Fogo ou Gelo? escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 17
Como irmãs


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha, hoje estou postando um capítulo para agradecer tudo o que minha irmãzinha já fez por mim, todas as vezes que ela me suportou, me abraçou, me xingou e tudo mais.
Te amo muito fofa ^^



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*Lucy Heartfilia*

A felicidade que senti quando vi Natsu em cima de mim dizendo, “Voltei pra você”, foi inexplicável, mas a volta do meu amigo acabou mal.

Quando encontrei com seus olhos verdes, todo o sentimento de amizade e amor que cresceu dentro de mim desde minha infância, voltaram como a maré, ele sempre foi meu melhor amigo, sempre esteve comigo, e de uma hora pra outra ele viaja e passa um bom tempo distante de mim. E nesse período, acabo me envolvendo com outra pessoa, um dos melhores amigos de Natsu, Gray.

O moreno era frio e indiferente a qualquer emoção positiva, mas tudo mudou tão de repente, pude conhecer um lado que ele nunca mostrou, eu tive o privilégio de rir com ele e fazê-lo feliz.

Eu comecei a namorar Gray, por que estava apaixonada por ele, mas eu também amava perdidamente Natsu, e quando os dois se enfrentaram, eu senti meu mundo desabar. Por que nessas horas de intriga, você percebe a cagada que fez.

Eu apenas tentei ser feliz, mas acabei entristecendo duas pessoas queridas pra mim. O que eu faço? Continuo com Gray? Finalmente digo a Natsu como me sinto? Deixo dos dois? Ou finjo que isso nunca aconteceu?

Apesar de toda essa bagunça na minha vida, eu consegui ter uma fagulha de felicidade ao conversar com Erza, e saber das novidades.

_Antes que eu te conte da minha vida amorosa, quero saber o que está acontecendo com esse coração que tenta abrigar mais pessoas que coração de mãe? – Erza exigiu uma boa explicação. Como poderia negar-lhe isso, ela estava sempre ao meu lado, sempre me ouviu e deixou que eu molhasse suas blusas com minhas lágrimas. Então decidi me abrir para a única pessoa que poderia me entender.

_Eu me apaixonei por duas pessoas ao mesmo tempo Erza... – desabafei. Ela esboçou um leve sorriso de canto e pousou sua mão no meu ombro, num gesto de conforto.

_Lucy... você não está apaixonada por duas pessoas. – ela disse. Meu olhar de confusão chegou à vista da ruiva, pois ela explicou logo em seguida. – quando nos apaixonamos por uma pessoa, vemos apenas ela, nos importamos apenas com ela, achamos apenas ela um deus grego... o que você sente pelo Gray ou pelo Natsu, está um pouco mais como carência emocional... não estou dizendo que você não gosta de nenhum, até por que sou sua amiga faz tempo, e sei exatamente o que se passa na sua cuca loira, quando se trata de garotos, ou melhor, quando se trata de Natsu... você se viu sozinha depois que ele viajou, se viu carente, e Gray, bem apesar de ele estar apaixonado por você, da pra ver que ele vê você como a salvadora dele.. ele é apenas uma zona de conforto que você encontrou ao se ver sem o amor da sua vida...

O que Erza dizia parecia fazer sentido, mas por que então quando Natsu voltou, eu continuei amando Gray.

_Erza... por que eu continuo amando Gray com a volta de Natsu? – pedi.

_Essa é fácil... por que vocês estão namorando e você está lutando pra enganar seu coração. – ela disse calmamente. – está fugindo de novo dos seus sentimentos.

Ela estava certa. A pouco tempo Natsu olhou pra mim triste e pediu, “ por que”...

_Acho que Natsu também está confuso e fugindo dos sentimentos dele... – disse Erza. – eu ouvi a briga deles, estava na porta, cheguei com uma visão do Gray tirando Natsu de cima de você.

_Erza.. o que eu faço? Eu magoei os dois.. não posso fingir que nada disso aconteceu e voltar a minha crise de medo de falar meus sentimentos... – pedi desesperada a ruiva.

Ela sorriu e me abraçou. Abracei ela de volta e ouvi o melhor conselho que alguém poderia me dar.

_Vamos tomar uma sorvete de chocolate com menta! – dito isso, eu chorei em seus braços e pensei. Como Erza poderia me entender tão bem?

Fomos ao shoping e sentamos na sorveteria.

_Como estão minhas lindas clientes? – Hibiki logo veio nos receber com seu sorriso acolhedor de garçom.

_Sorvete Hibiki, sorvete! – Erza disse empolgada.

_Ok, que sabor vocês vão querer? – ele perguntou pronto pra anotar.

Erza sorriu pra mim, encorajando-me a falar.

_Chocolate com menta. – disse sorrindo.

_Como sempre. – Hibiki sorriu e foi preparar o que pedimos.

Fiquei em silêncio pensando, por que minha vida amorosa se tornou tão complicada.

_Hey.. Lucy..? Loira?.. LUUUUUUUUUUUUUCY! – Acordei dos meus pensamentos com Erza me segurando pela gola da blusa. – acorda mulher.

_Ah.. desculpe. – fiquei sem jeito. – o que foi?

_Menina, tu precisa relaxar... – ela disse me largando e se sentando normalmente. – lembra-se que da ultima vez que viemos aqui, nós fomos expulsas? Hahahahaha... adorei aquele dia.

_É mesmo... – sorri me lembrando de como a garota estava inquieta por causa do Jellal. – e como está com o Jellal?

Ela me olhou e sorriu mostrando todos os dentes da boca.

_Garota, eu to passada! - a ruiva disse aquilo tão animada e indignada ao mesmo tempo que eu ri. Mas ri muito...

_Hahahahahahaha! – estava com dificuldades para me acalmar, fazia tempo que não conversava com ela, e desse jeito, ela sempre me fazia rir. – ai ai.. me desculpe.. eu precisava disso... continue...

_Então... – ela parou e olhou pra mim como se eu fosse rir de novo... – certo, lembra-se que ele ia tomar uma atitude?

_Sim.. e qual foi? – perguntei ansiosa.

_Então... ele me convidou pra sair... foi ontem... – Erza disse corada. Sim corada.

_Uau.. e como foi? – estava curiosa.

_Eu não tenho cartas mágicas para ver o futuro senhorita Lucy, não saí com ele ainda, vai ser hoje a noite. – ela explicou com voz de “é muito óbvio né loira?”.

_Alguém disse, cartas e futuro? – olhamos para o lado e Kana se sentou conosco. – e aê meninas, fazia tempo que não via esses peitões por aí. Como vocês estão?

_Olá Kana.. – disse sorrindo e dando mais espaço para a moça sentar melhor ao meu lado.

_Oi loka! – cumprimentou Erza. - que faz por essas bandas?

_Sei lá... quis tomar um sorvete, aí quando entrei aqui vi seus belos pares de peitos aqui. – explicou a menina tarada. – o que houve com você loira?

_Por que? – perguntei sem entender.

_Está com cara de bunda. – ela falou.

_Nada não. – falei rindo.

_Há.. já fui enganada por vários homens... mas você mocinha, não me engana. – disse Kana.

Suspirei.

_Problemas com garotos. – olhei desanimada para ela.

_Sabe o que pode resolver essa situação? – ela perguntou animada.

_Aqui não é um bar sua bêbeda.- Erza contou.

_Droga! – Kana olhou em volta. – então vamos lá pro meu bar e nós tomamos umas...

_Ahmm.. eu acho melhor eu ficar por aqui... – recusei o convite. Kana sempre tentava solucionar tudo com bebidas. Ela era uma garota incrível, amiga maravilhosa, mas uma alcoólatra incurável.

_Valeu garota, mas dessa vez vamos ficar no sorvete. – disse Erza toda simpática.

_Tudo bem.. eu vou pegar um picolé e voltar pro bar, tenho que abrir ele daqui algumas horas e aquilo tá um horror. – ela se despediu pegando nos meus seios e os da Erza ela tentou pegar, mas um olhar demoníaco da ruiva a impediu. – Sayonara!

Observamos ela sair da sorveteria e nos olhamos logo em seguida.

_Bem, isso foi estranho... – eu exclamei. – hum.. mas antes, eu pedi como ele te pediu pra sair, não como foi o encontro.

_Ah.. assim sim. – ela riu. – bem... nos encontramos no intervalo das aulas por acidente um dia depois que você foi pra casa. Por que desde que ele disse que precisava tomar uma atitude, nós não conversamos mais. Então sentamos pra comer e conversamos sobre várias coisas, como sempre. E foi seguindo isso todos os dias, até que ontem, no domingo né, ele pediu o que eu tinha pra fazer hoje à noite. Eu apenas respondi, o de sempre, assistir TV, chorar com as novelas mexicanas...

_O que? Você assiste essas porcarias? – fiquei indignada com Erza.

_É claro que não, falei pra ter certeza que você estava prestando atenção. – ela explicou.

Fiquei um pouco pokerface, mas fiz sinal para ela continuar.

_Então. – ela respirou e continuou. – ele pediu. “Por acaso você gosta de comer pizza?”, eu respondi, “É lógico”, aí ele, “Gostaria de comer comigo amanhã à noite?”, e eu, “É lógico”...

_Você só soube responder isso? – fiquei espantada com a riqueza das respostas dela.

_Eu estava absolutamente nervosa ok? – ela se defendeu. – mas ai ele ficou um pouco confuso. Então ele andou de um lado para o outro sem parar. Eu pedi o que havia acontecido, ele começou a me bombardear com perguntas muito estranhas..

_Do tipo? – perguntei.

_”Qual o melhor horário pra você? Que roupa devo ir? Como devo levá-la? Será que vai chover amanhã? Que cor você prefere que eu vista?” – ela começou a repetir o que ele perguntou.

_Nossa... ele deveria estar muito nervoso. – conclui.

_É, daí eu falei. “ Você, pare, seja como sempre foi, aja como sempre agiu e surpreenda como sempre me surpreendeu.”- Erza e suas frases de impacto. – e então ele respondeu algo que me deixou boba até agora.

_O que? – fiquei empolgada.

_”Eu quero que tudo seja perfeito”. – ela falou olhando para o além com seus olhos brilhando.

_Oooownn. – não me aguentei e pulei no outro lado da mesa para abraçar a garota. – isso é tão legal Erza, parabéns, vocês vão tipo se acertar e vocês vão ser o casal mais lindo do mundo, seu casamento vai ser perfeito e com muitas flores vermelhas e você poderia convidar a Wendy como aia, puxa vocês vão ter belos filhos e...

_Ahm.. Lucy? – Erza me chamou, eu estava agarrada a ela e gritando o seu futuro para todos na sorveteria ouvir. – você tá maluca?

_Ahm.. me empolguei. – me desculpei largando-a.

_Hahaha.. caramba, você tem uma imaginação bonita Lucy! – eu nunca esperaria ouvir isso daquela voz, mas ele ouviu o que eu falei e ainda elogiou.

Me virei, deparando-me com um rapaz de cabelos azuis escuros, camiseta preta polo, calça jeans e all star preto, Jellas estava sorrindo.

_Oi.. hehe. – eu cumprimentei ele sem jeito, olhei para Erza e ela estava paralisada, putz.

_E de quem você está tramando o casamento Lucy? – ele perguntou, vi o alivio na suspirada da ruiva.

_Éhh.. – eu podia responder qualquer coisa, qualquer pessoa que Jellal iria acreditar, mas decidi dar um gás na situação. – da Erza!

A ruiva me olhou mortalmente, ela virou a cabeça como a Regan do Filme Exorcista, mas é claro que Erza foi mais assustadora.

_Bom então eu vou ser sortudo por ter uma ajudante como você. – ele sorriu e saiu da sorveteria com um milkshake.

Eu fiquei boba com a resposta dele, então imagina Erza. A ruiva estava petrificada e sua pele estava com um tom combinando com a de seu cabelo.

_Hahahaha, Erza, deixa pra passar o blush depois. – debochei dela. Novamente ela se virou pra mim rápido, mas dessa vez foi com um sorriso igual um fã de Harry Potter faz quando vai ao parque inspirado na saga.

_Ah eu te amo loira. – dessa vez foi ela quem se atirou em mim me abraçando. – nunca fiquei tão feliz. Obrigada.

_Amanhã quero saber os detalhes senhorita Fernandes. – sorri abraçando-a de volta.

Ficamos conversando mais um pouco quando chegou nosso sorvete, nos deliciamos e quando o relógio bateu 17 horas, nós pagamos nossa conta e retornamos para a faculdade.

Chegando lá, Erza se agarrou no meu braço.

_O que foi? – olhei para ela preocupada.

_Estou em pânico. – ela arregalou os olhos. – que roupa eu visto? Que cor? Como devo agir?

_“ Você, pare, seja como sempre foi, aja como sempre agiu e surpreenda como sempre surpreendeu.”- sorri.

Ela sorriu e me abraçou novamente.

_Obrigada! – ela disse e olhou para o relógio, eram 17:15. – preciso ir, eu tenho que encontrá-lo as 20 horas, eu preciso me arrumar.

_Tudo bem. Precisa de alguma ajuda? – perguntei.

_Não, eu dou jeito. Mas obrigada por tudo, e boa sorte com o seu coração Loirinha. Precisando de alguma coisa, me avisa. – ela disse e passou a mão nos meus fios dourados. Assim subiu as escadas e partiu para ter o encontro com o amor de sua vida.

Erza sempre melhorava meu humor, sempre me deixava bem, a menina se tornou bem mais que uma amiga para mim, ela se tornou minha protetora, minha irmã, minha melhor amiga, companheira, conselheira, e agora que eu não tinha mais uma presença materna, ela havia se tornado minha mãe.

Espero que tudo de certo para ela, ela merece ser feliz, mais do que qualquer outra pessoa. Eu sempre vou ajudá-la e torcer por seus sucesso. Eu amava ela, como uma verdadeira irmã.

Após um dia cansativo, eu queria subir no meu quarto, tomar um banho e deitar na cama pra fazer como todas fazem quando estão com problemas emocionais, chorar na fronha do travesseiro.

Porém algo me dizia que eu tinha que fazer outra coisa, olhei para fora da Fairy Tail, e vi o belo gramado da colina, eu não ia lá fazia tempo.

Subi animada o morro, chegando lá em cima, reparei que eu teria que dividir minhas lembranças do lugar com meu amigo. Natsu estava sentado na grama e olhava fixamente o pôr do sol.

Cheguei perto, ele percebeu minha presença.

_Posso me sentar? – perguntei gentilmente.

_Como nos velhos tempos? – ele me olhou sorrindo.

_Como nos velhos tempos. – confirmei sorrindo e sentando ao lado da pessoa que eu amava de corpo de alma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo.



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