Em Busca do Passado escrita por Franflan


Capítulo 18
Fim


Notas iniciais do capítulo

É isso ae meus anjos, essa parte da estória esta oficialmente terminada... Espero que gostem... Mas ja lhe aviso, logo sai uma pequena continuação kkkkkkkkk



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A cidade portuária se amontoava toda perto do porto, suas casas todas coloridas e uma acima da outra, atrás dela uma enorme extensão de arvores se erguiam acompanhando a montanha, o verde era magnifico e possuía um perfeito contraste com as cores vivas das casas e o azul celeste do oceano.

A movimentação dentro do Blood Baron era intensa, os homens trabalhavam freneticamente e em perfeita harmonia, todos seguiam os gritos e ordens de seu exigente capitão, enquanto que em seu mastro principal um ponto flamejante se destacava. O vento acariciava a face da garota, ela relaxava lá em cima e não precisava se preocupar com o capitão em seu pé. Com a aproximação do porto ela pulara do mastro para o deque, mas não vira que o capitão estava ali e acabou caindo justo em frente a ele.

– Não pense que você ira andar pela cidade sozinha!

Apesar de sentir o frio na barriga e um pequeno pânico se instalar em seu ser ela não deixou transparecer nada disso.

– Mas eu não estou pensando em nada disso, eu simplesmente vou sozinha!

– Salácia você não conhece a cidade e muito menos as pessoas que vivem ai então não discuta comigo!

– Não estou aberta a discussão capitão, eu vou sozinha e ponto!

– Salácia...

– Qual é Kallel, eu sou perfeitamente capaz de me virar sozinha!

– O problema não é esse!

– Então qual é?

– O porto das Górgonas é conhecido por seu auto índice de prostituição!

– E?

– Você pode ser confundida...

Salácia o encarava boquiaberta.

– Você realmente acredita que eu posso ser confundida com as mulheres que você costuma sair?

– Não, mas eles tratam todas as mulheres ali como se elas fossem, por isso me deixe com a consciência tranquila e vá comigo!

– Vou poder quebrar a cara do primeiro que insinuar que eu sou...

– Pode!

–Ótimo você vem comigo então!

Assim que o navio atracou Salácia pulou para fora do navio e atraiu muitos olhares indiscretos, mas o homem o seu lado também levava muitos olhares, porem era das poucas mulheres que havia nas ruas, tanto os olhares masculinos, quanto os femininos começavam a irritar a menina profundamente, suas mãos estavam fechadas em punhos, suas feições fechadas desencorajava qualquer um de tentar se aproximar e as mulheres que juntavam coragem para ir falar com o moreno recebiam um olhar tão mortal que as faziam mudar de ideia rapidamente.

Kallel andava despreocupadamente ao lado da ruiva, porem podia perceber a irritação dela.

– Porque esta tão tensa Salácia?

A ruiva o olhou de canto de olho e apenar murmurou por entre os dentes.

– Não abra essa sua maldita boca ou eu lhe arranco todos os dentes!

O moreno apenas sorriu de canto e voltou seu olhar para onde andava, ignorando os olhares vorazes das mulheres. Não passado muito tempo Salácia pensava que estouraria de tanta raiva.

– Como vamos encontrar essa garota no meio desse antro?

– Se você quiser eu posso perguntar para aquelas moças ali e...

Salácia pegou o homem pela orelha e o puxou até seus olhos se encontrarem na mesma altura.

– Se você se atrever a chegar perto de qualquer uma dessas mulheres enquanto eu estiver do seu lado comece a dormir com os olhos abertos porque se eu te pegar eu juro você não será capaz de se reproduzir nunca mais!

Os olhos dela chegavam a perder e recuperar a cor rapidamente, sinal de que ela ainda estava a controlar sua própria raiva, por instinto ele engoliu em seco e apenas concordou com a cabeça.

– Então como vamos encontrá-la?

– Você fica aqui e eu vou falar com aquelas criaturas, mas se você sair daqui ou falar com qualquer vadia que vier atrás de você...

– Eu sei, nunca mais serei capaz de me reproduzir!

Salácia respirou fundo e lhe lançou um ultimo olhar antes de se virar e seguir em direção a duas mulheres que usam trajes minúsculos.

– Com licença, mas será que uma das duas poderia me dar uma informação?

As mulheres se entreolharam.

– Desde que seu amigo ali possa se divertir conosco, não vemos problema algum de lhe passar alguma informação!

Salácia fechou os olhos para tentar se acalmar, porem aquilo não resultou em calmaria, sua raiva apenas aumentou e ao abrir os olhos eles já possuíam um tom mais claro de azul.

– Meu amigo não pode e não ira se divertir com vocês, agora ou vocês me passam a informação que eu quero ou vocês não iram ver o sol nascer amanha!

As mulheres se olharam assustadas.

– Certo, o que você quer saber?

– Quero saber se vocês conhecem a garota com olhos de dragão!

– Olhos de dragão... Olhos de dragão... Será que ela esta falando da estranha?

– Estranha?

– Sim, ela possui os olhos iguais a de um gato, pouco se socializa e não aproveita a vida!

– Ela é totalmente maluca, poucas vezes aparece por aqui, mas sempre que aparece causa grande confusão, afinal os homens a confundem conosco e tentam algo com ela, mas quando eles vêm seus olhos se assustam!

– Por quê?

–Porque dizem que ela é filha do demônio, por causa dos olhos e de seu estranho dom!

– Dom?

– Sim ela consegue prever o futuro da pessoa que lhe tocar e as vezes pode dizer o que vai acontecer sem tocar ninguém!

– Provavelmente ela já sabe que você esta atrás dela!

Salácia respirou fundo.

– Qual o nome dela e onde ela vive?

As mulheres reviraram os olhos e cruzaram os braços abaixo dos seios, assim os fazendo quase pular para fora do decote de seus minúsculos tops.

–Seu nome é Lyra!

– Ela vive no cume da montanha da Gueixa!

– Você deveria deixa-la em paz, ela não gosta de estranhos!

– E provavelmente nem a quer por perto, por isso não veio ao seu encontro!

– Obrigado pela a informação, mas eu dispenso o aviso de vocês!

Ao se virar Salácia quase explodiu de raiva, Kallel estava com duas mulheres com grandes seios, quadril largo e cintura estreita, a sua volta, ele poderia não estar dando atenção a elas e encarava qualquer ponto acima das nuvens, mas as mulheres não pareciam interessadas em deixa-lo em paz. Com uma raiva que não sabia possuir Salácia marchou para perto dele.

– As duas perderam algo perto dele?

Uma possuía um tom oliva de pele e olhos negros a outra era loira de olhos castanhos e pele de porcelana, mas ambas usavam uma micro saia e um tomara que caia, que realmente iria cair se elas se mexesse muito rapidamente.

– Queridinha, faça um favor, caia fora, que nós estamos no meio de algo aqui!

– Vocês não estão no começo, meio, ou no fim de nada, agora, vão embora antes que eu me veja mais do que no direito de quebrar a cara de vocês duas por mexerem com o homem dos outros!

– Quem você pensa que é em ruivinha?

– Eu sou a pessoa que vai quebrar as duas em duas e vai sair sem um único arranhão!

– Já brigamos com vadias muito melhores que você queridinha, então caia fora!

Kallel não sabia se ria ou se tirava a ruiva de perto das duas, enquanto que a Salácia estava indecisa sobre quem atacar primeiro, a loira ou a morena. Ar parecia circular a garota furiosamente, fazendo seus cabelos balançarem e parecerem com chamas, com medo de que a ruiva arrumasse mais confusão o moreno a enlaçou pela cintura e a segurou.

– Perdoe-a moças, ela não sabe controlar bem o temperamento dela, e infelizmente eu não tenho tempo para brincar com vocês, como pode ver ela já me consome todo tempo que tenho, agora se me dão licença!

Kallel praticamente arrastava Salácia com ele pela cintura, enquanto que ela ainda encarava as mulheres furiosamente, quando do nada se sente ser jogada contra uma parede e recebe um olhar furioso do moreno.

– O que pensa que esta fazendo?

– Mantendo você longe de encrenca!

– E arranjando você mesma ela?

– É!

– Fale a verdade, você estava com ciúmes!

Salácia estreitou os olhos para o homem a sua frente e se aproximou perigosamente.

– Ciúmes? De você? Um cara que é naturalmente mulherengo, que eu sei que não quer nada com nada? Kallel eu te conheço, porque eu deveria sentir ciúmes de você?

– Porque você esta apaixonada por mim!

Salácia relaxou e encostou-se à parede, ganhando certa distancia do homem.

– Um beijo não prova que eu gosto de você Kallel, foi coisa do momento, aconteceu, quer dizer que sentimos atração, mas nada mais profundo que isso!

Kallel sorriu sensualmente e aproximou mais seu rosto dela, até que um podia sentir a respiração do outro.

– Sim, somos muito atraídos um pelo outro, mas o beijo, que foi interrompido, teria evoluído para algo mais se não tivessem nos interrompidos, e isso prova que o que você sente por mim é muito mais que atração!

– Não se sinta tanto assim Kallel, afinal não sou a única envolvida nisso, você dormir comigo também significaria que você sente algo a mais por mim!

– Eu durmo com qualquer uma Salácia, pra mim basta usar saias que já esta ótimo, e o que se faz nessas horas não é necessário envolver sentimentos é tudo uma questão carnal, não deveria se iludir!

– Eu? Me iludir? Qual é Kallel, você seria o ultimo homem na face da terra com quem eu me iludiria, você é um mulherengo de marca maior, isso nunca vai mudar, tanto que é por você não querer mudar, mas no dia em que você conhecer a mulher da sua vida, aquela com quem você realmente se importar, aquela por quem você faria de tudo, que fara seu mundo ficar de ponta cabeça, eu só espero que quando você a encontrar não seja tarde demais, pois se continuar assim mulher alguma ira lhe querer ao seu lado e acredite, eu não quero um homem como você como meu parceiro pra vida!

O homem parecia que havia levado um soco no estomago, o sangue do rosto havia sumido, o ar parecia escasso e aos poucos seus olhos pareciam opacos, enquanto que a garota mantinha os olhos febris de raiva, o rosto vermelho e a face fechada.

– Agora se você já acabou, podemos seguir em frente e encontrar a Lyra? Pois quanto antes encontra-la mais rápido eu descubro onde infernos a minha mãe se enfiou e essa busca acaba!

Salácia passou por Kallel com um trombar de ombros, já de costas para ela as primeiras lagrimas deram sinal de vida, mas ela se recusava a chorar, não deixaria que ele as visse, já havia cansado de ser descoberta chorando por alguém. Suas mãos estavam fechadas em punhas para conter sua raiva e suas lagrimas, assim como sua mandíbula estava trincada, o ar a sua volta parecia revoltado, era uma força invisível que não permitiria que ninguém se aproximasse.

Uma estreita trilha era o que os levaria até o topo da colina, sem pensar duas vezes ou olhar para ver se o homem a seguia Salácia adentrou a trilha e se aventurou a subir a colina.

Kallel já fora mais cuidadoso, olhara para trás para ver se alguém os vira ou os seguiria, porem nada fora detectado e logo ele seguia a garota.

A subida era íngreme e difícil, pois a qualquer momento parecia que eles poderiam escorregar ou tropeçar nas raízes das arvores que se sobrepunham a terra. O suor lhe escorria pelo rosto, o cabelo lhe grudava na testa e seus joelhos falhavam.

– Quanto tempo ainda de subida Salácia?

A ruiva não estava em um estado melhor do que o homem, mas ela aproveitava a subida observando a paisagem ao seu redor, o quanto o verde das arvores, o amarelo dos raios solares e o cinza das pedras combinavam em si e encontravam sua própria harmonia.

– Não sei Kallel!

– Deveríamos ter pedido para que alguém nos guiasse!

– Pra ter mais um falando no meu ouvido em um lugar isolado onde um corpo morto facilmente serviria de alimento para animais e nunca mais encontrado? Acho que não!

– Você não acha que esta muito homicida hoje não?

Salácia respirou fundo e uma brisa fresca passara por si.

– Sim eu acho que estou então creio que seja melhor para a sua saúde se manter quieto e não torrar a minha escassa paciência!

Kallel não saberia se foi a frase ou o olhar que a mulher lhe lançou que o fez se calar, mas naquele momento ele realmente sentiu que sua vida corria risco, por isso se calou pelo resto da subida.

No topo da colina a vista e o ar eram maravilhosos, as nuvens rodeavam tudo e de um lado se podia ver o oceano se estender pelo horizonte e do outro um descampado que logo dava inicio a descida da colina e a floresta que ali vivia, mas no meio disto tudo uma pequena cabana ali existia, era simples, coberta de trepadeiras e cercada por rosas amarelas e verbenas roxas. De dentro da cabana uma doce voz vinha, o canto era calma, serena e amorosa. Respirando fundo Salácia se aproximou e levantou o punho para bater na porta e foi quando a voz que cantava se calou.

– Entre querida, a porta esta aberta!


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