mãos dadas em direção ao pôr-do-sol, prosseguindo, como ela sempre queria ter feito – e Chiyo até permite-se rir um pouco quando Mikorin finalmente descobre, depois de quase três anos de publicação, que era ele o que havia inspirado a protagonista.

Ela guarda suas emoções para si até o final do dia, em que estão parados em frente à porta de Nozaki preparando-se para se despedir.

- Bom, acho que é isso. – Chiyo comenta com um sorriso pequeno, a tristeza podendo ser vista em seus olhos. Os outros dois não parecem estar muito diferentes; afinal, aquele era um mangá precioso para eles, também. Não seria a mesma coisa agora que tinha acabado.

- Sim. – Nozaki responde depois de uns segundos, olhos fixos nos dela. -... Obrigado por tudo, Sakura. Você também, Mikoshiba.

O ruivo ao lado dela assente, com a testa franzida e olhos de quem está prestes a chorar. Ela não pode culpá-lo – está a passos de desabar ali ela mesma.

Mas ela não quer sair assim de lá, não quando aquela é a última vez que talvez faça isso, então Chiyo se segura o máximo que pode e dirige um último sorriso à Nozaki.

- Até mais, Nozaki-kun.

Ela fala, colocando todos seus sentimentos por ele naquela única expressão, implorando para que ele perceba finalmente o que ela trouxe consigo por tanto tempo, por que ela o amava tanto e não queria que esse fosse o fim, por favor-!

-... Até mais, Sakura.

E, como sempre, ele não nota.

Chiyo vira-se depois disso, sorrindo para Mikorin e andando com passos calmos até o elevador. Ela não pode chorar agora, não pode, não pode...

As lágrimas ainda caem, mesmo assim. Mas está tudo bem, porque ele não pode vê-las quando ela está de costas.

xxx

Nozaki continua observando a silhueta dela enquanto Sakura desaparece pelo corredor, o rosto de alguém que tentava compreender um enigma.

- Mikoshiba... – Ele fala, finalmente, sem desviar seus olhos. – A Sakura sempre sorriu desse jeito?

O ruivo ao seu lado o encara por um momento, com o rosto indecifrável. Depois, ele se vira para a mesma direção em que o outro está olhando.

-... Sim. Pelo menos quando era para você.

Dessa vez, ele continua a encarar o corredor mesmo quando o ruivo finalmente vai embora.

xxx

Eles fazem um último encontro numa lanchonete para comemorar o fim do mangá, e passam algum tempo rindo e comentando dos diversos acidentes ocorridos durante o passar do mesmo.

Entre as histórias das experiências de Nozaki com paisagens de fundo, nomes de efeitos visuais e Mikorin envergonhado por ter sido a heroína, Chiyo permite-se relaxar um pouco e aproveitar a companhia das pessoas que também não conseguira ver muito desde o fim de suas idas a casa dele. Afinal, seu senpai já saíra da escola, e ela só via Wakamatsu quando ele vinha procurar Yuzuki, esses dias.

A pessoa de quem ela sente mais falta e a qual ela não consegue olhar no rosto desde aquele infeliz dia de sua despedida encontra-se do mesmo lado da mesa que ela, há uma cadeira de distância. É mais fácil desse jeito – pois ela não precisa olhar em sua direção e ver o quanto ele provavelmente está o mesmo depois de tudo, mesmo quando ela não consegue superá-lo por mais que se esforce.

Hori, depois de algumas horas, se despede com a desculpa de que marcou de se encontrar com o clube de teatro – lê-se Kashima nas entrelinhas – e não quer chegar mais atrasado que a própria estrela do clube. Ela acena para ele e o observa ir, ouvindo distraidamente enquanto seu kouhai fala sobre o último encontro assustador que tivera com Yuzuki à sua esquerda.

Ela está feliz por eles, sério; mas não deixa de pensar o quão injusto aquilo podia ser, que o romance de suas amigas dera tão certo enquanto o dela permanecera o mesmo, imóvel.

Chiyo arruma uma desculpa para sair mais cedo depois disso.

A garota deixa para trás um Mikorin ainda preocupado – é o que ele mais faz por ela, nesses últimos meses, mesmo que ela insista que está bem – um Wakamatsu levemente triste, e um Nozaki com o rosto aflito.

Porque mesmo que ele consiga determinar sentimentos de personagens com maestria e tocar o coração de milhares de leitores, o mesmo se vê perdido quando se tratam de pessoas de verdade.

E ter Sakura não olhando para ele durante o dia inteiro é estranhamente doloroso, do tipo pior do que ele teria quando Mikorin rejeita seus presentes ou Ken-san não responde suas mensagens imediatamente.

Nozaki se vê confuso consigo mesmo. O encontro deveria ter o animado novamente depois de tantos dias em que estivera triste, mas só conseguira sair pior que antes.

A voz de Sakura dizendo “Até mais” sem dirigir seus olhos a ele queima no fundo de sua mente até o fim do dia, quando ele já está em sua casa. O garoto tenta concentrar-se em outras coisas ou até tentar entender o que está acontecendo consigo mesmo, mas não encontra uma solução sequer para suas infinitas perguntas.

Realmente; para alguém que conseguia entender as emoções de jovens com destreza, ele era horrível tentando decifrar a si mesmo.

Nozaki sonha com laços, pincéis e o sorriso dela quando fecha os olhos naquela noite.

xxx

Semanas passam, e logo eles estão há apenas um mês de se formar. Os contatos que ela tem com Nozaki são breves – uma troca de cumprimentos quando passam um pelo outro no corredor, nada além disso – mas a mesma consegue sentir que ainda demorará um pouco até que seus sentimentos desapareçam completamente.

Quer dizer, ela estava perdidamente apaixonada por ele durante três anos – não é como se aquilo fosse desaparecer do nada.

Chiyo canaliza seu foco para a faculdade, então, quando não há mais distrações no clube de artes e páginas para editar. Ela resolve se inscrever para duas diferentes, uma há poucos passos de sua casa e outra mais longe, há duas cidades de distância.

De fato; frequentar a mais perto de sua casa era a escolha mais lógica a fazer – mas ela ouvira de Mikorin que ele iria escolher a segunda opção, então não consegue deixar de enviar sua carta quando descobre.

Ela pergunta-se desde quando começara a ser tão fraca; talvez desde o momento que o vira dormindo por cima da cerca, no primeiro ano. Talvez ela só seja realmente fraca quando o assunto é Nozaki. Chiyo não sabe qual opção é a pior.

Nos dias que se seguem, a mesma tenta se concentrar em fazer mais boas memórias, se distrair, colocar na sua cabeça que seria muito melhor só deixar tudo aquilo ir e se ver livre, pois depois daquele ano eles realmente nunca mais se veriam.

Não é preciso dizer que a mesma é pega de surpresa no dia em que Nozaki a aborda com um pedido de repente.

- É uma história pequena, Ken-san disse que seria melhor continuar lançando algumas coisas para não perder a popularidade. – Ele explicara, a olhando com expectativa. – Eu sei que esse não é o melhor momento, mas...

E Chiyo sabia que ela deveria recusar – afinal, suas tentativas de esquecê-lo teriam de começar a funcionar se eles continuassem afastados como estavam – mas ela não consegue.

Ela sente falta daquilo. Se for para ganhar mais uma última vez, pelo menos agora poderia aproveitá-la como não conseguira antes. Um último adeus, dessa vez absoluto.

Ambos se encontram como antigamente, ao fim da aula; andam lado a lado silenciosamente até a casa dele, sentam-se na mesinha, um de frente para o outro.

Chiyo pega novamente o pincel que sempre a esperava ao seu lado e sente vontade de chorar, por um momento.

A história é pequena e simples – sobre um casal que não parece compreender os sentimentos um do outro até o final, onde por fim notam que são correspondidos. É engraçado, pois pela primeira vez ela pensa que consegue sentir os sentimentos do protagonista também, que ele é mais imperfeito e também humano que antes.

Chiyo encara a página em que os dois estão se beijando por mais tempo que necessário, e parece que ele nota isso.

-... O que foi? Não ficou bom?

- Ah, não. – Ela força um sorriso, colocando a folha novamente na mesinha. – Está ótimo, Nozaki-kun. Eu só estava pensando há quanto tempo não via seu traço, só isso.

Ela espera mais um pouco antes de continuar.

- Você melhorou.

No tempo que eles não se falaram, ele continuou progredindo enquanto ela permaneceu imóvel.

- Obrigado. – A resposta dele dói mais do que o esperado – ela não quis dizer aquilo como algo bom, por mais que tenha sido um elogio. -... Mas eu ainda estou com problemas quanto às emoções.

- Eh? – Dessa vez, ela está confusa. – Como assim? Você sempre foi ótimo nisso, Nozaki-kun.

- É que... – Ele encara a própria página que está editando com o rosto aflito. – Eu não consigo entender direito o sentimento que eles tiveram aqui.

Chiyo encara a página em que ambos estão frente a frente, rostos próximos e prestes a se beijar – finalmente, depois de todos aqueles mal entendidos.

- Eu posso te ajudar, se você quiser. – Ela murmura enfim, abrindo um sorriso pequeno para ele. – Não sei se conseguiria descrever as emoções dessa página também, mas posso tentar.

Ele aceita sua ajuda, ainda assim, e a ruiva se vê ao seu lado, analisando o conjunto final de cenas enquanto nostalgia se acomoda no ambiente.

-... Talvez alívio. Medo de ter ainda entendido errado, talvez de que aquilo não fosse real... – É o que Chiyo murmura enquanto encara o rosto do garoto fictício, a passos da protagonista e tendo acabado de admitir seus sentimentos.

Nozaki continua a encarando, sua silhueta maior e mais alta fazendo sombras por cima de si mesma, e ela resolve continuar.

-... Quando ele começa a se aproximar, talvez o medo comece a desaparecer. Ela vai ganhando confiança, também dando um passo à frente...

- Ele também sente alívio. Ela não respondeu ainda, então o mesmo ainda está indeciso, mas... – O garoto adiciona, em seguida.

Ele realmente está melhor para transmitir sentimentos do protagonista. Seu rosto também está mais perto; não que ela vá parar de falar agora.

- Eles estão de frente um para o outro. Ela ainda se sente nervosa, mas também feliz... – Chiyo continua, depois, antes que uma mão virasse seu rosto para o lado.

Nozaki está a centímetros de distância, rosto concentrado. Ele continua com uma das mãos em sua bochecha, acariciando-a levemente por um momento como o protagonista fizera na cena.

-... Como ela se sente agora? – Ele pergunta, nervosismo presente em sua voz, esperando.

- Progredindo. – Ela responde num murmúrio quando recobra sua respiração.

A distância entre eles tem um fim – finalmente, finalmente, é o coro que ressoa no fundo de sua cabeça – mas, enquanto o beijo do casal da história é curto, eles continuam pressionando seus lábios um contra o outro por mais tempo que necessário.

É como se estivessem compensando pelo tempo que tinham perdido durante todos esses meses.

As referências voam pela janela no segundo beijo, no terceiro, no quarto. Chiyo suspira contra os lábios dele, um sorriso desenhando-se em sua boca.

Ela realmente nunca teria esperado por aquilo quando viera para a casa dele naquela tarde. Estava procurando por despedidas por parte dele, e não recomeços.

Mas Chiyo nunca soubera como ler Nozaki direito; então poderia deixar isso passar, só daquela vez.

xxx

É após alguns anos – depois que ambos se mudam para um apartamento juntos na faculdade a duas cidades de distância e já estão mais que suficientemente acostumados com sua nova rotina - que Nozaki comenta sobre fazer uma nova serialização.

Chiyo o incentiva com vigor, prometendo ajudá-lo com as páginas que precisasse entre os intervalos de suas próprias produções para a faculdade de arte, e também conseguem Mikorin para vir ajudar de vez em quando até quando o mesmo ainda está morando em sua cidade natal.

Ambos estão sentados no sofá, ela encaixada por entre as pernas dele enquanto Nozaki penteia seu cabelo solto e a mesma fala animadamente sobre a garota que conhecera durante a aula do dia.

- Ah, e ela me lembrou um pouco a Yuzuki! Mas não pela personalidade, é porque ela tem o cabelo e olhos da mesma cor, só que eles estavam presos num rabo de cavalo de lado, sabe?

Nozaki observa enquanto ela gesticula - com o rosto alegre e florezinhas parecendo brotar com sua animação - e assente, rosto um tanto pensativo.

- Hm. Rabo de cavalo?

- É! Mais alto que o da Yuzuki, na altura dos olhos!

- Hmmm. – Ele continua com a expressão de antes. – Você acha que combinaria com uma protagonista?

- Eh? – Chiyo sai de seu modo animado para um rosto pensativo, levando um dedo até seu queixo. – Ah, acho que sim? Mas eu também acho legal trocar penteados de vez em quando...

Ela demora uns segundos antes de continuar.

- Isso me lembra! Por que você nunca mudou o penteado da Mamiko, Nozaki-kun? – A ruiva vira seu rosto em sua direção, olhar curioso. – Ela continuava com ele mesmo quando ia a encontros e tudo mais...

- As protagonistas não têm um penteado fixo? – Ele comenta em resposta, levemente confuso – ah, certo, personagens de mangá eram diferentes de pessoas - antes de continuar. -... E, eu gostava daquele. Só que não lembro quando o vi pela primeira vez.

Chiyo pisca, e abre um sorriso em seguida. Ela tem a impressão de que sabia de onde ele tirara aquilo – do primeiro dia em que se conheceram, quando ela lhe dera um de seus laços.

Talvez a relação deles nunca fora exatamente imóvel; ela só precisava de um empurrãozinho para começar.

Ela vira seu corpo para trás, envolvendo-o pelo pescoço com os braços quando ele a encontra no meio do caminho.

Chiyo nunca ousou sonhar que aquilo realmente fora acontecer um dia – de ambos juntos num apartamento cheio de marcas de tinta acrílica e nanquim, se beijando no sofá como se aquilo fosse a coisa mais normal no mundo – como se ele a segurando tão delicadamente fosse a coisa mais normal do mundo.

É quando a garota encontra o olhar levemente tímido de seu namorado - que só conseguia dominar sentimentos de personagens fictícios com maestria, até hoje – que decide que fora melhor assim.

Afinal, sua realidade era muito melhor do que qualquer fingimento que ela poderia ter.

“Você espera

eu espero

Fazendo sombras

interrompidos."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

...Por que será que eu sempre escrevo fics de angst no presente? Who knooooows!!! MAS O FINAL FOI FELIZ ENTÃO POR FAVOR N ME MATEM??

Wow. Eu amo esses dois, cara, e eu precisava escrever algo assim p/ ficar mais tranquila lsdjslkfjdslkf E eu acho que o Nozaki seria tão denso que só se //ele mesmo// percebesse seus sentimentos ou a Chiyo resolvesse, sei lá, BEIJAR ELE DO NADA q daria certo. owo (DEPOIS DESSA CENA DOS FOGOS EU POSSO CONSIDERAR ISSO UM FATO, OK) Então é, a ideia veio daí tmb, risos.

Espero que vocês tenham gostado! (owo)/ E até mais!