Inesperado escrita por EuSemideus


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, essa eh grandinha.
Espero q gostem, pq essa ficou guardada no meu coração.



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Inesperado


Annabeth


Annabeth conferiu se sua sala estava organizada pela décima vez. Faltavam poucos minutos para o início do expediente e seu novo companheiro de sala logo chegaria.

A loira, desde que fora promovida dos cubículos ás salas duplas, dividia a sua com a amiga, Reyna, mas esta havia sido transferida para Chicago. Portanto, ela, depois de duas semanas sozinha, esperava sua nova, ou novo, companheiro.

Ela admitia que estava nervosa. Não sabia bem o que esperar do novo colega, seu chefe não tinha dito nem mesmo se era homem ou mulher!
Tudo que ela sabia era que, fosse quem fosse, a pessoa era solteira e tinha um bebê de colo que não tinha condições de ficar em casa, sendo assim, ficaria com eles no trabalho.

Annabeth ficara um tanto animada com a presença do bebê. Mesmo temendo que ele pudesse atrapalhar, ela agradecia a oportunidade de poder conviver com ele. Seu sonho sempre fora ter um filho, mas nunca tivera a chance. Aos vinte e sete anos era uma mulher solteira e sozinha, somente com seus livros por companhia.

Annabeth ouviu uma batida na porta e logo pediu para que a pessoa entrasse. Ela não pode evitar abrir a boca quando a mesma apareceu em seu campo de visão.

Pelo fato de ter um bebê e ser sozinha, Annabeth imaginou por todo o tempo que sua nova companhia seria uma mulher, como estava errada.

A sua frente estava um homem jovem, provavelmente com a idade muito próxima a dela. Sua pele era morena, como se passasse seu dias em uma praia. Os olhos eram verdes como o mar e os cabelos negros como petróleo.

Em um dos braços ele carregava uma cadeirinha azul de carro para bebês, que mais se assemelhava a uma pequena cama, e no outro uma bolsa azul e branca. Pendurada em sua ombro estava uma pasta preta, provavelmente a que trazia seu material de trabalho.

Mas o que chamou a atenção de Annabeth foi a criaturinha que ele carregava no canguru. Em bebê de pouco mais de seis meses. Ele tinha pele branca, cabelos pretos como os do rapaz e olhos verdes assim como os do mesmo. Ele brincava distraídamente com os botões da camisa do homem.

– Olá, você deve ser a Annabeth - ele disse deixando a bolsa e a caminha perto de sua mesa e estendendo a mão.

– Sim, sou eu - ela disse levantando e apertando sua mão - Annabeth Chase.

Ele sorriu. "E que sorriso", ela pensou, mas logo dispensou o pensamento.

– Perseu Jackson - ele disse apertando sua mão - Mas pode me chamar de Percy.

Annabeth sorriu em resposta e soltou sua mão.

– Quem é esse pequeno? - ela perguntou se aproximando e passando o dedo no bracinho do bebê.

Percy abriu um sorriso encantador ao ver o filho ser mencionado.

– Esse é o Josh, meu filho - ele disse orgulhoso - Ele tem oito meses.

O menino soltou um grunhido alegre ao ouvir seu nome.

– Espero não ser intrometida - disse Annabeth um pouco apreensiva - Mas queria, sabe, entender.

Percy assentiu.

– Sem problemas, já esperava por isso, minha história não é segredo para ninguém - ele disse dando um sorriso triste - Só me deixe acomoda-lo primeiro.

Annabeth assentiu. Ela viu Percy colocar Josh na caminha e agachar. Rapidamente retirou um pequeno tapete da bolsa e forrou-o no chão. Ele colocou alguns brinquedos em cima do tapete e logo o pequeno também. Percy constatou se estava tudo em ordem e se levantou, batendo as mãos na calça social e passando uma delas pelos cabelos.

– Bem - ele disso com um sorriso -Pode perguntar o que quiser.

Annabeth puxou a cadeira dele para perto da sua e indicou para que se senta-se.

– Então, eu queria entender a história de Josh - ela explicou.

Percy assentiu e respirou fundo.

– Casei-me com a mãe dele há pouco menos de dois anos - ele começou - Três meses depois ela engravidou de Josh. No início foi uma grande alegria, mas então tudo começou a dar errado. As brigas se tornaram constantes e no sexto mês de gravidez nos divorciamos.

Percy respirou fundo e passou uma das mãos novamente pelos cabelos. Annabeth já tinha notado que era uma mania dele.

– Bem, o real problema veio três meses depois - ele continuou - Assim que Josh nasceu, ela sumiu. Deixou a criança nas mãos de seu obestetra e desapareceu. Foi preciso que eu fizesse um exame de DNA para provar que Josh era meu filho. Acabou que, no fim, legalmente ele não tem mãe. Preferi não coloca-la na certidão. Se ela não quer ser mãe, não vou obriga-la.

Annabeth suspirou, absorvendo a história. Uou.

– Sinto muito - ela disse sem saber muito bem o que falar.

– Tudo bem - garantiu Percy voltando a sorrir - Sinceramente, estamos melhor sem ela, não queria que Josh crescesse em meio a brigas. O único problema é que ele desenvolveu uma espécie de trauma. Ele não fica com ninguém que não seja eu. Nem minha mãe, ou babás. Muito menos as professoras da creche. Por isso ele me acompanha.

Annabeth assentiu. Não podia imaginar o quanto Percy sofrera para cuidar sozinho do filho. Mas devia ter sido muito pior para Josh, que nunca tivera uma figura materna.

– Bom, Percy, saiba que é muito bem vindo por aqui - ela garantiu abrindo um sorriso - Pode contar comigo para o que precisar.

Percy sorriu.

– Obrigada.

–-----------/----------

Já passava das três da tarde. Annabeth estava concentrada nos gastos brutos da empresa naquele mês. Ela era economista, aquele era seu trabalho.

Percy, apesar de ainda estar em seu primeiro dia, se mostrara bastante inteligente e produtivo, e Josh quase não fazia barulho. Ele passava o dia brincando com seus brinquedos ou rolando pelo tapete.

– Annabeth - Percy chamou.

Annabeth levantou a cabeça um pouco fora de órbita.

– Hum

– Preciso ir ao banheiro - ele explicou - Pode ficar de olho em Josh para mim?

– É claro - ela respondeu - Sabe aonde é?

– Sei - ele disse levantando-se e caminhando a até a porta - Obrigado. Volto já.

Não haviam se passado dois minutos que Percy saíra da sala e Annabeth ouviu um choro. Ela levantou a cabeça e fitou Josh. O pequeno acabara de notar a ausência do pai. Seu rosto tomara um tom avermelhado e lágrimas rolavam de seus olhos.

Ela tinha certeza que Percy não ouviria. O banheiro era do outro lado da empresa e a sala deles era quase que à prova de som. Era necessário silêncio para fazer as contas certo.

Ela sabia que não adiantaria acudi-lo, mas algo dentro de si falou mais alto. Levantou-se apressadamente e pegou Josh em seus braços. Como esperado, o choro não cessou. Annabeth balançou os braços, andando pela sala.

– Ei, pequeno, está tudo bem - ela disse - Josh, estou aqui.

O menino, ainda chorando alto, olhou em seus olhos. Annabeth tentou passar, com aquele olhar, toda a calma que pode. Josh a fitava atentamente e aos poucos o choro foi diminuindo e as lágrimas secando.

Annabeth sorriu a passou o nariz barriga do bebê, que riu com a brincadeira.

– Viu pequeno, já passou - ela disse andando pelo sala.

Annabeth ajeitou Josh em seus braços e esse, agora com poucos indícios de que tinha chorado, tocou seu rosto. Rapidamente suas curiosas mãos foram para os cabelos loiros da mulher. Ele segurou uma mecha e puxou, sem intenção de machucar.

– Ei, Josh, isso dói - ela reclamou tirando a mão dele cuidadosamente de seus cabelos.

O pequeno sorriu e bateu palmas.

– Incrível - ela ouviu uma voz dizer.

Annabeth se virou e encontrou Percy na porta da sala. Ele entrou e a fechou. Seus olhos estavam arregalados e a boca levemente aberta.

– Como... Como você conseguiu? - ele indagou surpreso.

Annabeth olhou para Josh, que agora brincava com os botões de sua blusa e sorriu.

– Eu realmente não sei - ela admitiu.

–------------/---------------/------------

Annabeth olhava fixamente para a parede seu quarto. Passava das onze e ela já estava deitada, querendo dormir.

Tinha ciência de que o dia seguinte era um sábado, mas não se importava. Se dormisse no horário de sempre, teria algumas horas a mais de sono.

Havia se passado um mês desde que Percy entrara na empresa, porém parecia ser muito mais. Eles tinham se tornado amigos com rapidez e ela já estava bem íntima do rapaz. Quanto a Josh, bem, ela se apegara mortalmente a ele.

Ele começara a engatinhar naquelas semanas e estava cada vez mais ativo, porém não os atrapalhava. O rendimento do setor estava maior do que nunca!

Com o tempo, Annabeth começara a ver pequenas coisas em Josh que ele não herdara de Percy. O formato da boca e das sobrancelhas sem dúvidas eram heranças maternas. Ela ainda não entendia como essa mulher podia ter abandonado o filho, enquanto Annabeth queria tanto ser mãe. Não, mais, ela queria ser a mãe de Josh. Ela sentia uma afeição e um carinho quase que incondicional pelo menino.

Mas não era só por Josh. Annabeth não era mais uma adolescente confusa e com os hormônios a flor da pele. Sabia muito bem o que sentia pelo pai do menino. Estava apaixonada por Percy.

Assuntava-a o quão rapidamente tinha desenvolvido tal sentimento pelo rapaz, mas não pode evitar, não era o tipo de coisa que ela podia controlar.

Um som agudo ecoou por seu quarto. Annabeth rapidamente acendeu o abajur e pegou seu telefone. Sem nem mesmo olhar o visor, ela atendeu.

– Alô? - disse ainda um pouco sonolenta.

– Annie? - uma voz masculina chamou - Eu te acordei?

– Não, Percy, ainda não tinha dormido - ela explicou e olhou as horas - Aconteceu alguma coisa?

Ela ouviu Percy suspirar do outro lado da linha.

– Annie, eu sei que é pedir demais - ele começou - Mas você poderia ficar com o Josh essa noite?

Annabeth estranhou mas concordou. Mesmo que fosse com ela, Percy não gostava de deixar o filho sozinho.

– Percy, aconteceu alguma coisa? - ela perguntou novamente.

Um silêncio tomou a linha telefônica por um momento.

– Minha mãe está no hospital - ele disse cortando o silêncio - Meu padrasto acabou de ligar avisando... Eu só... Eu só não queria expor o Josh a um ambiente assim.

– Tudo bem, eu entendo.

– Você pode vir para cá? - ele indagou - Fico mais tranquilo assim.

– Claro, sem problemas - afirmou Annabeth - Estou aí em vinte minutos.

Dito e feito. Vinte minutos depois ela já batia na porta do apartamento de Percy. Mal se arrumara. Só colocara um vestido antigo e prendera o cabelo em um rabo.

Assim que a porta se abriu, ela deu de cara com um Percy visivelmente preocupado com Josh nos braços. O pequeno esticou os braços na direção de Annabeth, que o pegou com gosto.

– Ia ! - ele exclamou assim que ela o acomodou em seu colo.

– Olá, Josh - ela disse sorrindo.

– Eu tenho que ir - disse Percy deixando que Annabeth entrasse e pegando um molhe de chaves no chaveiro ao lado da porta - Muito obrigado, Annie.

Ele deu um beijo na cabeça do filho e outro na testa de Annabeth, para depois sumir pela porta. Annabeth suspirou. Esperava sinceramente que a mãe de Percy ficasse bem. Ele falava tanto dela, a amava tanto... A loira queria muito conhece-la.

– Ainha - reclamou Josh.

Aquilo teria sido o mesmo que nada se a barriga do menino não tivesse roncado em seguida. Annabeth riu e seguiu para a cozinha.

– Parece que tem alguém com fome - ela brincou fazendo cócegas no pequeno.

Josh riu e encostou a cabeça em seu ombro. Annabeth o colocou no cadeirão e decidiu fazer uma papinha de frutas para o pequeno. Logo as frutas já estavam amaçadas e misturadas em um pratinho. Annabeth pousou o prato da mesa do cadeirão e pegou uma colher, levando um pouco da papinha até a boca de Josh. Ele comeu animado, mas quando passou da oitava colher, estava mais para brincadeiras.

Annabeth devia ter previsto aquilo e retirado o prato, mas ela não percebera.

Josh, em uma de suas brincadeiras, levantou os braços e os abaixou com força. Uma das mãos do menino bateu na borda do prato, fazendo com que parte da comida voasse em sua própria roupa e a outra na roupa de Annabeth. Sem contar, é claro, na sujeira que se formara no chão.

– Josh! - Annabeth brigou.

O pequeno parou de rir imediatamente. Ele a olhava um pouco assustado, só pelo tom de voz dela sabia que tinha feito algo de errado. Annabeth suspirou. Odiava brigar com ele, mas era necessário corrigi-lo, ele não podia crescer mimado.

A loira pegou o bebê nos braços e o abraçou. Ela sentiu Josh agarrar seu vestido e acariciou a cabeça no menino.

– Anda, vamos tomar um banho - ela sugeriu.

Annabeth caminhou lentamente pelo apartamento. Seus paços levemente balançados na esperança de confortar o pequeno. O corredor por onde ela seguia era iluminado somente pela luz que vinha da cozinha.

Annabeth podia sentir as partes sujas de seu vestido grudarem contra seu corpo, e sabia que tinha se sujado ainda mais ao pegar Josh no colo. Provavelmente o vestido já era um caso perdido.

Annabeth adentrou o quarto de Josh silenciosamente e seguiu para o banheiro. Ela acendeu a luz e entrou vagarosamente.

A loira segurou Josh e afastou-o de si, para senta-lo no trocador. Imediatamente o pequeno soltou uma espécie de miado baixo em protesto. Annabeth olhou bem em seus olhos e sentiu seu coração se despedaçar. O pequeno tinha um olhar de súplica, como se lhe pedisse com todas as forças para que não se separasse dele.

Josh estava tendo uma de suas crises, como Percy costuma chamar. Sem aviso o pequeno se tornava extremamente carente e chorava de modo desesperador quando era deixado em qualquer lugar que não fosse o colo do pai e, desde que a conhecera, o dela.

Annabeth logo percebeu que precisaria tomar banho com ele.

– Meu amor, ei - chamou Annabeth - Olhe para mim.

O pequeno a fitou, esperando algo. Annabeth com cuidado colocou no trocador e viu o choro começar.

– Ei, ei, eu estou aqui - ela disse passando os dedos pela bochecha de Josh e limpando suas lágrimas - Não vou sair daqui.

Josh parou de chorar e segurou seus dedos, ainda soluçando. Então aquele seria o acordo, ela precisaria manter o contado físico.

Com dificuldade, por estar sempre sem uma das mãos, Annabeth tirou o vestido. Ela sorriu ao notar que, na pressa, viera com o short do pijama por baixo, pelo menos já tinha algo para vestir. Sem muita demora já estava somente de roupas íntimas, não seria um grande problema molha-lhas, já que sempre tinha uma calcinha extra na bola na bolsa, porém o sutien...

A parte mais complicada foi prender o cabelo. Sabendo que precisaria das duas mãos, ela virou Josh, que estava sentado, de costas e encostou-o em sua barriga, fazendo em seguida um coque rápido.

Minutos depois Josh já estava despido e novamente no colo de Annabeth. Ela se olhou no espelho. Seus cabelos estavam presos em um coque no alto da cabeça. Josh mexia distraídamente na alça de seu sutien preto.

Ali, daquela maneira, eles realmente pareciam mãe e filho em um dia comum... Como ela queria que fosse verdade.

Annabeth entrou no box e ligou a água do chuveiro. Assim que esta entrou em contato com Josh, o sorriso de sempre voltou a iluminar o rosto do menino. Annabeth sorriu notar isso.

Ao sair do banho, a mulher, ainda enrolada na toalha, secou e vestiu Josh. Para sua sorte, ela encontrou uma camisa social de Percy perdida entre as roupas do menino. Vestiu-a junto com seu short de pijama, logo depois de trocar suas roupas íntimas.

O resto da madrugada seguiu tranquilo. Annabeth tentara falar com Percy por volta das duas da manhã, mas ele não atendera o telefone.

Seus pensamentos estavam completamente voltados para o rapaz. Ela não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas temia por Percy. Temia pela felicidade dele, por seu emocional. Percy passara de poucas e boas depois do nascimento de Josh, mas não desistira. Annabeth não queria que ele sofresse novamente, pois, dessa vez, ela sofreria junto.

Já passavam das três quando Josh se deixou levar pelo cansaço. Annabeth o pegou no colo e esquentou uma mamadeira, sabia que a aquela hora ele já devia estar com fome.

Josh encostou a cabeça em seu ombro. Ela podia sentir a respiração calma do menino em seu pescoço. Assim que chegou ao quarto do pequeno, acendeu o abajur e sentou-se na poltrona ao lado de seu berço.

Assim que aproximou a mamadeira da boca de Josh, ele abocanhou-a com vontade. Annabeth riu, aquele menino era realmente esfomeado. O pequeno aos poucos diminuiu o ritmo e logo a mamadeira já estava vazia. Ela levantou-o e bateu levemente nas costas do pequeno, até que ele arrotou.

Annabeth voltou a deita-lo em seu colo. Sem que notasse, já estava cantarolando uma música baixinho, o que fez Josh fechar os olhos e acomodar-se contra seu peito.

Quando Annabeth já esperava que ele estivesse dormido, sentiu algo puxar sua blusa. Ela notou que era a mão de Josh.

– Ei, meu amor, o que está fazendo? - ela perguntou, tentando afasta-lo.

Josh grunhiu em protesto quando ela tirou sua mão e voltou a puxar sua blusa. Annabeth simplesmente não conseguia entender o que ele queria.

Josh abriu os olhos, frustrado, puxou sua blusa com mais força. Só então Annabeth entendeu.

– Não, meu amor, não tem nada aí - ela garantiu.

Porém Josh não desistiu. Annabeth acabou por ceder e abriu a blusa, deixando um dos seios descobertos. Josh sorriu com os olhos já quase fechados e abocanhou seu seio. Annabeth arregalou os olhos surpresa. Ela sentiu ele sugar, em busca de leite, mas ao perceber que nada conseguiria com aquilo, o menino parou e permaneceu somente com a boca ali.

A sensação era simplesmente indescritível. Era como se Josh estivesse, com aquele ato, colocando toda sua confiança nas mãos de Annabeth.

O pequeno, que já estava um tanto cansado, adormeceu minutos depois, ainda na mesma posição. Mas Annabeth não se mexeu, queria aproveitar o máximo possível aquele momento.

Ela estava tão distraída que nem mesmo ouviu Percy entrar no quarto e ajoelhar a sua frente.

– Uau - ele soltou bem baixinho.

Annabeth levantou a cabeça e fitou o rapaz. A pouca luz não deixava que ela visse grandes detalhes. Os olhos de Percy brilhavam, ele estava feliz, claramente aliviado. Seus ombros estavam caídos, demonstrando cansaço, porém um sorriso estampava seu rosto.

– Mas o q... - ele começou.

– Nem me pergunte - Annabeth interrompeu - Foi ideia dele.

Ela apontou para Josh, que mais parecia um pequeno querubim em seu sono. Percy acariciou os cabelos do filho e olhou para Annabeth. Ele se inclinou e colocou uma mecha de seus cabelos, que naquele momento estavam soltos, atrás de sua orelha. Annabeth levantou os olhos e encontrou a imensidão verde-mar de Percy muito próxima a ela. Percy acariciou sua bochecha e sorriu.

– Ainda não acredito na sorte que dei quando te encontrei - ele disse com um sorriso sonhador.

Percy se aproximou vagarosamente. Annabeth o fitava ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Assim que sentiu a respiração de Percy sobre a sua, fechou os olhos. Ela sentiu os lábios do rapaz tomarem os seus e retribuiu o ato sem pestanejar. Seu coração parecia correr uma mini maratona e sua barriga se encher de borboletas. Percy aprofundou o beijo e ela aceitou com graça. Nunca sentira nada parecido na vida.

Aos poucos se separaram. Seus olhos imediatamente se abriram e fitaram os de Percy. Ele sorria e acariciava seu rosto.

– Estou completamente apaixonado por você, Annabeth - ele admitiu.

Ela sorriu.

– É reciproco - garantiu.

Percy estava prestes a beija-la novamente, quando Josh soltou seu seio e emitiu uma espécie de resmungo.

– Acho melhor o colocarmos na cama - sugeriu Annabeth.

Percy assentiu e pegou o filho nos braços, se levantando. Annabeth abotoou a blusa - que na verdade era de Percy - e o seguiu. O rapaz beijou a testa do filho e colocou-o no berço. Ele se virou e sorriu para Annabeth, abraçando-a.

– Você está ainda mais linda assim, sabia? - comentou Percy em seu ouvido.

Annabeth corou, escondendo a cabeça em seu ombro. Então um assunto lhe veio a mente e ela se afastou o bastante para olha-lo nos olhos.

– E sua mãe, como está?

Percy suspirou e deu um sorriso de lado.

– Ela só teve uma variação de pressão - ele explicou - Parece que esqueceu de tomar os remédios, mas agora já está tudo bem. Só saí de lá depois que ela acordou. O médico me garantiu que ela receberia alta amanhã de manhã.

Annabeth sorriu e suspirou aliviada.

– Fico feliz que ela esteja bem - ela disse voltando a encostar no ombro de Percy.

– Sabe Annie, já está tarde - Percy disse em seu ouvido - Amanhã vou levar Josh a pediatra, para uma consulta de rotina. Estava pensando se você não queria ficar e, sabe, acompanhar nós dois.

Annabeth sorriu e se aconchegou um pouco mais.

– Acho uma ótima ideia - ela comentou.

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Um choro ecoou pelos ouvidos de Annabeth. Aos poucos ela despertou, vendo a escuridão do quarto em que se encontrava. Ela sentiu os braços fortes que a rodeavam a soltarem pela terceira vez naquela madrugada.

– Percy, não - ela disse segurando seu braço - Pode deixar, eu vou.

– Mas Annie... - ele começou.

Annabeth se virou e lhe deu um selinho, calando-o.

– Deixe-me tentar, ok? - ela pediu - Você já foi duas vezes, tente dormir.

Percy suspirou e assentiu um pouco contrariado. Annabeth sorriu e se levantou.

O calor do verão permitiu que ela nem mesmo colocasse seus chinelos ou cobrisse o corpo com algo além da camisola.

Depois de três meses, aquele apartamento se tornara completamente familiar. Eles estavam namorando há três meses e morando juntos há quase dois. Porém parecia mais, muito mais. Eles se tornaram tão íntimos e tão unidos de uma maneira tão repentina. E ela sabia, Josh era um dos motivos para tal coisa.

Josh, ela sorriu ao pensar. Emocionara-se muito no dia seguinte ao primeiro beijo com Percy, no consultório da pediatra. Ela perguntara sobre a atitude de Josh, mas a doutora somente sorrira e dissera que aquilo acontecera pois ele a via como a mãe. Provavelmente ela o amamentara alguma vez antes de ir embora e ele guardara a lembrança.

Annabeth quase chorara ao ouvir aquilo e, admitia, não ouviu uma palavra do que a pediatra disse depois. Josh a via como a mãe, ele a amava como amaria sua mãe. E ela, amava-o como um filho, sempre amou.

O choro aumentou e Annabeth apertou o passo. Logo já estava no quarto do pequeno. Annabeth se aproximou do berço e pegou o menino dos braços. Josh chorava copiosamente em seu colo.

– Shh, meu amor, estou aqui - ela dizia balançando-o levemente e andando pelo quarto.

Aos poucos o choro foi diminuindo e Josh se aconchegando em seus braços. Ele estava à dias de fazer um ano de idade. Já dava seus pequenos passos e ameaçava dizer suas primeiras palavras. Naquela noite, em especial, ele estava estranhamente inquieto, como se dormir não fosse uma opção.

Assim que o choro cessou, a loira sentou-se na poltrona e cantarolou uma música, como sempre fazia. Josh puxou sua camisola e Annabeth sorriu. Quando o acontecimento se tornou rotina, ela passara a usar roupas (principalmente camisolas) de lactante, o pequeno parecia simplesmente adorar seu peito.

Annabeth abriu os botões e assim que um dos seios ficou descoberto Josh abocanhou-o com vontade. Como sempre deu uma primeira sugada, mas daquela vez foi diferente. O pequeno arregalou os olhos e fitou Annabeth. Ela também não acreditava no que estava acontecendo. Sua confirmação foi quando Josh segurou seu peito com as duas mãozinhas e continuou sugando com gosto. Havia leite. Ela tinha leite!

Annabeth não entendia como, nem sabia porque, mas não se importava. Ela estava amamentando. Annabeth sentiu seus olhos lacrimejarem, mas respirou fundo.

– Meu filho - disse Annabeth a beira das lágrimas.

Não era a primeira vez que chamava o menino daquela maneira. Aquilo se tornara rotina desde que encontrara Percy conversando com Josh e referindo-se a ela como "sua mamãe".

A emoção tomava conta de seu ser. Ela se sentia completa, como se todos os seus sonhos tivessem se realizado, e foi nesse momento que a vida mostrou que ainda havia muito mais.

Josh, depois de alguns minutos, parou de mamar e soltou seu peito. Annabeth fechou a camisola e pegou-o nos braços, levantando-o e batendo em suas costas, para que arrotasse. Seu coração ainda estava cheio.

Josh arrotou e ela deitou-o em seu colo. O pequeno, ainda sorrindo, acomodou-se em seu braços. Annabeth o abraçou um pouco mais forte. Josh resmungou algo, já com os olhos quase fechados.

– O quê, meu amor? - Annabeth indagou.

– Mama - ele respondeu.

Dessa vez as lágrimas foram inevitáveis. Ele dissera sua primeira palavra e fora "Mama". Ele a chamara de mama.

– Ele falou - concretizou uma voz que ela tanto conhecia.

Annabeth viu o namorado se aproximar a passos lentos, com um olhar encantado.

– Você devia estar dormido - ela brigou ainda com as lágrimas escorrendo por seu rosto.

Percy ajoelhou-se a sua frente.

– Desculpe-me, amor, não consegui - ele disse secando sua bochecha com as costas da mão.

Seu choro aumentou com o toque de Percy.

– Ele me chamou de mama, Percy - ela disse entre lágrimas.

O moreno sorriu e acariciou seu rosto.

– Eu ouvi - ele contou - Ele não disse nenhuma mentira. Você é a "mama" dele.

Annabeth apertou um pouco mais o menino em seu colo e viu Percy sorrir.

– Acho que vou fazer uma madeira, logo ele acorda de novo com fome - disse Percy ameaçando levantar.

– Ele já mamou - ela respondeu meio sem pensar.

Percy franziu a testa e olhou em volta.

– Onde está a mamadeira? - ele indagou confuso.

Annabeth sorriu, sentindo as lágrimas finalmente secarem.

– Não foi necessário - ela disse.

– Mas como pode não ter sido necessá... - Percy parou e a fitou com os olhos arregalados - Vo-você amamentou ele?

Annabeth assentiu e logo sentiu os lábios do rapaz sobre os seus, dando-lhe um beijo rápido, porém significativo.

– Dra. Calypso disse que podia acontecer - Percy disse com a testa colada a dela - Algo sobre ser psicológico... Mas... Mas eu não achei que fosse acontecer.

Annabeth ouvia pouco do que o namorado falava. Sua cabeça estava em outro lugar. Pensando no filho em seus braços e na sorte que tivera ao encontrar seu pai.

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– Mamãe! - o grito ecoou pelo apartamento.

– Na sala - respondeu a loira.

Logo um mini furacão apareceu na sua frente. Os cabelos pretos e lisos bagunçados, os olhos verdes brilhando e o pijama azul e branco, composto de short e camisa, levemente torto em seu corpo.

Josh estava com seu três anos, e mais agitado do que nunca. Ele tinha energia a todo momento. Percy costumava brincar dizendo que ele só ficava parado quando dormia. A cada dia ele se parecia mais com o pai. O jeito alegre de lidar com as coisas, o modo carinhoso de tratar as pessoas. A atenção que dirigia a quem lhe era importante...

– Que horas o papai chega? - ele perguntou.

– Vai demorar um pouco ainda - ela explicou - Ele deve passar no mercado antes de vir para casa.

Josh suspirou e fez uma careta. Sem grandes cerimônias, subiu do sofá e deitou a cabeça na barriga da mãe.

– Mamãe, eu vou machucar meu irmãozinho se ficar assim? - ele indagou.

Annabeth sorriu, passando uma das mãos nos cabelos do filho e a outra em sua barriga inchada. Ela estava grávida de seis meses. Grávida de seu primeiro filho biológico, e o pai era o homem que ela amava e com que casara pouco menos de dois anos antes. Mais um menino em sua vida.

– Não, meu amor, você só não pode colocar muito peso, tudo bem?

Josh assentiu e voltou a se aconchegar junto a Annabeth. O pequeno tinha noção de que não viera da barriga da loira, ele tinha outra mãe, porém parecia não se importar. Para ele, ela era sua mãe e ponto.

Annabeth estava completamente alheia ao mundo. Viajava em pensamentos enquanto acariciava sua barriga e passava os dedos pelos cabelos de Josh. Ele superara seu trauma aos poucos. Com o tempo foi percebendo que ela e Percy não o abandonariam, e passou a aceitar ficar em outros lugares sem eles. Naquele ano, começara até mesmo a frequentar a escola.

Annabeth estava distraída que quase deu um pulo quando o telefone fixo, ao seu lado, tocou.

Recuperada do susto, ela tirou o telefone do gancho e colocou-o na orelha.

– Alô?

– Percy? - uma voz feminina perguntou.

– Não, aqui é Annabeth, esposa dele - explicou a loira - Quem quer falar?

O silêncio reinou no telefone por alguns segundos.

– Sou a Piper, uma antiga amiga - explicou a mulher um pouco insegura - Posso falar com o Percy?

Annabeth vasculhou seus pensamentos. Piper, Piper... Nunca ouvira falar de nenhuma Piper.

– Ele não está no momento - disse Annabeth - Quer deixar algum recado?

– Não, não será necessário - garantiu Piper - Só queria saber como ele e Josh estavam. Não os vejo desde que ele nasceu.

Bem, pelo jeito ela era conhecida.

– Percy e Josh estão bem - garantiu Annabeth - Esse último então está cada dia mais cheio de energia. Quer falar falar com ele?

– Não! - Piper respondeu repentinamente - Quer dizer, não, obrigada.

– Vocês tão falando de mim, mamãe? - perguntou o pequeno ao ouvir seu nome.

– O que eu disse sobre interromper a mamãe enquanto ela fala no telefone? - repreendeu-o Annabeth.

– Deculpa - ele disse abaixando os olhos.

Annabeth acariciou seus cabelos e o viu sorrir.

– Desculpe-me - ela pediu - Crianças.

– Ah, sim, é claro - disse Piper, parecendo casa vez mais nervosa - Você é, sabe, a mãe dele?

Annabeth riu.

– De certa forma.

Piper soltou uma "ahhh" do outro lado da linha.

– Diga-me , por que não vê o Percy há tanto tempo? - indagou a loira curiosa.

– Mudei-me pouco antes dele conhecer a mãe de Josh - ela explicou - A última vez que fui visita-lo foi quando Josh ainda era um recém-nascido.

Foi a vez de Annabeth soltar um "ahhh". Antes que pudesse continuar a falar, ela sentiu algo puxar sua blusa - que por um acaso era de Percy. Josh a fitava esperançoso e com um olhar pidão.

– Diga, meu filho - Annabeth cedeu.

– Eu to com fome - ele explicou - Acho que meu irmãozinho também tá com fome.

Annabeth riu e balançou a cabeça.

– Só um minuto e já faço seu lanche, está bem?

O pequeno assentiu e voltar a se deitar.

– Perdoe-me novamente - pediu Annabeth.

– Não tem problema - garantiu Piper - Mas, você tem outros filhos?

Annabeth sentiu seus olhos brilharem e seu coração se encher com a pergunta.

– Estou grávida - ela explicou - De seis meses.

Piper se calou. Annabeth não tinha aceitado bem aquela história de "velha amiga que se mudou". Tinha lago mais ali.

– Piper! - ela ouviu uma voz gritar ao longe, do outro lado da linha.

– Só um minuto, Jason - pediu Piper provavelmente afastando o telefone, mas mesmo assim Annabeth escutou.

– Annabeth, me diga uma coisa - pediu a garota - O Percy é feliz?

Annabeth pensou por um segundo. Percy era um marido maravilhoso. Estava sempre cuidando dos dois, ou três como ele passou a dizer depois que ela ficou grávida. Ele a amava e era correspondido, além de ter filho louco por ele. Eles não eram ricos, mas tinham uma vida confortável e relativamente tranquila.

– Sim, ele é feliz - ela respondeu por fim.

– Diga a ele... Diga que lhe desejo toda felicidade do mundo - pediu Piper - E que prometo nunca mais incomoda-los.

Ela parou por um segundo e continuou.

– Annabeth, cuide bem de Josh, por favor?- ela pediu.

– Não poderia fazer outra coisa - garantiu a loira, ainda mais desconfiada - Amo-o mais do que a mim.

– Obrigada, por isso e por fazer o Percy feliz - pediu Piper - Adeus.

– Adeus - respondeu a loira para logo ouvir o barulho indicando que a ligação havia sido encerrada.

Annabeth colocou o telefone no gancho. Seus pensamentos voavam, ela podia sentir as engrenagens de sua mente se movendo e tentando estabelecer um sentido entre todo aquele diálogo.

– Mamãe, você vai fazer meu lanche agora? - perguntou Josh.

Annabeth riu e se levantou, resolvendo deixar aquilo para depois. Ela segurou a mão de seu filho, que já estava ao seu lado, e rumou para a cozinha.

Josh não era exigente. Bastou preparar um copo de leite com chocolate e esquentar algumas panquecas do café, que o pequeno já estava satisfeito.

Piper... Piper... Definitivamente não conhecia aquele nome. Por que Percy nem se quer comentaria o nome de uma velha amiga? E o mais estranho: por que ela dissera que nunca mais os "incomodaria"? Será que eles estavam brigados? Mas ela também pedira para Annabeth cuidar de Josh, como se fosse sua o obrigação... Oh, Deus.

Assim que o pensamento se formou, ela ouviu a porta de sua casa bater. No segundo seguinte Josh já não estava mais sentado na cadeira. Ela foi em direção a sala encontrou Josh abraçando as pernas do pai.

Percy parecia cansado, mas ainda sim sorria. Ele usava calça preta e blusa branca, ambos sociais, além do gravata preta. Segurava uma quantidade significativa de bolsas de mercado e em seu ombro estava pendurada sua pasta de trabalho.

Josh separou-se do pai, e pegou uma bolsa de mercado que estava no chão, dirigindo-se para a cozinha com um sorriso convencido. Annabeth riu balançando a cabeça, porém se calou ao sentir os lábios do marido contra os seus, em um selinho rápido. Ela tentou pegar uma das bolsas, mas Percy se afastou.

– Não, nem pensar - ele disse.

– Por favor, deixe-me te ajudar - ela pediu.

Percy negou com a cabeça.

– Não preciso de ajuda - ele garantiu - E você já está carregando algo muito valioso.

Annabeth revirou os olhos, mas assentiu. Logo viu o filho voltar correndo da cozinha.

– Meu amor - ela chamou-o - Você pode brincar no quarto um pouquinho? Preciso conversar com o papai.

Josh assentiu e se virou para sair. Nesse momento Percy saiu da cozinha, já sem nada nos braços e com a gravata frouxa.

– Papai, depois você brinca comigo? - ele perguntou puxando a calça do moreno mais velho.

– Claro, daqui a pouco eu vou lá - garantiu Percy, retirando a gravata.

O pequeno sorriu e correu direto para o quarto.

– Não entendo da onde ele tira tanta energia - disse Annabeth - Duvido que corresse tanto quando tinha essa idade.

Percy riu e abraçou a esposa. Com carinho beijou-a, fazendo com que o corpo da mesma, por um momento, amolecesse em seus braço.

– Você fica a cada dia mais linda - ele disse acariciando seu rosto.

Annabeth corou levemente com o elogio inesperado. Percy se abaixou e beijou sua barriga.

– Oi, filhão.

O bebê chutou em resposta, fazendo com que o pai risse.

– Percy - chamou Annabeth se odiando por interromper aquele momento, mas logo Josh voltaria e ela precisa falar - Preciso conversar com você.

O rapaz a fitou confuso, mas assentiu. Ele se levantou e guiou Annabeth até o sofá, fazendo com que os dois sentassem no mesmo.

– Aconteceu alguma coisa? - ele indagou preocupado.

Percy aproximou-se e segurou sua bochecha. Annabeth fechou os olhos apreciando o toque, mas logo abriu-os novamente, não podia mais adiar o momento.

– De certa forma - ela disse.

Annabeth respirou fundo e começou.

– Pouco antes de você chegar, uma tal de Piper ligou - ela viu Percy arregalar os olhos, mas continuou - Ela perguntou por você e por Josh. Disse que não os via desde que ele tinha nascido.

Percy engoliu em seco.

– E-ela disse mais a-alguma coisa? - ele indagou nervoso.

– Sim. Ela disse alguma coisa sobre ser uma velha amiga que tinha se mudado, mas não acreditei muito - contou Annabeth - Além desejar felicidades e garantir que nunca mais nos incomodaria.

Percy soltou ar, e relaxou os ombros.

– Percy - chamou Annabeth olhando no fundo de seus olhos - Ela é a mãe de Josh, não é?

O rapaz olhou bem nos olhos na esposa. Sua imensidão verde comparava-se ao mar agitado, como se preparasse-se para uma tempestade. Ele passou a mão pelos cabelos.

– Sim, é ela - ele afirmou.

Annabeth fechou os olhos e respirou fundo. Falara com a progenitora de seu filho. Como aquela frase era estranha, mas era a verdade. Aquela mulher era a progenitora de seu filho, mas não era a mãe. Uma mãe não teria coragem de abandonar seu filho daquela maneira, ela perdeu seu título naquele momento, e Annabeth conquistou-o logo depois.

– Annie, meu amor - Percy chamou puxando-a para seu colo - Você está bem?

Annabeth abriu os olhos e fitou o marido. Os lábios estavam comprimidos em uma linha, as sobrancelhas juntas e algumas rugas de expressão formando-se ao lado dos olhos.

– Você fica fofo preocupado - ela comentou - Estou bem, não se preocupe.

Percy suspirou e sorriu, parecendo aliviado.

– Melhor - ele disse colocando a mão em sua barriga - Nosso garotão não pode se estressar.

Annabeth sorriu e colocou a mão em seu rosto.

– Percy, ela me fez uma pergunta sobre você e eu respondi - contou a loira - Mas agora quero que me diga com sinceridade: você é feliz?

Percy lhe lançou um sorriso inocente, quase que encantado. Ao longe o casal pode ouvir uma gargalhada do filho mais novo, e Annabeth pode sentir o que ainda jazia em seu ventre, chutar em busca de atenção. O sorriso de Percy se alargou e ele colocou uma mecha que caia em rosto, atrás de sua orelha.

– O homem mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Bem, eh isso. Espero q tenham gostado.
Comentem, ok?
Se gostarem, favoritem e se sentirem deseja recomendem
.Bjs, até uma prox!
EuSemideus