New life - History of teenagers escrita por GabiElsa


Capítulo 64
O Grande Jogo


Notas iniciais do capítulo

Hi Guys! Nossa, que saudade de falar isso kkkk. Feliz 2017!!! Quase um mês atrasado, mas tá né. E aí galera? Como vocês estão? Espero que bem.
Demorei semanas, mas tá aí, o penúltimo capítulo de New life. Ai, chega dá uma dor no peito. Nossa gente, um ano com essa fic na minha e na suas vidas.
Estava ficando desesperada com esses dois últimos capítulos, porque eu havia deixado-os de lado e "por incrível que pareça" fui sequestrada pelo Bloqueio Criativo.
Eu não estava conseguindo escrever. Tudo que eu escrevia, ficava um lixo. Pensava em várias formas de escrever um Pov e tudo resultava em uma coisa n-a-d-a haver.
Mas enfim, eu espero que vocês gostem de ler assim como eu gostei de escrever.
Boa leituraaa. Nos vemos lá em baixo.



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Pov Merida

— Então Merida, meu número já está em seu celular? – Perguntou-me Elinor. Se minhas contas estiverem certas, meus ouvidos escutaram essa pergunta nove vezes. Como me tornei uma filha responsável depois daquele susto que mamãe me deu, a mesma e Fergus resolveram passar a noite fora. E sabendo que não poderiam deixar suas pequenas crias sozinhas, passaram a responsabilidade para a cria mais velha, ou seja... Euzinha. – Merida! 

— Já disse que já! – Respondi num tom mais alto, sendo reeprendida logo depois.

Eu estava deitada na cama dos meus pais, observando minha mãe caminhar de um lado pro outro, enquanto meu pai estava lá no andar de baixo, esperando-a.

Elinor estava arrumando-se rapidamente, me botando para escolher as peças que a mesma experimentava. Quando eu escolhia uma roupa, ela trocava outra, e quando eu dizia para ela não trocar nada, a mesma voltava a ficar indecisa. Fala sério! É tão difícil montar looks para um evento formal? É só apostar num bom vestido e num sapato que combine. Só que o ser perfeccionista da minha mãe não compreendia minha facilidade de facilitar as coisas - ou piorá-las. Depende da situação. 

E mesmo estando quase atrasada, ela ainda arrumava tempo para testar minha paciência. 

— Escute. Nunca a deixamos sozinha com seus irmãos nesta casa, e espero que não nos decepcione. – Ouço-a com toda atenção.  

— Mãe, eu já tenho 17 anos. Já tava na hora de ficar sozinha em casa. E além disso, eu tenho a Moldy para me ajudar a tomar conta dos meus irmãos. – Seu olhar foi surpreendente desesperador. Algo me diz que eu estava enganada. – A Moldy não está de folga, está? – Perguntei cautelosa. Não queria causar desconforto em minha mãe, pois fazia tempo que ela não saía com meu pai por conta das responsabilidades da casa.

— Pensei que estava ciente disso. – Sinto minha barriga gelar. – Mas tudo bem, eu cancelo o jantar. Não se preocupe. – A vejo seguir em direção a porta e percebo que ela iria chamar meu pai. Antes que ela chegasse até o corredor para gritá-lo, corro em sua direção e me ponho a sua frente, impedindo-a.

— Tá tudo bem. Eu consigo mantê-los na linha. – Traduzindo: eu sei como suborná-los para ficarem quietos. – Pode ir tranquila. Eu tenho todos os telefones necessários para nos manter vivos sem a sua presença. – A mulher a minha frente arqueou a sobrancelha e encarou-me, fazendo-me engolir em seco.

— Tem certeza que dá conta? – Assenti em resposta e para convencê-la me posicionei elegantemente ainda a sua frente, esboçando uma cara sério e segura. 

— Mãe, eu sei que posso tomar conta. Confie em mim. Não irei decepcioná-la. – Disse e ela suspirou. Porém, antes que ela respondesse, meu pai chegou na porta.

— Ainda aqui?! – Sua voz masculina ecoou todo o cômodo, causando-me risos. Era engraçado as expressões que minha mãe fazia quando a apressavam. – Bora Elinor, se não perderemos a reserva. 

— Eu avisei à ela que iria se atrasar, mas não me escutou. – Proferi fitando o chão, mas voltei meu olhar para Elinor, que ergueu seu olhar perante papai e eu.

— Aprendam uma coisa. Uma dama nunca está atrasada, são os relógios que estão adiantados. – Passou por nós se sentindo A rainha, deixando em seu trajeto o rastro de seu perfume caro.

— Como é que eu consigo conviver com essa mulher? – Perguntou papai rindo da própria ironia. – Se cuida minha filha. – Depositou um beijo em minha testa e saiu andando pelo extenso corredor. – Tranca as portas! E não fique até tarde no lago! – Fiquei impressionada com o quão longe sua voz é capaz de chegar. Mesmo estando a metros de distância, conseguia entender perfeitamente suas pronúncias.

Desliguei a luz do quarto em que estava e fechei a porta, indo logo depois para o andar de baixo, onde estava meus irmãos. 

 Hamish, Hubert e Harris estavam sentados num dos sofás da sala, fitando-me com olhares sérios. Suas posturas estavam eretas e claramente idênticas, tais como suas expressões faciais indecifráveis. Me flagrei quase confundindo-os, mas suas atitudes distintas me fez saber quem é quem.

— Tá legal... O que vocês querem para se comportarem? – Perguntei assim que me sentei numa poltrona próxima a eles. – Pizza? Sushi? Doces? Desimbuchem. – Disse de modo claro, demonstrando ser franca e uma mulher de negócios. Nossa, mas eles são apenas crianças. É isso que eles querem que você pense.

— Queremos uma pizza. – Fala Hubert após olhar com cumplicidade para os outros.

— Okay! Irei pedir agora mesmo. – Falo, levantando-me.

— Para cada um de nós. – Paro para refletir. Não é possível que três meninos daquela estatura comeriam uma pizza inteira. 

— Vocês conseguem comer? – Se entreolham e confirmam. – Ah, é bom que se sobrar serve para o café da manhã. – De esguelha, os vejos dar de ombros, enquanto eu discava os números da pizzaria. 

Após fazer os pedidos, fomos até o quintal dá uma caminhada e uma boa olhada no lago.

 O quintal não é de longe meu lugar preferido da casa, mas sempre fico impressionada e angustiada ao pisar naquele lugar. Tenho a teoria de que aquele espaço externo conseguia prender minha atenção de tal maneira que se alguém não se manifestasse em me chamar, eu não seria capaz de sair dali tão cedo. Outra teoria seria a de que aquele quintal talvez me lembrasse a Escócia - Eu sei que New York não tem nada a ver, que os cenário são completamente diferentes e tal, mas estou falando na minha visão interior, não exterior. 

O gramado verde bem cuidado estava presente das paredes da casa até a extensão do lago. Havia sofás e poltronas próximos de uma churraqueira, feita de tijolos escuros, que se assemelhavam a pequenas pedras cinzentas. Há alguns metros mais para frente, havia um playground feito de madeira, cheio de desafios, como escalar, esquivar e até mesmo bater em figuras acolchoadas. Do lado oposto, havia um deck que levava à água. E um pouco mais para o lado havia uma área de treinamento que meu pai usa para praticar exercícios. 

— Merida! Olha só isso. – Gritou Hamish, chamando minha atenção. – Tô de cabeça pra baixo. – O ruivo ficou pendurado numa barra enquanto os outros ficavam impressionados com tamanho talento. Apenas ri.

— Toma cuidado! – Gritei de volta.

 Com minha atenção sendo aprisionada naquela área acarretada de lembranças, sigo caminhando para onde minhas pernas me guiavam e por ironia do destino, elas me guiaram justamente para onde meu coração queria estar. 

Pisar novamente na zona de treinamento trouxe muitos, muitos sentimentos mesmo, os quais eu não sabia o que fazer para botá-los em ordem. Aquele ar nostálgico despertou em mim uma certa alegria e uma imensa vontade de permanecer ali por mais tempo que eu pude imaginar

 A área em que meu pai fez de "academia" estava sobre um deck, na parte mais elevada do quintal. O formato se assemelhava a um retângulo imperfeito, pois havia pedaços modificados para que cada coisa se encaixasse. Havia aparelhos de musculação ocupando um bom espaço, mas na parte mais aberta, havia suporte de espadas e de diferentes arcos. Aljavas personalizadas também estavam presentes naquele lugar. Cada uma tinha algo escrito ou desenhado. 

Não contive um sorriso ao ver minha antiga aljava ali junto das do meu pai. Ela aparentava ser desgastada, mas para uma que tem mais de dez anos, eu diria que está bem conservada. As flechas estavam junto daquele estojo. 

— Nossa... – Murmurei ao sentir a textura levemente macia da madeira. 

Que saudade...

Não pensei duas vezes. Peguei duas flechas e meu arco, que estava guardado dentro de um baú em completa proteção. Caminhei em direção à um alvo e posicionei-me frente a ele.

Ter que me concentrar foi a parte mais difícil, pois não teria como esquecer-me das aulas que meu pai deu sobre mira, entre outras técnicas. E o que estava me atrapalhando não era sobre como saber atirar e sim sobre como estava me sentindo ao estar novamente ali, apontando a flecha. 

— Vamos Merida... – Resmunguei, tentando me encorajar. – Não é difícil. É só soltar a corda. No três. Um, dois, três... – Não sei porquê, mas minha coragem de atirar estava completamente perdida... Ahh, já sei. Estou com medo de não sentir aquela emoção que eu sentia quando eu era menor. O engraçado é que não estava me sentindo culpada por isso. Na verdade, estava sentindo a necessidade de quebrar esse mistério logo. – Fogo! 

 Após alguns segundos de concentração, soltei a haste de madeira, tendo  em troca a maravilhosa surpresa por ver qual destino ela foi parar: No alvo.

Em outras palavras: EU ACERTEI AQUELA BAGAÇA DE PRIMEIRA! Chupa mundo.

— Eu acertei... AHHHH! – Saí gritando escandalosamente, feliz pelo meu feito. – Meninos! Adivinhem. – De longe, vejo seus olhinhos direcionados a mim, curiosos. – Eu flechei aquele alvo. Isso não é um máximo?! – Vibrei positivamente e eles apenas se entreolharam, aparentemente entediados. – Então tá! Não conto mais nada pra vocês. Seus sem graça. – Harris apenas me fitou e continuou brincando junto de Hamish. Já Hubert me lançou seu dedo indicador e voltou a seus afazeres.

Que crianças são essas?! Se fosse eu, viria correndo pra cá pedir uma oportunidade de atirar também, mesmo sabendo que seria uma tentativa falha...

Bufei e prendi meu cabelo, pois continuaria a flechar até o sol sumir completamente. 

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 Passar o tempo relembrando meu passado foi algo muito relevante naquela noite de sexta, porque eu acordei sentindo aquela necessidade de me encontrar, de dar motivo para o rumo que estava seguindo. O rumo da faculdade, do emprego, de uma provável família. O rumo pelo qual meu destino se encerrará na velhice. 

Não saber minha missão nessa vida é uma coisa que me deixa frustrada, mas isso não me impede de aproveitar ao máximo o que tem de melhor. Consegui aproveitar minha infância, minha adolescência e agora estou prestes a me formar e dar o primeiro passo para uma vida adulta. Será que serei um adulta responsável? Acho que por enquanto não. Nem sei se vou seguir meu caminho com a música. 

Estou percebendo que tá na hora de pôr meus pés no chão e ficar centrada em algo. Tá na hora de saber se virar completamente. 

— Merida. – Sinto um toque quente em meu ombro. Meu corpo gelou, mas não me impediu de me posicionar em forma de ataque e manter minha mira bem no meio da testa daquele sujeito. – CALMA! Calma. Sou eu! Hic! – O ser que se atreveu a me assustar, retirou o capuz de sua cabeça e colocou as mãos a frente do rosto. – Por favor, abaixa essa flecha. – Sua voz suavemente entrou em meus ouvidos, fazendo-me largar o arco e a flecha bruscamente. 

Eu quase atirei no Hiccup... Eu quase o matei... Eu QUASE matei o namorado da minha melhor amiga... QUE MERDA EU IA FAZER! Meu Deus! Minhas mãos estavam tremendo. 

— Mas que merda Hiccup! – Esbravejei, ainda muito sentida. – Seu pai não te ensinou a não chegar de mansinho atrás de uma pessoa armada? Puta que pariu! – Apoiei meu corpo em meus calcanhares e levei as mãos a cabeça. – Você me deixou em choque agora. 

— Eu te deixei em choque?! Eu que quase morri aqui, não você! 

— É. E se não quiser ficar só no "quase" não faça mais isso. – Falo seriamente, enquanto me levantava. – Afinal de contas, o que você tá fazendo aqui? – Antes que ele pudesse responder, ouço o berro de Astrid vindo da cozinha, e estranhamente, ouço também vozes de diferentes tons. – O que tá acontecendo?

— SURPRESA! – Confesso que quase caí pra trás quando vi todos aqueles seres na minha cozinha... Tá legal, eu realmente caí pra trás, mas não pelo susto e sim porque tinha pisado num dos skates dos meninos que estava justamente na entrada da cozinha. Sim, levei um tombo bizarro. E ao invés de chorar de dor, ou querer esconder minha cara num buraco, comecei a gargalhar loucamente. 

Sim, eu dou risada das minhas próprias quedas, pois se não fosse eu, eu também iria rir. E é que nem aquela frase "É melhor rir com os outros do que os outros rirem de você". Ou seja, "É preferível pagar mico do que passar vergonha". Acho que deu pra entender, né? 

— Ruiva, você tá bem? – Ouço Flynn indagar preocupado. Apenas respondo com um beleza. 

— Meu Deus, Merida. – Dizia Rapunzel enquanto ria, e muito. Tá aí um exemplo de amiga. – Você tá bem mesmo? 

— Tô sim. – Respondi assim que controlei a minha risada frenética. E assim que Jack e Kristoff me ergueram do chão, o qual tava bem gelado... Burr.

— Relaxa gente. Isso tudo é emoção porque ela me viu. – Abro um sorriso sarcástico enquanto sentia o abraço que Jack me dava. – Gostou da surpresa? 

— É, fiquei bem surpresa. – Rimos e fitei cada rosto que tinha naquela cozinha. – Mas, o que vocês estão fazendo aqui? – Indaguei e olhei  caixas de pizza em cima da ilha. – E com minhas pizzas? Tão querendo morrer? – Anna riu um pouco e fez a questão de responder. 

— É que como hoje é a última sexta antes da formatura e depois de amanhã saí o resultado da prova, a Punzie e o Jack resolveram organizar uma festinha entre nós. – Ahh...

— E como você é a nossa amiga mais bonita, mais inteligente, mais maneira que conhecemos, quisemos trazer a festa até você. – Respondeu Astrid enquanto brincava com meu cacho solto. 

Apenas arqueei a sobrancelha. 

— Vocês vieram aqui por conta de ser uma mansão e a piscina ser aquecida, não foi? – Perguntei brincando. Eu sei que as pessoas, principalmente meus amigos, gostam da minha casa. Isso já é fato. 

— Honestamente? 

— Não, não quero saber. – Respondi rindo. – Então o que estamos esperando? Meus pais saíram e só voltam amanhã. E sempre quis fazer uma festa às escondidas. – Virei até meus irmãos e peguei um pedaço de pizza próximo à eles. – Eu proponho entrar numa loucura hoje. Quem está dentro? – Perguntei ansiosa e cada um pegou alguma comida para erguer. 

— Nós estamos! – Elsa ergueu sua pizza e meio que brindamos todos juntos.

— Hoje é festa! – Grita Flynn todo empolgado. 

— AEEEEEEEE... 

Que Deus nos ajude.

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 Pov Anna

Sinceramente, não lembro qual foi a última vez que fui numa festa tão divertida como essa. E detalhe, eu não precisei de uma roupa um tanto desconfortável, só precisei pôr um moletom e vim na fé, com meu cabelo levemente desarrumado. Outro detalhe, tem muita comida. Muita c-o-m-i-d-a. Tem como ficar melhor? Claro que sim! 

Estava deitada num sofá cheio de almofadas e cobertas ao mesmo tempo em que observava o que os outros estavam aprontando. Punzie, Merida e Elsa estavam conversando animadamente dentro da piscina quente. Astrid e Hiccup estavam mais afastados, conversando particularmente e de vez em outra se beijando. Agora, Flynn, Jack e Kristoff estavam realmente aprontando, só não sabia o que era. Os três haviam sumido há alguns minutos. 

— Corre Flynn! – Eis que surge Jack, correndo e pulando na piscina, apenas de cueca. Agradeci muito por ela não ser branca. 

— Já cheguei Frost! – Gritou de volta Flynn, assim que surgiu entre os arbustos do jardim. – Que aventura foi essa? – Comentou rindo.

— O que vocês fizeram? – Perguntou Elsa enquanto era envolvida por abraços e beijos de Jack.

— Nós... – Ouço a voz de Kristoff, e de repende o vejo deitado em meu colo, bastante cansado. – Fomos até a casa do Hans e tocamos a campainha... – Falou ainda rindo. – Mas claro, saímos correndo. – Riu mais, fazendo os outros dois gargalharem. 

— E depois fomos nas casas dos crushs da Merida. – Flynn sentou-se na beira da piscina e fitou a ruiva com malícia. – Macintosh ficou irritado. Porque você não vai lá aquietar ele? – Rimos e Merida apenas revirou os olhos.

 — Eu vou é dar na cara de vocês. – Se pronunciou Punzie, aparentemente irritada. Eu até pensei que sua raiva seria por causa da atitude dos meninos, mas me enganei. – Poderiam ter nos chamado. – Proferiu num tom de chateação. 

— Pois é! Por que não nos chamaram? – Perguntou Merida, jogando água na cara de Jack, que revidou, e assim ambos começam uma guerra entre eles.

 Passando-se alguns segundos, sinto um cheiro estranhamente viciante. O cheiro emanava de Kristoff. Parecia ser seu perfume. Aproximo-me de seu pescoço e noto que o cheiro havia tornado-se mais forte. Ouço-o respirar fundo, e focalizando em sua pele, vejo as pequenas bolinhas de seus pelos arrepiados. Havia me esquecido que seu pescoço é uma das parte mais sensíveis.

— O que você tá querendo? – Kristoff virou-se para mim, lançando-me aquele olhar desconfiado. – Me cheirou por quê? Eu juro que tomei banho hoje. – Dei risada de seu semblante preocupado. Coitado. Mal sabe que seu maravilhoso perfume grudou na minha mente.

— Não é nada. Só estava sentindo sua falta. – Disse um pouco tímida. E aproveitando que seu rosto estava frente ao meu, começo a acariciar seu rosto e pentear seu cabelo com meus dedos, fazendo-lhe uma leve massagem. – Você me deixou aqui para se divertir com os garotos. Nem se tocou em me chamar. – Faço um leve drama para castigá-lo pelo meu abandono. Como ele pode me deixar aqui, se ele sabe que adoro me envolver em aventuras arriscadas. Pois agora, que sofra as consequências. 

— Ah... É que era um lance só entre os amigos. Fazia um bom tempo que não fazíamos isso. Não iria ter sentido ter uma namorada junto. – Péssima desculpa. 

— Hum...

— Você entende, né? – O vi erguer seu tronco e me fitar ansioso e ao mesmo tempo preocupado. – Um exemplo seria você com suas amigas. Não que não goste de estar com você e com as meninas, mas é que nós precisamos de um certo tempo... Não que eu esteja pedindo um tempo. Nada disso. – O encaro séria, mas estava rindo por dentro. Era divertido ver Kristoff se atrapalhando nas palavras para tentar não me deixar brava ou triste. Resolvo acabar com a brincadeira. 

— Kristoff. Eu entendi. – Pouso minha mão sobre um de seus ombros e lanço-lhe um sorriso, que pela sua expressão, deduzir tê-lo acalmado. – Não precisa se explicar. 

— Okay... Então estamos bem? – Perguntou ainda receoso. 

— Claro que estamos. – O respondi prontamente e logo nos aconchegamos um no outro. 

Deitar minha cabeça sobre a barriga de Kristoff era uma das minhas manias. Já estávamos acostumados a deitar numa posição confortável para ambos. Sua mão sempre permanecia sobre meu braço, fazendo-lhe um carinho com o polegar. Uma das minhas pernas ficava em cima das suas. E meus braços ficavam livres para abraçar seu tronco. 

— Hey. Você sabe que quando sair essa nota dessa prova, nós... – Vendo que ele não conseguiria continuar, temendo minha reação, resolvi tomar a palavra. 

— Escuta. Quando sair as notas, vamos pensar com calma o que iremos fazer. Não vamos fazer nada por impulso. – Falo, calma por fora e em crise por dentro. 

 Olhar em volta e ver que não continuarei a ver aquelas pessoas diariamente, fez-me doer por dentro. Vejo-me em conflito interno. Acabar o ensino médio amando pessoas que fizeram e possivelmente não farão parte da sua vida é uma merda. Saber que voltarei a Boston há poucos meses, me faz pensar que terei de me virar sozinha, pois meus pais continuarão a morar em Nova Iorque e não tenho uma resposta confirmada com Elsa e Kristoff. Só me confirmarão quando tiverem certeza do que querem para suas vidas. E isso incluirá se querem continuar convivendo diariamente comigo ou não. 

Continuar... Que verbinho desgramado. Ele define aquilo que escolhemos para nosso futuro, e isso é uma tarefa bem complicada.

Será que essas pessoas me querem em suas vidas depois que terminarem o colégio? Elas sentem o que sinto quando a saudade bate? Sequer elas sentem saudades de mim?

Meu coração aperta e um nó forma-se em minha garganta. Fungo sem querer e Kristoff logo nota, o que eu não queria no momento. 

— Anna... – Chamou-me com um olhar compreensível. – Quer desabafar? – Perguntou, acariciando meu rosto. 

— Não. – Uma lágrima caí e logo a limpo com o antebraço. 

Seu olhar preocupado pesa em mim, e tento me controlar para não estragar a festa. E para obter um resultado positivo nessa minha tentativa, escondo meu rosto entre meus joelhos. Naquela hora precisa de um momento só meu. Queria ficar na minha zona de conforto por um tempinho até reconstruir a Anna alegre e saltitante que há dentro de mim. 

De repente, ouço os passos de Kristoff diminuírem, mas do nada, sinto pares de mãos me erguendo. Até eu conseguir racionar, já estava dentro d'agua, sendo envolvida por um abraço de urso bem apertado. 

 — Meu Deus! – Exclamo agarrando Elsa, pois estava quase me afogando com tanta empolgação junta ao mesmo tempo. Que foi? Não tenho culpa se sou baixinha. 

— QUEM AMA A ANNA?! – Escuto o berro de Merida e começo a rir, nervosa.

— EU! – Responderam em uníssono. 

— E QUEM VAMOS VISITAR SEMESTRE QUE VEM?! – Dessa vez, Jack berrou.

— ANNA! – Tá, eu confesso. Aquilo me deixou emocionada. 

— Nossa gente... Obrigada. – Agradeço enxugando meu rosto. – Vocês são os melhores. Sabiam? – Alguns abriram um sorriso e outros anuiram em resposta. – Amo vocês. – Não aguento segurar as lágrimas e deixo-as caírem livremente pela minha bochecha. Elsa me abraça e deposita um beijo em minha testa.

— Sempre juntas, lembra? – Sussurrou em meu ouvido, fazendo-me sorrir. – Agora, não fique mais assim. Última semana no colégio, formatura chegando. Vamos aproveitar tudo ao nosso alcance, okay? – Fito seus olhos azuis e uma acalmaria me atinge. 

— Okay. – A respondo sorrindo.

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 Pov Jack

Acordei com o som estridente do despertador. E o pior era que quando fui desligá-lo, não o encontrei sobre a escrivaninha. E aquele som ainda tocava e ecoava na minha cabeça. 

— Merda. – Levantei sonolento e finalmente encontrei-o, do outro lado do quarto, entre algumas camisas jogadas na prateleira. – Que horas são? – Fitei o relógio e vi que restava uma hora para o jogo começar. Ainda tinha tempo. Caminhei até a janela e abri as cortinas. Eita, quase fico cego com a claridade que surgiu. Pego uma toalha no cabideiro e giro a maçaneta, abrindo a porta em seguida e dando de cara com minha irmã, já vestida para ir comigo até o colégio. 

Ela trajava um moletom fino vermelho, com detalhes em dourado, uma calça jeans clara e um par de tênis Converse cinza. Pelo que parecia, estava maqueada com um delineador preto e uma sombra. O que? Meu convívio sempre foi com mulheres, eu já deveria ter conhecimento sobre maqueagem. 

Mas, continuando. 

Lara me encarou sorridente e correu para me abraçar, mesmo sabendo que  eu estava quase dormindo em pé. Ela acabou tirando graça nisso.

— Você chegou tarde ontem. A festa foi boa? – Perguntou enquanto me guiava até o banheiro. E eu, com preguiça de falar, apenas confirmei com um "Uhum". – Você vai conseguir jogar hoje? – Lancei-lhe um sorriso e me pus entre a porta.

— Não se preocupe. Eu vou tomar um banho, beber um café. E talvez eu tome um energético lá no aquecimento. – A respondi e ela dá de ombros. 

— Okay. Vou avisar a mamãe que você já acordou. – Assenti e entrei no banheiro, tendo a última visão de Lara andando rapidamente. 

Preguiçosamente, vou despindo-me e arremessando a roupa num cesto próximo. Ôloco, eu acertei de primeira. Pelo o que tá parecendo, hoje é meu dia.

Ligo meu celular no pequeno home theater e boto pra tocar Gone do Afrojack ft.Ty Dolla. Suas batidas me fizeram pegar um ritmo legal para ligar o chuveiro e ir logo para de baixo do mesmo, molhando meu cabelo e meu corpo.

Admito que dei graças a Deus por não ter acordado com ressaca, porque ontem eu lembro que havia bebido um pouco e lembro também que Flynn estava mais louco que eu. Ah, mas também ele tem dezoito anos, tem mais experiência do que eu.

Outra coisa que eu lembro é que uma galera chorou por conta da faculdade. Até eu havia chorado com Rapunzel, pois ela vai viajar bastante com seu pai, por causa da galeria. Outro também que me consolou foi Hiccup, embora que a gente saiba que iremos para a mesma universidade, não deixamos de dar aquele abraço de irmãos. 

Agradeci mentalmente, emocionalmente e fisicamente por ter me conformado de que irei me formar e abandonar minha vida de colegial. Agora, estou animado para entrar com a vida universitária. Mas, primeiro, tenho que decidir para qual irei entrar. O jogo de hoje facilitará as coisas.

Desliguei o chuveiro e enrolei meu tronco com uma toalha. Dei alguns passos até a pia e me fitei no espelho, analisando meu rosto. Meus olhos estavam num azul vibrante. Minha pele estava mais rosada do que o normal. Meu cabelo recém pintado estava bem hidratado e bastante platinado. 

— Você é o gatão. – Abri um sorriso e saí daquele cômodo, seguindo para meu quarto, vestir minha roupa.

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 Ao passar o tempo, me vi saindo de casa antes de meus pais, pois ambos esperavam minha tia e meus primos, Jamie e Sophie chegarem. Já minha irmã foi na frente junto com algumas amigas. Minha família inteira estava torcendo por mim. Pessoas que nunca realmente conheci estavam torcendo por mim. E essa torcida toda estava me afligindo. 

Não é fácil ficar agradando a todos, principalmente quando se trata de jogos de basquete, onde em questão de segundos pode mudar a decisão de qual time ganhará a vitória e qual time levará a derrota. 

 Saber que várias pessoas esperam que você vença algo que é sujeito a mudanças de modo repentino, me assusta de um jeito em que não consigo explicar. Parece que meu corpo gela por inteiro e minhas mãos transpiram só de pensar na possibilidade de decepcioná-los. 

Acho que é essa hora que aquele pensamento de ser profissional e não deixar se abalar por conta de sentimentos,  vem à tona. Não posso ficar pensando no pior. Tenho que focar onde tem que focado, e deixar pra depois aquilo que não é realmente necessário. 

Tirando-me dos devaneios, sinto braços envolvendo meu tronco e  me apertando levemente. Uma respiração quente bate em meu pescoço e seu hálito de menta penetra minhas narinas. Não demorou sequer um segundo para descobrir quem era a pessoa, pois seu perfume a denunciou. 

— Bom dia. – Pronuncio com um gesto carinhoso, apanhando sua mão e dando um beijo rápido. 

— Bom dia. Dormiu bem? – Sua voz intensificou assim que me virei para encará-la. Elsa estava tão linda.

— Melhor impossível. – Depositei um beijo em sua testa e envolvo-a num abraço de frente. – Seus pais levantaram? 

— Uhum. – Respondeu, sem tirar seu rosto de meu peito.

— E Anna? 

— Foi com Kristoff até o Sven's e depois vão para o colégio vender o resto da mercadoria da arrecadação. – Arqueio as sobrancelhas. Quem diria... Anna levantando cedo pra trabalhar. Rio sozinho e Elsa me encara com a testa franzida. – Tá nervoso com o jogo?

— Por que eu estaria? – Pergunto, mesmo já prevendo o que Elsa iria dizer.

— Ahn... Último jogo. Vitória difícil. Olheiros espalhados por toda parte. – Começou a exemplificar. 

Vendo que Elsa não iria parar de me dar motivos para estar me sentindo nervoso, resolvi segurar seu rosto para fazê-la me encarar, e consequentemente calando-a.

— Eu não vou ficar nervoso. Quer saber por que? – Indaguei enquanto a olhava diretamente nos olhos. Mergulhar naquele azul misterioso virou um hobbie meu. 

— Por que? 

— Porque não faria o menor sentido ficar nervoso, sabendo que tenho a namorada mais que perfeita, que sempre acredita em mim. – Ter conseguido arrancar um sorriso de Elsa só com essas palavras fez-me parecer criança em Dia de neve, por dentro, porque por fora tive que manter a pose de romântico. 

— Essa namorada seria eu? – Perguntou fingindo estar tímida. Dou uma risada curta e aproximo-me ainda mais de seu rosto, encostando sua testa na minha.

— Claro que é você. – Respondi e logo depois beijo-a.

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 Existem vários tipos de jogares. Há os ultra determinados, os medrosos, os agressivos, os perfeccionistas e tem aqueles que só servem para fazer parte do time. Era hilariante ver como todos eles me temiam. Não falo de ter medo de mim, falo de um nível de respeito que ninguém ousou quebrar. 

Quando eu passei por aquele corredor, me bateu aquele sentimento de liderança. Quase todos vieram me cumprimentar e demonstrar sua autoconfiança perante meus olhos. 

Eles eram meus soldados, minha equipe, meu time. Terei de liderá-los com garra, força. Terei de fazer com que eles acreditem que possamos vencer, ou pelo menos tentar.

— Frost! Aí está você, meu garoto. – Meu treinador envolveu seu braço no meu pescoço, puxando-me para uma conversa. – Hoje é o grande dia. Tá preparado? 

— Quase. Preciso me trocar. – O respondo enquanto me livrava de seus braços. 

— Então vai logo! Entraremos na quadra daqui a dez minutos. – Dizendo isso, o treinador caminhou com sua costumeira prancheta em mãos. 

Saí correndo para minha ala e logo me encontrei rente ao meu armário, abrindo-o, apressado. Peguei meu uniforme e o vesti numa velocidade incrível. 

Nosso uniforme era todo azul, as letras e os números eram num tom de branco. Me olhei no espelho e até que me impressionei. Que engraçado... Eu até que combino com azul.

— Frost! Vamos parceiro. – Assenti e corri até Hic, puxando seu pescoço e bagunçando seu cabelo.

— Haddock! Frost! Venham logo. – Hans nos apressou e corremos até a aglomeração que formava-se na ala maior.

— Garotos! Hoje é o dia de vocês. Nosso último jogo como uma equipe. Um time. – E como de costume, o treinador fazia aquele pequeno discurso motivador. – Só quero que saibam que tenho muito orgulho de vocês. Os considero como filhos, todos vocês. – Fito o rosto de cada um, e noto que, como eu, estavam sorrindo. – Obrigado por estarem aqui comigo. – A sala que antes estava vazia, explodiu de palmas e gritos. 

— VAMOS NOS DIVERTIIIR! – Grito, histérico. 

Só fui dizer aquilo que todos correram animados para a quadra, sendo recebidos por toda torcida do Frozen School. 

 ^-* ^-* ^-* ^-* ^-* ^-* ^-* ^-*

Pov Elsa 

Aquele ar de competitividade estava me atingindo de uma forma totalmente inesperada. Não sabia que eu era tão competitiva. Sempre achei que Anna era a herdeira desse sentimento impulsivo. 

Ver aquele jogo estava trazendo-me diferentes sentimentos. Dava até uma certa vontade de entrar naquela quadra e jogar aquela bola no aro. Que saco! É tão difícil assim? Porque daqui de fora parece ser tão simples. E olha que nem sou fã de basquete. 

— PEGA A BOLA! – Eu não era a única que estava quase tendo uma crise compulsiva. Merida e Rapunzel estavam gritando mais que eu. No entanto, Meri gritava com raiva, xingava algumas pessoas e até mesmo arrumava confusão com Kristoff, que a provocava nas horas mais inoportunas. Já Punzie, gritava com histeria, principalmente quando um dos times ficavam próximos do garrafão. 

Teve vários momentos do jogo em que Hic e Jack faziam jogadas individuais incríveis, e foi num desses momentos que quase caí da arquibancada. Por sorte, Anna me segurou. Não me deixei abalar e comecei a gritar quando Jack arremessou a bola e fez uma bela cesta de três. 

— AÊ PORRA! – Flynn gritou em meu ouvido, que por um momento pensei que havia ficado surda. Felizmente, minha audição ficou normalizada. 

 Que jogo era aquele?! Estava muito acirrado. E quando pensávamos que iria ganhar vantagens de cinco pontos, o outro time vinha e abria vantagem de seis. Arg! Que merda! 

Não queria admitir, mas não via a hora daquilo acabar. 

Felizmente, quando fitei o relógio, restavam uns dois minutos de jogo. E como havia previsto, esses dois minutos passaram-se arrastando. Comecei a ficar entediada e ao mesmo tempo aflita. Não queria que perdêssemos. Por isso, voltei a puxar torcida, pelo menos o tempo iria passar mais rápido. 

— Pega eles, amor! – Grita Astrid, e lá de baixo, vejo Hiccup acenando. 

— Vai lá, gente! – Anna também resolve gritar.

Pra falar a verdade, todo mundo começou a gritar. Estava até ficando com dó. Iríamos sair daqui roucos e com a audição abalada. Mas seria por um bom motivo. 

Voltei a fitar o relógio e o placar. Restavam trinta segundos e nosso time estava na frente por um ponto... Quer dizer, agora são de três pontos... E olha só! A vantagem baixou pra um de novo. 

— Vamos lá Frost! – Ouço o grito do treinador. Quem ele pensa que é pra gritar com o Jack desse jeito?! Tá louco é? 

Deixei minha raiva de lado quando vi Hans fazer um jogada com a assistência de Hic, e por fim, Jack enterrando no garrafão. Aparentemente, se o outro time fazer duas cestas de três, eles vencem. Agora, se nosso time fazer mais uma de três ou uma de duas, nós ganhamos. E isso teria de ser feito em apenas dez segundos. DEZ SEGUNDOS. Meu Deus. Eu vou passar mal.

— PEGA ESSA BOLA. – Anna estava saltitando de tanta emoção. Chegamos a vibrar quando roubamos a bola e arremessamos na linha de três. 

— Só restam cinco segundos. – Olho para o lado e vejo que quase toda arquibancada estava de pé. – Arremessa! 

Vejo que roubamos a bola novamente e acompanho sua jornada até chegar as mãos de Jack, que arremessa rapidamente bem nos dois últimos segundos... E... Acerta! É cesta! Ganhamos! AHHHHH... 

— VENCEMOS! – Anna me abraça. – Ganhamos Elsa! Uhuuuuul. – Fico rindo de felicidade e corro junto com a torcida para erguer nossos jogadores.

Passo por uma galera até dar de cara com Jack, que estava segurando a taça em uma das mãos. Corro até ele, que assim que me vê, dá o troféu para um de seus amigos. 

Ter abraçado-o fortemente, deixou-me aliviada e numa felicidade imensa. Vê-lo feliz daquela forma, havia me deixado feliz também. 

— Te amo. – Dizia enquanto me enchia de beijos. – Dedico essa vitória a você, tá bem? – Assenti sorridente enquanto ele segurava meu rosto. – Ganhamos, Elsa. Ganhamos. – Jack abraçou meu tronco e me ergueu, fazendo um rodopio. 

De repente, sinto uma vibração em meu bolso. Alguém estava me ligando. Pedi licença a Jack e me retirei para um lugar mais calmo, longe dos gritos. 

— Alô? – Ponho o celular em meu ouvido e espero resposta. 

— Elsa? Minha filha. Você não sabe o que chegou! – Ouço a voz de minha mãe e fico curiosa e extremamente preocupada. 

— O que foi mãe? O que chegou? – Pergunto. 

— Sua carta de Juilliard. Ela chegou! Venha logo pra casa. Você que terá que abrir. – E assim encerra a ligação. 

— Ahn... – Fiquei completamente em choque.

Sabe quando sua mãe joga aquela bomba no ar e você acaba ficando sem reação? Estava exatamente assim, sem reação. 

Percebo que Jack se aproxima rapidamente de mim. Não queria ter que preocupá-lo com esse assunto, pelo menos não agora. Então, resolvi disfarçar.

— E aí amor? Quem era? – Perguntou lançando-me um sorriso.

— Minha mãe. Ela quer que eu volte pra casa para fazer o almoço. – Minto. Como ele estava bastante agitado, não percebeu a diferença em minha voz. – Vai ter festa da vitória, né? – Pergunto, buscando mudar de assunto. Ele assente, enquanto fitava ao longe a aglomeração de pessoas em plena comemoração. – Então depois eu verei se posso ir. – Jack me fita de cenho franzido, mas não questiona, apenas me dá um selinho e se despede, indo de encontro com seus amigos. 

Já eu, converso com Anna sobre o que mamãe me disse. Ela me fitou animada e correu para a saída, chamando-me para ir junto. Pego meu carro no estacionamento e vôo até em casa, adentrando rapidamente o imóvel. 

— Manhê! – Procuro-a e a mesma parece com um envelope em mãos. – É da Juilliard mesmo? 

— Claro que é! – Sento-me no sofá e encaro aquela carta. – Tá esperando o que? Estou há horas tentando não abrí-la. Por favor, não me mate de curiosidade. – Fala mamãe, sentando ao meu lado, enquanto Anna sentava-se no outro.

Respirei fundo e rasguei aquele envelope, retirando dele um papel mais espesso e com mais dobraduras. Respirei fundo mais uma vez e comecei a ler.

— O que diz aí? – Indagou Anna após minutos de mistério. 

— Eles... 


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam? Vocês gostaram? Tomara que sim kkk.
Finalzinho com suspense... kkkkk. Só no próximo.
Comentem o que acharam.
Amo vocês♥♥♥♥♥



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