Fazer Amigos escrita por Nuvenzinha


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas~ Como vão vocês? Espero que estejam muito felizes hoje, pois não quero levar um tapa na cara. LAHDGLAKGHADGKLSDGHSDKL Esta é minha primeira fanfic de Shingeki no Kyojin, like, EVER. Acompanho o mangá já muito tempo, já li bastante coisa no tumblr e em livejournals em inglês, mas nunca tinha escrito algo a respeito, pelo menos, até a minha amiga, a menina Jenniffer (usuário JennyNightray), me mandou alguns prompts no tumblr e dois deles eram LeviHan - um dos meus mais fortes OTPs. Não pude deixar de escrever!Mas, devido a minha falta de experiência em escrever tal coisa, não esperem grande verossimilhança com os personagens. Tentei seguir minhas interpretações deles - Levi sendo um garoto tímido, socialmente estranho; Hanji sendo bastante simpática, mas, ainda, bastante temperamental (e um tanto assustadora quando está brava) -, mas nada lhes garanto. Por essa razão, fiz uma fanfic curta. Fiz um esforço para manter-me fiel, thou! Então, vamos ver o que acham~~



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Era seu primeiro dia de aula numa escola nova e ele estava bastante nervoso.

Levi nunca foi muito bom em fazer amizades. Sendo um tanto tímido, introvertido, tendo um ar intimidador para as demais crianças onde quer que fosse e estando numa sala sem nenhum conhecido, já imaginava que interagir com os outros seria um tanto difícil. Então, quando chegou em sua nova classe e foi apresentado por sua professora, recebendo olhares estranhos e um cumprimento pouco animado de seus coleguinhas, não ficou tão chateado quanto a maioria das crianças ficaria. Também não se importou muito quando ninguém quis que ele sentasse perto, acabando por dividir a mesa com outro menino solitário num canto. Aquilo já lhe era familiar, acontecera na antiga escola também.

Mas não pôde deixar de sentir-se mal a hora em que todos foram para o intervalo. Algumas crianças estavam brincando de pega-pega, outras jogavam bola, pulavam corda, divertiam-se nos brinquedos do parque, e ainda tinham algumas construindo castelos no tanque de areia, mas ninguém estava muito disposto a deixar “um garoto baixinho e esquisito” entrar no grupo. Além disso, aquele menino com quem havia sentado-se na classe, Erwin, havia sumido, então acabou indo passar o seu tempo nuns balanços vazios, juntos de uma árvore mais isolada na escola, próximo da cerca. Dava para ver as pessoas passeando na rua e, sem muita escolha, distraiu-se com isso.

Mas, por mais distraído que estivesse, não deixou de notar a aproximação de alguém. Veio sentar-se no balanço ao lado uma menina. Era pouco maior que ele, estava com os joelhos, cotovelos e até as bochechas machucadas, com curativos coloridos por cima de tais feridas, trazia consigo uma sacola de papel grande. Seus olhos grandes e curiosos miravam-no por trás de seus óculos de lente grossa enquanto ela sorria.

–Por que cê tá sozinho aqui? - Levi acanhou-se com a pergunta, franzindo o cenho e se encolhendo no balanço. Não que sentisse medo dela, mas algo na curiosidade da garota o incomodava. Apesar disso, ela continuou sorrindo, balançando-se devagar. - Eu nunca te vi por aqui, você deve ser aluno novo.

Ele apenas encarou-a alguns segundos, sem saber bem o que fazer. Não que ela parecesse ser má… Na verdade, ela parecia ser bem legal (apesar dos hábitos de higiene bastante duvidosos), mas não era exatamente bom em manter conversas. Na falta de algo para dizer, respondeu apenas com um aceno positivo com a cabeça e um sorriso bem, bem tímido, que muito provavelmente não seria notado. Não parecendo se incomodar muito, continuou comentando algumas coisas, como o quanto achou engraçado quando um colega dela se assustou com uma lagarta em sua bolsa e quase caiu, repetindo uma piada que ouvira as crianças mais velhas falando, discursando a respeito do personagem de desenho favorito dela, vangloriando-se do besouro raro que encontrou no jardim e guardou num potinho.

Era uma garota bem estranha, não dava pra negar, mas era muito enérgica, emplogada, sendo bem mais divertida do que as meninas cor-de-rosa da sua vizinhança. Ria bastante com o que ela dizia (bastante para os seus padrões) e até achava a ideia de colecionar algo interessante, mas a ideia de pegar insetos era muito nojenta.

–Cê é do tipo quietão… - Ela observou de repente, parando de se balançar e pendendo a cabeça um pouco para o lado, momentaneamente séria, mas logo ria de novo, dando pulinhos no balanço de madeira. -Eu gostei de você! Qual seu nome?

–É… Levi. - toda aquela animação vinda dela arrancaram-lhe uma risadinha, o que não tornava a apresentação menos constrangedora. Era a primeira vez que lhe dirigia a palavra, afinal.

–Levi… Que nome legal! - bateu com os pés no chão, com um sorriso enorme no rosto, mostrando que era bem mais banguela do que imaginara inicialmente. - O meu é Hanji! - levantou-se, então. - Ei, quer brincar?

A última pergunta foi feita com o saco de papel estendido diante de seu rosto. Aquela era uma das coisas que mais o estava intrigando: O que será que tinha ali dentro? Eram definitivamente brinquedos, já que brincariam com o que estava lá, mas… Que brinquedos seriam? Bonequinhos? Lego? Ou algum jogo de cartas? Talvez... Alguma coleção secreta? Mesmo sem saber o que tinha lá dentro, fez um sinal positivo entusiasmado, levantando-se também. Sendo guiado pela mão (eca, ela havia pegado insetos com aquela mão!), saíram de perto da pobre árvore solitária, cruzando o pátio todo, até encontrarem um lugar vazio, embaixo de uma escadaria da escola. Foi só lá que Hanji abriu a sua grande sacola de papel e mostrou-lhe o que havia lá dentro.

–Mamãe me deu de aniversário essas quatro, - apontou com sua pequena mão os potes de massinha colorida de tampa roxa, azul claro, verde e rosa; junto dessas, haviam potes de outros tamanhos, marcas e cores, algumas dessas cores sendo raras de encontrar - as outras já são velhas.

Velhas ou não, ele nunca tinha visto tantas massas de modelar diferentes juntas. Estava tão fascinado, maravilhado com isso, sonhando em ter tantas assim, que nem ouviu o que a garota disse durante alguns segundos. Naquele pequeno trânsito hipnótico, entendeu apenas que Hanji teve de lutar com unhas e dentes para conseguir algumas daquelas cores e um pedido para que ele não fizesse esculturas com mais de uma cor para não misturarem, e Levi estava ok com isso. Era tudo dela, não podia contestar contra suas regras (por mais que quisesse).

Sentaram-se ali e repartiram as cores entre si, o menino pegando as cores primárias, laranja e verde, e a dona ficando com as demais cores, cada um seguindo um tema diferente. Levi decidiu usar as massas vermelhas e azuis para fazer alguns dos dinossauros do museu onde sua mãe o levou na semana passada, as demais cores fez alguns ovos e uma árvore. Hanji seguiu um caminho completamente diferente: Ela decidiu fazer seres humanos gigantes, que chamava de titãs. Eles tinham rostos muito feios.

–Este é Sawney! - ela disse alegremente, apontando para o boneco roxo, mais baixo, com os olhos arregalados - E este é o Bean. - apontou, então, para o outro, o mais esquisito deles, com um sorriso enorme no rosto.

–Como eles são feios. - olhou-os com desprezo, tapando os olhinhos de seus dinossauros com as mãos, como se aquela visão fosse deixá-los doentes. Hanji sentiu-se muito ofendida e fez questão de demonstrar, encarando-o com um olhar raivoso. - E por que deu nomes à eles?

–Eu dei nome pra eles porque eu posso. - respondeu com ar irritado, depois mirando os seus amigos répteis de massinha. - E feios são esses seus dinossauros! Não tem cara própria, todos são iguais! - apontou cada um deles, mesmo os que tinham formatos, patas e chifres diferentes.

–Ao menos, dinossauros são reais. - mostrou-lhe o maior deles, o com pescoço grande, feito de massa verde, aproximando-o do rosto de Hanji como se tentasse provar seu ponto. - Titãs não existem.

–Dinossauros EXISTIAM! Eles morreram! - do nada, ela esmagou um dos dinossauros azuis com seu punho fechado, batendo-o com força sobre a escultura e fazendo um baque no chão. Ele teve um sobressalto, ela sorriu apesar da óbvia irritação. - Viu?

–Sua idiota! - A reação imediata de Levi foi destruir um dos titãs dela, jogando-o contra uma parede próxima, a massa ficando grudada lá, para o desespero da garota.

Hanji pareceu que ia começar a chorar, vendo a cara de choque que ela fez, fazendo-o sentir-se culpado por alguns segundos… pelo menos, até ela dar-lhe um soco no ombro, e mais um, e outro. Ouviu sua mãe falando para ele que não devia bater em outras garotas, lembrando-se de suas brigas com Isabelle, mas… Era diferente! Não iria deixar que ela espancasse-o, transformando aquilo numa real briga. Chutavam-se, socavam-se, puxavam os cabelos um do outro, trocavam arranhões, mordidas e os piores xingamentos que conheciam aos berros, os dois já ficando machucados, com as roupas desgrenhadas e marcas vermelhas pra todos os lados, mas não se largaram até dois monitores passarem por lá, verem a briga e os separarem, erguendo-os do chão e dando distância.

Os dois foram levados para a enfermaria, onde sentaram-se um do lado do outro para receber uma bela bronca da enfermeira antes desta tratar das feridas, passado remédio (que quase fez Levi começar a chorar) e depois cobrindo com curativos de variados tamanhos - a maioria sendo curativos pequenos e decorados com personagens dos desenhos da TV. Entretanto, não trocaram uma palavra um com o outro, mesmo sendo mandados. Não ouviu-se um pedido de desculpas pela meia hora em que ficaram esperando lá, enquanto seus pais estavam na diretoria.

–Quer me contar o que aconteceu, Levi? - sua mãe perguntou-lhe enquanto andavam pela calçada de mãos dadas com o filho até o carro, olhando-o um tanto preocupada, mas um tanto decepcionada. Quem mais esperava que ele fizesse amigos era ela.

–Hanji é idiota. - fez enorme bico e olhou para o lado, tentando fingir que não estava segurando lágrimas. Todos aqueles hematomas e arranhões doíam, sim, mas estava muito mais triste por ter brigado com a única pessoa com quem havia se dado bem na escola do que qualquer outra coisa. Ele teria de ficar sozinho nessa escola, também. - Maldita quatro-olhos.

Sua mãe não insistiu em tentar procurar motivos ou outra escola na cidade para matriculá-lo, então estava lá novamente no dia seguinte, sentado no balanço perto da árvore solitária, balançando com o vento forte, tendo se separado de Erwin mais uma vez. Como não passavam muitas pessoas na rua desta vez, apenas alguns gatos de rua e adultos com pressa, observava o pátio. Será que tentava conversar com os garotos no tanque de areia? Entrar sorrateiramente na fila de bular corda? Ou só desistir e pedir a uma das monitoras de pátio para ir à biblioteca? Estava quase certo de que acabaria sendo negado de todas aquelas possibilidades… Mas que droga.

Ficou ponderando, distraído, até perceber que alguém estava chegando perto.

Era Hanji, apertando na mão alguns gizes coloridos. Ela olhava-o diretamente nos olhos, sorridente como no dia anterior, como se nada tivesse acontecido, por mais que seu óculos estivessem tortos e tivessem muito mais curativos em seu rosto agora, o que foi uma grande surpresa. Ela não tinha ficado brava? Levi ficou mirando-a de volta com um ar confuso, piscando em silêncio por alguns segundos, até ela rir e dizer:

–Não vai ficar aí o recreio todo, vai? - aproximou-se mais e, com a mão livre, segurou a dele, puxando-o para que ele se levantasse do balanço.- Vamos, a professora me deu essa sobra de giz pra desenhar no chão!

Nenhuma palavra foi dita no caminho, mas, quando ela começou a andar, ele não tentou pará-la ou soltar-se, sequer soltando um grunhido de desagrado. Nada disso. Foi andando junto, com a cabeça baixa, apenas ouvindo as histórias sem nexo que ela lhe contava, escondendo o sorriso em seu rosto.

Era bom não estar sozinho.




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