Por Violetta *

_Quanta gente. – falei assim que entrei naquele salão. – Essa festa é legal ou ilegal? – perguntei desconfiada olhando para o León.

_Não faço a mínima ideia. – León riu e eu bufei. – Quer beber alguma coisa? – perguntou e eu assenti. – Vou buscar.

León saiu de perto de mim, e eu fui procurar um lugar para sentar. Avistei Francesca sentada em uma cadeira, conversando com uma garota, enquanto bebiam alguma coisa. Aproximei-me delas.

_Até que enfim. – Fran disse sorrindo. – Achei que não viria mais. Senta aí. – continuou. – Onde está o León?

_Foi pegar uma bebida. – respondi.

_Essa é Aline. – apresentou a garota que sorriu.

_Olá. – cumprimentou-me.

_Oi. – respondi simpática.

Começamos uma conversa agradável, até o namorado de Aline chegar e arrastá-la para a pista de dança. Francesca já estava meio “alegre”, e quando eu digo “alegre”, é porque ela já estava sobre o efeito do álcool.

_Amor. – León disse com dois copos na mão. – Te procurei em todo canto. – me entregou um dos copos.

_Aqui estou. – dei um gole, era só energético, León sabia que eu não aprovava bebidas.

_Vamos dançar? – perguntou me olhando sorrindo.

_Hm... – olhei em volta e vi todos dançando a música agitada. – Vamos.

As pessoas dançavam como loucas. E com certeza aquela festa era ilegal. O León pensa que eu sou boba, se foi o Lucas que organizou, não tem nada de descente. Tentei não me importar com isso, mas fica difícil, já que cada pessoa que passava do meu lado tinha cheiro de álcool misturado com alguma coisa, que eu suspeitava ser algum tipo de alguma droga.

Comei a dançar com León, mesmo com aquelas vacas, tentando se aproximar de León de uma maneira completamente indecente. Não me irritei muito, porque o León estava perto de mim, já que ali estava cheio de garotos.

A música agitada mudou para sensual/ barra, vou te seduzir. Olhei para cara do León e ele apenas riu. Meu namorado era tarado em algumas horas e eu sabia disso. Ele segurou em minha cintura, e eu comecei a dançar com ele. Eu não ia muito a festas assim, então nem sabia como dançar essas coisas.

Enlacei meus braços em seu pescoço, dançando praticamente colada nele, não estava muito confortável se é que me entendem. Mas com o passar dos minutos estava me acostumando.

_Acho que vou vir em mais festas assim com você. – ele sussurrou me apertando contra seu corpo.

_Ah nem pense. – falei de volta.

Olhamos-nos e em segundos estávamos nos beijando. É eu estava perdida. León é a minha salvação, a minha perdição. Um dos meus mais loucos desejos, se é que isso é valido. Sem ele não era nada, e com ele eu era tudo e mais um pouco, ou não. Ele me causava essa sensação de preenchimento.

_O que acha de sairmos daqui? – perguntou afastando meu cabelo de meus ombros. Mil e uma coisas passaram por minha mente, e eu não sei se queria que essas coisas se realizassem.

_É... Mas mal chegamos. – falei o que veio na mente. – Vamos ficar mais um pouco. – continuei com um sorriso forçado.

_Pensei que não gostasse dessas coisas. – ele disse me olhando desconfiado.

_Até que está sendo divertido. – eu disse pegando uma bebida, que o carinha estava passando com a bandeja, se eu não me engano, era o Ben, mas sei lá.

_Você sabe que isso tem álcool, não sabe? – León disse tomando o copo de minha mão.

_Ai León. – bati o pé. – Eu vou experimentar pelo menos uma vez, qual o problema? – acho que só experimentar não causaria nada, eu sou contra bebidas, mas nunca tomei nada parecido.

_Você não gosta de bebidas, eu sei disso. – falou levantando o braço, assim eu não alcançaria.

_Quem sabe eu não mude meus conceitos essa noite. – falei desafiando-o.

_É, deixa eu pensar... Não!

_Ai seu chato! – cruzei os braços. – Também não quero mais dançar.

_Será que é tão difícil assim entender que bebidas fazem mal?

_Não, não é difícil, mas eu só queria entender, se faz tão mal... Então porque você bebeu aquela vez que eu pedi que tomássemos um tempo pra pensar na nossa relação? – perguntei com as mãos na cintura.

_Aquilo foi diferente, eu estava mal, você me deixou mal, eu precisava me distrair, e não pensei direito.

_Ah Claro. – bufei. – É melhor irmos embora mesmo.

Dei as costas a ele, e fui em direção a mesa onde eu estava. Francesca estava com o rosto apoiado nas mãos. E eu achei estranho. A tal Aline estava num canto com o namorado dela.

_Hey Fran. – cutuquei a mesma rindo. – Tá tudo bem aí?

_Tá tudo péssimo. – disse sem tirar o rosto das mãos. – To com dor de cabeça.

_Efeito do álcool. – falei me lembrando da conversa com o León.

_Eu sei, mas eu estou consciente ok? E vou me lembrar desta conversa amanhã, mas onde eu deixei meu sorvete?

_Que sorvete? Tá maluca?

_O sorvete que eu comprei... Eu comprei sorvete? – perguntou, mas parecia estar tentando se lembrar, eu ri. – É melhor chamarmos o Marco.

_Fran, o Marco não veio a esta festa.

_Não?

_Não. – respondi gargalhando. – É melhor irmos embora, não quero que você saia carregada daqui. Vamos.

***

Chagamos no meu dormitório, e Francesca se jogou na cama, como se estivesse desabado, toda destruída, tadinha. Tirei seus saltos, e coloquei o coberto por cima dela. Amanhã a mesma iria acordar com uma bela dor de cabeça.

_Já tá tarde é melhor você ir. – falei me virando para o León que observava tudo em silencio. Ele havia me ajudado com a Fran.

_Sobre hoje... – o interrompi.

_Foi divertido. – sorri de lado.

_Desculpe por... – o interrompi novamente.

_Tá tudo bem.

_Amor, que não quero que fique um clima estranho. – ele disse se aproximando de mim, acariciando a minha face.

_Não está um clima estranho sério. Está tudo bem. – falei. – Amanhã a gente tem aula, mas eu duvido que a Fran apareça. – ele riu.

_É, não esquece que nosso vôo é amanhã.

_Nem arrumei minhas malas ainda. – suspirei. – Papai e Angie, estarão no mesmo vôo que nós dois, eles já vão retornar depois.

_Então tá bom. – beijou minha testa. – Até amanhã, cuida da magrela, ela tá mal. – eu ri. León se preocupava com a Fran como se fosse um irmão para ele.

_Pode deixar. – beijei sua bochecha. – Até amanhã.

_Te amo.

_Eu também. – sorri, e assim ele saiu do meu quarto.

Por León *

Está bem bonitinho pra festa. – Kate.

Achei estranha aquela mensagem, Kate, não era de fazer isso, pelo menos não comigo. Decidi ignorar. Ela era atirada mesmo. Talvez nem se importasse com os foras que levava. Tinha visto aquilo lá na festa, mas nem falei nada pra Violetta não se estressar.

_León?

Estava andando segurando o celular em minha mão, distraído, quando escutei o meu nome ser chamada. Olhei para trás, encontrando Kate, com seus cabelos loiros presos em duas tranças. E com uma franja jogada ao lado.

Ela estava não muito vulgar hoje. Usava uma calça jeans clara, e uma blusa que por acaso, não tinha decote nenhum, e sim apenas uma camiseta rosa clara, comum, e seus tênis brancos.

_O que estava fazendo aqui essa hora? – ela disse me olhando estranho. – Não repare, sei que estou feia. – riu sem graça.

_Não, está bonita assim. – falei sem pensar. – Quer dizer... – ela me interrompeu.

_Obrigada. – riu. – Se os guardinhas te virem aqui, você vai pra coordenação. É muito tarde pra estar dentro da ala de dormitórios femininos.

_É, eu sei. – ri. – Estava deixando a Violetta no dormitório.

_Ah... Vocês são muito lindos juntos. – ela disse sorrindo, e quando eu agradecer... – El tem sorte de ter você, Digo, ambos têm sorte.

_É... Obrigada.

_Eu tenho que ir.

_Kate – segurei seu braço, e ela me olhou confusa. – Porque me mandou aquela mensagem na festa? – perguntei sem entender.

_Que mensagem? – pareceu surpresa. – Juro que no mandei nada, aliás, faz tempo que eu não mando mensagem pra ninguém.

_Mas... – peguei meu celular. – Olha.

_Desculpa, mas não fui eu, eu nem fui para a festa. – disse olhando os próprios pés. – Eu estava estudando, preciso de nota, acho que não me esforcei nos primeiros bimestres, e agora to nessa.

_Então devem ter pegado seu celular.

_É, deve ter sido isso. – falei estranhando.

_Não pense o pior de mim, sério, eu estou mudando. – ela disse séria. – Juro que eu não quero dar em cima de você, muito menos acabar com o seu namoro.

_Tá tudo bem então. – ela sorriu.

_Obrigada. – beijou minha bochecha. – Desculpa. – sorriu sem graça.

_Não tem problema, somos colegas não? – falei brincando e ela riu.

_Valeu mesmo por confiar. – agradeceu. – Até amanhã.

_Até. – falei sorrindo.

Fui para o meu dormitório, pensando. Ela parecia mesmo diferente, não só na atitude, mas na sua aparência. Parecia bem mais normal. E ela é uma garota bonita, não precisa se vestir do jeito que se vestida e... Eu tenho que parar de pensar nisso.

Entrei no meu dormitório, e como sempre estava vazio. Lucas estava naquela festa ainda, já que era um dos colaboradores.

Joguei-me na cama, minhas coisas já estavam arrumadas para amanhã, era só ir pra escola e pegar um vôo pra Buenos Aires.

Estava pensando na viagem, quando meu celular vibrou.

“Foi uma colega que mandou a mensagem, me desculpe, vacilei com o celular” – Kate.

“Não precisa se desculpar, está tudo bem.”

“Obrigada, mais uma vez. Boa Noite Vargas, e bons sonhos.” – Kate.

“Boa noite Mackenzie.”

“Não me chame pelo sobrenome! rs” – Kate.

“hahah, Boa Noite Kate”