Por Angie *

_Meu amor, porque você está tão nervoso hoje? – perguntei a Germán que estava inquieto mexendo no celular, enquanto eu lia uma revista qualquer de moda feminina. – Isso não tem haver com sua filha que virá com o namorado aqui, certo?

_Quer saber... Tem a ver sim. – ele disse suspirando cansado e eu deixei a revista de lado. – Não suporto vê-la crescer. – desabafou e eu ri. – Eu estou falando sério Angie. – ele disse me olhando.

_Eu sei que está. Mas ela não seria uma eterna criança, mesmo que você quisesse. – falei. – Ela sabe se cuidar, além do mais... Você deveria confiar na Violetta. O relacionamento dela e do León é muito lindo, e raramente vemos um casal de namorados jovens, juntos por muito tempo, como eles.

_Eu sei, mas é difícil. Eles são tão jovens para ficar declarando o amor deles a cada segundo que passa. E eu não sei se gosto disso.

_Eles só querem aproveitar o tempo juntos, não vejo nada de mais em declarar o amor que sentem um pelo outro a cada segundo, se eles se amam, o que tem de errado nisso?! – perguntei não entendo aquela contradição de Germán.

_Não sei Angie, mas eu acho que a Violetta é muito novinha para isso. Ela e o León são tão ingênuos, que tenho medo do que aqueles dois são capazes de fazer quando estão sozinhos um com o outro.

Por León *

_León, melhor pararmos por aqui. – Violetta sussurrou em meu ouvido, quando sentimos que aquilo estava indo longe demais para um simples momento de namoro.

_Ah não – resmunguei caindo ao lado dela na cama. – Estava muito bom, ai você vem com essa chatice de “pararmos por aqui”.

_Claro, porque se não fosse por essa minha “chatice”, você e eu estaríamos perdidos. – falou arrumando a camiseta que estava desajeitada em seu corpo. – Sabe... Agora eu acredito naquele estudo que diz que a mulher amadurece primeiro que o homem. Você não tem limites León.

_Quando estou com você ultrapasso todos os limites possíveis. E bom, não tenho como controlar isso, se é que você me entende. – eu disse com um sorriso nos lábios.

_Se você não parar de ser safado desse jeito, terei motivos para saber o porquê do meu pai não ter confiança em você. – Violetta disse e eu revirei os olhos.

_De novo com esse assunto? Eu sou muito confiável, e você sabe disso. – rebati se sentando na cama e a olhando com seriedade.

_Não sei não. – provocou-me. – Sua camisa está aqui. – falou me entregando, já que no meio do nosso momento ela “escapou” do meu corpo. – É melhor você se aprontar, porque daqui duas horas, nós vamos para hotel.

_Ah claro, como eu ia me esquecer do jantar com o seu pai. – eu disse irônico. – Vou tomar um banho, e a princesa gostaria de vir comigo?

_Se fecha Vargas! – disse se levantando da minha cama, e saindo do meu dormitório correndo, eu ri, ela ficava linda desconcertada.

Por Francesca *

_Hã... O que você quer aqui Marco? – perguntei deixando o pote de sorvete de lado, enquanto o mesmo sentava na poltroninha de frente para a minha cama. – Não temos nada para conversar, não agora.

_Temos sim, e você sabe bem disso. – ele suspirou. – Eu só queria entender o motivo pelo qual vocês dois fizeram aquilo comigo e com a Yasmim.

_Pela última vez: Eu não fiz nada. Eu não fazia à mínima ideia de que ele iria me beijar naquele momento. Eu nunca passei por nada disso Marco, e você não sabe o quanto eu já estou sofrendo. – falei já chorando rios novamente.

_Mesmo assim, eu não consigo esquecer aquela cena. Não consigo não fechar os olhos, e impedir que venha a imagem de vocês dois juntos. Pode ter certeza que eu estou sofrendo muito mais do que você Francesca.

_Se é para você ficar me dizendo essas coisas, fazendo com que eu fique pior do que eu já estava, pode ir embora, não quero me sentir um lixo, o que já estou me sentindo. – falei ainda chorando.

_Eu só quero que nos resolvamos. – ele disse baixinho olhando para os próprios pés. – Não quero ficar sofrendo pelos cantos, sem nenhuma explicação.

_E o que você sugere que façamos? – perguntei temendo demais a resposta.

_Eu realmente não sei, mas não quero continuar mal. Precisamos esquecer o que aconteceu, e não vejo alternativa a não ser... Dar um tempo.

_Você sabe que não existe esse negócio de dar um tempo, ou terminamos, ou continuamos juntos.

_Não Francesca, nós vamos dar um tempo. Precisamos pensar e refletir, e tudo que eu menos quero, é jogar esses três anos de namoro fora.

_Tem razão... Então vamos dar um tempo. – falei chorosa. – Mas você não confia no que eu te digo, então de que vai adiantar?

_Eu juro que vou pensar e tomar a melhor decisão, mas no momento é melhor nos afastarmos, pelo menos por enquanto, até esse clima estranho passar.

Ouvimos alguém bater na porta, com certeza era a Violetta, eu estava de mau-humor quando a expulsei de nosso quarto, sei que não deveria ter a tratado daquela forma, mas eu estava estressada. Marco abriu a porta, e sim, era ela, e estava com uma carinha preocupa. Onde ela esteve em todas essas horas?!

_É... Oi. – ela disse desconcertada. – Não quero interromper a conversa de vocês, mas é que eu preciso pegar umas roupas, e tomar um banho rápido. – ela disse entrando rapidinho no quarto.

_Tudo bem, eu já estava de saída. – Marco disse me olhando com um sorriso triste nos lábios. – Nos falamos em breve Francesca. – disse acenando com a cabeça e eu assenti.

Ele saiu do quarto e Violetta ficou parada, olhando para o nada. O clima estava um pouco pesado dentro daquele quarto. E eu sei que ela não tinha nada a ver com a minha complicada situação.

_Bom, antes que você me expulse novamente, eu vou te deixar sozinha. Só vou me arrumar, porque eu tenho um jantar com o meu pai e o León. – falou indo em direção ao guarda-roupa e tirando de lá um vestido verde água, de renda, que se eu não me engano, havíamos comprado juntas.

_Não se... Preocupe, não vou te expulsar. – falei baixo e ela parou o que estava fazendo. – Desculpe por ter te tratado mal, eu estava nervosa, não era para eu ter descontado em você, me desculpe.

_Tá tudo bem Fran, eu também já tive muitos momentos assim, e você me suportou em todos, então está tudo bem. – disse me dando um abraço apertado. – Agora eu realmente tenho que me arrumar, porque o León é muito impaciente com a minha demora de me produzir. Com licença. Mais tarde conversamos, e eu prometo te ouvir o tempo inteirinho, sem exceções.

Eu ri fracamente e ela voou para o banheiro, então voltei a assistir ao filme e a comer o sorvete que estava me deixando com frio e dor de cabeça.

Por León *

E estava nervoso. Tudo bem que não era a primeira vez que eu jantava com o meu sogro, mas sempre ficava um clima desconfortável, ele sempre parecia estar querendo me fuzilar com aquele olhar de bravo.

Eu estava arrumando a gola da minha camiseta branca, mas estava enrolando o máximo, pois a Violetta demora horas para se arrumar inteira, e depois conferir se não está faltando nada.

Peguei o pente para arrumar meu cabelo, quando escuto o meu celular tocar. Sem pressa alguma, me dirigi até o meu criado mudo, que era onde o objeto irritante tocava sem parar. Olhei no retrovisor e pude ver que era Ludmila.

_O que quer pirralha? – perguntei atendendo.

_É Ludmila, ok? – disse com aquela voz chatinha que só ela tinha. – Te liguei para saber como você está.

_Estou ótimo, e você? – perguntei colocando meu relógio de pulso.

_Muito bem. – respondeu. – E a Violetta, como está? Tentei ligar para ela, agora pouco, mas a ligação caiu na caixa postal, está tudo bem?

_Ah, ela deve estar no banho, por isso não atendeu, mas ela está bem também.

_Te liguei também para saber se você vai mesmo confirmar presença no casamento da Mel, você e a Vilu tem que vir. Estava conversando com ela, e a cerimônia vai ser incrível, você não sabe como estamos ansiosos.

_Imagino. – murmurei não gostando daquela situação. – Mas sim, eu e a Violetta iremos nessa cerimônia. – respondi. – Mas alguma coisa?

_Não, além de se cuida. – disse e eu ri. – Te amo, até breve.

_Também te amo. – falei ainda rindo, e assim desligamos.

_Posso saber quem era?! – escutei uma voz um pouco bravinha soar pelo meu dormitório.

Olhei para trás, encontrando Violetta parada na entrada de meu quarto. Ela estava linda, como sempre, mas suas expressões faciais não eram uma das melhores. Ciúmes. Só pode ser isso.

_Está linda, meu amor. – elogiei-a e a mesma cruzou os braços.

_Você não respondeu minha pergunta. Quem era? E porque você disse que a amava? E não tente me enganar, que eu sei que não era a sua mãe. – disse irritadinha. Vindo em direção a mim.

Nesse exato momento escutei risadas altas e passos, vindo também em direção ao quarto. Era o Lucas. Ele entrou rindo da situação.

_Agora quero ver dar explicações para essa baixinha hein Vargas. – falou rindo, e Violetta estava ficando vermelha, provavelmente de raiva.

_Cala a boca. – falei um pouco alto.

_Os garotos chamaram a gente para um jogo amanhã. Você vai? – perguntou se jogando na cama ao lado.

_Ah sim, claro que eu vou. – confirmei. – Não perderia isso por nada, aqueles garotos, do time adversário, vão perder como nunca perderam na vida. – falei e logo nós dois rimos.

_Vargas, eu ainda estou aqui se você não se lembra. E quero as minhas respostas. – Violetta disse batendo o pé, eu tive que ri, ela era muito ciumenta.

_Amor, era a minha prima. – falei ainda rindo e ela descruzou os braços. – E você fica maravilhosa com ciúmes do seu namorado. – falei levantando seu queixo e lhe dando um selinho rápido.

_Casal meloso vocês hein! – Lucas disse irônico e Violetta riu.

_Desculpa, não queria ter um crise. – falou meiga e eu beijei sua testa.

_É melhor irmos agora, porque eu não estou a fim de levar uma bronca da diretora por causa do horário, e já está bem tarde.

_Tem razão, vamos. – falou enlaçando nossas mãos.

***