Fogo ou Gelo? escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 11
Cuidando de uma princesa!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal.
Aí mais um...
Obrigada pra quem ta acompanhando até aqui!



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*Gray Fullbuster*

Durante a viagem, Lucy ficou calada o tempo todo, eu entendia a garota, quando meus pais se foram, eu quis ficar na minha, tem horas que é bom um ombro amigo, mas tem momentos que queremos ficar só na companhia de nossas lembranças.

Eu sempre fiquei na minha, sempre sofri em silêncio e nunca incomodei ninguém, fora me irmã, nunca confiei em uma pessoa para revelar meus sentimentos de tal maneira como tenho feito com Lucy, essa garota explora o nosso coração e arranca toda a dor escondida nele pra fora.

E aqui estou eu tentando fazer a mesma coisa. Acompanhando-a a mansão de sua família para consolá-la nesse momento. Espero fazer um trabalho bem feito, senão nunca irei me perdoar e conheço outra pessoa que iria me queimar vivo se eu não cuidasse bem da loira como prometi.

Falando nisso será que alguém contou para Natsu o acontecido? Olhei para Lucy, ela estava em silêncio e olhava para as árvores que eram apenas borrões nas janelas do carro devido aos 100 km/h que Caprico dirigia.

Ela não passaria mal assim? Pensei em alertá-la, mas quando me aproximei um pouco pude ver que seu olhos estavam desfocados, ela se quer se importava com as insignificantes árvores, ela mantinha seus pensamentos ao longe, pelo jeito sua mente nem estava no automóvel, pela sua expressão de dor e saudade, devia estar lembrando bons momentos com a família.

Mas pensando bem, Lucy não era o tipo de menina que quisesse preocupar os outros, ela não deve ter contado para os outros, menina egoísta, ela sempre está nos chateando para contar as nossas dores para que ela possa nos ajudar, ela pode se preocupar e os outros não.

Mas dessa vez não loira, quando este carro parar, vou dar um jeito de fazer uma ligação. Sei que você precisa dele, e eu nunca poderei substituí-lo. Na verdade, nenhum ser humano jamais poderá substituir outro.

Passou-se mais alguns minutos de estrada e chegamos na cidade vizinha da que partimos, Caprico logo adiantou-se.

_Vou dar uma parada para comprar água e abastecer o carro, se quiserem podem comprar algo pra vocês também ou dar uma esticada nas pernas.

Ele estacionou num posto de gasolina e saiu do carro deixando a mim e a loira sozinhos. Ela não falava nada, pelo jeito nem notou que paramos.

_Lucy? – chamei.

Ela me olhou curiosa.

_É nós paramos um pouco, você vai querer sair? Ou quer que eu pegue algo pra você? – perguntei, ela me olhou.

_Se você puder me trazer uma garrafa de água, eu fico grata Gray. – ela pediu sorrindo e depois se virou pra janela do carro novamente.

_Ok, já volto. – falei e sai do carro, ela estava mal mesmo, dã é óbvio Gray, brilhante conclusão, você poderia ser detetive agora.

Certo entrei na lojinha, fui nos freezers e achei a água da moça, pra mim só peguei um trident e passei no caixa, fui pagar e a garota ficou me encarando.

_Você é daqui? – ela perguntou sorrindo.

_Não. – respondi. – me cobre por favor.

_É.. você está de passagem só? – ela perguntou docemente.

_Sim. – respondi novamente. – por favor, quanto dá?

_Que pena, será que você não gostaria de ficar pra conhecer essa bela cidade? Posso mostrá-la pra você a noite. – ela sorriu e se apoiou no balcão com os braços cruzados em baixo dos seus seios para dar acesso a visão do seu decote.

_Senhorita vou pedir mais uma vez educadamente. – estava ficando irritado. – quanto dá?

Ela suspirou e se endireitou atrás do caixa.

_São 5 reias.

Dei o dinheiro papar ela e fui em direção a porta, mas fui surpreendido por ela na saída, a menina correu e se meteu na minha frente, ficou de costas pra mim,empinou a bunda e olhou atentamente para o carro estacionado logo em frente.

_Aquela é sua namorada? Ela parece meio abatida. Por você fica com uma loira burra e desanimada assim? – ela se virou para mim debochando.

_Qualquer loira burra é mais inteligente e agradável que você! – eu retirei a garota da minha frente com a minha mão. Abri a porta da loja e antes de sair eu virei o rosto e sorri para a garota. – e ela é a garota mais animada e inteligente que eu conheço, tenho orgulho de ser namorado dela, é uma pena que seus namorados não possam dizer o mesmo sobre você!

Garota não me respondeu, satisfeito, sai da loja com a sacola de compras e fui até o carro, entrei no banco de trás com Lucy.

_Voltei. – sorri pra ela, entregando-a a água.

_Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou pegando a garrafa da minha mão. – obrigada.

_Hum, não por que? – olhei pra ela, ela escutou alguma coisa será?

_Por nada. – ela sorriu e abriu sua garrafa tomando alguns goles.

Abri meu trident e ofereci para ela.

_Menta? – ela perguntou.

_Só faltou o chocolate. – sorri dando de ombros.

Ela sorriu e pegou um, já tirando o papel e colando na boca. Fiz o mesmo e guardei o resto no bolso da calça.

_Gray... – Lucy me chamou, prontamente olhei para ela. – eu agradeço muito você estar vindo comigo. Meus pais iriam adorar te conhecer.

Sorri e depois olhei fixamente para ela.

_Eu também adoraria. – ela sorriu e ficou me olhando depois. Como depois de sofrer uma perda dessas ela ainda sorria e esplandecia beleza? Seus olhos embora inchados do choro, eram brilhosos e encantadores, suas bochechas vermelhas por conta do calor deixavam-na fofa, seus lábios levemente umedecidos com a água que acabará de beber, eram chamativos e sedutores. Eu contive meus impulso de beijá-la, por que não era hora.

E novamente eu estava pensando nesse tipo de coisa, eu ando prestando muita atenção na loira e esqueço do cenário e do tempo, que coisa.

Sorri pra ela e voltei a me encostar certo no banco.

Nesse momento, Caprico abre a porta do motorista e se senta.

_Tudo bem? – ela pede olhando para nós dois.

_Sim, tudo bem Caprico. – Lucy respondeu com um pequeno sorriso e voltou a olhar para a janela.

Eu só fiz sinal positivo e ele concordou, então virou-se, pôs o sinto de segurança e deu partida no carro, e lá estávamos nós na estrada de novo.

O resto da viagem, Lucy passou totalmente calada, eu também, então passou devagar, pois tempo com Lucy, passava sempre rápido, pois nunca parávamos de conversar.

Logo vi um grande portal escrito, “Bem Vindos a Magnolia”, depois que passamos por baixo, as casas começaram a aparecer, todas tinham um toque medieval, eram muito bonitas, umas maiores, outra menores, o horizonte consegui ver mar, azul claro, lindo, muitas pessoas estavam na praia ainda pois era final da tarde.

Quando começamos a pegar sentido ao centro, comecei a ver lojas, shopping, cinema, restaurante, parques e mercados. Depois de virarmos muitas curvas, chegamos a uma estrada de chão, assim comecei a ver árvores de novo, e depois disso tudo sumiu, dando espaço a um lugar enorme, grama pra todos os lados, não mato, grama cortadinha e bem cuidada, a estrada se tornou de paralelepípedos muito bem colocados, e ao lado da estrada, murinhos de arbusto, cerca de 50 centímetros de altura seguiam até o final dela, dando acesso a um pátio com um chafariz, com uma estátua de sereia com um jarro jogando água que subia de volta a fonte. Quando estacionamos em frente a mansão, não pude deixar de ficar impressionado, era enorme, tinha várias varandas, janelas detalhadas, uns 5 andares, maravilhosa. Antes de sair do carro, olhei para Lucy, ela mantinha uma expressão triste no rosto e pude ver que ela estava lacrimejando, apenas coloquei minha mão em cima da sua, ela olhou pra mim, eu sorri encorajando-a.

_Eu estou aqui!

Ela sorriu e saiu do carro, nem esperando Caprico abrir a porta pra ela.

Sai também, seguindo-os, fomos para a porta de entrada e ela se abriu por dentro, revelando uma mulher vestida de empregada, seus cabelos curtos cor de rosa, fiquei pensando se ela de repente não fosse parente de Natsu, o droga, com aquela tarada da loja esqueci completamente de ligar pra ele, assim que tiver um tempo eu ligo daquei.

_Bem vinda de volta senhorita Lucy! – ela sorriu e a loira foi correndo abraçá-la, ambas começaram a chorar, elas devem ser grandes amigas. Não pude deixar de ficar triste por elas, mas também feliz por vê-las se reencontrando daquela maneira.

A mulher foi levando Lucy para dentro ainda abraçadas, deixando-me com o motorista na porta.

_Pode entrar senhor! - Caprico fez sinal com a mão.

_Obrigada. – agradeci e entrei, mas antes de ir, me virei pra ele. – quem é aquela mulher?

_É a governanta atual da mansão Heartfilia, a senhorita Virgo! – ele respondeu e em seguida voltou para o carro, ele deve estar indo guardá-lo.

Suspirei e me virei para o hall de entrada da mansão, as meninas tinham sumido, eu me encontrava sozinho ali, decidi entrar na primeira porta a direita, dava para um corredor longo, decidi voltar, então entrei na porta esquerda do hall, entrei na cozinha e meu estomago começou a roncar, lá estavam algumas mulheres limpando a cozinha, é melhor eu deixá-las quietas. Sai de lá sem que me percebessem.

Voltei para o hall e Virgo desceu as escadas.

_Aí está você. – ela sorriu. – seja bem vindo, e todos da mansão ficamos muito agradecidos por ter vindo acompanhar a nossa senhorita, é a primeira vez que ela traz alguém que não seja o Natsu, o melhor amigo dela.

Senti uma pontadinha no peito, sei lá, o nome de Natsu é dito cada pouco na vida de Lucy, eu sei que eles tiveram uma infância juntos, sei que estão apaixonados, mas já tá parecendo casamento arranjado, deviam dar espaço a ela.

Falando em Natsu, eu precisava ligar pra ele.

_É obrigada Virgo! – agradeci suas boas vindas. – meu nome é Gray.

_Prazer, bem venha comigo, vou levá-lo ao seu aposento. – ela disse e fez sinal para que eu seguisse ela. Fiz o que ela pediu, subi as escadas e viramos a esquerda, dando acesso a um corredor enorme.

_Onde fica o quarto de Lucy? – perguntei curioso.

_Hum... por que? – ela olhou de esguelha para mim. Minha bochecha corou, não era essa a intenção.

_Não interprete mal, eu só fiquei curioso. – esclareci.

_Fica no andar de cima, no final do corredor. De frente pra entrada da mansão. – ela respondeu meio a contra gosto. O que ela estava pensando que eu ia fazer com a menina? Afinal ela era minha namorada.

Segui Virgo, ela subiu mais uma escada, estávamos no andar do quarto da Lucy, olhei para o final do corredor e tinha realmente uma porta lá. Me virei com a intenção de ir falar com ela, mas fui interrompido pela governanta.

_A senhorita me pediu para avisá-lo que ela quer ficar sozinha um tempo, qualquer coisa que precisar pode pedir pra mim ou para qualquer outro empregado da mansão. – ela explicou. – agora me siga.

Ela foi indo para o outro lado da mansão, eu a segui, então ela queria ficar um tempo sozinha, vou respeitar isso, assim tenho tempo de falar com Natsu. Virgo virou mais alguns corredores, eu me perdi umas 5 vezes já, se eu tivesse intenção de ir escondido no quarto de Lucy durante a noite, poderia esquecer, desse jeito eu ia parar no quarto da cozinheira gordinha.

_É aqui! – ela abriu a porta e revelou um quarto enorme, todo decorado em branca e preto, muito moderno, isso era um quarto de visita? Uau, imagina o quarto dos donos. – lembre-se qualquer coisa que precisar, me chame, durante o dia estarei na mansão, durante a noite no meu quarto, se for urgente basta bater na porta. É ao lado da cozinha. O jantar vai ser servido as 21 horas, vou deixá-lo se instalar agora.

Ela fez uma reverência e saiu do quarto fechando a porta atrás de si. Eu sentei na cama e suspirei, antes de desfazer as malas, peguei meu celular e achei nos contatos o número e Natsu. E apertei em ligar.

Chamando...

Natsu: Alô?

_Oi cara! Tudo bem?

Natsu: Sim, aconteceu alguma coisa com a Lucy? Por que você me ligou?

_É a coisa ta feia cara, ela precisa de você mais do que nunca.

Natsu: Fala logo cara, mas que droga, quer me matar o coração?

_Os pais da Lucy, eles faleceram.

Natsu: ...

_Natsu?

Natsu:.. foi mal, eu... cara que merda, eu estou do outro lado do mundo agora, vou chegar em semanas aí...

_E agora?

Natsu: Ela vai precisar de você... por favor, fique com ela... por favor...

_Eu estou com ela Natsu, mas eu não sou a mesma coisa que você né cara.

Natsu: Não se rebaixe, nessas horas um amigo do lado é tudo o que precisamos. Cuide dela por favor.

_Tudo bem, vou fazer o possível. Se cuide.

Natsu: Peça desculpas a ela por mim. E por favor Gray, cuida dela. Tchau cara.

_Falô!

Desliguei, é parece que é comigo agora, Natsu não chegaria logo, eu teria que dar apoio a loira, tudo bem, vou fazer o meu melhor.

Levantei, desfiz minha mala, e vi que eram 21horas, e meu estomago roncou, sai do quarto e comecei a procurar onde ficava as escadas, quando cheguei no corredor do quarto de Lucy, me segurei para não ir até lá, mas lembrei-me que ela devia estar na janta, então desci as escadas rápido.

_Quase atrasado senhor Gray. – Virgo falou sorrindo, então puxou uma cadeira pra mim. Sentei-me e olhei em volta, eu estava sozinho.

_Lucy? Onde ela está? – perguntei a governanta.

_Lucy vai comer no quarto hoje, já levei sua refeição. Peço que a deixe por hora. – ela sorriu e depois começou a me servir.

_Obrigado! – agradeci e comecei a comer, estava muito bom, mas eu não parava de pensar na loira sozinha lá em cima.

Terminei de jantar e subi, dei uma espiada no celular, já eram 21:50, será que ela já estava dormindo. Olhei pra traz, Virgo estava entrando na cozinha, era minha chance, subi as escadas e corri pelo corredor, bati de leve na porta, ninguém respondeu, fiquei preocupado, então abri e entrei, o quarto estava escuro, mas dava de ver que era simples até, a cama redonda e grande, vários armários, e uma mesinha onde tinha vários papéis e uma caixinha. Olhei em volta, nem sinal da loira.

Daí do quarto e comecei a procurar, todas as portas, cada andar da casa, onde aquela menina foi se meter?

Subi no último andar e vi que tinha uma sala de estar, com sofá em volta e uma pequena mesinha no centro, tinha 3 portas, uma dava pro escritório, eu abri e não tinha ninguém, outra era uma sala de reuniões e a outra eu abri e era o quarto dos pais de Lucy, e lá estava ela, sentada na cadeira da mesinha, ela estava dormindo debruçada sobre alguns papéis. Ela havia chorado muito, eu fiquei com pena e triste pela cena.

Peguei-a no colo estilo noiva com muito cuidado para não acordá-la, então depositei o corpo da menina na cama do pais dela, depois puxei a coberta e ela sorriu.

_Durma bem! – sussurrei e beijei sua testa. Me virei e sai do quarto fechando a porta.

Quando me virei Virgo estava lá, eu quase gritei.

_O que estava fazendo no quarto dos Heartfilia? – ela me olhou acusadora.

_Hey, relaxa, Lucy havia sumido e eu fui procurá-la, então achei ela dormindo na mesa do quarto dos pais dela, só coloquei ela na cama e a cobri, mais nada. – expliquei.

_Bem, se é isso, muito obrigada, eu também estava procurando por ela, fui no seu quarto e você também não estava lá, achei meio suspeito, mas obrigada senhor Gray por cuidar dela. – ela sorriu.

_Boa noite Virgo! – desejei e fui em direção as escadas, eu queria descansar, e Lucy estava em boas mãos agora.

_Boa noite senhor! – ouvi a voz da governanta atrás de mim.

Cheguei ao meu quarto, só tirei a roupa, menos a íntima e me joguei na cama, fiquei olhando pro teto um tempo, pensando na loira e no rosado, eles formavam um belo casal. eu não sei se torcia por eles ou não, eu estou muito confuso, quero ver Lucy feliz, e sei que com Natsu ela estaria, mas é muito egoísmo querer vê-la assim comigo? Droga o que eu estou pensando, tenho prioridades.

É melhor eu dormir, tenho que cuidar de uma princesa daqui pra frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
bjs



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